O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 22 de dezembro de 2019

A pesquisa científica no Brasil: relatório Capes-MEC 2013-2018

Periódicos

CAPES/MEC

Produção científica

Relatório bibliométrico revela desempenho e tendências da pesquisa brasileira



Sexta, 13 Setembro 2019
Relatório bibliométrico revela desempenho e tendências da pesquisa brasileira (Imagem: reprodução Google)O Web of Science Group, segmento da Clarivate Analytics, disponibilizou o relatório A Pesquisa no Brasil: Promovendo a Excelência, que fornece uma análise da pesquisa científica brasileira em um contexto global. O documento contempla trabalhos publicados entre 2013 e 2018, destacando a importância das colaborações internacionais e da indústria no impacto e na visibilidade da pesquisa nacional.

Os dados apontam que o Brasil mantém a 13ª posição no mundo em termos de produção de artigos e revisões de pesquisa (com base no conteúdo indexado na plataforma Web of Science), logo atrás da Índia (10º) e da Coreia do Sul (12º), porém à frente da Rússia (15º) e da África do Sul (21º) – países que compõem o BRICS ao lado do Brasil.

Somente em 2018, pesquisadores brasileiros publicaram mais de 50 mil artigos. O crescimento da produção em 2018 é 30% superior aos anos anteriores observados, além de ser o dobro da média global. O relatório indica ainda que existem bolsões de excelência em termos de impacto de citação nas áreas de Ciências da Vida, Física e Engenharias.

Outra informação apresentada é sobre a colaboração internacional. Entre 2013 e 2018, a comunidade científica brasileira colaborou com pesquisadores de 205 países. Aproximadamente um terço dos cientistas brasileiros são coautores de trabalhos internacionais.

A colaboração industrial também tem destaque. De acordo com o levantamento, as estratégias para promover ações conjuntas com a atividade industrial já apresentam resultados referentes ao número de artigos publicados: 81% das publicações articuladas nessa esfera no período de 2015 a 2017 são de colaborações entre universidades públicas e a indústria.

As universidades públicas, por sua vez, são a principal fonte de publicações de pesquisa no Brasil, segundo a análise. As 15 universidades mais ativas em produção científica são responsáveis por mais de 60% da pesquisa no país. São elas:

Dados extraídos da Web of Science  (Fonte: Clarivate Analytics, 2019)
Dados extraídos da Web of Science (Fonte: Clarivate Analytics, 2019)

O relatório traz informações relevantes para o cenário, como:
- Quantos trabalhos de pesquisa o Brasil produz?
- Qual o impacto da citação na pesquisa brasileira?
- Como a pesquisa brasileira se compara internacionalmente?
- Com quais países internacionais o Brasil colabora?
- Quais empresas colaboram com universidades no Brasil?
- Quais empresas publicam em conjunto com universidades no Brasil?
- Como a pesquisa brasileira é comparada em cada categoria?
- Quais são as áreas de força e oportunidade da categoria de pesquisa?
- Como o Brasil apoia a infraestrutura de pesquisa?

O relatório A Pesquisa no Brasil: Promovendo a Excelência está disponível aqui.

O Portal de Periódicos autoriza a reprodução parcial ou total de suas notícias desde que seja citada a fonte: "Portal de Periódicos da CAPES"
Alice Oliveira dos Santos

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Academia Brasileira de Ciência: "ciência gera desenvolvimento"

O papel fundamental da ciência na construção da nação:

Ciência Gera Desenvolvimento é um projeto da Academia Brasileira de Ciências que utiliza a divulgação científica para conscientizar a população sobre a importância do investimento em ciência e dos seus impactos na economia e na sociedade.
Desde 2017, divulgamos uma série de vídeos curtos, dinâmicos, acessíveis e cheios de informação, que mostram, com exemplos reais, como a produção científica pode ser traduzida em benefícios palpáveis para o nosso país.

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo. E ainda com o menor custo de produção! Grande parte dessa conquista se deve à engenheira agrônoma Johanna Döbereiner, que desenvolveu um mecanismo que trouxe economia nos gastos com fertilizantes! Quer saber como? É só assistir ao primeiro vídeo da série.

CNPq, Comissão Nacional de Energia Nuclear e Instituto de Matemática Pura e Aplicada: provavelmente você já ouviu falar de alguma dessas instituições. Sabe o que elas têm em comum? O Almirante e ex-presidente da ABC Álvaro Alberto estava envolvido na criação de todas elas. Conheça a sua importante trajetória no segundo vídeo do projeto.

Você sabia que a insulina usada no tratamento de diabetes era tirada de bois e porcos? Foi o médico Marcos Luiz dos Mares Guia que desenvolveu o método que gera a insulina humana e fez do Brasil o líder dessa produção. Ficou curioso? Confira o terceiro vídeo da série, que foi lançado no dia 14 de maio!

Vídeos disponíveis no site da ABC.




segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Brazilian Studies: Researching Brazil (data base)

Um excelente portal para pesquisas sobre o Brasil:

Base de dados bibliográfica  
Researching Brazil

A base de dados bibliográfica Researching Brazil, atualmente, abrange 120 periódicos científicos brasileiros e 2000 artigos indexados sobre história brasileira e temas de ciências sociais.

Acesse o link: http://www.indiana.edu/~liblatam/researching-brazil/

Atenciosamente,
Secretaria da ABPHE

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O cobertor curto da pesquisa: tirando de um lado para colocar em outro, eleitoralmente...

O corte de verbas para pesquisa

16 de dezembro de 2013 | 2h 06
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Convertido na mais vistosa bandeira do governo da presidente Dilma Rousseff, no campo da educação, o programa Ciência sem Fronteiras - concebido para financiar estágios e cursos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior de mais de 100 mil estudantes universitários, até 2014 - tornou-se uma das principais preocupações da comunidade acadêmica e científica.
Com vistas na campanha eleitoral do próximo ano, quando tentará se reeleger, Dilma destinou ao Ciência sem Fronteiras, no projeto de Lei Orçamentária de 2014, quase R$ 1 bilhão. O problema é que, para bancar esse investimento, o governo comprometerá parte significativa das verbas para o fomento da ciência e da tecnologia. Isso levou a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências a protestarem, alegando que a redução das verbas da área científica ameaçará importantes pesquisas em andamento.
Os recursos para financiar cursos e estágios de universitários brasileiros no exterior sairão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que é a principal fonte de financiamento das agências públicas de fomento à pesquisa. Os programas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que é a maior agência de fomento do País, dependem diretamente do FNDCT. Essa será a primeira vez que os recursos do fundo - vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - serão utilizados para financiar o Ciência sem Fronteiras - um programa gerenciado pelo CNPq, em parceria com a Capes, mas basicamente dirigido pelo Ministério da Educação (MEC).
Como as verbas previstas para o Ciência sem Fronteiras, no Orçamento de 2014, representam um terço do montante do FNDCT, a redução dos recursos destinados à área científica pode inviabilizá-la, advertem os cientistas. "O impacto na pesquisa será trágico", disse Helena Bonciani Nader, professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente da SBPC, no Fórum Mundial de Ciência, no Rio de Janeiro. "Precisamos de recursos para pesquisas. De alguma forma o valor destinado ao Ciência sem Fronteiras terá de ser compensado. Caso contrário, o impacto na área científica vai ser grande", afirmou, no mesmo evento, o matemático Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências.
O órgão mais atingido pela redução das verbas do FNDCT destinadas à área científica é o CNPq. Entre as unidades e programas por ele financiados que sofrerão cortes profundos, em suas linhas de pesquisa, estão os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, o Programa de Capacitação de Recursos Humanos para o Desenvolvimento Tecnológico e o Edital Universal, que financia cerca de 3,5 mil projetos de pesquisa por ano. Serão afetados, ainda, programas financiados pelo CNPq em parceria com agências de fomento dos Estados.
As entidades científicas do País também chamam a atenção para a falta de planejamento e de rigor técnico, por parte do governo, na gestão das áreas educacional e científica. Elas alegam que o programa Ciência sem Fronteiras foi concebido às pressas, sem consulta à comunidade acadêmica e científica. Afirmam que não faz sentido reduzir o orçamento do MCTI para favorecer um programa em que o principal beneficiado, do ponto de vista institucional, é o MEC. E lembram que, apesar de o Ministério da Ciência e da Tecnologia ter incorporado a palavra "inovação" ao nome, ele não recebeu reforço orçamentário. As críticas não são novas. "O Ministério ganhou mais um penduricalho e está com menos dinheiro. É uma incoerência", já dizia a presidente da SBPC em 2012, alegando que a redução de verbas para a área científica poria em risco a competitividade da economia brasileira.
Desde então, as entidades científicas já enviaram várias cartas de protesto. Mas nenhuma delas produziu resultado concreto, pois os critérios que prevalecem no governo Dilma são eleitorais, e não técnicos.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Ciencia-salame: de volta ao velho problema do fatiamento das pesquisas para publicacao

Eu escrevo e publico muito, eu sei, e os membros do meu programa de mestrado e doutorado do Uniceub também sabem, por isso continuo no programa, mesmo afastado temporariamente para trabalhar no exterior.
Mas, essa prática da ciência-salame, objeto dos dois artigos abaixo, não me concerne exatamente, já que não tenho nenhuma grande inovação para fatiar e publicar aos pedaços. Todos os meus artigos tratam de questões específicas, e são publicados em revistas diferentes, com objetivos e resultados diferentes, como uma simples consulta às listas de trabalhos originais de meu site pode comprovar.
Em todo caso, essa questão permanece como relevante, para fins de mensuração da produtividade dos nossos pesquisadores, o que justifica a republicação de materiais antigos mas ainda de atualidade.
Paulo Roberto de Almeida

Ciência brasileira adere ao ‘padrão salame’ de produção e avaliação científica
Blog de Herton Escobar, Estadão, 29/04/2013

Faz tempo que quero escrever algo sobre essa cultura da “ciência salame” e sobre o debate da “quantidade x qualidade” na avaliação da produção científica e da qualidade científica de pesquisadores no Brasil. Não preciso mais … o biólogo Fernando Reinach (colunista do Estadão e um dos pioneiros da biotecnologia no Brasil) já fez isso por mim, com muito competência do que eu seria capaz de fazer, devo dizer.
Copio abaixo o artigo publicado por ele na edição de sábado do jornal, que já tem mais de 10 mil compartilhamentos no Facebook, mas que merece ter muito mais ainda.
Abaixo do artigo do Reinach, copio também um artigo publicado em junho do ano passado na revista Trends in Ecology and Evolution, em que os autores discutem a “obsessão da academia com quantidade”. Ele faz parte de um fórum de discussão lançada pela revista em março deste ano para debater o tema “Que tipo de ciência queremos?“, que inclui um comentário de biólogos brasileiros da Universidade Federal de Goiás.
Publicar muita porcaria ou publicar pouca coisa boa? Eis a questão. (não só na ciência, mas no jornalismo também)

Darwin e a prática da ‘Salami Science’
Fernando Reinach / O Estado de S.Paulo

Em 1985, ouvi pela primeira vez no Laboratório de Biologia Molecular a expressão “Salami Science”. Um de nós estava com uma pilha de trabalhos científicos quando Max Perutz se aproximou. Um jovem disse que estava lendo trabalhos de um famoso cientista dos EUA. Perutz olhou a pilha e murmurou: “Salami Science, espero que não chegue aqui”. Mas a praga se espalhou pelo mundo e agora assola a comunidade científica brasileira.
“Salami Science” é a prática de fatiar uma única descoberta, como um salame, para publicá-la no maior número possível de artigos científicos. O cientista aumenta seu currículo e cria a impressão de que é muito produtivo. O leitor é forçado a juntar as fatias para entender o todo. As revistas ficam abarrotadas. E avaliar um cientista fica mais difícil. Apesar disso, a “Salami Science” se espalhou, induzido pela busca obsessiva de um método quantitativo capaz de avaliar a produção acadêmica.
No Laboratório de Biologia Molecular, nossos ídolos eram os cinco prêmios Nobel do prédio. Publicar muitos artigos indicava falta de rigor intelectual. Eles valorizavam a capacidade de criar uma maneira engenhosa para destrinchar um problema importante. Aprendíamos que o objetivo era desvendar os mistérios da natureza. Publicar um artigo era consequência de um trabalho financiado com dinheiro público, servia para comunicar a nova descoberta. O trabalho deveria ser simples, claro e didático. O exemplo a ser seguido eram as duas páginas em que Watson e Crick descreveram a estrutura do DNA. Você se tornaria um cientista de respeito se o esforço de uma vida pudesse ser resumido em uma frase: Ele descobriu… Os três pontinhos teriam de ser uma ou duas palavras: a estrutura do DNA (Watson e Crick), a estrutura das proteínas (Max Perutz), a teoria da Relatividade (Einstein). Sabíamos que poucos chegariam lá, mas o importante era ter certeza de que havíamos gasto a vida atrás de algo importante.
Hoje, nas melhores universidade do Brasil, a conversa entre pós-graduandos e cientistas é outra. A maioria está preocupada com quantos trabalhos publicou no último ano – e onde. Querem saber como serão classificados. “Fulano agora é pesquisador 1B no CNPq. Com 8 trabalhos em revistas de alto impacto no ano passado, não poderia ser diferente.” “O departamento de beltrano foi rebaixado para 4 pela Capes. Também, com poucas teses no ano passado e só duas publicações em revistas de baixo impacto…” Não que os olhos dessas pessoas não brilhem quando discutem suas pesquisas, mas o relato de como alguém emplacou um trabalho na Nature causa mais alvoroço que o de uma nova maneira de abordar um problema dito insolúvel.
Essa mudança de cultura ocorreu porque agora os cientistas e suas instituições são avaliados a partir de fórmulas matemáticas que levam em conta três ingredientes, combinados ao gosto do freguês: número de trabalhos publicados, quantas vezes esses trabalhos foram citados na literatura e qualidade das revistas (medida pela quantidade de citações a trabalhos publicados na revista). Você estranhou a ausência de palavras como qualidade, criatividade e originalidade? Se conversar com um burocrata da ciência, ele tentará te explicar como esses índices englobam de maneira objetiva conceitos tão subjetivos. E não adianta argumentar que Einstein, Crick e Perutz teriam sido excluídos por esses critérios. No fundo, essas pessoas acreditam que cientistas desse calibre não podem surgir no Brasil. O resultado é que em algumas pós-graduações da USP o credenciamento de orientadores depende unicamente do total de trabalhos publicados, em outras o pré-requisito para uma tese ser defendida é que um ou mais trabalhos tenham sido aceitos para publicação.
Não há dúvida de que métodos quantitativos são úteis para avaliar um cientista, mas usá-los de modo exclusivo, abdicando da capacidade subjetiva de identificar pessoas talentosas, criativas ou simplesmente geniais, é caminho seguro para excluir da carreira científica as poucas pessoas que realmente podem fazer descobertas importantes. Essa atitude isenta os responsáveis de tomar e defender decisões. É a covardia intelectual escondida por trás de algoritmos matemáticos.
Mas o que Darwin tem a ver com isso? Foi ele que mostrou que uma das características que facilitam a sobrevivência é a capacidade de se adaptar aos ambientes. E os cientistas são animais como qualquer outro ser humano. Se a regra exige aumentar o número de trabalhos publicados, vou praticar “Salami Science”. É necessário ser muito citado? Sem problema, minhas fatias de salame vão citar umas às outras e vou pedir a amigos que me citem. Em troca, garanto que vou citá-los. As revistas precisam de muitas citações? Basta pedir aos autores que citem artigos da própria revista. E, aos poucos, o objetivo da ciência deixa de ser entender a natureza e passa a ser publicar e ser citado. Se o trabalho é medíocre ou genial, pouco importa. Mas a ciência brasileira vai bem, o número de mestres aumenta, o de trabalhos cresce, assim como as citações. E a cada dia ficamos mais longe de ter cientistas que possam ser descritos em uma única frase: Ele descobriu…
……

Adademia’s obsession with quantity
Joern Fischer1, Euan G. Ritchie2 and Jan Hanspach1
1 Faculty of Sustainability, Leuphana University Lueneburg, Scharnhorststrasse 1, 21335 Lueneburg, Germany
2 Deakin University, School of Life and Environmental Sciences, 221 Burwood Hwy, Burwood, VIC 3125, Australia

We live in the era of rankings. Universities are being ranked, journals are being ranked, and researchers are being ranked. In this era of rankings, the value of researchers is measured in the number of their papers published, the citations they received, and the volume of grant income earned. Academia today is governed by one simple rule: more is better.
The idea to reward those who are productive seems fine at face value, but that idea has become ideology. Metrics of quantity once were the means to assess the performance of researchers, but now they have become an end in their own right. Ironically, once individuals actively pursue certain indicators of performance, those indicators are no longer useful as independent yardsticks of what they were once meant to measure.
Only a few years ago, a researcher publishing ten papers a year was considered highly productive. Now, leading researchers in ecology and evolution publish 20, 30, or, in some cases, over 40 papers a year, with a tendency for further increases. This volume of papers is attained via large laboratory groups and research consortia, which in turn require massive amounts of funding. Given that successful fundraising is a trusted performance indicator in its own right, funding keeps going to some of the biggest groups, keeping them big or growing them even further. However, a bigger group of researchers does not necessarily produce better science, just more of it. Thus, some research themes of solid (but not necessarily exceptional) quality can dominate the literature, just because they produce many papers. The type of work that ecologists produce is also different compared with just a decade or two ago: papers are shorter; reviews are increasingly quantitative not qualitative; the scope of papers has shifted from local to global; modeling papers are replacing field-based papers; and more papers focus on black-versus-white analyses because there is no journal (or mental) space for nuanced discussions. A recent high-profile example is the polarized debate on whether policy should encourage land sparing or land sharing.
The picture we paint is, of course, stylized. We acknowledge that there are exceptions among the most productive academics, the largest research groups, and the highest impact journals. However, despite exceptions, the overall trend is deeply concerning. Academics are increasingly busy with more papers, more grants, and more emails to keep the machinery going. The modern mantra of quantity is taking a heavy toll on two prerequisites for generating wisdom: creativity and reflection.
Creativity greatly benefits from an environment that is supportive, collaborative, and facilitates trialing new approaches, but suffers from working under excessive pressure. Similarly, reflection is vital for questioning assumptions and learning from experience. The gradual loss of creativity and reflection necessarily will affect our science. Many past landmark papers were full of good ideas, but were speculative and discursive. Would such papers be published today and, if they were, who would read them in depth? Is it possible to obtain and communicate deep insights via ‘twitteresque’ research sound bites?
Beyond the science itself, the quantity mantra is taking a toll on the quality of human interactions and relationships. Supervisors are increasingly too busy to discuss ideas at length with their research students. Academics work long hours, a supposed requirement for success, as if insight, motivation, and wisdom could not also arise from more balanced and family-friendly lives. The stressful environment of academia leads to many talented young people opting out of academia, and can lead to burnout in those who stay.
Along with political and spiritual leaders, academic leaders have a responsibility to help society move towards a better future, where we understand the world better, and use that understanding to live a ‘good life’. However, how can we do this if our professional rat race just mirrors the ills of society at large? Starting with our own university departments (but not stopping there), it is time to take stock of what we are doing. We must recreate spaces for reflection, personal relationships, and depth. More does not equal better.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

China: corrupcao cientifica de alto nivel - revista Science

No Brasil a gente conhece o fenômeno dos "ajudantes" de TCC ou dos "revisores" de teses e dissertações. Na China, como sempre, a corrupção atinge dimensões gigantescas.
Nota: o artigo da revista Science só está disponível contra compra. Quem tiver acesso, por sistemas universitários de bancos de dados e privilégios de consulta, poderia me mandar...
Paulo Roberto de Almeida 

Un scandaleux marché noir de la science en Chine
Pierre Barthélémy
Blog Science Le Monde, 1/12/2013

Une fois n'est pas coutume. Si je m'intéresse aujourd'hui au dernier numéro de Science, daté du 29 novembre, ce n'est pas pour une étude relatant une découverte, mais pour une édifiante enquête journalistique que la revue publie, qui met au jour un incroyable marché noir de la science en Chine. Signée par Mara Hvistendahl (épaulée par Li Jiao et Ma Qionghui), cette enquête a duré cinq mois, cinq mois au cours desquels ces journalistes ont sorti de l'ombre un business florissant, celui où le produit vendu, acheté, négocié n'est rien d'autre que l'étude scientifique, ainsi devenue banal objet de commerce.
Vous êtes scientifique mais vous n'avez pas le temps (ou le budget ou l'envie ou le talent...) de concevoir et mener une expérience, d'en analyser les résultats, de rédiger l'article et de le soumettre au processus d'évaluation par les pairs ? Vous voulez avoir l'assurance qu'il sera publié dans une revue appréciée ? Nous détenons la solution, certifient nombre d'agences chinoises spécialisées dans ces combines : nous avons un catalogue d'études en cours de relecture par des journaux scientifiques et il vous suffira de payer pour que votre nom soit ajouté à la liste des auteurs. Basée à Shanghai, Mara Hvistendahl a ainsi reçu une petite annonce au sujet d'une étude décrivant une stratégie pour réduire la résistance des cellules cancéreuses aux traitements : l'agence qui avait posté le message expliquait que l'on pouvait acheter la place de co-premier auteur contre 90 000 yuans (10 800 euros). Et quand l'étude en question est parue, dans le numéro de septembre de l'International Journal of Biochemistry & Cell Biologypropriété du grand groupe de publications scientifiques Elsevier, un nom est ainsi apparu, celui de Yu Wang, sans que l'autre premier auteur sache de qui il s'agissait...
Autre type de service proposé : payer un "nègre", qu'il soit étudiant ou chercheur, pour composer l'article de votre choix à partir de données complètement inventées dans le pire des cas ou bien récupérées auprès d'autres scientifiques ou bien, troisième solution, commandées à des laboratoires prêts à mener les expériences à votre place contre espèces sonnantes et trébuchantes. Se faisant passer pour des chercheurs, Mara Hvistendahl et ses collègues ont contacté 27 de ces agences commercialisant des études scientifiques réelles ou bidonnées, afin de s'enquérir des tarifs auxquels les articles pouvaient être achetés ou commandés. Seules 5 agences sur 27 ont expliqué qu'elles ne se prêtaient pas à de tels agissements. Chez les autres, les prix s'échelonnaient entre 1 600 et 26 300 dollars, soit, dans ce dernier cas, plus que le salaire annuel de certains professeurs d'université chinois.
Selon les personnes que Mara Hvistendahl a contactées, les officines en question sont un secret de Polichinelle en Chine. Elles ont pignon sur Internet où elles font de la publicité pour leurs services. Même si les tarifs sont parfois exorbitants, l'enquête de Science démontre que le jeu peut en valoir la chandelle en raison du mode de fonctionnement de la recherche chinoise. Le succès de ces agences semble résider dans le fait qu'elles apportent un soin particulier à publier les articles qu'elles commercialisent dans des revues suivies par le Thomson Reuters Science Citation Index (SCI). Cette base de données statistiques a pour fonction première d'estimer la réputation d'une revue scientifique et de calculer son fameux "facteur d'impact". Mais le SCI est aussi très souvent détourné de cet usage pour évaluer le travail et la productivité des chercheurs... Ainsi que le résume dans Science Cong Cao, spécialiste de la science chinoise à l'université de Nottingham"c'est à l'aune des articles figurant dans le SCI que l'on accorde les promotions aux chercheurs chinois". L'accent est mis sur les publications des cinq dernières années dont on est le premier auteur et peu importe si le facteur d'impact de la revue où l'on a fait paraître son travail est important ou pas. De la même manière, il faut, dans certaines universités chinoises, se prévaloir d'au moins une étude publiée, voire davantage, pour valider son doctorat. Le fameux "publie ou péris" se double d'un "publie et tu seras promu".
L'existence de ce marché noir de la science pose de très nombreuses questions, en commençant par l'évaluation de l'importance de cette fraude. Quelle est la proportion d'études achetées et/ou bidonnées dans une production scientifique chinoise en très forte augmentation ? Le nombre d'études réalisées en Chine a en effet littéralement explosé au cours des dernières années, passant de 41 417 en 2002 à 193 733 en 2012 et le pays est ainsi devenu le deuxième producteur mondial d'articles scientifiques derrière les Etats-Unis. D'autres questions se posent. Pourquoi les chercheurs qui constatent qu'un nom a été ajouté à la liste des auteurs ne le signalent-ils pas ? De quelles complicités les agences bénéficient-elles au sein des journaux scientifiques pour être sûres que les articles qu'elles commercialisent y seront publiés ? Comment sont financés les achats d'études quand les prix dépassent visiblement ce qu'un chercheur isolé est en mesure de s'offrir ? Y a-t-il complicité des laboratoires ou des universités et ponction sur leurs budgets de recherche ?
Dans l'éditorial qu'il signe dans le même numéro de ScienceWei Yang, président de la Fondation chinoise pour la science, reconnaît que le développement rapide de la recherche dans son pays au cours des dernières années ne s'est pas forcément accompagné d'un effort adéquat pour promouvoir les bonnes pratiques déontologiques. Il souligne également que les déplorables dérives commerciales que révèle l'enquête ont probablement plusieurs explications : le mauvais usage de l'indice de citation dans l'évaluation et la promotion des chercheurs figure au premier rang mais on retrouve aussi des motivations économiques étant donné que les budgets de recherche des universités chinoises reposent en partie sur l'obtention de contrats soumis à des appels d'offres. Les universités ont elles aussi intérêt à mettre en avant leur compétitivité... Wei Yang explique que, en réaction à ces mauvaises pratiques, l'accent est désormais mis sur l'éthique auprès des étudiants. Plusieurs scandales ont, ces dernières années, conduit Pékin sur la voie de la tolérance zéro, afin que la recherche chinoise ne soit pas perçue à l'étranger comme gangrenée par la corruption et la fraude scientifique.
Pierre Barthélémy (suivez-moi ici sur Twitter ou bien là sur Facebook)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Brazilian grad student researchers needed - Research in US archives

Subject: FUNDS: Brazilian grad student researchers needed
From:  "Felipe Fernandes Cruz" <ffcruz85@gmail.com>
Date:   April 11, 2013

A Brazilian governmental organization will be conducting research at a variety of US archives this coming fall. We need a team of graduate student researchers to help find, sort and digitize a large amount of documents from the US National Archives and various presidential libraries.
At the moment, we are looking to hire eight Brazilian grad students to aid in this project. While specifics of this research project are still being worked out, most of the work should be done in the fall of 2013.
While a definite amount cannot be guaranteed at the moment, as it is pending bureaucratic approval, remuneration should include the salary for an equivalent teaching appointment in a Brazilian university, plus a Capes fellowship, plus per diem. All travel and lodging expenses will be
covered.
Here are some requirements:
- Must be a Brazilian citizen
- PhD Candidate preferred (but MA students are also encouraged to apply)
- Must be able to travel in the fall 2013 (students in Atlanta, Boston, Albany NY, Abilene KS, Los Angeles, Austin TX and Washington DC could get appointments to work in their current location)
- Historians are preferred, but any candidate with good archival research experience is welcome to apply. Experience in the US national archives and presidential libraries would be a plus.
- Due to the sensitive nature of the research, researchers must sign a non disclosure agreement and agree to work within the guidelines of our data security plan.
If you are interested, please email me at ffcruz85@gmail.com - include an attached CV, a brief statement of your availability in the fall and your archival research experience (what archives, what type of documentation and for what period).
Due to the sensitive nature of the project, more details will only be furnished over a phone interview, after signing a standard non-disclosure agreement.
Best regards,
Felipe Fernandes Cruz
PhD Candidate
History Department
The University of Texas at Austin

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Referencias sobre Educacao: bases de dados (ABED)


Referatórios de objetos de aprendizagem e outros recursos educacionais
[Extraído do Fredric M. Litto, Aprendizagem a Distância (São Paulo: Imprensa Oficial, 2010)]

Links para repositórios de recursos educacionais abertos de língua portuguesa
Um “repositório” é um site que contém recursos digitais úteis para a aprendizagem formal ou não formal, com mídias como textos, imagens estáticas (mapas, gráficos, desenhos ou fotografias) ou animadas (vídeos e filmes), arquivos de som e objetos de aprendizagem. Alguns repositórios são essencialmente institucionais, para dar apoio a seus próprios cursos a distância ou presenciais; outros são multi institucionais, focalizando uma determinada área de conhecimento humano ou material de valor educativo numa determinada mídia. Um “referatório”, por outro lado, é um site na web que não faz o armazenamento dos recursos propriamente ditos, mas, sim, indica a quem tem interesse em aprender, os “metadados” (catalogação extensa) que indicam quais são os repositórios que detêm recursos sobre determinado assunto. Como tal, é um “agregador” de fontes da informação, fazendo no ciberespaço o trabalho importante feito antigamente pelo bibliotecário de referência: indicar ao aprendiz os locais mais prováveis onde encontrar a informação desejada. Em alguns casos encontramos sites que são uma mistura de repositório e referatório, outros que não separam claramente os recursos em português e os em outras línguas, e um número considerável de sites que são parcialmente ou inteiramente fechados a usuários não assinantes pagantes, individuais ou institucionais.
Na seleção dos sites para compor esta listagem não exaustiva, foram usados os seguintes critérios: acesso aberto e gratuito; recursos e navegação predominantemente em língua portuguesa; recursos de uso potencial em múltiplos níveis educativos; instituição que oferece a informação de reconhecida seriedade.

Serviço da Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED que oferece links a repositórios de material educativo.
Um repositório de objetos de aprendizagem dedicado ao ensino tecnológico por parte do SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. É parcialmente aberto para “visitantes ou aprendizes” que não fazem parte da comunidade das escolas do SENAI ou empresas conveniadas.
Repositório de objetos de aprendizagem, principalmente ligados ao ensino de física e química, originalmente criados na Escola do Futuro da USP (com o patrocínio das Fundações Vitae e Telefônica) e agora hospedado na Faculdade de Educação da USP.
O Portal de Ensino de Ciências e de Cultura Científica é uma mistura de repositório e referatório com conteúdos relacionados às ciências exatas, naturais, sociais e humanas e à tecnologia. É mantido pelo Centro de Física Computacional e Cnotinfor, entre outras entidades científicas portuguesas.
O Banco Internacional de Objetos Educacionais, projeto da SEED-MEC, tem, para download, centenas de animações, simulações, vídeos, imagens, mapas e softwares educacionais.
A Fundação Getúlio Vargas, como parte do Consórcio OCWC (OpenCourseWare Consortium), é pioneira no Brasil na oferta gratuita de quatro cursos universitários via web (cada um com duração de 15 horas): Recursos Humanos, Ética, Diversidade nas Organizações e Ciência e Tecnologia.
Através de convênio com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), o Portal Universia oferece um repositório contendo, em tradução para o português, o material de apoio ao aluno em centenas de cursos de graduação e pós-graduação daquela instituição norte-americana: planos de estudo, materiais de estudo, tarefas, exames e recursos relacionados. Há, também, conteúdos de disciplinas de tecnologia e ciências exatas, ciências sociais, humanidades e artes.
A Scielo-Scientific Electronic Library Online (Biblioteca Científica Eletrônica Online) é um referatório que abrange mais de 600 periódicos científicos brasileiros na web em todas as áreas de conhecimento.
Directory of Open Access Journals (Diretório de Revistas de Acesso Livre) é um referatório internacional, sediado na Suécia, que oferece links com 736 periódicos científicos online das mais diversas áreas de conhecimento, sendo 386 originados no Brasil e 26 em Portugal.

 Agradecimentos pela colaboração da Prof.ª Dra. Andréia Inamorato dos Santos
Para acrescentar um site que contenha recursos digitais nesta lista envie o link para abed@abed.org.br .