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sexta-feira, 19 de julho de 2013

A heranca maldita das potencias coloniais no Oriente Medio - The Economist


Fertile Croissant

Old divisions are being re-examined



DID WINSTON CHURCHILL hiccup or sneeze? Either way, the story goes, the pen in his hand slipped on the map, leaving Jordan’s eastern border sharply indented. Like many legends, this holds a kernel of truth. Many Arab frontiers reflect not natural or human boundaries but the whims and fears of the imperialists who drew them up.
As colonial secretary in 1921, Churchill might have lopped off more of Jordan, but he wanted to keep control of an air corridor to another British protectorate, Iraq, where the Royal Air Force was dropping poison gas on rebellious Arab tribes. In 1916, in the middle of the first world war, Britain and France had signed a secret pact, the notorious Sykes-Picot agreement (named after the British and the French diplomats who negotiated it), to split the Fertile Crescent between them. A northern slice, running from the Mediterranean to the Tigris river, went to France; a southern slice, from Palestine to Iraq, was bagged by Britain. Both had reason to be happy. The Catholic church had been nagging for French control of the Syrian coast, home to many Maronite Catholics, and Britain was keen to put the French between them and the Russians to the north.


Their carve-up of the Ottoman empire might have been worse. Unsure at first what to do with Palestine, they considered giving it to Belgium. Instead, Arthur Balfour, Britain’s foreign secretary, in 1917 issued a declaration promising a “national home for the Jewish people” in Palestine. Like Churchill and Sykes, Balfour quietly favoured steering Jews away from British shores. Wartime British officials also sought to please influential Zionists in America, as well as Russian Bolsheviks.
France did slice Lebanon out of Syria, aiming to create a Christian-dominated republic, and in the 1920s briefly considered giving a coastal state to the Alawites and an inland one to the Druze. France and Britain also backed the formation of a Kurdish state at the Treaty of Sèvres in 1920, but they refused to allow “their” Kurds in Iraq and Syria to join it. The idea fizzled, leaving today’s 25m Kurds as the globe’s largest people without a state. But in 1938 France donated a chunk of Syria, now known as Hatay, to Turkey. Hatay’s Turkish minority had been lobbying more effectively than the rest of the population, mostly Arabic-speaking, who wanted to remain in Syria.
Now, with Syria again fracturing into warring parts, Iraq threatening to follow suit and cracks beginning to show in Lebanon, the borders drawn up nearly a century ago are starting to look frayed. Syria’s dispersed Kurds are now meeting as refugees in the Kurdish autonomous zone in northern Iraq. The closely related Sunni Arab tribes of the Euphrates valley, sliced in two by Messrs Sykes and Picot, are uniting again, this time to face Shia oppressors. And to the west, perhaps, that stillborn Alawite state is about to rise again.

Desventuras de bilionarios: bolhas assassinas das fortunas dos muito ricos...

Bem, não creio que seja o caso de lastimar, se solidarizar, dar pêsames aos muito ricos que perdem uma parte da sua fortuna em aventuras arriscadas. Empreendedor é para isso mesmo: tentar ficar rico em aventuras de risco, que deve ser calculado. Todos eles, mesmo o mais promíscuo dos capitalistas, faz cálculos sobre quanto pode ganhar ao empatar uma parte de sua fortuna em empreendimentos desse tipo, mesmo aqueles patifes, que sabem que precisam comprar, literalmente, políticos, burocratas, intermediários e outros personagens desse submundo pouco decoroso que circula em volta do poder.
Muitos outros capitalistas, até os mais honestos, já perderam bilhões com o reverso da fortuna. Lembro aqui o caso do homem mais rico do mundo, no início dos anos 1990: um japonês do mercado imobiliário, que tinha uma fortuna várias vezes superior ao do segundo da lista, Bill Gates, da Microsoft, com apenas 5 ou 6 bilhões de dólares. Bastou a bolha imobiliária e bancária do Japão estourar, em 1992, para ele ter evaporada parte de sua fortuna, ficando atrás de Bill Gates. Este, era o homem mais rico do mundo pouco antes do estouro da bolha das dot.com, em 2000, quando sua fortuna pode ter sido reduzida à metade, mas já na casa de algumas dezenas de bilhões de dólares.
São apenas dois casos, entre muitos, e entendo que eles não foram tão promíscuos quanto os personagens referidos na matéria abaixo, ou seja, eles não saíram comprando políticos e burocratas para fazer a sua fortuna, como certos bilionários de países emergentes. Melhor assim. E melhor que os muito ricos percam sua fortuna (que na verdade é fumaça, ou seja, capitalização exagerada, na maior parte das vezes), para torná-los mais humildes (o que eles nunca serão).
Paulo Roberto de Almeida

Colapso da fortuna de Eike atinge patrimônio de André Esteves

derrocada da fortuna do empresário Eike Batista está afetando o patrimônio líquido de um colega bilionário, o banqueiro André Esteves. A riqueza de Esteves diminuiu em US$ 1,3 bilhão desde que o seu BTG Pactual se associou ao grupo EBX, em março. Os dados são do Índice de Bilionários Bloomberg. 
Leia mais em:
http://www.valor.com.br/financas/3186438/colapso-da-fortuna-de-eike-atinge-patrimonio-de-andre-esteves#ixzz2ZWuigs3X

Politica Externa e Democracia no Brasil: livro de Dawisson Lopes (Unesp)

Política externa e democracia no Brasil
Dawisson Lopes (Unesp)

Neste livro, o autor examina as relações entre democracia e política externa, tema para ele de indiscutível atualidade e importância, que, no entanto, tem escassa presença na literatura em língua portuguesa. A obra foca o Brasil após a redemocratização, em 1985, para avaliar se a política externa brasileira tornou-se mais democrática no novo contexto ou se, apesar de ter ganhado mais espaço na mídia nesse período, continuou sendo decidida exclusivamente pelo Estado.
A análise baseia-se em um resgate de perspectiva historiográfica do discurso e da prática de democratização da política exterior a partir de 1985, problematizando, no âmbito da teoria e dos conceitos, a relação entre democracia e política externa. E evoca o "republicanismo aristocrático" para tentar explicar a relutância à abertura do processo decisório sobre as questões internacionais do país - relutância que se contrapõe ao potencial da política externa para "alterar a consistência do relacionamento entre o Estado e seus cidadãos".
Para o autor, o debate faz sentido especialmente neste momento histórico em que as sociedades democráticas "internalizaram" a política internacional, em consequência da globalização. Agora, diz, essas sociedades precisam "externalizar o doméstico", e sem titubear, sob pena de perderem o passo na "acelerada marcha rumo à integração dos povos".
O livro ainda amealha diferentes pontos de vista sobre a política exterior do país desde o governo José Sarney (1985-1989),  reunindo entrevistas com os diplomatas Celso Amorim, Gelson Fonseca, Luiz Felipe Lampreia, Rubens Ricupero e Alexandre Guido Lopes Parola. Sem ser conclusivo, ele mostra que, na democracia, a política externa brasileira tornou-se menos hermética e ganhou mais interlocutores, mas permaneceu conservadora.





Ficha Técnica
Preço: R$ 52
ISBN: 978-85-393-0411-0
Assunto: Política
Idioma: Português
Páginas: 336
Edição:
Ano: 2013
Formato: 14 x 21 cm
Acabamento: Brochura com orelhas

Sobre o autor

Dawisson Belém Lopes é professor adjunto do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

SUMÁRIO

Prefácio: Embaixador Celso L. N. Amorim_XI
Agradecimentos_XVII
Relação de figuras, siglas e abreviações_XIX
Introdução_1
1 A análise da política externa brasileira em evolução_11
2 Os avanços e retrocessos nas propostas de democratização da política externa brasileira entre 1985 e 2010_31
3 Política externa e democracia: conexões in abstracto_83
4 Política externa brasileira e democracia: relacionamento difícil_141
5 Rearranjando fatores: uma hipótese (residual) para entender o Brasil_209
Conclusão – Uma nova estratégia de legitimação para a política externa brasileira?_269
Anexos_293
Referências bibliográficas_313

TEXTO DE APRESENTAÇÃO (ORELHAS)

Já se disse que, nas sociedades pós-industriais, o conflito social teria como eixo a tensão crescente provocada pela coexistência de duas tendências contraditórias: a de busca por igualdade e a de crescente burocratização – esta última caracterizada pela importância cada vez mais central assumida pelo componente técnico do conhecimento.

            No Brasil atual, ameaçado de desindustrialização, mais do que passível de ser classificado como uma sociedade pós-industrial, talvez em nenhum outro campo das políticas públicas a cargo do governo federal tal tensão tenha tanta visibilidade, pelo menos nos meios acadêmicos, como na política externa. Nessa seara, os dois principais partidos políticos advogam projetos distintos de inserção internacional para o país. A corporação diplomática, diante da crescente politização da política exterior, por vezes trai a sua aparência monolítica, revelando profundas clivagens intracorporativas. As decisões tomadas no plano internacional produzem impactos redistributivos domésticos de intensidade inaudita e o tema ganha as manchetes da grande mídia.

            Inúmeros e diversificados fatores convergiram, no último quarto de século, para reforçar a necessidade de tratamento da política externa brasileira como uma política pública, e não mais como seara exclusiva e monopólio de nossos diplomatas. No plano analítico, tal processo de desencapsulamento da nossa política exterior ganha, neste livro de Dawisson Lopes, o seu tratamento mais sistemático. Esta obra é dedicada ao questionamento da possibilidade de compatibilização entre política externa e democracia e à interpretação deste encontro conflitivo no Brasil da Nova República. Tais objetivos inevitavelmente implicam colocar em discussão a trajetória e as tendências ao insulamento por parte do Itamaraty. Nessa empreitada, o leitor é brindado com uma mescla de erudição e ousadia analítica, em uma tessitura argumentativa original e provocativa, que alia o método histórico ao comparativo, questionando o cânone e ao mesmo tempo retirando dele novas e promissoras chaves interpretativas, como a hipótese do “republicanismo aristocrático mitigado”.

            Se a tensão entre expertise e democracia (ou entre eficiência e representatividade) talvez possa ser pensada como constitutiva da produção da política externa em regimes poliárquicos como o brasileiro, esta importante contribuição de Dawisson Lopes está fadada a se tornar referência inescapável no debate acerca das gramáticas políticas das relações exteriores do país.

 Carlos Aurélio Pimenta de Faria

Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da PUC Minas.

RECOMENDAÇÕES

“Com lastro empírico e solidez analítica, este livro traça um amplo panorama histórico e teórico do sistema de formulação da política externa brasileira. O autor procura construir uma solução dialética entre os conceitos de democracia e de república em nossa história diplomática. Trata-se de uma contribuição valiosa para um debate ainda incipiente no país.”

Celso Amorim 

“Quais os limites e as possibilidades da democratização da política externa brasileira? Para respondê-lo, o autor percorre narrativas próprias da história, da teoria social, da análise institucional, da cultura política e do desenvolvimento da política externa. O viés aristocrático é apontado como um dos principais empecilhos à maior porosidade da diplomacia brasileira aos insumos da sociedade civil.”

Maria Regina Soares de Lima

O futuro incerto dos biocombustíveis no país - Adriano Pires



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Brasil foi ultrapassado pelos EUA na liderança do setor (Fonte: Reprodução/Veja)

COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS

O futuro incerto dos biocombustíveis no país

A falta de políticas públicas capazes de garantir a previsibilidade inibe os investimentos e o crescimento da produtividade

por Adriano Pires
Desde a crise do petróleo nos anos 70 e do início da conscientização dos efeitos perversos da emissão de gases poluentes, o mundo tem se voltado para o desenvolvimento de combustíveis limpos e renováveis.
Segundo a Agência Internacional de Energia a demanda global por biocombustíveis deve triplicar de 2010 a 2035, aumentando de 1,3 milhão para 4,5 milhões de barris de petróleo equivalente por dia (bep/d), crescimento de 5,1% ao ano.


Esse crescimento é sustentado pelos mandatos de mistura e o etanol continua a ser o biocombustível dominante.
No período de 2010-2035, os EUA permanecem como maior mercado de biocombustíveis, com a demanda crescendo de 0,6 para 1,7 milhão de bep/d em 2035. A participação dos biocombustíveis na matriz de transporte americana crescerá de 5% para 19% no período.
Esse aumento é impulsionado pelo Renewable Fuel Standard que obriga a mistura crescente de biocombustíveis em combustíveis utilizados no transporte, até atingir 136 bilhões de litros, em 2022. Em junho de 2012, a Agência Ambiental Americana (EPA) aprovou o aumento de 10% para 15% de etanol na mistura de gasolina.
Num primeiro momento, o Brasil parecia ocupar posição privilegiada na corrida pelos biocombustíveis, dadas as suas condições propícias ao plantio de matéria-prima para a produção de etanol e biodiesel. No entanto, após a descoberta do pré-sal, o governo parece ter feito uma clara opção pelo combustível fóssil.
Enquanto o consumo de gasolina cresceu 62,3% de 2007 até o final de 2012, o de etanol elevou-se apenas 5,2%. Este desempenho é ainda mais estranho quando se considera o aumento da frota de veículos flexfuel, que representou mais de 90% das vendas de automóveis leves desde 2007.
É inexplicável o fato da gasolina e do diesel terem ficado isentos do pagamento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). Só com a gasolina o governo deixou de arrecadar R$ 22 bilhões desde 2008. Essa desoneração provocou perda de competitividade, redução de investimentos no setor, sem falar na parcela que era destinada às prefeituras.
Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da U.S. Energy Information Administration (EIA), nos últimos cinco anos, a produção de etanol de cana no Brasil cresceu 29%, enquanto nos EUA, o salto foi de 185% no etanol de milho. Em 2000, as usinas americanas fabricavam apenas 57% do volume das usinas brasileiras. Em 2011, a produção de etanol norte-americana representou mais que o dobro da brasileira, 230%.
Com o baixo crescimento da produção, o Brasil foi ultrapassado pelos EUA na liderança do setor. Qual a receita do sucesso americano? Previsibilidade. Até 2022, o governo norte-americano se comprometeu, por lei, a comprar 136 bilhões de litros de etanol, a US$ 1,07, reajustado anualmente.
Para o Brasil voltar a liderar o mercado dos biocombustíveis é fundamental o crescimento da produtividade, que infelizmente está sendo prejudicada pela a adoção da política do stop-and-go. As idas e vindas do governo geram custos para a indústria, que deixam de melhorar a tecnologia.
Portanto, se o crescimento do mercado dos biocombustíveis tivesse sido contínuo, estaríamos em outro patamar de produtividade. O governo parece não se dar conta de que a falta de políticas públicas capazes de garantir a previsibilidade inibe os investimentos e o crescimento da produtividade. O que falta é um marco regulatório estável, baseado na política da previsibilidade.

Universal English: a maldicao da lingua franca (para os native speakers) - The Globalist

Pois é, estudantes, acadêmicos e simples cidadãos americanos, ou de língua inglesa, acostumaram-se demasiadamente com as delícias de ter uma língua falada em quase todas as partes do mundo, a língua da globalização, do cinema, das ciências e, crescentemente até, da literatura.
Mas, sendo anglo-parlantes, unicamente, os native speakers estão perdendo a oportunidade de penetrar na cultura de outros povos, e para os acadêmicos, a consulta a documentos originais (embora todos os cursos universitários sérios nos EUA insistam na proficiência linguística, mesmo de línguas totalmente exóticas).
Este artigo chama a atenção para as delícias do multilinguismo.
Paulo Roberto de Almeida

Globalist Perspective > Global EducationPrisoners of English 
By George Haynal | Sunday, July 14, 2013
 
In a globalized world where English is the dominant language of commerce and diplomacy, it's tempting for native English speakers to take the easy route. But not learning other languages comes at a great cost, explains George Haynal. Fluency in other languages opens a critical window into other cultures and mindsets that would otherwise remain closed.

he lingua franca of globalization is English. Being indispensable, it is eagerly embraced by anyone with aspirations to participate in the global economy and society.
On the face of things, native English speakers should revel in the universality of their language.
There are an estimated 375 million native English language speakers in the world.

The same number speaks it as a second language, more or less frequently and an additional 750 million have enough knowledge to use it in a limited way.

These are impressive numbers, accounting for only a bit less than one fifth of the world's population.

But they are not so big when you consider that those seven billion people speak 6,000 other languages, with Mandarin — not English — accounting for the largest number.

And all those languages constitute the living tissue of as many cultures, with all their own practices, relationships, institutions and historical memory.

On the face of things, native English speakers should revel in the universality of their language. The world is speaking with us in our own idiom, giving us the comparative advantage of not having to learn any others.

But common sense and experience show otherwise. English is simply a transactional tool for elites from many different cultures.

English is simply a transactional tool for elites from many different cultures.
In contrast, what English does for unilingual Anglophones is to blind them to diversity in an interconnected world of contending cultures.

Speaking only English is not a privilege, but a handicap, a hobbling of our senses. It is also dangerous.

Without speaking their languages, we cannot understand other people's historical experience, their values, including religious values, and their relationships. This is bound to be a great handicap in our dealings with them.

North American business suffers from this handicap. With few exceptions, its leaders (unlike their typical European counterparts) do not routinely speak a language other than their own.

This might not have been an enormous handicap when the world economy was largely concentrated in the North Atlantic region. But those days are over. The weight of the world economy is shifting.

The new heavyweights speak non-European languages and share in cultures far removed from our own experience.

These cultures are linguistically inaccessible to North American business leaders (and, despite their multiple European languages, most European ones).

English blinds unilingual Anglophones to diversity in a world of contending cultures.
As a result, they are forced to rely on "local staff" or outside advisors to provide them a view into the outside world.

They remain at a permanent disadvantage vis-à-vis their counterparts from these new powers, including in commercial negotiations with them.

The latter not only have a solid command of English, and hence a direct insight into our world, but their own world is hidden for "unilinguals" behind an inaccessible language.

It's hard to make multilingualism a criterion for CEO selection.

But it is not hard, over time, to develop a cadre of senior managers and future CEOs who do speak languages and have intensive understanding of foreign, especially non-North Atlantic environments.

Business elites aside, North American higher education suffers more than it should from linguistic myopia. Most university students rely for their research on books, articles and data that originate in or have been translated into English.

The world view of our populations in the US, Canada and UK — and hence our politics — are also distorted by the unilingualism of our media.

We rely on interpreters, translators or on English-language versions of other countries' media to shape our view of the outside world.

Perhaps most serious of all, our political decision makers are also linguistic prisoners, handicapped in managing a complex global environment by being obliged to see it through the filter of one language.

North American political and business leaders don't routinely speak a language other than their own.
What can be done to compensate for the isolating effect of our globally dominant language?

Multilingualism is treated as indispensible in small, linguistically remote European societies, including the Netherlands and Scandinavia.

The same is true as well among elites in large, linguistically diverse countries like India.

Millions of Chinese are also busy learning English and other languages.

Why should this not be the case in our societies? Why should we be trapped in English?

Spanish is already the second language of the United States. Yet it has no official status and it is not a compulsory part of the curriculum on a national level.

In Canada, the situation is even more ironic. French is one of our two official languages, yet FSL (French as a Second Language) is a privilege rather than an obligation or even a right in most of the English speaking parts of the country.

The case of officially French-language Quebec presents a paradox. Given the limited reach of French in the global environment, virtually all senior business people, academics and others active beyond the province's borders are at least bilingual.

Other languages, including Chinese, are even less available in U.S. and Canadian school systems, leaving it to the enlightened and the affluent to provide it to their children.

Business elites aside, North American higher education suffers from linguistic myopia too.
The public school systems cannot meet the challenge of linguistic myopia by themselves, of course and they won't try unless public demand obliges them.

Universities could play a critical role by insisting on functional competence in at least one foreign language as a condition of graduation.

Or they could oblige those seeking advanced degrees to have lived, worked or studied in a linguistically distinct environment for at least a year.

As with all large social challenges, the only adequate answer to our linguistic handicap will be cultural change — in our case, the acceptance of cultural humility.
Not everyone who speaks English really "speaks our language." It's a big messy world and it's not all ours. We have to make an effort to meet it, in its many manifestations, on its own terms.

Gas, uma energia revolucionaria, mas nao exatamente para o Brasil - Adriano Pires, Marcio Balthazar

O preço do gás natural no Brasil


O Estado de S.Paulo, 17 de julho de 2013

ADRIANO PIRES E MARCIO BALTHAZAR *
Nos últimos dez anos, o mercado mundial de gás natural passou por uma série de mudanças, como o desenvolvimento da produção do gás não convencional nos EUA e o aumento do comércio internacional de gás natural liquefeito. Essas mudanças transformaram a dinâmica mundial do mercado de gás natural. Uma revolução impensável há 20 anos que viabilizou a oferta de gás a partir de formações de shale no miolo do sistema de transporte e do denso mercado de gás natural americano e fez com que os preços do gás despencassem de cerca de US$ 11/MMBTU, em meados de 2008, para algo em torno de US$ 4/MMBTU, em 2013, e abandonassem qualquer correlação com os preços do petróleo.

O alerta geral no Brasil veio na forma do questionamento do nível de preços do gás natural. E imediatamente se assumiu, convenientemente, um cenário de abundância do produto. Mas será de fato abundante? Talvez. Aos preços nos níveis do mercado americano atuais, muito improvável.

Há de observar que, apesar de reunir condições únicas no mundo em termos de recursos de produção e regulatórios para realização do fracking, mesmo nos EUA os produtores de gás natural não associado a partir de shale lidam com baixas remunerações aos investimentos. Assim, se, no início, a questão ambiental dominava as discussões sobre o uso do fracking na produção, atualmente está mais centrada nas possibilidades de viabilização econômica desse tipo de empreendimento, nos EUA e em outras partes do mundo.

No Brasil, o preço do gás se mantém elevado e se tornou um ingrediente a mais a limitar a competitividade da indústria. Segmentos industriais que dependem do gás natural lidam com dificuldade para manter suas atividades e reclamam políticas específicas e preços diferenciados. Outros segmentos, que poderiam usar o gás natural, fazem a opção por fontes alternativas com relação de preços mais favorável.

Duas questões são colocadas: o preço do gás natural no Brasil está caro? Ou seria a instabilidade na relação de preços de combustíveis a causa prima de quebra de expectativas entre consumidores industriais?

É notável constatar que, ao longo do tempo, preços de derivados e gás natural deixaram de guardar uma referência estável de substituição e eficiência energética para flutuar à conveniência da política econômica de ocasião e ceder às pressões de lobbies de categorias industriais em defesa de seu segmento.

Já no que toca à política de preços para o gás natural, a Petrobrás manteve para o gás boliviano a metodologia de reajuste atrelada a uma cesta de óleos e ao câmbio, uma postura que amplia a distorção no mercado brasileiro de gás no que se refere à política de preços em relação aos demais combustíveis.

Adicionalmente, ainda há que considerar a distorção estabelecida pela coexistência de formas distintas de precificação: uma para o gás de origem nacional e outra para o gás boliviano. Quase 15 anos depois do início de operações do gasoduto Bolívia-Brasil e com a capacidade plenamente ocupada, não haveria atualmente uma razão objetiva para uma distinção de preços entre o gás natural de origem doméstica e o importado. Seria o equivalente a definir duas classes de consumidor para o mesmo produto. Os consumidores da Região Sul e os de São Paulo são penalizados duplamente pela imprevisibilidade cambial aplicada ao gás boliviano e pela diferença absoluta em relação aos preços do produto nacional. E São Paulo é o maior Estado consumidor, representando 29% do mercado.

Atualmente, o mercado de gás natural no Brasil, não bastassem as questões apontadas referentes à competição e o desarranjo de preços relativos citados acima, se encontra imerso em suas próprias idiossincrasias, marcado pela imaturidade regulatória que impõe barreiras de acesso e inibe a expansão da infraestrutura e do mercado. É hora de parar e repensar, em especial, uma nova política de preços para o gás natural. 
* ADRIANO PIRES É DIRETOR DO CBIE.
* MARCIO BALTHAZAR É SÓCIO DA NATGAS ECONOMICS.

Frank D. McCann: Soldados da Patria: o papel politico do Exercito na historia do Brasil

Uma resenha antiga de um livro já traduzido e publicado no Brasil sobre a construção institucional do moderno Estado brasileiro pela única força organizada do país durante décadas a fio, até a reconstrução do Estado burocrático que eles mesmos conduziram depois de 1964: os soldados da pátria sempre foram nacionalistas e tecnocráticos, e Frank McCann conhece bem a sua história.

Soldiers of the Patria: A History of the Brazilian Army, 1889-1937 (review)
From: The Journal of Military History
Volume 69, Number 1, January 2005
pp. 257-258 | 10.1353/jmh.2005.0016
In lieu of an abstract, here is a brief excerpt of the content:
The Journal of Military History 69.1 (2005) 257-258
Soldiers of the Pátria: A History of the Brazilian Army, 1889-1937. By Frank D. McCann. Stanford, Calif.: Stanford University Press, 2004. ISBN 0-8047-3222-1. Maps. Tables. Notes. Select bibliography. Index. Pp. xxvi, 593. $75.00.

Veteran Brazilianist Frank McCann seeks to present a solid historical foundation for understanding the military's role in Brazil's national development by explaining how it defended its institutional identity between 1889 and 1937. During this period, Brazil experimented with a decentralized republic after having deposed the monarchy and then imposed, in 1937, a short-lived civilian-led dictatorship. The military, and especially the Army, played a crucial role in these and most other critical political events throughout the period. McCann's extensive archival research and review of the growing volume of secondary literature leads him to conclude that the military's defense of national unity—the concept of "Pátria" or "motherland"—earns it the distinction of being the only truly national institution during this period.
McCann supports this argument by recounting in detail how the Army matured institutionally while honoring its commitment to Brazilian unity. It dutifully responded to a series of armed challenges to the agrarian-oriented regional elites whose effectiveness in governing decreased progressively in the face of growing urbanism and industrialism. With officers largely from the urban middle or lower middle classes, and soldiers and sailors often impressed off the street, the military struggled to assert the central government's authority in Brazil's vast hinterland. Although eventually victorious, its disastrous battlefield experiences—the product of poor leadership, inadequate planning, and, especially, logistical deficiencies—and then contact with German and French military experts engendered a spirit of reform. This generated core institutional values and a desire for national industrial self-sufficiency. By 1937, the Army's institutional strength made it the nation's foremost national political broker, supporting the onset of Getúlio Vargas's dictatorship in exchange for his commitments to the military's short-term rearmament and the nation's long-term industrialization.
Along the way, McCann's account also serves as a traditional institutional history imbued with personal histories of prominent officers and of institutional tensions produced by pressures for reform from both within and outside of Brazil. He delivers detailed accounts of the critical battles of Canudos, the War of the Contestado, and the 1922 uprising at Copacabana, as well as of minor uprisings that attested to the proclivity of troops at all levels to engage in political activism. He shows how the military struggled to improve its education, training, and armament even while hamstrung by a tradition of lax discipline and an unworkable conscription system.
This work deserves serious consideration by military historians and scholars of Brazil and civil-military relations in Latin America. McCann contributes to the debate on the Brazilian state's development by arguing that only in the 1930s did the military's institutional development endow it with the capabilities to perform a "moderating role" in society, and not earlier. McCann also disputes the argument that only after the 1964 coup did the military shift its focus from external threats to internal development. The post-1964 military professionally defended its institutional interests just as it had done during the period of McCann's study. Finally, he implies that the burdens of military government and then the adoption of the Constitution of 1988 have forced the military to redefine its role—finally relegating to society as a whole its role of defending the Pátria.

Richard Downes

Downes Technology Consulting
Miami, Florida

China: the Great Crash - Paul Krugman

Paul Krugman by Fred R. Conrad/The New York Times
OP-ED COLUMNIST

Hitting China’s Wall



Yet the signs are now unmistakable: China is in big trouble. We’re not talking about some minor setback along the way, but something more fundamental. The country’s whole way of doing business, the economic system that has driven three decades of incredible growth, has reached its limits. You could say that the Chinese model is about to hit its Great Wall, and the only question now is just how bad the crash will be.
Start with the data, unreliable as they may be. What immediately jumps out at you when you compare China with almost any other economy, aside from its rapid growth, is the lopsided balance between consumption and investment. All successful economies devote part of their current income to investment rather than consumption, so as to expand their future ability to consume. China, however, seems to invest only to expand its future ability to invest even more. America, admittedly on the high side,devotes 70 percent of its gross domestic product to consumption; for China, the number is only half that high, while almost half of G.D.P. is invested.
How is that even possible? What keeps consumption so low, and how have the Chinese been able to invest so much without (until now) running into sharply diminishing returns? The answers are the subject of intense controversy. The story that makes the most sense to me, however, rests on an old insight by the economist W. Arthur Lewis, who argued that countries in the early stages of economic development typically have a small modern sector alongside a large traditional sector containing huge amounts of “surplus labor” — underemployed peasants making at best a marginal contribution to overall economic output.
The existence of this surplus labor, in turn, has two effects. First, for a while such countries can invest heavily in new factories, construction, and so on without running into diminishing returns, because they can keep drawing in new labor from the countryside. Second, competition from this reserve army of surplus labor keeps wages low even as the economy grows richer. Indeed, the main thing holding down Chinese consumption seems to be that Chinese families never see much of the income being generated by the country’s economic growth. Some of that income flows to a politically connected elite; but much of it simply stays bottled up in businesses, many of them state-owned enterprises.
It’s all very peculiar by our standards, but it worked for several decades. Now, however, China has hit the “Lewis point” — to put it crudely, it’s running out of surplus peasants.
That should be a good thing. Wages are rising; finally, ordinary Chinese are starting to share in the fruits of growth. But it also means that the Chinese economy is suddenly faced with the need for drastic “rebalancing” — the jargon phrase of the moment. Investment is now running into sharply diminishing returns and is going to drop drastically no matter what the government does; consumer spending must rise dramatically to take its place. The question is whether this can happen fast enough to avoid a nasty slump.
And the answer, increasingly, seems to be no. The need for rebalancing has been obvious for years, but China just kept putting off the necessary changes, instead boosting the economy by keeping the currency undervalued and flooding it with cheap credit. (Since someone is going to raise this issue: no, this bears very little resemblance to the Federal Reserve’s policies here.) These measures postponed the day of reckoning, but also ensured that this day would be even harder when it finally came. And now it has arrived.
How big a deal is this for the rest of us? At market values — which is what matters for the global outlook — China’s economy is still only modestly bigger than Japan’s; it’s around half the size of either the U.S. or the European Union. So it’s big but not huge, and, in ordinary times, the world could probably take China’s troubles in stride.
Unfortunately, these aren’t ordinary times: China is hitting its Lewis point at the same time that Western economies are going through their “Minsky moment,” the point when overextended private borrowers all try to pull back at the same time, and in so doing provoke a general slump. China’s new woes are the last thing the rest of us needed.
No doubt many readers are feeling some intellectual whiplash. Just the other day we were afraid of the Chinese. Now we’re afraid for them. But our situation has not improved.

A version of this op-ed appeared in print on July 19, 2013, on page A25 of the New York edition with the headline: Hitting China’s Wall.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

As vantagens do voto distrital - Roberto Macedo

ROBERTO MACEDO
O Estado de S.Paulo, 18/07/2013

Há tempos defendo o voto distrital para eleger esses parlamentares. É de longe muito melhor que o sistema usado no Brasil para eleger os tais “representantes” do povo. O difícil é aprová-lo, pois a decisão legal cabe a eleitos pelo sistema atual que temem pôr reeleições em risco.

A pressão, portanto, deve vir de fora para dentro do Congresso Nacional. Na sequência das manifestações de rua, o momento é oportuno para pautar o voto distrital nas discussões sobre a reforma política. Li várias análises desses movimentos e ressaltam que o cidadão carece de representatividade política. Ora, essa é a essência do voto distrital. Ele aproxima o eleitor dos candidatos e do eleito, que passa a representar todo o distrito e a ter de prestar conta do que faz, sem o que sua reeleição fica comprometida. E mais: o eleito também atua por aqueles que não o sufragaram.
Hoje o contato entre o eleitor e “seu” vereador ou deputado lembra um cometa que passa a cada quatro anos. Após a eleição muitos se esquecem do distante candidato em que votaram. No mesmo dia os eleitos se despedem para voltar quatro anos depois à cata de votos. E os que votaram em perdedores ficam ainda mais órfãos da representatividade.
Quanto aos eleitos, também como cometas desaparecem na escuridão em que exercem seus mandatos. Pergunto ao leitor: quem é o seu vereador ou deputado? Quando recorreu a ele? O que ele fez ou faz e quando prestou contas do seu trabalho?
Hoje o “representante” fica distante do “representado” e, dessa maneira, sem amarras para o que der e vier. Ou mesmo para quem vier e der. E soltos tanto no que não fazem como no que fazem. Ou aprontam. Há exceções, mas cada vez mais excepcionais.
Há outras vantagens do distrital. Elimina o que chamo de efeito Enéas-Tiririca, em que candidatos muito bem votados arrastam, com o voto na legenda, outros mal sufragados, ou mesmo indesejáveis. Aliás, puxadores de votos como esses nem mesmo seriam eleitos em distritos, pois o foram com votos minoritários em cada localidade, mas somados por todo o estado. No distrital as campanhas individuais não seriam tão caras, pois estados e municípios seriam divididos em distritos. Na eleição de deputados federais, por exemplo, o estado de São Paulo teria 70 distritos, número que lhe cabe na Câmara. E na dimensão de um distrito seria menos difícil apurar irregularidades eleitorais, como o caixa 2 e a distribuição de cestas básicas em troca de votos.
Com o distrital também seria maior o número de eleitos que lutariam por reivindicações de seus eleitores, e não pelas de corporações e de outros interesses que atuam no espaço maior das eleições atuais. E em Brasília seria fortalecido o lobby distrital para obter mais recursos tributários para cidades e regiões, hoje excessivamente concentrados na União. Mais perto dos cidadãos carentes de serviços públicos, falta aos estados e, principalmente, aos municípios uma representação mais efetiva no Congresso. A relutância da presidente Dilma Rousseff em dar às cidades parcela maior dos impostos foi um dos motivos das vaias que levou ao falar recentemente a prefeitos de todo o país reunidos em Brasília.
O distrital também limitaria o número de candidatos a um por partido, e a uma meia dúzia de viáveis, se tanto. Isso ao contrário do sistema atual, em que o eleitor escolhe um entre uma multidão de candidatos sobre os quais não dispõe de maiores informações, não sendo assim possível confrontá-los uns com os outros no embate eleitoral. Na eleição de 2010 havia 1.169 candidatos paulistas à Câmara dos Deputados. Como escolher um entre tantos?
Nesse contexto, ao optar por um candidato, pode-se eleger outro, até um indesejável da mesma legenda. Ademais, sem vínculo com os cidadãos do espaço bem mais limitado de um distrito, vale repetir que é comum um eleito pelo sistema atual privilegiar a representação de quem votou nele em todo o estado ou município, como uma categoria profissional ou um grupo econômico.
Há parlamentares que se elegem com votação concentrada regionalmente em seus estados ou municípios, o que lhes dá um traço de distritais. Mas se aceitarem um cargo no Executivo, que sobre eles exerce atração irresistível, seus lugares de origem perdem seu eleito, pois em geral o suplente tem outra origem geográfica. No distrital o substituto viria do próprio distrito.
Não tenho espaço nem assegurada a paciência do leitor para seguir com as vantagens do voto distrital. Ele não é uma panaceia, mas sofre de menos males que o sistema atual. Por serem tantas as suas vantagens, em particular a de permitir ao eleitor, no jogo da representação, a marcação dos candidatos e do eleito, estou convencido de que, se adequadamente difundidas, ganhariam suporte popular, até mesmo manifestações de rua e apoio nas redes sociais.
Mas sei também o quanto é difícil difundir a ideia a ponto de convencer uma maioria capaz de levar o Congresso a aprová-la. Assim, não se pode sair por aí defendendo o voto distrital apenas com referência a esse nome. É preciso transmitir seu significado de forma clara. E na arte da comunicação é útil a associação de uma novidade a algo já bem conhecido e incorporado à vida das pessoas a quem a mensagem é levada.
É por isto que recorro a mensagens como a do título deste artigo. Insisto: é preciso difundir o voto distrital como eleição direta de vereadores e deputados. O distrito é apenas o espaço ou o campo da disputa. O brasileiro sabe o que é eleição direta e tem pendor por ela.
Aliás, há 30 anos nascia o movimento Diretas-Já. Ele teve papel importante na redemocratização do País. Mas a eleição de vereadores e deputados carece de efetiva democratização.

Diretas neles. E já. É o caminho a seguir.

Juro que eu so queria entender..., continuo querendo...

Quem entender me diga:


“O nordestino, já dizia um grande escritor brasileiro, é, antes de tudo, um forte. O cearense é, antes de tudo, um forte. O brasileiro é, antes de tudo, um forte. E nós sabemos que se tem países que vencem o inverno mais rigoroso, porque a cada ano ele se repete e mata tudo e todos, não tem alimentação, não tem produção, mas eles têm formas de conservar a produção.”


“Se a gente for olhar essas manifestações de junho, nós vamos ver que elas foram feitas por quê? Por que elas foram feitas? Por causa do seguinte: uma característica do ser humano nos distingue e nos transforma em capazes de fazer, de sair da idade do bronze e colocar um voo na lua. Qual é essa característica? É querer mais, é cada vez querer mais, como aquele pessoal que você tentava e tentava.”

Esses paisecos desimportantes do Pacifico nao estao com nada - MAGarcia

Quem eles pensam que são: eles só tem 2 trilhões de dólares de PIB, ao passo que nós temos 3 trilhões, o que faz uma bruta diferença. E eles pensam que vão assustar a gente com seu livre comércio de mentirinha?
O Mercosul vai ensinar com quantos paus se faz uma jangada...
PRA

Aliança do Pacífico não tem relevância econômica, diz Marco Aurélio Garcia

Assessor para assuntos internacionais de Lula e Dilma argumentou que novo bloco regional somente teve efeito publicitário
O assessor especial da presidente Dilma Rousseff para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, minimizou nesta terça-feira (16/07) a criação da Aliança do Pacífico e afirmou que o bloco formado por México, Chile, Peru e Colômbia “não tem relevância econômica e não representa concorrência ao Mercosul”.
Análise: Aliança do factóide

“A Aliança do Pacífico não deve tirar o nosso sono de maneira nenhuma. O PIB regional que ela envolve é muito menor que o do Mercosul [US$ 2 trilhões contra US$ 3,3 trilhões]. O bloco não me parece ser formado por países com dinamismo econômico e surgiu de um sistema de reduções tarifárias existente há muito tempo. A Aliança do Pacífico teve efeito publicitário muito forte, mas contribui muito pouco, a não ser para aqueles que já se sentem convencidos por ela antes mesmo da criação”, argumentou.

Na segunda mesa de debates de hoje da conferência “2003-2013: uma nova política externa”, no campus São Bernardo da Universidade Federal do ABC, Garcia disse que a América do Sul vive “o fim de um primeiro ciclo de integração”. “Há vários itens inconclusos nesta etapa, mas os objetivos gerais foram atingidos por conjunção de governos progressistas, com a adesão de lideranças de outros matizes em órgãos como a Unasul [União das Nações Sul-Americanas].”

“Sem a Unasul poderíamos ter tido guerra civil na Bolívia e um grave conflito entre Equador, Colômbia e Venezuela [em 2008]. Também não teríamos respondido a altura à violação constitucional no Paraguai e ao escandaloso processo de interdição do avião de Evo Morales. E, dessa forma, sem a Unasul, renunciaríamos a algo que não é suficiente, mas é fundamental, que é o sentido de soberania nacional dos países que integram região.”
(...)
A professora Maria Regina Soares de Lima, por sua vez, discutiu as rupturas e as continuidades da diplomacia brasileira no que se refere aos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “A prioridade à política sul-americana é uma das inovações do governo Lula. Apesar de FHC ter organizado as primeiras cúpulas entre chefes de Estado do continente, são concepções distintas sobre a região”, afirmou.

Soares de Lima também elogiou o tratamento dado pelo governo brasileiro aos seus vizinhos desde 2003. “O Brasil sempre reivindicou tratamento diferente nos fóruns norte-sul, mas nunca reconhecia assimetria na região. Com Lula, passou-se a construir a ideia de poder sul-americano, vinculando a prosperidade brasileira e a da região.”

Midia leva a culpa por falta de autonomia da politica externa (acredite se quiser...)

Eu já tinha ouvido várias explicações sobre a natureza da atual política externa. Esta é, sem dúvida alguma, uma das mais originais. Seu autor deve ter muita imaginação, ou falta total...
Paulo Roberto de Almeida

Concentração de mídia dificulta diplomacia autônoma, diz assessor de Dilma

Guilherme de Aguiar Patriota afirmou que grandes veículos brasileiros são "nostálgicos" da Alca e críticos do Mercosul
Opera Mundi, 18/07/2013
Um dos assessores da presidente Dilma Rousseff para assuntos internacionais, o embaixador Guilherme de Aguiar Patriota lamentou nesta quarta-feira (17/07) que a legislação brasileira ainda permita a propriedade cruzada nos meios de comunicação. No penúltimo dia de debates da conferência “2003-2010: Uma nova política externa”, na Universidade Federal do ABC, Patriota argumentou que a concentração dos grandes veículos da imprensa nas mãos de poucos grupos dificulta a implementação de uma diplomacia autônoma em relação aos Estados Unidos.
Vitor Sion/Opera Mundi
“A imprensa é um ator importante na formulação da nossa política externa, pois a opinião pública é formada basicamente por grandes jornais e canais de televisão. E aqui ainda é permitida a propriedade cruzada dos meios. Então é muito difícil executar uma diplomacia contra a grande imprensa, pois eles vão criticar o governo de maneira muito contundente, não vão economizar recursos para isso”, afirmou o embaixador.
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Patriota, que é irmão do chanceler Antonio Patriota, classificou o posicionamento da mídia nacional como defensor de um aprofundamento da relação bilateral com os Estados Unidos, crítico do Mercosul e nostálgico da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), iniciativa dos EUA rechaçada pelos países latino-americanos. “Esse cenário poderá ser quebrado com a internet. Espero que o meio digital não tenha concentração como a grande mídia. O governo deve ficar atento para que isso não ocorra”, argumentou.
O tema da democratização dos meios de comunicação já havia aparecido no seminário da UFABC nesta terça-feira. Na ocasião, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, um dos principais formuladores da política externa do governo Lula (2002-2010), considerou que uma mudança nessa área é “essencial”.
“O primeiro passo seria dividir melhor a verba de propaganda do governo, que hoje é distribuída pelo critério de audiência, dando prioridade aos grandes oligopólios. Uma ideia seria tentar analisar a qualidade da informação e criar uma cota máxima para cada veículo, como nos EUA, mas é muito difícil que um projeto desse passe pelo Congresso”, lamentou.
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Pinheiro Guimarães também lembrou que os Estados que tentaram democratizar a imprensa na América Latina, como Argentina e Venezuela, têm sofrido “intensa campanha contrária na mídia brasileira”. A conferência “2003-2010: Uma nova política externa” termina hoje, em São Bernardo do Campo, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Brasil muda estratégia por vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU

Diplomacia de Dilma deixa de falar sobre o assunto para não ter que fazer concessões a países aliados por votos futuros
A busca por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, um dos principais objetivos da política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2002-2010), ganhou nova estratégia com a presidente Dilma Rousseff. Desde 2011, o Brasil passou a atuar mais nos bastidores e a se pronunciar menos sobre o assunto.

“A vaga permanente segue sendo um de nossos pleitos prioritários, mas o assunto não é  tratado no dia a dia, mas sim de forma subterrânea. Se você deixa como prioridade publicamente, vira objeto de chantagem e tem que fazer concessões constantes”, argumentou Guilherme de Aguiar Patriota, assessor de Dilma para assuntos internacionais.
Para o embaixador, irmão do chanceler Antonio Patriota, a reforma do Conselho de Segurança da ONU “vai ocorrer por si só, de maneira espontânea”.

Como parte da nova estratégia, a professora Monica Hirst, que também participou da conferência “2003-2010: Uma nova política externa”, da Universidade Federal do ABC, avalia que o governo Dilma tem aproveitado os últimos três anos “para avançar em outras áreas, como as operações de paz no Haiti e no Congo, o que vai dando força e angariando votos para a candidatura brasileira”.

“É um processo de aprendizado, mas, inegavelmente, a aspiração na época de Lula elevou o status do Brasil de maneira importante, deu maior visibilidade à nossa agenda global”, analisa a titular do Departamento de Economia e Administração da Universidade Nacional de Quilmes (Argentina).

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O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, por sua vez, chegou a dizer que o Brasil tinha deixado a busca por uma vaga permanente no CS da ONU “à margem, devido a posições contraditórias”. O ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (2009-2010) e secretário-geral do Itamaraty (2003-2009) também comentou com Opera Mundi o tema da espionagem dos EUA, o que não considerou “uma novidade, pois é realizada em alguma medida por satélite desde 1948”.