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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Relacoes internacionais e politica externa do Brasil: trabalhos Paulo R Almeida

Creio que já informei isto aqui. Mas acabo de atualizar e corrigir esta lista:
(Para download de arquivo em pdf, com os links linkados, se me permitem a redundância, cliquem aqui.)

PAULO ROBERTO DE ALMEIDA
Uma seleção de trabalhos sobre política externa e diplomacia brasileira

(Atualizado em 5 de junho de 2011)

Ordem cronológica inversa: 2011 a 2003

2280. Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização, Brasília, 2 junho 2011, 442 p. Livro completo, remetido ao Grupo Editorial Nacional (GEN), para 3ra. edição da obra publicada originalmente em 1998, com mudança e atualização de capítulos, inserção de novos temas; sumário: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/RelaIntPExt2011.html.

2259. “Continuidade e Mudança na Política Externa Brasileira”, Brasília, 31 março 2011, 6 p. Texto de palestra na Universidade Tuiuti, do Paraná, para a abertura do curso de pós-graduação em relações internacionais, em 1o. de Abril de 2011. Blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/04/continuidade-e-mudanca-na-politica.html). Mundorama (1/04/2011; link: http://mundorama.net/2011/04/01/continuidade-e-mudanca-na-politica-externa-brasileira-por-paulo-roberto-de-almeida/). Relação de Publicados n. 1024.

2254. “As grandes etapas da diplomacia brasileira”, Brasília, 11 Março 2011, 4 p. Contribuição ao suplemento “Pensar Brasil” do “Estado de Minas”, sobre diplomacia brasileira. “Trajetória Coerente”, suplemento “Pensar Brasil”, caderno especial “De Igual para Igual”, do jornal “Estado de Minas” (Belo Horizonte, Sábado, 9 de abril de 2011, p. 17-19). Blog Diplomatizzando (05/06/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/06/grandes-etapas-da-diplomacia-brasileira.html). Relação de Publicados n. 2254.

2253. “Reflexões ao Léu, 6: A Grande Estratégia do Brasil”, Brasília, 8 Março 2011, 2 p. Uma estratégia aparente, mas que não vem sendo implementada nos últimos tempos. Blog Diplomatizzando (http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/03/reflexoes-ao-leu-6-grande-estrategia-do.html).

2251. “Formação de uma estratégia diplomática: relendo Sun Tzu para fins menos belicosos”, Brasília, 5 março 2011, 8 p. Sun Tzu revisitado com o objetivo de traçar uma estratégia diplomática. Publicado na Espaço Acadêmico (ano 10, n. 118, março 2011, p. 155-161; ISSN: 1519-6186; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/12696/6714). Republicado em Mundorama (7/03/2011; link: http://mundorama.net/2011/03/07/formacao-de-uma-estrategia-diplomatica-relendo-sun-tzu-para-fins-menos-belicosos-por-paulo-roberto-de-almeida/). Relação de Publicados n. 1023.

2226. “A diplomacia brasileira numa nova conjuntura política”, Brasília, 26 novembro 2010, 4 p. Artigo para sobre a possível diplomacia do governo que toma posse em 1 de janeiro de 2011. Preparado para o Boletim ADB mas retirado pela sinceridade das críticas. Publicado em Mundorama (29.12.2010; link: http://mundorama.net/2010/12/29/a-diplomacia-brasileira-numa-nova-conjuntura-politica-por-paulo-roberto-de-almeida/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+Mundorama+(Mundorama)). Relação de Publicados n. 1012.

2223. “Petróleo e Política Externa”, Shanghai, 6 novembro 2010, 5 p. Respostas a questões colocadas por Pedro Filgueiras (pmlfilgueiras@gmail.com), estudante do curso de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/11/petroleo-e-poder-algumas-digressoes.html).

2207. “Never Seen Before in Brazil: Lula’s grand diplomacy”, Shanghai, 18 outubro 2010, 20 p. Revisão redutora do trabalho n. 2172, para RBPI; enviado a Antonio Carlos Lessa, editor RBPI, sob o título: “Never Before Seen in Brazil: Lula’s grand diplomacy”; revisto em 8.12.2010. Publicado na Revista Brasileira de Política Internacional (vol. 53, n. 2, 2010, p. 160-177; ISSN: 0034-7329; link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292010000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=en; arquivo em pdf: http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v53n2/09.pdf). Relação de Publicados n 1013.

2189. “Balanço do governo Lula: evolução do setor externo”, Shanghai, 25 setembro 2010, 6 p. Continuidade do exercício, enfocando comércio e integração mundial. Publicado no portal de Economia do iG em 08.11.2010 (link: http://economia.ig.com.br/balanco+do+governo+lula+evolucao+do+setor+externo/a1237822002319.html). Relação de Publicados n. 1006.

2187. “Memória e diplomacia: o verso e o reverso”, Shanghai, 23 Setembro 2010, 4 p. Notas sobre memórias e memorialistas da carreira. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/09/memorias-diplomaticas-paulo-r-de.html). Publicado em Boletim Mundorama (n. 37, setembro 2010, 23.09.2010; link: http://mundorama.net/2010/09/23/memoria-e-diplomacia-o-verso-e-o-reverso-por-paulo-roberto-de-almeida/#more-6474). Relacão de Publicados n. 992.

2184. “La diplomatie de Lula (2003-2010): une analyse des résultats”, Shanghai, 18 setembro 2010, 14 p. Colaboração a livro organizado por Denis Rolland sobre o governo Lula. Publicado In: Denis Rolland, Antonio Carlos Lessa (coords.), Relations Internationales du Brésil: Les Chemins de La Puissance; Brazil’s International Relations: Paths to Power (Paris: L’Harmattan, 2010, 2 vols; vol. I: Représentations Globales – Global Representations, p. 249-259; ISBN: 978-2-296-13543-7). Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/10/relations-internationales-du-bresil.html). Relação de Publicados n. 998.

2183. “O legado de Lula em política externa: corrigir as amizades bizarras”, Shanghai, 16 setembro 2010, 2 p. Colaboração a matéria especial de órgão da imprensa. Postado no Blog Diplomatizzando (23/04/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/04/politica-externa-brasileira-antecipando.html).

2176. “Entrevista sobre a Política Externa do Brasil”, Shanghai, 1 setembro 2010, 6 p. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/08/esses-jornalistas-curiosos-politica.html).

2171. “A Política Externa e as Eleições Presidenciais no Brasil em 2010”, Shanghai, 12 agosto 2010, 6 p. Texto de comentários para serem lidos por ocasião de um debate sobre o tema na UnB. Postado no Blog Diplomatizzando em 30.10.2010 (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/10/politica-externa-do-brasil-e-as.html).

2168. “Pensamento e ação da diplomacia de Lula: uma visão crítica”, Shanghai, 12.07; São Paulo, 25.07; Dubai, 27.07; Shanghai, 28.07.2010, 18 p. Reelaboração ampliada do trabalho 2068. Publicado na revista Política Externa (vol. 19, n. 2, set.-out.-nov. 2010, p. ; ISSN: ). Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/09/pensamento-e-acao-da-diplomacia-de-lula.html). Relação de Publicados n. 991.

2134. “Política exterior do Brasil: potência regional ou ator global?”, Shanghai, 14 abril 2010, 7 p. Colaboración a dossier especial de Vanguardia (Barcelona; www.vanguardiadossier.com) sobre Brasil, a convite. Publicado, sob o título de “Política exterior: potencia regional o actor global”, em “Brasil Emerge”, Vanguardia Dossier (Barcelona: La Vanguardia, número 36, Julio-Septiembre, año 2010, p. 68-72; ISSN: 1579-3370; link: http://www.vanguardiadossier.com/20100629/53954899401.html). Diplomatizzando (28.06.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/06/brasil-potencia-regional-o-ator-global.html). Relação de Publicados n. 978.

2112. “España y Brasil: reconocimiento y relaciones en el siglo XIX”, Brasília, 16 fevereiro 2010, 20 p. Ensayo para obra sobre la firma de los tratados de reconocimiento y amistad entre España y las repúblicas latinoamericanas en el siglo XIX, bajo la dirección de Carlos Malamud, del Instituto Elcano de Madrid.

2096. “Volta ao mundo em 25 ensaios: 22. Qual a melhor política externa para o Brasil?: algumas preferências pessoais”, Brasília, 10 janeiro 2010, 3 p. Continuidade da série, expondo concepções gerais sobre uma diplomacia ideal. Revisão em Shanghai, 3 de maio de 2010, 4 p. Ordem Livre (8 de novembro de 2010; link: http://www.ordemlivre.org/textos/1149/). Relação de Publicados n. 1005.

2077. “O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício analítico (perspectiva histórico-diplomática sobre a emergência de um novo cenário global)”, Brasília, 31 dezembro 2009, 31 p. Ensaio preparado para projeto do IPEA, sob a coordenação de Renato Baumann (Cepal-Escritório no Brasil). Publicado In: Renato Baumann (org.): O Brasil e os demais BRICs: Comércio e Política (Brasília: CEPAL-Escritório no Brasil/IPEA, 2010, 179 p.; ISBN: 85-781-1046-3), p. 131-154. Disponível no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2077LivroBRICsPRAlmCap.pdf). Relação de Publicados n. 967.

2068. “A dinâmica da relações exteriores do Brasil”, Shanghai, 2 dezembro 2009, 14 p. Artigo sobre a política externa do Brasil no Governo Lula, para número especial da revista do Centro Tricontinental (CETRI), Alternatives Sud: points de vue du Sud; Encaminhado a Laurent Delcourt (delcourt@cetri.be; www.cetri.be). Não publicado por oposição ideológica. Inédito.

2060. “Brasil y su Política Exterior: una intervista periodistica”, Brasilia, 12 novembro 2009, 2 p. Respostas a questões da jornalista de La Nación, Chile - Sección Internacional. Postado no blog Diplomatizzando (03.03.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/03/1740-politica-exterior-de-brasil.html#links).

2045. “O Brasil e o G20: uma análise conjuntural para Pittsburgh”, Brasília, 11 setembro 2009, 5 p. Trabalho elaborado para a Fundação Konrad Adenauer para instruir decisores alemães sobre a reunião do G20 em Pittsburgh.

2044. “O Brasil e o G20 financeiro: alguns elementos analíticos”, Brasília, 10 setembro 2009, 5 p. Considerações sobre a conjuntura econômica brasileira e a agenda do G20. Postada no Blog Diplomatizzando (15.09.2009; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/09/1373-o-brasil-e-o-g20-financeiro-artigo.html). Publicada em Mundorama (14.09.2009; link: http://mundorama.net/2009/09/14/o-brasil-e-o-g20-financeiro-alguns-elementos-analiticos-por-paulo-roberto-de-almeida/). Republicado na Meridiano 47 (). Relação de Publicados n. 922.

2043. “Entretien sur le président Lula”, Brasília, 9 setembro 2009, 8 p. Respostas a questionário colocado pelo jornalista luso-francês Vincent Paes, para a revista de negócios francesa Décideurs (http://www.magazine-decideurs.com/magazine/). Versão completa colocada no Blog Textos PRA (17.09.2009; link: http://textospra.blogspot.com/2009/09/518-entrevista-revistda-francesa-sobre.html). Versão resumida produzida pelo jornalista, publicada na revista Décideurs, reproduzida no Blog Diplomatizzando (17.09.2009; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/09/1380-entretien-sur-le-bresil-pour-la.html). Entrevista publicada sob o título “Lula: orateur par excellence”, Décideurs: Stratégie Finance Droit (Paris: n. 109, octobre 2009, p. 13; ISSN: 1764-6774). Relação de Publicados n. 930.


2025. “Relações do Brasil com a América Latina e os EUA”, Brasília, 9 julho 2009, 3 p. Artigo para a revista Conjuntura Econômica, edição especial sobre política externa brasileira (setembro 2009); Publicada versão em inglês, sob o título de “Brazilian Foreign Relations with South America and USA”, The Brazilian Economy: Economy, Politics and Policy Issues (FGV, Brazilian Institute of Economics: vol. 1, n. 8, September 2009) p. 30-33. Postado no website pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2025BrazEconSept09PRAlm.pdf). Relação de Publicados n. 925.

2023. “Non-Intervention: a political concept, in a legal wrap: a historical and juridical appraisal of the Brazilian doctrine and practice”, Brasília, 8 Julho 2009, 17 p. (7.090 palavras). Ensaio sobre o conceito em causa, para informar escritório britânico de advocacia. Posted Blog Textos PRA (03.03.2010; link: http://textospra.blogspot.com/2010/03/569-brazil-and-non-intervention-paulo-r.html).

2018. “As relações internacionais e a inserção do Brasil no pós-Guerra Fria”, Brasília, 21 junho 2009, 17 p. Palestra no I SPI - Seminário de Pesquisa Interdisciplinar, da Unisul, dia 24 de junho (Florianópolis). Publicado, sob o título “O Brasil e as relações internacionais no pós-Guerra Fria”, In: Nilzo Ivo Ladwig e Costa, Rogério Santos da (orgs.), Vinte anos após a queda do muro de Berlim: um debate interdisciplinar (Palhoça-SC: Editora da Unisul, 2009; ISBN: 978-85-86870-910). Postado no website pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2018GuerraFriaBrasilBook.pdf).

2015. “Que cooperação euro-brasileira faz sentido no âmbito internacional?: Uma proposta de agenda maximalista para resultados minimalistas”, Brasília, 11 junho 2009, 10 p. Exposição oral no XVI Fórum Brasil-Europa: A futura Agenda da União Européia e as relações com o Brasil após as eleições do Parlamento Europeu (16 e 17 de junho de 2009; Salão do Senado, Congresso Nacional, Brasília; 14.30 – 16.30 Terceira Mesa: A cooperação euro-brasileira no âmbito internacional, Temas: Reforma da ONU e cooperação em políticas transnacionais). Feita versão curta para Via Política (22.07.2009; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=102).

2013. “As crises financeiras internacionais e o Brasil desde 1929: 80 anos de uma história turbulenta”, Brasília, 7 junho 2009, 15 p. Artigo baseado nos trabalhos 1944 e 1936, para revista Plenarium (Câmara dos Deputados, n. 6, 2009).

2011. “Obsolescência de uma velha senhora?: a OEA e a nova geografia política latino-americana”, Brasília, 6 junho 2009, 18 p. Artigo para a revista Interesse Nacional (Ano 2, Número 6, Julho-Setembro de 2009, ISSN: 1982-8497, p. 58-69). Postado no website pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2011OEArevIntNacional6.pdf).

2010. “Diplomacia Sul-Sul do Governo Lula: um questionário de pesquisa”, Brasília, 29 maio 2009, 4 p. Respostas a questionário colocado por pesquisadora francesa. Postado no blog Diplomatizzando (11.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/diplomacia-sul-sul-do-governo-lula-mais.html).

2005. “Sucessos e fracassos da diplomacia brasileira: uma visão histórica”, Brasília, 17 maio 2009, 4 p. Digressões históricas sobre conquistas e frustrações da diplomacia brasileira ao longo de dois séculos. Publicado na Meridiano 47, Boletim de Análise de Conjuntura em Relações Internacionais (Brasilia: IBRI; ISSN: 1518-1219; n. 113, Dezembro/2009, p. 3-5; link: http://sites.google.com/a/mundorama.net/mundorama/biblioteca/meridiano-47/sumariodaedicaono113–dezembro2009/Merid47113sep01.pdf?attredirects=0). Relação de Publicados n. 944.

2003. “Diplomacia brasileira: consensos e dissensos”, Brasília, 7 maio 2009, 3 p. Artigo elaborado a partir do trabalho 1603 (Uma nova ‘arquitetura’ diplomática? Interpretações divergentes sobre a política externa do Governo Lula (2003-2006)) em sua versão resumida (“Fim de consenso na diplomacia?” (Brasília, 22 outubro 2006, 2 p.) sobre a recepção pública da política externa do governo Lula. Via Política (1.06.2009: link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=98 ).

1996. “Brazil’s role in South America and in the global arena”, Urbana, 13 abril 2009, 7 p. Answers to questions presented by a M.A. Candidate 2010 of the Latin American & Hemispheric Studies Elliott School of International Affairs - George Washington University. Blog Diplomatizzando (13.04.2009; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/04/1063-turismo-academico-13-brazils-role.html).

1994. “O nascimento do Mercosul: impacto do Nafta e dos Estados Unidos”, Urbana, Illinois, 5-6 abril 2009, 10 p. Answers to questions presented by Ryan Richard Hemming (ryanhemming@hotmail.com) PhD candidate – UnB. Blog Diplomatizzando (16.04.2009; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/04/1066-o-nascimento-do-mercosul-impacto.html#links)

1991. “A política comercial do Brasil no contexto internacional, 1889-1945”, Brasília, 21 março 2009, 24 p. Paper preparado para o VIII Congresso Brasileiro de História Econômica - ABPHE (Campinas, 6 a 8 de setembro de 2009; Módulo III: Brasil República; www.abphe.org.br). Encaminhado (abphe2009@gmail.com). Encaminhado (abphe2009@gmail.com). Revisto em 3 de setembro de 2009, para publicação na Revista de Economia e Relações Internacionais (Roberto Macedo).

1984. “Estratégia Nacional de Defesa: comentários dissidentes”, Brasília, 11 de fevereiro de 2009. 7 p. Observações preliminares ao documento liberado em dezembro de 2008 pelos ministros da Defesa e de Assuntos Estratégicos. Publicado em Mundorama (14.03.2009; link: http://mundorama.net/2009/03/14/estrategia-nacional-de-defesa-comentarios-dissidentes-por-paulo-roberto-de-almeida/). Republicado em Meridiano 47 (n. 104, março de 200, p. 5-9; link: http://sites.google.com/a/mundorama.net/mundorama/biblioteca/meridiano-47/sumariodaedicaono104-marco2009/Meridiano_104.pdf?attredirects=0), no site da Universidade Federal de Juiz de Fora, seção Defesa (20.03.2009; link: http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/ENDCD) e no site português Jornal Defesa e Relações Internacionais (19.03.2009; link: http://www.jornaldefesa.com.pt/noticias_v.asp?id=689). Relação de Publicados n. 895.

1983. “Mercosur-European Union Cooperation: A case study on the effects of EU activities and cooperation with Mercosur on regional democracy building”, Brasília, 2 fevereiro 2009, 26 p. Paper prepared for a Project of International IDEA to map out and analyze the perceptions on the European Union as an actor in democracy building, as seen from the EU's partner regions. Blog Textos PRA (03.03.2010; link: http://textospra.blogspot.com/2010/03/571-eu-activities-and-cooperation-with.html).

1980. “A democracia nos Brics”, Brasília, 25 janeiro 2009, 3 p. Comentários adicionais à questão da democracia nos Brics, para matéria de jornal. Trechos selecionados publicados na matéria: Maria Helena Tachinardi, “Instituições: Estrutura capitalista e sociedade moderna”, In: Valor Especial, Oportunidades de Investimento (março 2009, p. 70-74). Postado no blog Diplomatizzando (12.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/democracia-nos-brics-paulo-r-almeida.html).

1977. “O Brasil como ator emergente”, Brasília, 21 janeiro 2009, 10 p. Colaboração a workshop do Cebri sobre esse tema. Encaminhado em 22.01.2009. Reelaboração, sob o mesmo número 2068, mas sob o título de “Teoria e ação da diplomacia de Lula: tentativa de síntese”, e submetido à Revista Política Externa.

1974. “O Mercosul na sua fase ascendente”, Brasília, 4-12 de janeiro de 2009, 5 p. Resenha de Renato L. R. Marques: Mercosul 1989-1999: depoimentos de um negociador (Kiev: s.e., 2008, 280 p; ISBN: 978-966-171-170-1). Divulgada no blog de Book Reviews (14.01.2009; link: http://praresenhas.blogspot.com/2009/01/213-mercosul-depoimento-de-um-dos-pais.html#links).

1972. “A integração na América do Sul em perspectiva histórica: um balanço”, Brasília, 2 janeiro 2009, 15 p. Versão resumida do trabalho 1927(a) para fins de publicação independente. Feita versão em francês, para publicação a cargo de Christian Girault: “L’intégration de l’Amérique du Sud: une perspective historique et un bilan”. Publicado na versão em português em Espaço da Sophia (Tomazina – PR, ISSN: 1981-318X, Ano II, nº 23, p.01-17, fevereiro de 2009; disponível em: http://www.espacodasophia.com.br/colunistas/paulo_roberto/023.pdf). Enviada em 9.03.2009 para a revista Comunicação&política (ISSN 0102-6925), editada pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos - CEBELA (www.cebela.org.br); para número 2-2009 (a circular em julho; e-mail: cebela@cebela.org.br). Versão em Francês corrigida por Christian Girault em 5.03.2009. Relação de Publicados n. 891.

1950. “Les Brics et l’économie brésilienne: Interview pour la Chaire des Amériques – Université Paris I”, Brasília, 11 novembro 2008, 6 p. Respostas a questionário da Chaire Amériques-Université de Paris I, para divulgação online. Divulgado em 25.11.2008, nos seguintes links: (a) Brics: http://www.economie-et-societe.com/article-24982794.html; (b) Brésil: http://www.economie-et-societe.com/article-25122338.html.

1946. “O Brasil no contexto da governança global”, Brasília, 3 novembro 2008, 21 p. Artigo para o terceiro volume da série Cadernos Adenauer (2008). Encaminhado a Fundação Konrad Adenauer (LuisFernando.Blanco@kas.de). Quarta parte aproveitada em artigo independente sob número 1955. Publicado in Cadernos Adenauer IX (2008) n. 3, Governança Global (Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, março 2009, ISBN: 978-85-7504-136-9; p. 199-219). Disponível no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1946BrasilGovernGlobalCadAden.pdf). Relação de Publicados n. 897.

1942. “La puissance américaine vue d'Amérique Latine”, Brasília, 21 outubro 2008, 2 p. Interview à Radio France Culture, journaliste Thierry Garcin (Paris: émission le 29.10.2008, à 7h15, 10 minutes; link: http://www.radiofrance.fr/chaines/france-culture2/emissions/enjeux_inter/fiche.php?diffusion_id=66840).

1929. “Bases conceituais de uma política externa nacional: uma contribuição para a definição de uma agenda diplomática condizente com o princípio do interesse nacional”, Brasília, 27 setembro 2008, 21 p. In: Estevão C. de Rezende Martins e Miriam G. Saraiva (orgs.) Brasil - União Europeia - América do Sul: Anos 2010-2020 (Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2009, p. 267; ISBN: 978-85-7504-138-3; p. 228-243). Postado no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1929BasesConceitPExtNacBook.pdf). Relação de Publicados nº 907.

1927. “Convergências e divergências no regionalismo econômico e político da América do Sul: evolução histórica, dilemas atuais e perspectivas futuras”, Brasília, 16 setembro 2008, 59 p. Texto completo revisto em 21.03.2009, sob o título “Evolução do regionalismo econômico e político da América do Sul: dilemas atuais e perspectivas futuras”, para participação em seminário da UGT, realizado em Brasília em 17.03.2009 publicado no livro: Danilo Nolasco Cortes Marinho (org.), Brasil e América Latina: colaboração e conflito (São Paulo: Francis, 2009, 152 p.; ISBN: 978-85-89362-98-6; p. 35-94; link to frame book: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/UGTbookAmLat2009.html). Divisão em duas partes: (1) “Evolução histórica do regionalismo econômico e político da América do Sul: Um balanço das experiências realizadas”, 30 p., 6.11.2008; revisto em janeiro 2009; publicado na Cena Internacional (ano 10, n. 2, 2008, p. 72-97; ISSN: 1982-3347; link para a revista: http://sites.google.com/a/mundorama.net/mundorama/biblioteca/cenal/revistacenainternacional%E2%80%93vol10%E2%80%93no2%E2%80%932008/Cena_2008_2.pdf?attredirects=0; link para o artigo: http://mundorama.net/2009/06/13/revista-cena-internacional-%e2%80%93-vol-10-%e2%80%93-no-2-%e2%80%93-2008/); feita versão reduzida em 2.01.2009 (sob n. 1972), para adaptação em francês; (2) “Dilemas atuais e perspectivas futuras do regionalismo sul-americano: Convergências e divergências”, 28 p.; 10.12.2008; revisto em 3.02.2009 para ser publicado na revista Temas e Matizes (Maringá, PR: Unioeste; número especial sobre o Mercosul); organizador: Paulo José Koling (Marechal Cândido Rondon, PR; e-mail: pjkoling@unioeste.br; Temas e Matizes (vol. 7, n. 14, segundo semestre de 2008, p. 73-95; ISSN: 1519-7972 (versão impressa); 1981-4682 (versão eletrônica); link revista: http://e-revista.unioeste.br/index.php/temasematizes/issue/view/291; link artigo: http://e-revista.unioeste.br/index.php/temasematizes/article/view/2489/1908). Relação de Publicados nº 883a e 883b e 937 (completo, livro UGT).

1926. “CPLP: entrevista sobre seu funcionamento”, Brasília, 14 setembro 2008, 7 p. Respostas a questionário de mestranda em Ciência Política na Universidade de São Paulo.

1923. “Diplomacia e Forças Armadas: percepções de ameaças no entorno brasileiro”, Brasília, 9 setembro 2008, 8 p. Respostas a questionário submetido para dissertação de mestrado. Divulgado, parcialmente, no blog Diplomatizzando (12.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/diplomacia-e-forcas-armadas-o-quadro.html).

1920. “Radiografia do Bric: indagações a partir do Brasil”, Brasília, 26 agosto 2008, 29 p. Análise econômica dos países integrantes do novo grupo proposto e dos problemas políticos a isso vinculados. Preparada versão resumida, sob o título de “O Brasil e o Bric: o questionamento de um conceito”; Publicado na revista Nueva Sociedad (Buenos Aires: Friedrich Ebert Stiftung; especial “O Brasil no mundo”, outubro 2008; ISSN: 0251-3552, p. 133-152; link: http://www.nuso.org/especialportugues2008.php; Artigo PRA: http://www.nuso.org/upload/portugues/2008/DeAlmeida.pdf). (...) Revisto, modificado e ampliado (34 p.), em 18.11.2008, para publicação, sob o título de “Bric: reflexões a partir do Brasil”, na revista Inteligência. Publicado sob o título de “To Be or Not the Bric”, Inteligência (Rio de Janeiro: Ano: XI - 4º trimestre, 12/2008, p. 22-46; link: http://www.insightnet.com.br/inteligencia/43/PDFs/01.pdf). Relação de Publicados n. 853.

1918. “Evolução das relações Brasil-Estados Unidos no século XX e desafios para o século XXI”, Brasília, 20 agosto 2008, 29 p. Revisão e atualização do trabalho 1413, para fins de publicação como capítulo no livro de Ricardo Caldas, sobre relações bilaterais: Os EUA, o Brasil e o Mercado Mundial do Couro (Brasília: xxx, 2008).

1914. “A Quarta Frota Americana e a Amazônia Azul”, Brasília, 3 agosto 2008, 8 p. Respostas a questionário submetido por pesquisador do Serviço de Documentação da Marinha; Curso Superior da Escola de Guerra Naval (EGN). Postado no blog Diplomatizzando (12.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/quarta-frota-americana-e-amazonia-azul.html).

1911. “Questionário de Investigação sobre as Relações entre União Européia-Brasil, Rodada de Doha, PAC e Grupo de Cairns”, Niterói, 17 julho 2008, 3 p. Respostas a questões colocadas por pesquisador do Master em European Studies da Universidade de Siena, Montpellier e Coimbra. Postado no blog Diplomatizzando (30.10.2009; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/10/1455-relacoes-entre-uniao-europeia.html).

1909. “Impasses da Rodada Doha”, Brasília, 5 julho 2008, 3 p. Respostas para elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso para estudante do CEABE-FGV-SP. Complemento de respostas em 29.07.2008. Postado no blog Diplomatizzando (30.10.2009; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/10/1454-impasses-da-rodada-doha.html).

1906. “Evolução do regionalismo político e comercial na América do Sul: uma breve síntese histórica”, Brasília, 3 julho 2008, 15 p. Extração do trabalho 1844 (duas primeiras partes) para apresentação no 6º Congresso Brasileiro de Direito Internacional.

1905. “A ordem mundial e as relações internacionais do Brasil”, Brasília, 2 julho 2008, 37 p. Apostila preparada para curso de verão ministrado na ESPM-SP, de 7 a 11 de julho.

1902. “Brazil in the world context, at the first decade of the 21th century: regional leadership and strategies for its integration into the world economy”, Rio de Janeiro, 26 junho 2008, 22 p. Essay for the volume edited by Joám Evans Pim (president IGESIP, Corunha; www.igesip.org; Editor Strategic Evaluation), on Brazilian Defense Policy: Current Trends and Regional Implications (to be published in United Kingdom). In: Joam Evans (org.), Brazilian Defence Policies: Current Trends and Regional Implications (London: Dunkling Books, 2009, 251 p.; ISBN: 978-0-9563478-0-0; link to book: http://www.lulu.com/content/7719508#), p. 11-26. Relação de Publicados n. 935.

1900. “Brazil: Mileposts to Responsible Stakeholdership”, Brasília-Tóquio, 24 junho 2008, 53 p. Joint text, written with Miguel Diaz, for the project “Mileposts to Responsible Stakeholdership” of the Stanley Foundation (http://www.stanleyfoundation.org/); presented by Miguel Diaz in a Washington meeting (July 8, 2008) and published at the website of the Project “Powers and Principles: International Leadership in a Shrinking World” (November 3rd, 2008; link: http://www.stanleyfoundation.org/articles.cfm?ID=504), under the title: “Brazil's Candidacy for Major Power Status”, by Miguel Diaz and Paulo Roberto Almeida, with a reaction by Georges D. Landau (Muscatine, IA: The Stanley Foundation, Working Paper, November 2008, 24 p.; link: http://www.stanleyfoundation.org/powersandprinciples/BrazilCandidacyMPStatus.PDF). Published in book form as: “Brazil's Candidacy for Major Power Status”, with Miguel Diaz. In: Michael Schiffer and David Shorr (Eds.). Powers and Principles: International Leadership in a Shrinking World (Lanham, MD: Lexington Books, 2009, 328p.; Co-published with: The Stanley Foundation; ISBN Cloth: 978-0-7391-3543-3; $85.00; ISBN Paper: 978-0-7391-3544-0; $32.95; p. 225-250). Link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/109StanleyBook2009.html. Relação de Publicados n. 897.

1890. “Brazil and the G8 Heiligendamm Process”, 18 maio 2008, 31 p. Paper preparado em colaboração com Denise Gregory, Diretora Executiva do CEBRI para publicação do Centre for International Governance Innovation - CIGI, do Canadá (www.cigionline.org). Publicado in Andrew F. Cooper and Agata Antkiewicz, Emerging Powers in Global Governance: Lessons from the Heiligendamm Process. Waterloo, Canada: Wilfrid Laurier University Press, Studies in International Governance Series, October 2008, p. 137-161; ISBN: 978-1-55458–057-6. © 2008 The Centre for International Governance Innovation (CIGI) and Wilfrid Laurier University Press; Available at: http://www.press.wlu.ca/Catalog/cooper.shtml).

1889. “O regionalismo latino-americano no confronto com o modelo europeu: uma perspectiva histórica de seu desenvolvimento”, Brasília, 17 maio 2008, 34 p. Resumo do trabalho 1844. Revista Novos Estudos Jurídicos (Programa de Pós-Graduação em Ciência Jurídica da Universidade do Vale do Itajaí, Univali; vol. 14, n. 1, 2009, p. 127-146; links: http://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/nej/article/view/1626/1332; ficha do trabalho: http://br.vlex.com/vid/regionalismo-latino-confronto-europeu-66330099). Relação de Publicados n. 890.

1884. “Questionário sobre BRIC”, Brasília, 5 maio 2008, 4 p. Respostas a questionário colocado por estudante de RI de Curitiba, sobre os BRICs no contexto internacional. Postado no blog Diplomatizzando (13.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/questionario-sobre-o-bric-paulo-r.html).

1882. “O Brasil e o cenário estratégico mundial: breves considerações”, Brasília, 1º maio 2008, 4 p. Continuação dos trabalhos 1878 e 1880, com base no trabalho 1679, para fins de publicação em Via Política (04.05.2008; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=67).

1871. “Convergence and divergence in historical perspective: Regions and countries and their differing paths and rhythms towards sustainable integration into the world economy”, Brasília, 15 março 2008, 15 p. Opening Lecture at the 8th World Congress of RSAI: Regional Science Association International (http://www.aber.fea.usp.br/rsai2008/). Feita na FEA-USP (São Paulo, 17 março 2008). Preparado PowerPoint com imagens.

1870. “A Agenda do Brasil para a América do Sul”, Brasília, 13 março 2008, 15 p. Respostas e comentários a pesquisa sobre orientações de política externa do Brasil, para projeto coordenado por Amaury de Souza, a pedido do Cebri. Postado no blog Diplomatizzando (12.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/agenda-do-brasil-para-america-do-sul.html).

1868. “Brazil’s Integration into Global Governance: The rise of the Outreach-5 countries to a G-8 (plus) status”, Brasília, 9 março 2008, 29 p. Versão em inglês, ampliada, em colaboração com Denise Gregory, Diretora Executiva do Cebri, do trabalho 1866. Draft paper prepared for the project Dialogue on Global Governance with the “Outreach” countries - Konrad Adenauer Stiftung, para apresentação em seminário no Cebri, Rio de Janeiro, em 4 de abril. Revisões: 4 de junho; 15 julho; 8 setembro (26 p.). Última revisão: 30 de dezembro. Publicado, como “Brazil”, no volume: Growth and Responsibility: The positioning of emerging powers in the global governance system (Berlin: Konrad Adenauer Stiftung, 2009, 126 p.; ISBN: 978-3-940955-45-6; p. 11-30; link: http://www.kas.de/wf/en/33.15573/-/-/-/index.html?src=nl09-01). Trabalhos publicados n. 887.

1866. “O Brasil e o processo de ampliação do G-8: análise de uma arquitetura evolutiva”, Brasilia, 3 março 2008, 24 p. Paper elaborado para o projeto “Dialogue on Global Governance with the ‘Outreach’ countries” da Fundação Konrad Adenauer, para seminário no Rio de Janeiro. Publicado em espanhol, sob o título de “Brasil en el escenario global”, na Revista Española de Desarrollo y Cooperación (Madrid: Universidad Complutense de Madrid: Instituto Universitário de Desarrollo y Cooperación, vol. , nr. 22, primavera-verano 2008, edición especial: Brasil: los desafíos de una potencia emergente, p. 97-120; ISSN: 1137-8875; link: http://www.ucm.es/info/IUDC/REDC.htm; http://www.ucm.es/info/IUDC/pagina/137). Republicado, sob o título de “O Brasil no novo cenário global: transformações do jogo diplomático contemporâneo”, em Intellector (Rio de Janeiro: Cenegri, ano 5, n. 9, julho-dezembro 2008; ISSN: 1808-0529 e E-ISSN: 1807-1260; p. 34-67; link: www.revistaintellector.cenegri.org.br; link para o artigo: http://www.revistaintellector.cenegri.org.br/ed2008-09/paulorobertodealmeida-site.pdf; link para o resumo: http://www.revistaintellector.cenegri.org.br/resumo-pauloroberto-09-2008.htm). Relação de Publicados n. 836.

1859. “Questionnaire on the G8 Summit Reform Process”, Brasília, 12 fevereiro 2008, 3 p. Answers and comments to a questionnaire on the Heiligendam Process (expansion of G-8 countries to the outreach 5) and global governance reform, presented by Prof. Colin I. Bradford, Jr. (Brookings Institution, Washington, and Centre for International Governance Innovation (CIGI), Waterloo, Canada).

1858. “O Brasil nas relações internacionais do século 21: fatores externos e internos de sua atuação diplomática”, Brasília, 11 fevereiro 2008, 50 p. Ensaio de caráter analítico, baseado na apresentação efetuada em julho de 2007 no III curso de inverno de Direito Internacional, feito em contribuição ao III Anuário Brasileiro de Direito Internacional, editor: Leonardo Nemer Caldeira Brant, Presidente do Centro de Direito Internacional – CEDIN (www.cedin.com.br). Publicado sob o título de “A ordem política e econômica mundial no início do século XXI: Questões da agenda internacional e suas implicações para o Brasil” no III Anuário Brasileiro de Direito Internacional, coordenador: Leonardo Nemer Caldeira Brant (Belo Horizonte: CEDIN, v. 3, n. 2, 2008, ISSN: 19809484; p. 151-189).

1856. “Brazil and Global Governance”, Brasília, 30 janeiro 2008, 17 p. Colaboração a trabalho a ser apresentado pelo CEBRI para centro de estudos do Canadá (Centre for International Governance Innovation - CIGI).

1842. “Uma pesquisa sobre o Mercosul: sua possível evolução até 2011 e 2021”, Brasília, 4 dezembro 2007, 5 p. Respostas a consulta Delphi promovida por curso de Negociações Internacionais de Universidade federal. Consolidação da informação qualitativa. Revista Espaço Acadêmico (ano 7, n. 79; ISSN: 1519-6186; dezembro 2007; link: http://www.espacoacademico.com.br/079/79pra.htm).

1825. “As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80”, Brasília, 19 outubro 2007, 22 p. Ensaio histórico para a Revista Brasileira de Política Internacional (vol. 50, n. 2, julho-dezembro 2007, p. 60-79; ISSN: 0034-7329; link: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292007000200005&lng=en&nrm=iso). Scielo (ALMEIDA, Paulo Roberto de. As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80. Rev. bras. polít. int., July/Dec. 2007, vol.50, no.2, p.60-79. ISSN 0034-7329. doi: 10.1590/S0034-73292007000200005).

1820. “Mercosul e América do Sul na visão estratégica brasileira: revisão histórica e perspectivas para o futuro”, Brasília, 7 outubro 2007, 32 p. Publicado, sob o título de “Mercosul e América do Sul na visão estratégica brasileira: revisão histórica e perspectivas para o futuro”, na revista Asteriskos (Corunha; IGESIP, vol. 4, ns. 7-8, 2009, p. 155-185; ISSN: 1886-5860; link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1820AsteriskosMercosul.pdf). Relação de Publicados n. 889.

1811. “The Foreign Policy of Brazil under Lula: Regional and global diplomatic strategies”, Brasília, 30 setembro 2007, 25 p. Published as “Lula’s Foreign Policy: Regional and Global Strategies”, chap. 9, In Werner Baer and Joseph Love (eds.), Brazil under Lula (New York: Palgrave-Macmillan, 2009, 326 p.; ISBN: 970-0-230-60816-0; p. 167-183; link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1811BrForPolicyPalgrave2009.pdf). Publicados n. 811.

1791. “Política externa brasileira e integração sul-americana: um questionário da Argentina”, Brasília, 1 de setembro de 2007, 3 p. Respostas a questionário colocado por estudante argentino de jornalismo. Revisto e acrescido de uma introdução, em 6.10.07; publicado em Via Política (Newsletter 70, 22.10.2007; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=55).

1749. “Brasil e Argentina no contexto regional e mundial”, Brasília, 6 maio 2007, 7 p. Prefácio ao livro de Eduardo Viola e Héctor Ricardo Leis: Sistema Internacional com Hegemonia das Democracias de Mercado: Desafios de Brasil e Argentina (Florianópolis: Editora Insular, 2007, 232 p.; ISBN: 978-85-7474-339-4, p. 15-24; apoio financeiro do Programa San Tiago Dantas da CAPES). Relação de Publicados n. 794. Colaboração a Livros n. 59. Postado no blog Diplomatizzando (11.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/brasil-e-argentina-no-contexto-mundial.html).

1748. “Brazil as a regional player and as an emerging global power: Foreign policy strategies and the impact on the new international order”. Versão reduzida em inglês para publicação pela FES-SWP, dia 7.07.07; publicado sob a forma de Briefing Paper, series Dialogue on Globalization (Berlin: Friedrich Ebert Stiftung, July 2007; link: http://library.fes.de/pdf-files/iez/global/04709.pdf). Publicados n. 780bis.

1733. “A diplomacia do governo Lula em seu primeiro mandato (2003-2006): um balanço e algumas perspectivas”, Brasília, 6 março 2007, 15 p. Ensaio preparado a partir dos trabalhos 1637 e 1699, para número especial da Carta Internacional, do NUPRI/USP, programado para março de 2007 e dedicado ao tema “A Política Externa Brasileira no primeiro mandato Lula”; Contato: Flávio Antonio Gomes de Azevedo, Editor Carta Internacional (fagaps@yahoo.com; nupri@usp.br). Publicado na Carta Internacional (São Paulo: Nupri-USP, vol. 2, n. 1, jan-mar 2007, p. 3-10; ISSN: 1413-0904; link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1733DiplomLula1roMandCartaInter2007.pdf).

1725. “Pesquisa sobre política externa do Brasil para a América”, Brasília, 13 fevereiro 2007, 4 p. Respostas a questionário do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social, do Rio de Janeiro (pesquisa@ibpsnet.com.br). Divulgado no blog Diplomatizzando em 11.07.2010 (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/politica-externa-do-brasil-respostas.html).

1710. “Mercosul: uma revisão histórica e uma visão de futuro”, Brasília, 6 janeiro 2007, 16 p. Revisão geral, em forma de artigo, do trabalho 1434 (relativo ao bloco do Mercosul, concebido como proposta de solução estratégica para a dimensão global do projeto Brasil 3 Tempos). Publicado no boletim eletrônico Meridiano 47 (n. 77, dezembro 2006, p. 7-17; ISSN: 1518-1219; link: http://meridiano47.info/2006/12/). Modificado para apresentação no VII Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (Brasília, 6-8.11.2007). Republicado In: Rubens A. Barbosa (organizador): Mercosul revisitado (São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 2007, 80 p.; Coleção Cadernos da América Latina; p. 57-75). Relação de publicados nº 727.

1715. “Ocaso de uma utopia?: objetivos nobres e vacuidade de idéias no Fórum Social Mundial”, Brasília, 29 janeiro 2007, 12 p. Reestruturação ampliada do trabalho 1705, para a revista Espaço Acadêmico (ano 6, nº 69, fevereiro 2007; link: http://www.espacoacademico.com.br/069/69pra.htm).

1709. “O contexto geopolítico da América do Sul: visão estratégica da integração”, Brasília, 5 janeiro 2007, 12 p. Revisão geral, em forma de artigo, do trabalho 1437 (relativo ao bloco econômico-político da América do Sul, concebido como proposta de solução estratégica para a dimensão global do projeto Brasil 3 Tempos). Publicado no boletim eletrônico Meridiano 47 (nr. 76, novembro 2006, p. 15-23; ISSN: 1518-1219; link: http://meridiano47.info/2006/11/). Relação de publicados nº 724.

1708. “Fórum Social Mundial: nove objetivos gerais e alguns grandes equívocos”, Brasília, 3 janeiro 2007, 10 p. Comentários aos nove objetivos gerais dos antiglobalizadores do FSM, para o encontro de Nairobi (21-24/01/2007). Publicado no boletim eletrônico Meridiano 47 (n. 78, janeiro 2007, p. 7-14; ISSN: 1518-1219; link: http://meridiano47.files.wordpress.com/2010/05/v8n78.pdf). Relação de Publicados nº 738.

1699. “A diplomacia do governo Lula: balanço e perspectivas”, Brasília, 11 dezembro 2006, 14 p. Ensaio, adensado a partir do trabalho 1637, para ser publicado na revista do Instituto Liberal, “Banco de Idéias”, como dossiê especial. Feita nova versão em 3.02.2007, reduzida a 12.500 caracteres, com espaço (5 p.); encaminhada a Arthur Diniz e a Adriano Timossi, do boletim da Escola Superior Diplomática. Publicado: Banco de Idéias (Rio de Janeiro: Instituto Liberal; ano X, n. 38, mar-abr-mai 2007, p. 7-15; disponível no site pessoal: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1699DiplomGovLulaBalanPersp.pdf ). Versão completa jamais publicada. Relação de Publicados n. 754.

1603. “Uma nova ‘arquitetura’ diplomática?: Interpretações divergentes sobre a política externa do Governo Lula (2003-2006)”, Brasília, 19 maio 2006, 24 p. Artigo de revisão bibliográfica sobre a diplomacia do governo Lula. In: Wagner Menezes (org.), Estudos de Direito Internacional (Curitiba : Juruá, 2006; anais do 4º Congresso Brasileiro de Direito Internacional v.8, ISBN: 853621362-0; p. 196-213). “¿Una nueva ‘arquitectura’ diplomática? Interpretaciones divergentes sobre la política exterior del Gobierno Lula (2003-2006)”, Entelequia: revista interdisciplinar (2, Otoño 2006. Págs. 21-36; ISSN: 1885-6985; link: http://www.eumed.net/entelequia/es.art.php?a=02a02; arquivo em pdf neste link: http://www.eumed.net/entelequia/pdf/e02a02.pdf); indexado: IDEAS (University of Connecticut), EconPapers (Örebro University) y Socionet (link: http://econpapers.repec.org/article/ervancoec/y_3A2006_3Ai_3A2_3Ap_3A21-36.htm. Disponível no site pessoal, link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1603arquitetdiplom.pdf). Aproveitado para artigo histórico (2003) sobre a diplomacia brasileira para o caderno Aliás, do jornal O Estado de São Paulo (em maio de 2009). Relação de Publicados n. 705.

Políticas de Integração Regional no Governo Lula, Política Internacional. Lisboa Lisboa: nº 29, II série, dezembro 2005, p. 33-60.

1383. “A política internacional do PT e a diplomacia do governo Lula”, Brasília, 31 jan. 2005, 23 p. Nova contribuição ao livro Sessenta Anos de Política Externa Brasileira, nova edição em 2006. Encaminhado ao editor José Augusto Guilhon de Albuquerque através de Flávio Antonio Azevedo (fagaps@yahoo.com). Publicado in Guilhon de Albuquerque, José Augusto; Seitenfus, Ricardo; Nabuco de Castro, Sergio Henrique (orgs.), Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990) (2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006, p. 537-559; ISBN: 85-7387-909-2; v. I: Crescimento, Modernização e Política Externa). Relação de Publicados n. 647.

1260. “Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula”, Brasília, 19 mai. 2004, 24 p. Comparação ampliada e análise crítica das diplomacias do governo FHC e do governo Lula, com cronologia de viagens e visitas. Publicado na Revista Brasileira de Política Internacional (Brasília: IBRI, a. 47, n. 1, 2004, ISSN: 0034-7329; p. 162-184); disponível neste link: link: www.pralmeida.org/05DocsPRA/1260PExtLula.pdf. Relação de Publicados n. 501.

1227. “Um exercício comparativo de política externa: FHC e Lula em perspectiva”, Brasília 14 mar. 2004, 5 p. Reestruturação e ampliação do trabalho n. 1213, fazendo uma comparação preliminar das diplomacias respectivas dos dois presidentes em várias temas multilaterais e regionais. Publicado no Meridiano 47 (n. 42-43, jan/fev. 2004, p. 11-14; link: http://www.mundorama.info/Mundorama/Meridiano_47_-_1-100_files/Meridiano_42_43.pdf). Em outro formato: revista Achegas. Rio de Janeiro: nº 17, 12 de maio de 2004; ISSN 1677-8855; link: http://www.achegas.net/numero/dezessete/paulo_r_a_17.htm.

1194. “La politique internationale du Parti des Travailleurs: de la fondation du parti à la diplomatie du gouvernement Lula”, Brasilia, 26 jan. 2004, 23 p. Artigo preparado para o livro Denis Rolland et Joëlle Chassin (orgs.), Pour Comprendre le Brésil de Lula (Paris: L’Harmattan, 2004, 320 p.; ISBN: 2-7475-6749-4; p. 221-238); disponível no site pessoal: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/73BresilLula.html). Relação de Publicados n. 473 e 489.

1097. Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira, Washington, 19 ago. 2003, 450 p. (2a. ed.; Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004). Esgotado; sem nova edição pela editora da UFRGS.

1091. “O Brasil e o processo de formação de blocos econômicos: conceito e história, com aplicação aos casos do Mercosul e da Alca”, Washington, 3 ago. 2003, 22 p. Ensaio de natureza dissertativa, abordando as origens do fenômeno de formação de blocos no mundo contemporâneo, em especial no continente americano, os problemas trazidos pelos esquemas comerciais ao sistema multilateral de comércio e discutindo as implicações da Alca para o futuro do Mercosul. Preparado para a obra de Eduardo Biacchi Gomes e Tarcísio Hardman Reis (orgs.), Globalização e o Comércio Internacional no Direito da Integração (São Paulo: Editora Aduaneiras, 2005; pp. 17-38). Relação de Publicados n. 562.

1010. “A política internacional do Partido dos Trabalhadores: da fundação do partido à diplomacia do governo Lula”, Washington 19 fev. 2003, 27 p. Análise das posições de política externa do Partido dos Trabalhadores e do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, desde a fundação do partido e as eleições de 1989, até o pleito vitorioso de 2002, com destaque para os temas básicos e a evolução em direção de uma postura mais próxima da forma tradicional de atuação da diplomacia. Publicado na revista Sociologia e Política (Curitiba: UFPR; ISSN: 0104-4478; n. 20 jun. 2003, p. 87-102; Dossiê Relações Internacionais, Rafael A. D. Villa (org); link: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782003000100008; http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782003000100008&lng=en&nrm=iso). Relação de Publicados n. 435.

1066. “A relação do Brasil com os EUA: de FHC-Clinton a Lula-Bush: A economia política do relacionamento bilateral”, Washington, 23 jun. 2003, 26 p. Publicado como capitulo 9 (Parte IV: A Inserção Internacional do Brasil) no livro de Fabio Giambiagi, José Guilherme Reis e André Urani (orgs.), Reformas no Brasil: Balanço e Agenda (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004; ISBN: 85-2091-609-0, p. 203-228). Relação de Publicados n.468.

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domingo, 5 de junho de 2011

Miseria educacional brasileira: um pequeno retrato...

Alguns que frequentam este meu blog (e comentam anonimamente, achando que sou muito pessimista), podem reclamar da minha seleção de temas para comentar.
Mas, reconheçamos, a realidade não ajuda.
Fatos, são fatos, como diria alguém, e não deixam de existir se não gostamos deles.
Mas, em lugar de fatos, vou apenas transcrever declarações, com todo o subjetivismo inerente a coisas ditas por pessoas que talvez não pensaram muito no que estavam dizendo, mas o fato é que disseram, e disso não podem se retratar, apenas se desculpar e tentar se explicar.
Vamos lá:

"Há uma diferença entre o Hitler e o Stalin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stalin lia os livros antes de fuzilá-los."
Ministro (!?) Fernando Haddad, do MEC (do MEC?!!)

Confesso que não entendi: que livros Stalin lia? E ele comentava com os seus desafetos, convencendo que eles estavam errados, antes de mandar fuzilá-los?
E não me parece que Hitler tenha mandado fuzilar seus inimigos: ele fez assassinar seus aliados do Partido Nazista na "noite dos longos punhais" e depois conseguiu adesão absoluta de todos. Os inimigos ele mandava para campos de concentração. Mas ele não teve tempo de matar muita gente em campos de concentração, pois só teve poucos anos de ditadura; Stalin fez muito mais: deve ter encarcerado 22 milhões, e um quarto disso deve ter desaparecido no Gulag.
Mas vamos à outra frase ilustrativa:

"Nunca li um livro inteiro. Na época da escola, copiava os resumos da internet para fazer as provas".
Thor de Oliveira Fuhrken Batista, filho do megaempresário Eike Batista.

Taí um garoto esperto: ele logo percebeu que os professores não tinham mesmo nada de muito interessante para ensinar, e preferiu ficar "googlelizando" para fazer seus trabalhos. Fez muito bem: é a geração Wikipedia, os wikiestudantes...

Bem, isso é o Brasil.
Agora vocês me perguntam se eu sou pessimista demais...
Paulo Roberto de Almeida

Happy birthday Mr. Smith, happy birthday Mr. Keynes...

Por acaso, Adam Smith e John Maynard Keynes nasceram no mesmo dia. Acho que é a única coisa que os aproxima...

Smith and Keynes Share a Birthday
by Don Boudreaux
Café Hayek, June 5, 2011

In what is surely one of history’s great ironies, today is the birthday of both Adam Smith and John Maynard Keynes.

Smith launched the discipline of modern economics, freeing our thinking about economic matters largely from the misperceptions and prejudices of the ‘man in the street’ whose instincts prompt him to suppose that most economic problems are the result of too little money or too little demand – an instinct that, in Smith’s day, elevated mercantilism into the dominant mode of economic (non)thought. This ‘man in the street’ gives little, if any, thought to the enormously detailed and constantly occurring and largely unseen adjustments that property owners (including owners of only labor services) must make so that the plans and actions of producers and consumers are sufficiently well-coordinated across space and time that prosperity becomes widespread and continually growing. The ‘man in the street’ concentrates his worries on demand – e.g., Will consumers continue buying ‘enough’? Won’t labor-saving technology (including advances in international trade) cause sustained unemployment? What will be the jobs of the future if the familiar jobs of today are ‘destroyed’?

Keynes, regrettably, gave undeserved respect to these concerns of the ‘man in the street.’ The focus of Keynes and his followers was not on how the plans and actions of countless individuals can be reasonably well-enough coordinated, across space and time, so that scarce resources are ever-more-efficiently transformed into goods and services that satisfy consumers. Overlooking – as does the ‘man in the street’ – the importance of the details of this vastly complicated process of on-going coordination, Keynes and his disciples glommed on to what the ‘man in the street’ immediately thinks of as the economic question: is there enough demand to buy stuff? If yes, problem solved; if not, big problem – or, really, not so big if the state frees itself from the prejudices of those damned classical economists (such as Smith) and, adopting the idiot-savant genius of the ‘man in the street,’ augments inadequate private demand with demand that it creates either through money creation or, usually more effectively for Keynesians, through debt-funded fiscal spending.

Smith had no such delusion that economies grow simply because people demand more stuff. The abilities and drive of butchers, brewers, bakers, and other entrepreneurs to earn ever-better livings by ever-better satisfying consumers (as opposed to by securing monopoly privileges from government) is what makes economies grow. Competitively determined prices are important in guiding suppliers to meet consumer demands (and in guiding consumers on how to get the most satisfaction possible from their expenditures). Taxes, regulations, monopoly privileges, and (yes, even for Smith) inadequately supplied amounts and qualities of public goods obstruct the ability of markets to coordinate savings, investment, production, and consumption in ways that keep economies growing. Smith – and, to this day, Smithian economists – concentrate their attention on supply. The problem isn’t to get people to want to consume more of what they want; it’s to get people to produce more of what people want to consume.

John Maynard Keynes, more than any other person, diverted economics from its task of understanding how order emerges unplanned from the self-interested and knowledge-limited choices and actions of countless individuals. Far more than Marx, the consequence of Keynes on economics has been lamentable.

A piada da semana (o pior é que é verdade...)

Enfim, existem diversos tipos de verdade.
Esta aqui é a verdade da Coréia do Norte:

Global Happiness Index, North Korea
Shanghai Daily, May 31, 2011

China is the happiest place on earth(!!) according to a new global happiness index released by North Korea's Chosun Central Television. China earned 100 out of 100 points, followed closely by North Korea (98 points), then Cuba, Iran, and Venezuela. Coming in at 203rd place is America (or rather "the American Empire"), with only 3 happiness points. South Korea got a measly 18 points for 152nd place.

Eu me curvo às evidências. O que estão esperando os sul-coreanos para invadir a Coréia do Norte, em busca da felicidade?

Grandes etapas da diplomacia brasileira - Paulo Roberto de Almeida

As grandes linhas da política externa brasileira
Paulo Roberto de Almeida
Publicado, sob o título “Trajetória Coerente”, no suplemento “Pensar Brasil”, caderno especial “De Igual para Igual”, do jornal “Estado de Minas” (Belo Horizonte, Sábado, 9 de abril de 2011, p. 17-19).

A diplomacia brasileira seguiu, ao longo do último meio século, uma trajetória relativamente uniforme e coerente, embora marcada por alguns desvios momentâneos e por orientações políticas contrastantes, segundo as conjunturas políticas e os grandes alinhamentos observados em cada uma das grandes etapas do cenário internacional. Com algumas poucas exceções – possivelmente no imediato seguimento do golpe militar de 1964 e agora, recentemente, durante o governo Lula – ela seguiu invariavelmente algumas orientações básicas, ainda que animadas por preocupações diversas, todas elas comprometidas com o desenvolvimento nacional, a defesa da soberania e o comprometimento com o direito internacional, consubstanciado na Carta da ONU e em alguns outros instrumentos básicos das relações internacionais.
A política externa foi, pode-se dizer com total segurança, persistentemente “desenvolvimentista”. A exemplo da tendência dominante na política econômica, ela esteve engajada no processo de industrialização brasileira, embora atuando bem mais na política comercial (na qual o Itamaraty sempre conservou o “monopólio” negociador) do que na política industrial, onde ele foi ator coadjuvante. Essa foi a linha básica da diplomacia econômica brasileira desde a era Vargas até a atualidade: fazer com que as negociações comerciais externas – multilaterais ou regionais – não dificultassem o processo de industrialização, consumado com base em velhas receitas de substituição de importações e em forte protecionismo tarifário (que o Itamaraty se encarregou de defender junto ao Gatt, ao longo dos anos).
A outra grande vertente de atuação da diplomacia econômica consistiu na sustentação das dificuldades cambiais e de balanço de pagamentos, o que exigia do Itamaraty um bom trabalho junto aos principais credores, todos eles situados na América do Norte e na Europa ocidental. Empréstimos externos e atração de investimentos estrangeiros foram os dois elementos básicos nessa frente e pode-se dizer que o desempenho foi relativamente satisfatório, a despeito de crises desafiadoras no último terço do século XX (petróleo, dívida externa, crises financeiras nos mercados emergentes nos anos 1990). Mas esse tipo de negociação financeira estava mais bem afeta aos responsáveis econômicos e monetários do que aos funcionários do Itamaraty, que ainda assim ofereciam todo apoio nesse tipo de missão, quando não assumiram eles mesmos a responsabilidade pela condução do processo.
Outra área, entretanto, teve a colaboração crucial dos diplomatas para que ela pudesse se desenvolver, pelo menos até certo ponto: a capacitação do Brasil em matéria de enriquecimento nuclear e de domínio das tecnologias industriais ligadas à indústria nuclear para fins civis (energia), o que foi materializado no célebre acordo nuclear Brasil-Alemanha, de 1975 (depois descontinuado, a partir da crise dos anos 1980 e também por causa de fortes pressões contrárias dos Estados Unidos). Ocorreu, nesse setor, durante o governo militar, notável cooperação entre os militares e os diplomatas, inclusive porque ambas as corporações recusavam a adesão do Brasil ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (oferecido em 1968 à comunidade internacional pelas três potências nucleares signatárias, EUA, Reino Unido e União Soviética). Foi o momento de maior independência brasileira em relação aos EUA, depois de algumas décadas de alinhamento, no geral, coincidente com os grandes objetivos da maior potência ocidental, durante os anos da Guerra Fria.
De fato, o Brasil exibiu uma política externa razoavelmente alinhada com os EUA desde antes da Segunda Guerra Mundial, a começar pela renegociação das dívidas contraídas nos anos de entre-guerras e pela própria participação brasileira no conflito, a partir da qual os dirigentes diplomáticos e os líderes políticos brasileiros esperavam uma retribuição à altura, em especial a inclusão do País no seleto clube de grandes potências, experiência logo frustrada pela intransigência do Reino Unido e da União Soviética. Ainda assim, os anos do pós-guerra foram de colaboração e de quase pleno entendimento político, com a compreensão dos militares brasileiros e da grande maioria dos diplomatas em relação às prioridades e à grande estratégia dos EUA na era da Guerra Fria: a contenção da União Soviética e a luta contra a penetração e a influência comunistas em diversos países da periferia ou da própria Europa ocidental.
Os únicos pontos de desacordo se situavam justamente na cooperação econômica, com o Brasil e a maioria dos latino-americanos pedindo uma extensão ao continente da generosa ajuda para recuperação e reconstrução que os americanos prestavam à Europa no quadro do Plano Marshall. Os EUA nunca consentiram nessa extensão, inclusive porque consideravam, não sem razão, que os problemas da América Latina não eram exatamente de reconstrução, e sim de desenvolvimento, para o que recomendavam não ajuda estatal, mas reformas econômicas e abertura aos investimentos estrangeiros. A questão do financiamento ao desenvolvimento latino-americano foi resolvida mais adiante, com a criação do Banco Interamericano de Desenvolvimento, apenas depois de intensa pressão brasileira, notadamente através da Operação Pan-Americana, proposta pelo presidente Juscelino Kubitschek: tratou-se da primeira grande iniciativa brasileira em termos de liderança regional e de diplomacia multilateral, mesmo se limitada ao hemisfério americano.
Ainda assim, ela serviu para formar os diplomatas brasileiros nos novos temas da diplomacia do desenvolvimento e do multilateralismo econômico, bem como nos seus procedimentos específicos (em relação, por exemplo, à velha escolha da diplomacia bilateral, de caráter essencialmente político), o que iria ser extremamente útil nas negociações do Gatt, com a nascente Comunidade Econômica Europeia e nos novos acordos em torno dos produtos de base (café, cacau, açúcar, etc.). O Brasil tornou-se um dos principais promotores do movimento em favor da reforma do Gatt desde o final dos anos 1950, num sentido de não-reciprocidade e de concessões sem contrapartida, assim como participou ativamente do processo que conduziu à criação da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), tornando-se um dos líderes do grupo dos países em desenvolvimento (que veio a ficar conhecido como G77, do número de membros no momento de sua criação, em 1964).
O ponto alto dessa fase foi, evidentemente, a chamada “política externa independente”, quando o Brasil se liberta do estrito alinhamento aos cânones da Guerra Fria e passa a buscar oportunidades comerciais e de relacionamento político com os países socialistas e com as nações periféricas de modo geral. Entre os grandes temas debatidos nessa época esteve o de Cuba, cujo regime socialista foi considerado pela OEA como “incompatível com o sistema interamericano”, tese americana a que o Brasil se opôs por não haver, na Carta da OEA, nenhum caracterização quanto a regimes políticos. O Brasil, em todo caso, se absteve, quando a decisão foi votada, apoiado em argumentos essencialmente jurídicos esgrimidos pelo chanceler Santiago Dantas.
Ocorreu, então, a primeira ruptura, embora relativamente breve, nas linhas tradicionais da política externa brasileira, quando os militares, talvez para “agradecer” aos EUA a ajuda preventiva dada durante o golpe, concordam em sustentar a postura americana na região, participando da invasão da República Dominicana, contra uma revolução democrática em 1965. Foi, porém, um breve interlúdio, já que a partir de 1967, a diplomacia retomou sua postura desenvolvimentista e pela autonomia tecnológica (já dando início a um programa nuclear independente, que sofreria as referidas sanções americanas). Pelo resto do regime militar e também durante a fase de redemocratização, a diplomacia brasileira atuou com plena independência e profissionalismo, assumindo uma postura moderadamente terceiro-mundista e, certamente, desenvolvimentista. Conflitos pontuais se manifestam nas relações com os EUA, tanto no plano bilateral – fricções comerciais, política nuclear, justamente – como no plano multilateral – resoluções da ONU e temas da agenda do desenvolvimento nos quais os EUA geralmente se singularizavam pela postura oposicionista.
Desde essa época, e praticamente até hoje, a diplomacia brasileira vem construindo seu espaço próprio nos contextos regional e internacional, estimulando parcerias seletivas com alguns grandes países em desenvolvimento – em especial com a Índia, com a qual havia uma grande interface negociadora em temas comerciais – e colocando as bases de um grande espaço de integração econômica na América do Sul, primeiro via Alalc e Aladi, depois via Mercosul e outros esquemas sub-regionais. Ao promover a integração regional, a diplomacia brasileira sempre foi extremamente cautelosa em não proclamar qualquer veleidade de liderança brasileira no continente, muito facilmente confundida com pretensões hegemônicas e, portanto, recusada peremptoriamente pela maior parte dos vizinhos (com a possível exceção dos menores, interessados em algum tipo de barganha preferencial). Essa postura cuidadosa foi no entanto descurada pelo governo Lula, gerando resistências e contrariedades nos vizinhos mais importantes, que inclusive se mobilizaram contrariamente a um dos objetivos de alguns governos brasileiros: a conquista de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.
O governo Lula, justamente, representou uma ruptura nos antigos padrões profissionais da diplomacia, introduzindo uma agenda partidária e ideológica que redundou, em diversos casos, em um infeliz alinhamento com ditaduras e violadores dos direitos humanos em diversos continentes, numa demonstração de anti-americanismo infantil e, em última instância, prejudicial à credibilidade da política externa brasileira. Felizmente, o novo governo Dilma restabeleceu padrões de comportamento e de votação nos foros multilaterais bem mais conformes à tradição diplomática brasileira, condizentes inclusive com princípios constitucionais sobre valores democráticos e a defesa dos direitos humanos e com o espírito verdadeiro da Carta da ONU.

[2554; Brasília, 11 de março de 2011; rev. 12/03/2011]

Sobre critica e sobre atitudes: entre posturas e ideias: um anonimo comenta meu blog

Transcrevo e respondo.

Sobre políticas públicas e sobre ideias e atitudes (a deste blogueiro em especial)

Um crítico anônimo -- mas que suspeito ser um colega um pouco incomodado com ideias, mas na verdade preocupado apenas com posturas pessoais, as minhas, quero dizer -- comenta, em tom altamente depreciativo (pois todo o seu comentário se foca no meio, eu, não na mensagem em si), a atitude habitual de meu blog, sempre cética, para não dizer negativamente crítica, em relação às políticas governamentais em geral, das quais sou, não hesito em dizer, um atento observador e um comentarista impiedoso, por julgá-las inapropriadas e inadequadas às necessidades atuais e próximo-futuras do Brasil e de sua sociedade. Nunca escondi isso, e não hesito em reafirmá-lo.
Como sou absolutamente transparente com relação a minhas ideias e posturas, e como estou sempre aberto a um bom debate, vou transcrever aqui, in totum, esse comentário critico -- aliás, bastante longo e detalhado, extremamente inteligente, mas falho no que indico a seguir -- para, em primeiro lugar, retirar do anonimato, stricto et lato sensii, tanto por ser uma "nota de rodapé" a um post meu, sobre um artigo da Economist (neste link), como por ter sido postada por um Anônimo, que obviamente repudia o debate aberto e não pretende se expor com suas próprias credenciais e não ousa debater ideias no campo aberto.
Ele prefere esconder-se no anonimato, o que respeito (por julgar que certas pessoas não ousariam dizer em público o que dizem en cachette), mas já escrevi aqui, abertamente, o que penso a respeito de pessoas que se escondem atrás do anonimato e não têm coragem de dizer o que pensam, ou se dizem o que pensam não pretendem revelar quem são, o que julgo uma atitude covarde, na medida em que essas pessoas sempre podem adaptar seus discursos, e (pior) suas posturas, ao tipo de público ao qual se dirigem, não tendo a hombridade de defender o que realmente pensam de forma aberta e honesta.
Como eu não hesito, nunca hesitei, em dizer o que penso, a qualquer público em qualquer lugar, em qualquer tempo, não tenho nenhum problema em transcrever críticas que me são feitas, para em seguida tentar dialogar em bases racionais, o que sempre faço quando se me oferecem oportunidades. Vamos pos transcrever o que disse meu crítico, para que eu depois comente seus argumentos e afirmações.

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Uma bolha economica chamada Brasil - The Economist...":

Não lhe dá preguiça estar há oito anos distribuindo prognósticos fatalistas sobre o governo? O que em 2003 pareciam divergências de fundo se tornou, em 2011, apenas um indisfarçável ódio que há muito perdeu qualquer base na realidade? Onde está a ditadura? Onde o polvo vermelho, que supostamente controla uma imprensa que semana sim, outra também, revela podres dos mais importantes membros do governo? Onde a economia em frangalhos? Onde o desastre?

Será que a elite brasileira ficará os próximos oito anos reduzida a esse papel ridículo de velho do Restelo, relógio parado aguardando eternamente que a realidade corresponda a suas previsões apocalípticas? E se nunca acontecer? Que papel a história reserva para os profetas do desastre?

Mais especificamente, a Economist faz um diagnóstico bastante equilibrado de sucessos, problemas e desafios. Mas, na mente já viciada dos nossos letrados, tudo o que contraria seu secreto desejo de implosão iminente da economia brasileira - desejo que, realizado, satisfaria sua fantasia de ver o inimigo vermelho de 1917 derrotado - é descontado.

É triste porque algumas de nossas melhores mentes há muito abandonaram o debate adulto, reduzidas a pretensas análises que apenas dão curso a seus desejos de demonização e derrota de um dos poucos projeto políticos com raízes reais na história brasileira, e que conta com o apoio de segmentos expressivos da população. São, é claro, os segmentos errados. As massas ignaras. O povão. Esses ex-famélicos que acreditam ter voz na condução do país porque adquiriram fogão e geladeira.

Cada notícia de nova iniciativa, apoiada ritualmente pela população nas eleições com base nos resultados, é violentamente deplorada pelos antigos monopolistas dos aeroportos com base em seus declarados nobres princípios. Quase ouço ao fundo o seu bordão: Perdoe-os porque eles não sabem o que fazem.

Esse fatalismo todo, claro, é contraprodutivo. Quando o desastre não vier, todos acreditarão - ainda que não confessem - ter sido um mérito do governo Dilma evitá-lo. E aí serão mais quatro anos de imprecações e complexas análises demonstrando que, agora sim, o fim está próximo
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Postado por Anônimo no blog Diplomatizzando em Domingo, Junho 05, 2011 7:07:00 AM

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Comento agora [Paulo Roberto de Almeida]:

Observe-se, em primeiro lugar, que meu crítico anônimo não se dirige exatamente ao tema em debate, que eram as políticas econômicas do governo brasileiro -- que ele apenas comenta para dizer que o artigo da Economist era equilibrado e bem argumentado --, mas se preocupa em criticar minha atitude pessoal e a postura deste blog em especial, que ele julga totalmente defasada em relação às maravilhas e sucessos exibidas pelo governo atual, achando que eu faço uma crítica despeitada, de retaguarda e frustrada, em relação ao que ele considera serem resultados positivos do atual governo.
Se ele acha que um instrumento de comunicação deva ser uma ferramenta laudatória, assertiva e positiva em relação ao que acha certo, nada mais simples do que abrir um post -- é de graça -- para fazer exatamente o que acha certo, apoiar o governo, e com isso recolher os aplausos de que seria merecedor das esferas de poder. É seu inteiro direito, e tem muita gente que faz isso, e se dá bem na vida, consegue verbas, empregos, promoções, cargos, honrarias e outras prebendas geralmente associadas a quem apoia o poder, qualquer poder.
Não creio, pessoalmente, que seja uma atitude decente, pois quem realmente ama seu país, seu povo, e pretende sempre ver melhorias, não hesita, antes de aplaudir o que acha certo, criticar o que vê de errado. Se existem coisas boas -- e qualquer governo é eleito com essa obrigação primeira de fazer o bem, supostamente, para a maioria -- não é necessário aplaudir, basta não criticar, pois políticos são eleitos para fazer exatamente o bem para os cidadãos.
A atitude mais correta, e a mais honesta intelectualmente, é justamente a de criticar o que existe de errado, para tentar se corrigir políticas equivocadas e esperar que os argumentos sejam consistentes o suficiente para justificar uma correção de rota.
Se o crítico anônimo achar que eu estou defendendo os privilégios de minorias -- banqueiros, capitalistas, marajás do serviço público -- ele deveria dizer, e apontar onde viu isso. Se ele apenas discorda de minha atitude geral em face de políticas econômicas, ele também deveria dizer: que prefere, por exemplo, políticas públicas nas quais o essencial de bens e serviços é guiado, fornecido, orientado pelo Estado, em lugar do setor privado, como eu defendo, pois estão aí, provavelmente, nossas diferenças fundamentais, justamente, o que não hesito em nenhum momento em apontar, e criticar, na atitude geral do governo e dos que o apoiam.

Registre-se que o Anônimo em questão passa todo o seu comentário ocupado apenas em criticar "elites" e a minha atitude em particular, em lugar de se deter no que é realmente importante, o que revela, antes de mais, um velho vício dos incomodados: quando não tiver argumentos para responder, atire no mensageiro. Ou seja, mate, ou elimine, o veiculador de ideias incomodas, que tudo o mais ficará bem, o governo apenas contando com um bando de áulicos apoiadores, e nenhum crítico para lhe incomodar, dizendo que está gastando dinheiro inutilmente, ou com as novas elites arrivistas -- as máfias sindicais e partidárias que sempre denuncio aqui -- ou, ainda mais, as velhas elites de sempre, industriais e banqueiros que vivem de dinheiro público.
O Anônimo comentarista parece ter raiva, ou despeito, por minha atitude, pois pretende, em lugar de discutir coisas realmente importantes, depreciar meu trabalho de crítico, sempre voltado para políticas e medidas concretas, coisas da vida real, não da academia ou do mundinho de corte.

Todo este blog está centrado em ideias e políticas, como dito em epígrafe. Se o crítico anônimo não sabe disso deveria ler o que vai na janelinha introdutória antes de dirigir seus comentários a mim. Eu sou apenas um escrevinhador, um mero observador cético da realidade; passo metade do meu tempo a transcrever matérias da imprensa -- que na maior parte dos casos se referem a fatos, não a opiniões -- e na outra metade transcrevo, sim, opiniões, em geral com as quais não concordo, o que me oferece justamente a oportunidade de criticar ideias e posturas que acho equivocadas (e aqui entra a parte de subjetivismo de meu blog, que reconheço plenamente). Se fosse para transcrever opiniões concordantes, este blog se tornaria aborrecidamente repetitivo, e creio que não teria o número de seguidores que tem hoje, entre eles o meu crítico Anônimo (que já detectei, pelo estilo, de comentários anônimos anteriores).

Acredito que meu crítico Anônimo seja um entusiasta das políticas estatais e estatizantes -- o que deduzo pela sua frase sobre os "monopolistas de aeroportos -- o que constitui, precisamente, o lado mais visível e predominante das políticas públicas em vigor atualmente no Brasil.
Como eu não sou, nunca fui, de me pautar por consensos e unanimidades, eu me permito manter a mesma postura cética e crítica de sempre, mesmo de quando eu era um jovem marxista -- mas não religioso -- e apoiador dessas mesmas políticas que o meu crítico Anônimo parece defender ainda hoje, coisas dos anos 1950, vocês sabem, o consenso de meio século atras. Ele não parece perceber que nenhuma dessas políticas funcionou -- do contrário o Brasil seria, hoje, uma grande potência desenvolvida -- e que justamente o governo, por incompetente, inepto e incapaz de "deliver", se resigna hoje -- sob os olhares raivosos dos companheiros frustrados -- em entregar os aeroportos para os "monopolistas privatistas" já que ele próprio é incapaz de fazer uma reforminha sequer sem que se pague o dobro por superfaturamento, corrupção e incompetência manifesta, justamente. Ele não percebe que as ideias, não as posturas, são justamente as que se confrontam atrás de medidas, e que as ideias gerais que ele defende foram as derrotadas, como se constata na prática.

Como eu suspeito que meu crítico Anônimo esteja muito satisfeito com este governo, ele se apressa em criticar minha atitude, como se eu, um modesto blogueiro e escrevinhador sem qualquer poder em qualquer governo, sem cargos e sem audiência, tivesse a mínima importância para o governo ou para quem quer que seja. Talvez por que ele se julgue devedor de favores e prebendas deste governo, e fica incomodado de ver um colega que não se dobra a unanimidades -- deixo de lado a frase de Nelson Rodrigues sobre esse tipo de atitude -- e que prefere a critica honesta à passividade bovina.
O que ele provavelmente detesta é a independência de pensamento, e a insistência na crítica, como se esta fosse sinônimo de falta de patriotismo ou traição à pátria.
Pois se ele pensa assim, eu vou logo confirmando que é isso mesmo.
Não sou um patriota, não sou um nacionalista, não sou sequer um cidadão bem comportado. Sou um anarquista por princípio, não um do velho estilo, mas um contestador de ideias, um cético do que vem de cima, um examinador cuidadoso do mérito e dos fundamentos de qualquer proposta, de qualquer medida, de qualquer política.
Não sou daqueles, nunca fui, que se enrola numa bandeira e se contenta em dizer: certo ou errado é o meu país, ou como diriam alguns, é uma merda, mas é nossa...
Não, eu nunca faria isto: sou daqueles que não exibem nenhuma subserviência mental a poderosos, nenhuma sujeição ao poder, nenhuma adesão de princípio a quem quer que seja. Entre a pátria e os cidadãos, eu fico com estes, entre a razão de Estado e a simples razão, eu fico com esta, entre a fidelidade a certos princípios e a adesão ao poder do momento eu fico com aqueles, mesmo a custa de um isolamento temporário, mesmo à custa de um alto preço a pagar pela independência de pensamento.

Acho que meu crítico precisa se convencer que ele precisa discutir ideias, não posturas individuais, que ele precisa se dirigir ao fundamento das coisas, não a forma pela qual elas são veiculadas e defendidas.
Entre posturas e ideias, eu sempre ficarei com estas, pois acredito que elas sejam um pouco mais permanentes do que as atitudes -- geralmente volúveis -- dos homens.
Em governos passados, aposto como meu crítico -- se ele é sincero em seus argumentos -- calou-se em lugar de manifestar sua oposição. Se ele hoje critica minhas ideias, por não se coadunarem com as posturas e medidas do presente, o problema é dele, não meu: eu sempre serei fiel a certas ideias, antes do que a posturas momentâneas.

Acho que já escrevi demais -- como sempre faço --, mas meu blog está sempre aberto ao debate de ideias.
Concluo apenas dizendo que agradeço, sinceramente, ao meu crítico, por me dar mais esta oportunidade de expor minha postura. Mas confesso que gostaria de estar debatendo políticas, em toda a extensão e profundidade requeridas, não atitudes ou posturas, minhas ou as de meu crítico (se ele tem ideias a defender). Sempre se ganha mais, no debate público, indo a fundo nas justitificativas que fundamentam determinadas políticas, sem nenhuma importância para quem as propõe ou defende. O que vale, finalmente, é o resultado objetivo dessas políticas, não que elas tenham sido propostas, defendidas, implementadas (ou criticadas) por fulaninho ou sicraninho. Como digo sempre, o mais importante são as ideias, não quem as defende.
Vale!
Paulo Roberto de Almeida
(Brasília, 5 de junho de 2011)

PS.: O que eu disse, finalmente, de tão horrível, que irritou tão profundamente meu crítico anônimo?
Nada de extradordinário, na verdade, apenas uma ressalva ao clima de euforia que existe em certas esferas, e introduzindo o artigo da Economist, exatamente isto aqui:
"A economia brasileira vem crescendo, de fato, mas nem sempre de forma saudável. Excesso de crédito público, maquiagens contábeis do governo para esconder empréstimos do Tesouro ao BNDES, juros aumentando, enorme custo fiscal das reservas internacionais, baixa competitividade da indústria por causa do custo Brasil, falta de mão-de-obra e baixa capacitação profissional."
Até a próxima crítica...

sábado, 4 de junho de 2011

Persistencia do odio aos judeus - Ray Fisman (Slate)

The Persistence of Hate
By Ray Fisman
Slate, Wednesday, June 1, 2011

German communities that murdered Jews in the Middle Ages were more likely to support the Nazis 600 years later.

From Rosa Parks' refusal to move to the back of the bus in Montgomery, Ala., to the "Little Rock Nine," who defied school segregation in Arkansas, most of the civil rights clashes of the 20th century played out on the turf where the Confederacy had fought to preserve slavery 100 years earlier.

If a century seems like a long time for a culture of racism to persist, consider the findings of a recent study on the persistence of anti-Semitism in Germany: Communities that murdered their Jewish populations during the 14th-century Black Death pogroms were more likely to demonstrate a violent hatred of Jews nearly 600 years later. A culture of intolerance can be very persistent indeed.
Changing any aspect of culture—the norms, attitudes, and "unwritten rules" of a group—isn't easy. Beliefs are passed down from parent to child—positions on everything from childbearing to religious beliefs to risk-taking are transmitted across generations. Newcomers, meanwhile, may be attracted by the culture of their chosen home—Europeans longing for smaller government and lower taxes choose to move to the United States, for example, while Americans looking for Big Brotherly government move in the other direction. Once they arrive, these migrants tend to take on the attitudes of those around them—American-born Italians hold more "American" views with each subsequent generation.
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"Good" cultural attitudes—like trust and tolerance—may thus be sustained across generations. But the flipside is that "bad" attitudes—mutual hatred and xenophobia—may also persist.
The authors of the new study, Nico Voigtländer of UCLA and Joachim Voth of the Universitat Pompeu Fabra in Spain, examine the historical roots of the virulent anti-Semitism that found expression in Nazi-era Germany. In a sense, their analysis can be seen as providing a foundation for the highly controversial thesis put forth by former Harvard professor Daniel Goldhagen in Hitler's Willing Executioners. Goldhagen argued that the German people exhibited a deeply rooted "eliminationist" anti-Semitism that had developed over centuries, which made them ready accomplices in carrying out Hitler's Final Solution.

To compare medieval anti-Semitism to more recent animosity toward Jews, the researchers combine historical records from Germania Judaica, which documented the Jewish communities of the Holy Roman Empire, with data on the rise of anti-Semitism under Hitler, collected in Klaus-Dieter Alicke's Encyclopaedia of Jewish Communities in German-speaking Areas.
To illustrate their approach, Voigtländer and Voth draw a comparison between the cities of Würzburg and Aachen, two small cities a couple of hundred miles apart with populations of little more than 100,000 in 1933 but with very different responses to Nazi ideology.
Each city had a Jewish community dating back to at least the 13th century. When the Black Death came in 1348, it wiped out about half the population of Europe. In Germany, the plague was widely blamed on Jews poisoning wells. Jews in Würzburg had already been targeted with a violent pogrom 50 years earlier, allegedly for "desecration of the hosts" in a local church, though it may have had more to do with the large sum owed to Jewish moneylenders by a local count. With another attack imminent, in 1349, the community chose mass suicide instead. In Aachen, no Black Death pogroms occurred, despite warnings from other communities that if the city failed to take action, its Jews might poison its wells.
Fast-forward nearly 600 years. Pogroms were rare prior to Hitler's election in 1933, but not unheard of. Würzburg was among the 37 communities that targeted their Jewish communities with Weimar-era attacks. In national elections in 1928 the Nazi Party, running on an emphatically anti-Semitic platform, received 6.3 percent of the vote in Würzburg, close to double the Nazi vote share in the rest of the district. In Aachen, about 1 percent of the vote went to the Nazis. Once the Nazis took power, 44 percent of the population of Wurzburg was deported to concentration camps. In Aachen, 37 percent of the population was deported—still a tragically high figure, but notably lower than for Würzburg.
Voigtländer and Voth find that these patterns generalize to German cities more broadly. In cities with Black Death pogroms, Jews were six times more likely to have been targeted with attack during the 1920s than in places like Aachen. Similarly, the Nazi party vote share was 1.5 times higher in communities with Black Death pogroms. To the best of their ability, the authors base their calculation on an "apples-to-apples" comparison of communities with fairly similar geographies and other attributes. (In their introduction, Voigtländer and Voth highlight the sharp differences in the treatment of Jews through the ages in communities no more than 20 miles apart.)
Not all cities like Würzburg were so unwavering in their anti-Semitism, however. Those with more of an outward orientation—in particular, cities that were a part of the Hanseatic League of Northern Europe, which brought outside influence via commerce and trade—showed almost no correlation between medieval and modern pogroms. The same was true for cities with high rates of population growth—with sufficient in-migration, the newcomers may have changed the attitudes of the local culture.
This gets us back to what's become of North-South racism in the United States since the 1950s. America is a country of immigrants, and more important, a country with high mobility within its borders, particularly over the last century. This doesn't mean that racism has disappeared, though perhaps we can expect it to be distributed more evenly. There's some evidence that America's melting pot is having exactly this effect. For example, in response to the 2005-07 World Values Survey, whites living in South Atlantic states were no more likely than New Englanders to say that they wouldn't want a black neighbor. Germany's Hanseatic League cities seem a better comparison for the shifting landscape of American cultures than Würzburg or Aachen.
What of Würzburg today? It was flattened in a March 1945 firebombing that left little standing and thousands dead. By the end of the war, the city's men were mostly dead or in POW camps, leaving the women to rebuild from the rubble. One might at least hope for a fresh start. I asked professor Voth about whether Würzburgers' culture of anti-Semitism has changed in the postwar years. The city has had its share of neo-Nazi rallies, though City Hall has tried (unsuccessfully) to shut them down. In the 2009 election, nearly half of its votes went to the conservative Christian Social Union party, often associated with anti-immigrant policies. Does this suggest that there are anti-Semitic sentiments simmering beneath the surface as well? Professor Voth isn't sure but plans on finding out: Using 21st-century survey data, he and co-author Voigtländer hope to see whether a culture of hatred in Würzburg and elsewhere can survive even the pounding of nearly 1,300 tons of Allied bombs.

Mudanca geopolitica: EUA-China

Até vinte anos atrás, quem se reunia para tratar de questões estratégicas e de segurança internacional, e para discutir redução de armamentos (mísseis balísticos, etc.), eram americanos e soviéticos.
A foto abaixo, publicada no Shanghai Daily, diz tudo (até o tamanho dos personagens).

Defense chiefs meet
Reuters, 4/06/2011
Chinese Defense Minister Liang Guanglie (right) shakes hands with his United States counterpart Robert Gates in Singapore yesterday. They were attending the Shangri-La Dialogue. Gates will deliver a speech today while Liang will address the regional security conference tomorrow.

Brasil Sem Miseria: um plano improvisado - Editorial OESP

Um plano improvisado
Editorial - O Estado de S.Paulo
04 de junho de 2011

A presidente Dilma Rousseff é uma pessoa séria, assim como são sérios os seus compromissos com a mudança do sombrio panorama social brasileiro. O País se orgulha de ser uma das 10 maiores economias do mundo e, ao mesmo tempo, tolera a perpetuação da extrema pobreza em escala incompatível com o seu grau de desenvolvimento. Era, portanto, para também serem levadas a sério as informações de que, cumprindo o que a então candidata prometera na campanha eleitoral, o novo governo preparava, em regime de prioridade, um programa articulado de resgate, em 4 anos, dos 16,2 milhões de pessoas cuja renda familiar per capita não ultrapassa R$ 70, conforme a "nota de corte" estabelecida com base nos dados do último Censo do IBGE.

Mas não pode ser considerado sério, nos termos em que foi apresentado, o programa Brasil Sem Miséria. Ficou claro que o seu lançamento, quinta-feira - numa solenidade em que a presidente se viu obrigada a proclamar que não é "refém do medo", ao lado de um desenxabido ministro Antonio Palocci, responsável pela crise que assusta o Planalto -, foi uma precipitação. No esforço por mostrar que o governo governa e que a presidente preside, não se deixando travar pelo escândalo que expôs a fortuna do seu braço direito, o titular da sua Casa Civil, incluiu-se a apresentação do plano de combate à miséria entre as aparições públicas de Dilma, destinadas a exibir, ao longo da semana, um quadro de normalidade política e eficiência administrativa no Executivo.

O que se viu, porém, foi uma simples colagem, ao que tudo indica improvisada, de projetos que parecem ser um mix das iniciativas do governo Lula no campo social, lembrando o ajuntamento de projetos a que ele deu o pomposo nome de Programa de Aceleração do Crescimento. E essa é ainda uma hipótese benigna. Pior será se se vier a saber que a crise não forçou o lançamento do Sem Miséria antes da hora, no estado em que estivesse, mas que ele é isso mesmo, ou seja, o produto de um trabalho que chegou, sim, ao seu término e espelha o que a equipe da presidente tem a oferecer na matéria. Porque, se este for o caso, o resultado será uma oportunidade perdida de obter o apoio da sociedade a uma causa que deve prevalecer sobre antagonismos políticos.

O governo anunciou que investirá no programa R$ 20 bilhões por ano, mas não alardeou, evidentemente, que desse total R$ 16 bilhões já são gastos com o Bolsa-Família. Completando o vexame, não definiu de onde sairão os R$ 4 bilhões restantes. Só isso mais do que basta para se considerar o plano um mero factoide, uma descosturada carregação para ajudar a presidente a desfilar boa aparência política. Nada contra, em princípio, à ideia de agregar 800 mil famílias aos 12,9 milhões que formam atualmente a clientela desse programa de transferência de renda. Mas a distância entre a intenção e os meios faz duvidar da viabilidade da meta - que está longe, aliás, da eliminação da miséria.

O ceticismo se justifica ainda mais em relação ao desejo do governo de instalar cursos de qualificação profissional, em parceria com Estados e municípios, destinados a abrir portas de saída a membros da clientela do Bolsa-Família. Essas parcerias só funcionam, quando funcionam, se o Tesouro arca com a fatura - e isso, como se sabe, são sempre outros 500. Da lista de intenções do Planalto faz parte ainda a criação de uma Bolsa Verde de R$ 300 por trimestre para cerca de 70 mil famílias que vivem em áreas de floresta. Trata-se de um programa de preservação ambiental anunciado por Lula em 2009. Há, ainda, uma ajuda de R$ 2.400, a ser paga em 4 parcelas ao longo de 2 anos a até 100 mil famílias de lavradores.

No evento de quinta-feira, a presidente afirmou: "Não vamos mais esperar que os pobres corram atrás do Estado brasileiro. O Estado brasileiro deve correr atrás da miséria e dos pobres deste país". Ou seja, o programa terá de localizar os 16,2 milhões de brasileiros visados. Por sua própria condição socioeconômica, vivem à margem ou, quando muito, na periferia das instituições que canalizam as políticas públicas na frente social. Resta saber se o governo tem preparo para completar essa corrida a tempo.

Deterioracao tecnologica da industria brasileira

Esvaziamento tecnológico
Roberto Nicolsky
O Globo, 4/06/2011

A competência tecnológica relativa de uma economia é avaliada principalmente pela qualidade do seu comércio exterior, ou seja, pelo seu desempenho nas relações com outras economias mais ou menos competitivas segundo a intensidade de tecnologia contida nos produtos. Esse critério foi estabelecido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico com base na distinção de níveis de intensidade tecnológica. Alta intensidade tecnológica corresponde ao segmento de produtos com elevada agregação de valor pela incorporação de inovações tecnológicas; média-alta intensidade tecnológica refere-se ao segmento dos produtos que, embora tenham valor agregado expressivo, alcançam índices inferiores; média-baixa reúne produtos bem mais simples, com pouca elaboração; baixa intensidade tecnológica designa produtos em que a inovação tecnológica incorporada tem pouca relevância; e os não industriais referem-se a produtos in natura. Assim, o perfil do comércio exterior torna-se um indicador expressivo da competência tecnológica relativa de uma economia em incorporar valor a seus produtos e processos através da geração de inovações.

Com base nesses conceitos, vê-se que o desempenho da economia não tem sido positivo. Temos tido um crescimento da produção industrial acompanhando parcialmente a expansão quase explosiva do mercado interno. Por outro lado, vemos que nossa competitividade em relação a países emergentes tem enfraquecido, resultando que esses países, especialmente a China, aproveitam muito mais a expansão do nosso PIB e mercado interno.

Considerando o primeiro trimestre de cada ano entre 2006 e 2011, observamos que, no segmento de média-alta intensidade tecnológica, que abrange as indústrias química, de equipamentos mecânicos e elétricos e de veículos rodoviários e ferroviários, fornecedoras de outras indústrias e, portanto, estratégicas para o desenvolvimento, a exportação brasileira cresceu 25%, alcançando US$9,1 bilhões, o que poderia indicar um bom desempenho. Entretanto, a importação explodiu, apresentando crescimento de 173%. O resultado do balanço tornou-se altamente deficitário, com saldo negativo de US$9,9 bilhões no último trimestre. Nos produtos de alta intensidade tecnológica — aviões, medicamentos, informática, telecomunicação e equipamentos médicos — as exportações do primeiro trimestre de 2011 totalizaram US$1,9 bilhão, com uma queda de 11%, enquanto as importações cresceram 86%, gerando um déficit de US$6,9 bilhões.

De que maneira o comércio exterior brasileiro compensou esses déficits? Exportando produtos industrializados de baixo conteúdo tecnológico e, principalmente, colocando no mercado internacional um volume maciço de produtos não industriais, as commodities. O perigo para nossa economia é que essas commodities têm preços formados no mercado internacional. Espera-se que haja uma ação governamental para mudar a tendência em curso e que a indústria manifeste sua insatisfação, apontando possíveis caminhos.

ROBERTO NICOLSKY é diretor da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec).

Uma bolha economica chamada Brasil - The Economist

A economia brasileira vem crescendo, de fato, mas nem sempre de forma saudável. Excesso de crédito público, maquiagens contábeis do governo para esconder empréstimos do Tesouro ao BNDES, juros aumentando, enorme custo fiscal das reservas internacionais, baixa competitividade da indústria por causa do custo Brasil, falta de mão-de-obra e baixa capacitação profissional.
Paulo Roberto de Almeida

Brazil's economy: Too hot
Latin America’s biggest economy is more fragile than it appears

The Economist, June 2nd 2011

BRAZIL has a lot to be proud of. A decade of faster growth and progressive social policies has brought a prosperity that is ever more widely shared. The unemployment rate for April, at 6.4%, is the lowest on record. Credit is booming, particularly to the swelling numbers who have moved out of poverty and into the middle class. Income inequality, though still high, has fallen sharply. For most Brazilians life has never been so good.

That success is partly thanks to good luck, in the form of booming commodity prices. But it is also the result of good policies. A country once known for its macroeconomic incompetence has maintained an enviable stability, deftly navigating the 2008 financial crisis as well as the more recent influx of foreign capital. Not surprisingly, perhaps, many of Brazil’s economic officials now have an air of smugness about them, as they argue that the rest of the world has more to learn from Brazil than vice versa.

The timing of such complacency could not be worse. The economy is overheating. The government is stalling on a deeper reform agenda that is essential to boost Brazil’s long-term growth and fiscal stability. President Dilma Rousseff’s growing political problems do not help: her chief of staff, Antonio Palocci, is under fire over fat consulting fees (see article). All this adds up to a warning: Brazil’s economy is heading for trouble.

Inflation is 6.5% and rising. It is driven (as elsewhere) by food and fuel costs, but the tightness of Brazil’s labour market suggests that it could easily become entrenched as workers expect higher prices and demand higher wages. The jobless rate is well below the level that is consistent with stable prices. Although professional forecasters’ expectations of future inflation have stabilised, the proportion of ordinary folk expecting higher prices has risen. Wage gains in some sectors are already running into double digits. If the labour market remains red-hot, stubborn and creeping inflation seems all too likely—especially if (as seems probable) foreign investors eventually become alarmed and the exchange rate weakens.

Give it a squeeze
The best way to counter the inflation risk is through tighter macroeconomic policies. Brazil’s central bank has been raising interest rates, but monetary conditions are still looser than before the financial crisis in 2008, when joblessness was much higher. Brazilians fret, reasonably, that faster rate rises will attract even more foreign capital. Lured by high interest rates, investors have piled into the country, sending the currency soaring to an increasingly overvalued rate, despite an expanding arsenal of taxes designed to deter them. Brazilian officials are right to worry about the impact of foreign capital flows, but their emphasis on controls and fear of raising rates have distracted them from a more potent tool: tighter fiscal policy.

Ms Rousseff’s government brags about its fiscal squeeze. Thanks to strong revenues and a slowdown in investment spending, the primary budget (ie, excluding interest payments) is on track to hit a surplus of almost 3% of GDP. But that is not nearly bold enough. To dampen overall demand growth and reduce Brazil’s real interest rates, the government needs far more ambitious fiscal consolidation: with the economy growing strongly, the overall budget (ie, including interest payments) should be in surplus, especially if the government is to have the scope for a fiscal stimulus when the next recession comes. Worse, today’s gains are coming from the wrong sources; rather than slowing investment, the state should be squeezing its transfer payments. Nor are the gains likely to be sustained. Under current rules, Brazil’s minimum wage will rise by 7.5% in real terms next year—at huge fiscal cost, since pension payments are linked to the minimum wage.

Tighter fiscal policy is Brazil’s best defence against short-term economic trouble. An overhaul of government is also the route to boosting longer-term growth. A streamlined state will improve productivity growth as well as Brazil’s saving and investment rates. Pension reform is urgently needed in a country that is ageing fast, has absurdly generous pensions and in which the average woman retires at 51. So, too, is an overhaul of Brazil’s fiendishly complicated and distortive tax system.

Such reforms are difficult, and tempting to put off. But without them Latin America’s biggest success story will start to look a lot less lustrous.

Boa sorte ao programa Brasil Sem Miseria...

Se depender do ritmo das demais promessas, como abaixo, ele deve ficar pronto aí por 2024, uns dez anos (se não mais) depois da data prevista...

Um governo parado
Por Marta Salomon
Estado de S.Paulo, 4/06/2011

As 500 novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), prometidas durante a campanha pela então candidata Dilma Rousseff para garantir atendimento médico 24 horas por dia à população, ainda não começaram a sair do papel. Balanço dos primeiros cinco meses do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) mostra que a promessa, com previsão de gastos de R$ 212,5 milhões em 2011, ficou paralisada entre janeiro e maio.

Entre as propostas destacadas durante a campanha eleitoral, as UPAs não são um caso isolado. Há uma lista de programas com gasto zero até o momento. Na área de saúde, essa também é a situação das Unidades Básicas de Saúde. Na campanha, Dilma prometeu construir 8 mil unidades. O Orçamento de 2011 autorizou despesas de R$ 480,2 milhões, mas nada foi gasto.

Também se encontram paralisados os programas de implantação de postos de polícia comunitária (seriam criados 2.800 postos) e a construção de espaços integrados de esporte, cultura, lazer e serviços públicos, as chamadas Praças do PAC. O PAC prevê a instalação de 800 praças. Os dois projetos têm autorizações para gastar neste ano, respectivamente, R$ 350 milhões e R$ 170 milhões. Ambos foram estrelas da segunda fase do PAC, anunciada em conjunto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por Dilma no ano passado.

Os dados sobre o desempenho dos projetos do PAC são registrados no Siafi, o sistema de acompanhamento de gastos da União, e foram pesquisados pela ONG Contas Abertas, a pedido do Estado. O balanço oficial do governo só será divulgado em julho ou agosto, pois sua periodicidade passou de quadrimestral a semestral no governo Dilma.

Até 31 de maio, o governo desembolsou R$ 9,8 bilhões em gastos do PAC. Mas a maior parte do dinheiro (92%) pagou despesas deixadas pendentes por Lula. Do total pago, só R$ 801 milhões se referem a gastos autorizados no Orçamento de 2011, para o primeiro ano de mandato de Dilma.

Dos R$ 40,2 bilhões de despesas autorizadas para o PAC neste ano, R$ 7,8 bilhões (19%) passaram pela primeira etapa dos gastos, o chamado “empenho”, que representa um compromisso do governo de levar determinado programa adiante. As novas UPAs e UBSs, os postos de polícia comunitária e as Praças do PAC nem passaram por essa etapa.

A análise do desempenho dos programas do PAC reforça o entendimento de que investimentos do governo Dilma ainda estão comprometidos pelo pagamento de contas deixadas sem quitação. Além dos R$ 9 bilhões já pagos dos chamados “restos a pagar” do PAC, ainda restam R$ 24 bilhões de faturas a quitar.

Nao sei se se trata de uma piada, ou se seria serio... voces decidem

Como diria aquele artista americano: Inacreditável, mas verdadeiro...

Uma jornalista da CNN ouviu falar de um judeu muito velhinho que ia todo dia ao Muro das Lamentações para rezar, duas vezes por dia, e lá ficava por muito tempo.
Decidiu verificar. Foi para o Muro e lá estava ele, andando trôpego, em direção ao local sagrado. Observou-o rezando por uns 45 minutos, quando ele resolveu sair, vagarosamente, apoiado em sua bengala.
Aproximou-se para a entrevista.

- Desculpe-me, senhor, sou Rebecca Smith, do CNN. Qual o seu nome?
- Morris Feldman - respondeu ele.

- Senhor, há quanto tempo o senhor vem ao Muro orar?
- Bem, há uns 60 anos.

- 60 anos! Isso é incrível! O que o senhor pede?
- Peço que os cristãos, os judeus e os muçulmanos vivam em paz. Peço que todas as guerras e todo o ódio terminem. Peço que as crianças cresçam em segurança e se tornem adultos responsáveis. Peço por amor entre os homens.

- E como o senhor se sente, pedindo isso por 60 anos?
- Me sinto como se estivesse falando com uma parede...

Maravilhas da preferencia pela industria nacional... (David Ricardo adoraria este caso...)

Apenas constatando a evidência: você paga, eu pago, todos nós pagamos, e alguns ficam ricos, mesmo sem fabricar muita coisa...
Eu só não sei, e confesso que gostaria de saber, por que o governo se esforça tanto para desmentir David Ricardo.
Ele pode até conseguir, durante certo tempo. Mas que sai caro, disso não tenho nenhuma dúvida.
O governo precisaria fazer um curso de Economics 101...
Paulo Roberto de Almeida

Em dificuldades, estaleiro modelo do governo Lula terá aporte bilionário
O Globo, 2 de junho de 2011

Estaleiro Atlântico Sul, de Pernambuco, ainda não conseguiu entregar nenhum dos 22 petroleiros encomendados pela Transpetro

Os sócios do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, preparam capitalização bilionária para o empreendimento, vencedor da licitação para a construção de 22 petroleiros encomendados pelo Transpetro. As empresas Camargo Corrêa (40%) e Queiroz Galvão (40%), com o aporte, tentarão sanar grave problema de fluxo de caixa do EAS, sem receita para os pesados investimentos.
Ainda há dúvidas se os outros sócios, a coreana Samsung Heavy Industries (10%) e a brasileira PJMR Empreendimentos (10%), acompanharão o aporte ou diluirão as participações no processo de aumento de capital. O estaleiro assinará o contrato de construção das primeira sondas de perfuração da Petrobrás fabricadas no Brasil.

O primeiro petroleiro encomendado pela Transpetro, entregue em maio de 2010, ainda está no estaleiro, por conta de problemas de fabricação. Uma segunda unidade já deveria estar em construção, mas atrasou. Por enquanto, o EAS tem recebido as parcelas do financiamento obtido no BNDES, com verba do Fundo de Marinha Mercante e pagamento direto à Transpetro, subsidiária da Petrobrás.

O BNDES informou ter aprovado três financiamentos para o estaleiro, que somam R$ 1,3 bilhão. Segundo a Agência Estado apurou, em levantamento extraoficial, já foram aprovados no banco de fomento financiamentos de, pelo menos, R$ 5,7 bilhões desde 2007, quando começaram as obras do estaleiro. Do total, R$ 2,6 bilhões foram aprovados para a Transpetro repassar à construção dos navios (procedimento comum em empréstimos para construção de equipamentos de grande porte). Não há informações sobre quanto já foi efetivamente liberado.

As construtoras negam que a capitalização esteja em curso, mas executivos ligados a elas admitem preocupação com o negócio. Fontes que acompanham o processo argumentam que o aporte é a única solução para resolver o fluxo de caixa de uma empresa em "pleno investimento", com carteira grande de encomendas de longa maturação.

Empresa paralela. A preocupação chega ao ponto de as duas empresas estarem constituindo uma empresa paralela, a Drill Corporation, que ficaria responsável pela construção das sondas. A estratégia tem por objetivo não repassar o risco financeiro do EAS para o novo contrato, que deve ser assinado ainda neste semestre com a empresa Sete Brasil, formada por fundos de pensão, bancos e Petrobrás.

O EAS, idealizado entre 2003 e 2004, foi por bom tempo chamado de "estaleiro virtual" ou "de papel", pois o projeto incluía a construção simultânea das instalações e de navios e plataformas. Ao vencer a primeira licitação da Transpetro para construir dez navios e na sequência, a plataforma P-55, o EAS foi tratado como "jóia da coroa". Ao ser criado, em 2005, tornou-se o maior estaleiro da América Latina e prometeu criar quase 20 mil empregos, então metade da mão de obra da indústria naval brasileira.

Ante os rumores sobre as dificuldades financeiras, a administração do EAS foi sucinta. Em nota de uma linha limitou-se a informar que desconhece "qualquer operação de aporte dos seus acionistas".

No último dia 12, o Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante aprovou a ampliação da área do estaleiro. A empresa embasou a solicitação na necessidade de ter mais espaço para construir os sete navios-sonda que atuarão no pré-sal, ao custo de US$ 4,6 bilhões. O EAS negocia no BNDES mais recursos para aumentar as instalações.

Ouvido pela Agência Estado, integrante do conselho disse que há preocupação quanto ao EAS. "Nas condições atuais (técnicas e de capacitação de mão de obra), o estaleiro não faz as duas coisas (sondas e petroleiros) ao mesmo tempo", afirmou.

Um dos principais problemas do estaleiro é a qualidade da formação de mão de obra local, o que atrasou as obras e causou problemas estruturais que impediram a entrega do primeiro navio, o João Cândido, em agosto, três meses após ser lançado ao mar pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ineficácia do estaleiro provocou até a demissão de parte dos executivos responsáveis pelo petroleiro: o presidente Ângelo Bellelis; o diretor industrial, Reiqui Abe, e seu adjunto, Domingos Edral; e o diretor de Planejamento, Wanderley Marques.

O ridiculo da semana, talvez do mes, provavelmente do ano...

Sem comentários... (e precisa?)

Governo francês proíbe o uso das palavras Facebook e Twitter na TV
O Globo, 03/06/2011

RIO - Uma decisão curiosa do governo francês está gerando polêmica nas redes sociais. Um órgão regulador da radiodifusão da França emitiu um decreto que proíbe que o apresentador de programa no rádio ou na TV diga o nome das redes sociais americanas Twitter e Facebook no ar, diz o Business Insider .

Dessa forma, o âncora do telejornal francês "20 Heures", David Pujadas, está proibido de dizer frases chamando seus telespectadores para acompanhar o canal de TV nas determinadas redes sociais. A categoria terá que usar outras palavras para se referir aos sites, o que exigirá bastante criatividade.

Entretanto, se o Facebook ou o Twitter forem o centro da notícia, eles poderão ser citados "a título de informação". Os canais não poderão incentivar o público a utilizar tais redes sociais, enviando perguntas por exemplo.

A porta-voz do Conselho Superior de Audiovisual (CSA) da França Christine Kelly explica que o regulador francês decidiu que qualquer referência ao Facebook ou Twitter mostra preferência por essas duas redes sociais e exclui as outras. A justificava citava um decreto de março de 1992, que proíbe publicidade irregular.

- Por que dar preferência para o Facebook, que vale bilhões de dólares, quando existem muitas outras redes sociais que lutam por reconhecimento ? - disse ela.

- Isso seria uma distorção da concorrência. Se permitirmos que o Facebook e o Twitter sejam citados no ar, vamos abrir uma caixa de Pandora. Outras redes sociais vão reclamar com a gente dizendo: por que não nós? - argumentou.

Entretanto, especula-se a decisão seja uma questão nacionalista. Facebook e Twitter são sites dos Estados Unidos. Na França, eles podem ser considerados símbolos do domínio americano, ao lado de Apple, MTV, McDonald's, Hollywood e, Disneyland.

Diante disso, a cultura política do país encontrou uma forma de expressar-se nos regulamentos e leis francesas, freqüentemente criticado por países estrangeiros, como forma de protecionismo.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

To the brink: os Brics nao vao assediar o FMI (nem a si proprios...)

Existe, ao que parece, um candidato indiano. Existe um mexicano, de um país que é um emergente a mais de um título. Mas talvez o assunto das finanças internacionais e do sistema monetário seja um complicador a mais no conjunto de complicações que separam, na prática, as posições dos Brics entre eles. Não é que os Brics não existem, já que os fundos de investidores já decidiram seguir os quatro (agora cinco, com relutância) como oportunidades de investimento. Eles apenas não têm muito em comum, a despeito da inspiração e até da transpiração desenvolvida por certos líderes para provar o contrário. Os motivos para estarem juntos são peculiares e específicos a cada um.
O resto é especulação...
Paulo Roberto de Almeida

Falta de apoio do Brasil vira alvo de ironia
Alex Ribeiro, de Washington
Valor Econômico, 03/06/2011

A relutância do Brasil em apoiar o mexicano Agustín Carstens e a falta de unidade dos Bric para escolher um candidato comum dos países emergentes foram motivo de ironia e piada ontem num debate em Washington sobre a sucessão no comando do Fundo Monetário Internacional (FMI). "É impressionante ver os brasileiros tentando explicar por que não apoiam um candidato mexicano com todas as qualificações para o cargo", disse Moises Naim, do Carnegie Endowment for Internacional Peace, um influente centro de estudos baseado em Washington.

"A Goldman Sachs estava errada", disse Arvind Subramanian, do Peterson Institute for International Ecoonomics, referindo-se ao banco de investimento que cunhou a sigla Bric, grupo formando por Brasil, Rússia, Índia e China, ao qual mais tarde se juntou a África do Sul. "Os Bric não existem."

O debate foi organizado pelo G-24, grupo que reúne as economias em desenvolvimento, para discutir o processo de seleção do novo diretor-gerente do FMI, em substituição a Dominique Strauss-Kahn, preso em Nova York acusado de tentativa de estupro. Houve muitas críticas aos europeus, que se articulam para manter o monopólio do poder no organismo com a candidatura da ministra das Finanças da França, Christine Lagarde. Mas sobrou também para a falta de unidade dos emergentes.

"Os Bric divulgaram uma boa declaração conjunta, mas isso não é suficiente", disse Johannes Linn, da Brookings Institution, referindo-se a documento que veio a público na semana passada pedindo um processo de eleição mais justo. "Se os Bric realmente querem ver mudanças, vão ter que se acertar no apoio a um candidato."

Um assessor do escritório brasileiro no FMI, Eduardo Sabóia, pediu a palavra da plateia durante o debate para defender a posição do país. "Não ouvi nenhuma declaração do ministro [da Fazenda, Guido] Mantega, dizendo que o Brasil não apoiaria o candidato mexicano", disse. "Ele quer ouvir todos os candidatos para conhecer as ideias de cada um e tomar uma decisão."

"Aposto que o Brasil não irá apoiar o candidato mexicano", devolveu Naim, do Carnegie Endowment, em sua réplica. "O ministro Mantega esta fazendo o que se espera que ele faça, ou seja, dizer que não escolheu ninguém, que é imparcial, que está colhendo informações. Mas não vai apoiar o mexicano."

Para Subramanian, do Peterson Institute, os países emergentes sempre acabam dando preferência aos seus interesses imediatos individuais ao escolher seus candidatos. "O Brasil vai preferir ter um europeu no FMI a um mexicano, assim como a Índia vai preferir ter a Lagarde a um chinês." Naim, do Carnegie Endowment, disse que, em vez de negociar conteúdo programático para apoiar Lagarde, países emergentes estão pedindo cargos no FMI.

Nancy Birdsall, do Center for Global Development, considera que o processo de escolha dificulta a definição de um comando do FMI não-europeu. Um dos problemas, afirmou, é que os candidatos devem ser apontados pelos próprios países. Muitas vezes são vetados bons nomes não vinculados ao partido de ocasião no poder. "Hoje, meu nome favorito é o [ex-presidente do Banco Central]Armínio Fraga", afirmou. "O Brasil não vai indicá-lo em nenhuma hipótese, mas ele poderia ser um candidato razoável para o resto do mundo."

Pouco antes do seminário, o Valor perguntou ao diretor-executivo do Brasil e de outros oito países da região no FMI, Paulo Nogueira Batista Jr., por que os Bric não apresentaram candidato comum até agora. "Essa hipótese não está descartada", disse. "Mas será difícil um nome forte apresentar a sua candidatura sabendo que, pelas regras atuais, a Europa vai ganhar."

Brasil Sem Miseria: que tal primeiro um Pais sem Pobreza Mental?

O governo da presidenta (ugh!) Dilma lançou nesta quinta-feira 2 de junho, em Brasília, um programa integrado de combate à pobreza que se chama "Brasil Sem Miséria".
Não que eu tenha prevenção contra esse programa, ou contra o governo, mas ouso afirmar que esse programa não vai, na verdade, reduzir a pobreza (ou a miséria), e vai apenas esconder essas mazelas por um programa estatal de transferência de renda da classe média para os chamados setores desfavorecidos da população. Ou seja, ele vai fornecer um subsídio ao consumo pelos pobres, que de outra forma teriam de "ir ao mercado" e conseguir seu alimento, de alguma forma: plantando, trabalhando por renda em situação urbana, vivendo de xepa na feira, roubando, etc.
O subsídio dá, assim, uma renda ao pobre e desamparado e permite que ele coma, pelo menos (ou até tome umas e outras, mas essa é outra questão). O fato é que, se por um acaso terminar o subsídio, ele volta à pobreza, talvez até à miséria.
Em outros termos, o que o governo está fazendo não é exatamente terminar com a pobreza, mas sim criando um imenso programa de assistência pública, tornando um terço dos brasileiros oficialmente dependentes da ajuda pública (independentemente do que se pense disso como curral eleitoral).

E o que o governo anunciou ontem como genial programa de combate à miséria?
Basicamente estas medidas:

1) Busca-ativa de público alvo: agora não é o pobre que vai atrás do governo, é o governo que vai caçar pobres para integrar aos seus programas, em especial o Bolsa-Familia. Quem ganhar menos de 70 reais mensais, entra no programa, que deve passar assim de 12,9 milhões de família, para mais de 13 milhões, algo como uma Argentina inteira (mais de 44 milhões de pessoas) no cartão magnético do dinheiro do governo (ops, nosso dinheiro). [Acho que estamos construindo um país de assistidos, um imenso exército vivendo da caridade pública, ou estatal, com o nosso dinheiro, claro.]

2) Qualificação de pessoas nas cidades: a meta é qualificar 1,7 milhão de pessoas entre 18 e 65 anos. [Alguém acredita que isso será mesmo feito?; Esta é a única medida não assistencialista do pacote e provavelmente se repassará, como sempre vem sendo feito, dinheiro do MTb aos sindicatos e as máfias das centrais sindicais, para supostamente "treinarem" e capacitarem trabalhadores. Quem conhece isso, sabe o quanto de fraude existe nesse tipo de atividade.]

3) Apoio aos catadores: ajudar na organização produtiva de 60 mil catadores de lixo para material reciclável. [O ideal seria termos firmas de reciclagem, em bases modernas de qualificação: preservar esse tipo de atividade é o mesmo que impedir a capitalização de mepresas do setor.]

4) Agricultura familiar: quadruplicar para 255 mil o número de famílias que vivem em situação de miséria atendidas pelo Programa de Aquisição de Alimentos. [Essa é extraordinária: dar alimentos a agricultores...]

5) Cisternas e energia elétrica: levar luz para 257 mil famílias e construir cisternas para outras 750 mil nos próximos dois anos e meio. [Isso é parte dos esforços de saneamento básico que os estados e municípios deveriam fazer em bases regulares e contínuas. Criar um programa federal para isso é chamar à corrupção, ineficiência e ter a certeza de que não será feito.]

6) Bolsa Verde: benefício de R$ 300 para as famílias que cumprirem metas de preservação ambiental. [Alguém acredita que isso será feito?; alguém acredito que o governo tem fiscais para atestar tudo isso, em regiões recuadas e junto a famílias pobres? Isso é mais um convite para desvio e desperdício de dinheiro público, como já ocorre com a tal "bolsa-defeso", que é pagar para pescadores não pescarem na época da desova e criação; de repente se descobriu um número extraordinário de pescadores nessa situação, e a tal bolsa foi multiplicada por "n" vezes.]

7) Bolsa-Família: incluir mais 800 mil famílias no programa, que atualmente conta com 12,9 milhões de famílias. [Isso vai terminar um dia? Jamais: nada como desfrutar de uma benesse pública, sem precisar sair para buscar seu alimento. Excelente curral eleitoral, que político nenhum, de qualquer partido, vai querer ou poder terminar...]

Quanto custa atualmente o Bolsa-Família? Cerca de R$ 13,4 bilhões, bem menos que o bolsa-empresários, bolsa-banqueiros, bolsa-juízes, bolsa-deputados e outras bolsas que existem por aí (algumas que nem sabemos da existência, mas que existem, como os conselheiros companheiros de empresas públicas, que se multiplicam como coelhos...). A média recebida por família passou de 24,75 reais em 2003 para R$ 96 atualmente. Não é muito, mas isso tem efeitos não tanto inflacionários, ou fiscais, e sim efeitos tremendos sobre os mercados de trabalho, pois está deformando toda a estrutura ocupacional do Brasil, alterando condições de empregabilidade e distorcendo as regras do jogo para diversas empresas (sobretudo agrícolas, que estão sendo obrigadas a se capitalizar, ou seja, aumentando o desemprego no campo e a continuidade da falta de qualificação das populações rurais).
Mais grave ainda: o governo pretende aumentar o número de filhos beneficiados por família, atualmente limitados a três.
Com o Brasil Sem Miséria, o número sobe para cinco filhos.

Ou seja, o governo está irresponsavelmente chamando a que brasileiras pobres tenham mais filho, um inacreditável programa de expansão demográfica que só vai deixar quem é pobre mais pobre ainda. Essa é sem dúvida alguma fantástica: o governo estimula a pobreza...

Por isso, não hesito em afirmar que pior que o programa Brasil Sem Miséria é a pobreza mental deste governo, que pretende não só perpetuar a pobreza, como gerenciá-la politicamente.
Estamos a caminho da decadência, com certeza.
Vamos embarcar nesta pelos próximos vinte anos, ou mais...
Enfim, a única coisa que nos consola é que outros países, antes do Brasil, conviveram com a pobreza e depois se recuperaram.
Por exemplo, a China: decaiu por 2 séculos, mais de 200 anos de fato, até começar a se recuperar nos anos 1980.
A Grã-Bretanha: decaiu durante 80 anos no século 20, até a Margareth Tatcher começar a reverter ese processo no seu governo.
A Argentina, outro exemplo extremo, de insistência na decadência: ela decai continuamente, desde os anos 1930, e não parou de decair. São 80 anos de decadência, sem parar...
Como vocês vêem, estamos em boa companhia...
Paulo Roberto de Almeida

Grandes sinceridades, so para quem pertence a famiglia...

Só quem é do ramo é capaz de falar com tanta sinceridade assim:

Anthony Garotinho, que até já foi do PT, utiliza o caso Palocci para emparedar a presidente: ou consegue o que quer ou ajuda a complicar a vida do ministro e do Governo. Já conseguiu a retirada do kit gay, a rediscussão da lei anti-homofobia, e continua avançando. É franco: diz que o caso Palocci é um diamante que vale 20 milhões. Agora quer a aprovação da PEC 300, aquela que aumenta os salários da PM, em boa parte com dinheiro federal. Ou Palocci que se cuide.

(Da coluna de Carlos Brickmann, 3/06/2011)

Eu explico, tu explicas, ele explica: sera que vamos entender?

Bem, não sei agora qual a categoria do verbo explicar na nova gramática política do MEC: transitivo direto, intransivo, de flexão variável?
Tudo é possível, até sermos acusados de "preconceito linguístico" depois das "explicações" do (futuro ex?) ministro Palocci no Jornal nacional desta noite.
Alguém aí acredita que teremos, de fato, explicações cabais, cabíveis, capazes de dirimir todas as nossas dúvidas sobre a curiosa matemática política do novo gênio das finanças contemporâneas?
Alguém aí acredita que os jornalistas da Globo vão colocar o dito cujo contra a parede perguntando, por exemplo, mas que raios de consultoria é essa que consegue essa fabulosa taxa de sucesso sem que ninguém antes tivesse ouvido sequer falar que ela existia ou que prestasse "ajuda" para grandes empresas necessitando urgentemente um gênio das finanças como ele?
Alguém aí acredita que mera consultoria sobre "fusão de empresas" -- quais? --, sobre política cambial -- quem aí achava que haveria uma megadesvalorização? --, alguém é realmente ingênuo de acreditar que meras consultorias de mercado -- dessas que grandes consultorias de mercados, verdadeiras quero dizer, demoram semanas para fazer, envolvendo diversos economistas e ingentes pesquisas complexas -- mereçam pagamentos fabulosos que superam 12 milhões de dólares (é o caso de se perguntar se não foram para algum paraíso fiscal), que premiem justamente um homem super-ocupado com campanha eleitoral presidencial, montagem do novo ministério, equilíbrio político na selva que é o governo brasileiro, contenção das feras do seu próprio partido, enfim, alguém acredita que tudo isso é humanamente capaz de ser feito, dentro das regas normais dos negócios?
Algué aí é idiota a este ponto?
Bem, deixo vocês com o noticiário...
Paulo Roberto de Almeida

Palocci irá ao Jornal Nacional explicar aumento do patrimônio
(OESP online, 3/06/2011, 13:30hs)

Ministro atende a pedido da presidente Dilma; até o momento, decisão do parlamentar é falar só para a TV
Rifado pelo PT, última cartada é explicação pública
Simon compara caso Palocci ao mensalão de Lula
DORA KRAMER: Origens da crise

PS: Como o ministro extraordinário para assuntos extraordinário deve estar sem tempo agora para fazer consulorias extraordinárias, seria o caso dele redistribuir para os comuns dos mortais, que somos nós, algumas dessas tarefas de consultoria que ele tinha antes de se descobrir essa verdadeira mina de negócios que era sua empresa. Claro, pode ocorrer de não estarmos à altura desse gênio das finanças...

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Situação-limite
Editorial - O Estado de S.Paulo
03 de junho de 2011

As virtudes da contenção verbal no comportamento humano são louvadas nas mais diferentes culturas. Exemplo disso é o ditado "o silêncio é de ouro", que os brasileiros compartilham com muitos outros povos. Mas, em relação ao silêncio de que se fala sem parar no País de duas semanas para cá, a evocação do nobre metal é despropositada. Se é para associar ao reino mineral a mudez do ministro Antonio Palocci sobre o seu estupendo enriquecimento entre a sua saída do Ministério da Fazenda, no governo Lula, em 2006, e até pouco antes de assumir a chefia da Casa Civil da sucessora, Dilma Rousseff, em janeiro último, a comparação certa é com a pirita, o ouro dos tolos, por sua enganadora cintilação.

De tolo, o ministro não tem nada. Por isso mesmo, a sua recusa a explicar ao País, convincentemente, como fez fortuna de forma limpa e ética levou a uma situação-limite as suas condições de continuar no Planalto. Tanto por desfigurar a positiva imagem pública que a sua chefe vinha construindo nos meses que antecederam a crise quanto por expô-la ao desmedido apetite da alcateia com que tem de se haver no Congresso. Além disso, cada vez mais inquieto com a perspectiva de novos danos ao governo, o partido já não se limita a manter profilática distância do escândalo - como, aliás, fez a presidente Dilma logo na sua irrupção.

Nos bastidores, parcela talvez substancial dos companheiros tampouco fica apenas no chamamento do ministro às falas. A demanda tem sido a sua substituição - e nomes já correm para o seu cargo. A manifestação mais comentada foi a da senadora Gleisi Hoffmann. No almoço da bancada com o ex-presidente Lula, semana passada, quando ele se abalou a Brasília para aplacar os atritos entre Dilma e a caciquia do PMDB, ela teria pedido a cabeça do ministro. Esposa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que está na lista dos eventuais sucessores de Palocci, teria argumentado que uma coisa era amparar os petistas envolvidos com o mensalão - que, afinal, operavam em benefício do partido -, outra é defender quem se dedicou a engordar o próprio patrimônio. Gleisi desmente.

Quando também se reuniu com os companheiros senadores, Palocci disse que os seus serviços de consultoria consistiam em palestras, análises de alternativas de investimentos financeiros e assessoria para empresas interessadas em fusões. Decerto não esperava que um de seus ouvintes, Eduardo Suplicy, viesse a revelar candidamente que o ministro contara ter recebido R$ 1 milhão por seus conselhos a uma empresa em processo de fusão. O ministro, de todo modo, insistiu em que não praticou nenhuma ilegalidade - e acusou a oposição de fabricar pretextos para desestabilizar o governo Dilma. Para não se prestar a esse jogo, a base aliada faz bem em impedir as tentativas de convocá-lo a depor no Congresso.

Mas, anteontem, prova da desarticulação política da coalizão dilmista, a base "engoliu vergonhoso frango" - para usar a retórica de Lula - ao deixar passar uma daquelas iniciativas na Comissão de Agricultura da Câmara. Alheio à agenda de sessões na Casa e esquecido de que a oposição não desistira de aproveitar todas as brechas disponíveis para requerer a oitiva de Palocci, o Planalto marcou um encontro do Conselho Político com a presidente na mesma quarta-feira em que as comissões dos deputados se reúnem rotineiramente. Na de Agricultura, a convocação de Palocci foi aprovada a toque de caixa, em circunstâncias controversas. O presidente da Câmara, o petista Marco Maia, sustou a decisão. Não o terá feito por Palocci, mas por dever de ofício - a oposição não pode prevalecer sobre o governo, ponto.

O ministro já tinha feito saber que se pronunciaria assim que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, desse o seu parecer, previsto para ontem, sobre as representações oposicionistas contra ele e as suas réplicas por escrito. A situação se complicou quando o procurador não se contentou com as explicações dadas até agora e pediu ao acusado esclarecimentos adicionais. Mas não é por aí que se decidirá a atual crise. Em todos os lados, as reservas de boa vontade com Palocci parecem esgotadas. Cabe à presidente Dilma lavrar a sentença final.