Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 30 de abril de 2011
Brancos e pretos no Brasil, estes em aumento: detesto hipocrisias
Brancos são menos da metade da população pela primeira vez no Brasil
Thiago Varella
UOL Notícias, 29/04/2011
No total, 91.051.646 habitantes se declararam brancos no Censo, enquanto outros 99.697.545 disseram ser pretos, pardos, amarelos ou indígenas.
Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação ao Censo 2000, quando foi de 53,74%. Em números absolutos, foi também a única raça que diminuiu de tamanho. No Censo 2000, 91.298.042 habitantes se consideravam brancos.
O número de pessoas que se declaram pretas, pardas, amarelas ou indígenas superou o de brancos no Brasil, de acordo com os resultados preliminares do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (29), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a primeira vez que isso acontece desde que o Censo passou a ser organizado pelo IBGE, em 1940.
O BRASIL EM NÚMEROS
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
População brasileira cresce 21 milhões em uma década com menor ritmo da história
Por outro lado, em dez anos, a porcentagem de habitantes que se classificam como pardos cresceu de 38,45% (65,3 milhões) para 43,13% (82,2 milhões). Já os pretos subiram de 6,21 % (10,5 milhões) para 7,61% (14,5 milhões) da população brasileira.
O Brasil também tem mais moradores que se consideram amarelos (1,09% ou 2,1 milhões). No Censo 2000, apenas 0,45% (761,5 mil) se classificavam assim. Em dez anos, o número de amarelos superou o de indígenas, que subiu de 734,1 mil para 817,9 mil.
A região Norte é a que tem, proporcionalmente, o maior número de pardos no país, com 66,88% de habitantes que se consideram assim. Nas regiões Nordeste e Centro- Oeste o número de pardos supera o de brancos.
Já a região Sul é a com a maior porcentagem de brancos do Brasil, com 78,47% que se classificam como sendo desta raça. No Sudeste, o número de brancos também supera o de pardos.
A Bahia é o Estado que tem a maior população que se declara como preta no Brasil, com 3,11 milhões de pessoas. Já o Amazonas tem o maior número de habitantes que se classificam como indígena (168,6 mil). Proporcionalmente, Roraima tem a maior população indígena do Brasil (11%).
São Paulo, que tem a maior população do Brasil, tem o maior número de brancos (26,3 milhões) e de pardos (12 milhões). No entanto, proporcionalmente Santa Catarina (83,97% da população) tem mais brancos e o Pará (69,51%) tem mais pardos dos que os outros Estados do país.
No Censo 2000, 1,2 milhão de pessoas não declararam raça. Já no Censo do ano passado, o número foi de 315,1 mil. Pela primeira vez, perguntas sobre cor e raça fizeram parte do questionário básico, respondido por todos os habitantes do país.
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Comento (PRA):
Alguém, em sã consciência, acredita mesmo que o Brasil mudou com a mudança dos números?
Não, absolutamente nada. As pessoas continuam a ser o que sempre foram: algumas mais, outras menos tolerantes em matéria de preconceitos raciais. Ele está diminuindo, provavelmente, mas mais pelo efeito da ascensão social de pretos e pardos, no conjunto da população, do que por efeito de qualquer grande mudança "mental" dos brasileiros.
E como se explica, então, que os brancos atualmente sejam minoria, quando seus números tendiam a crescer no passado, com a concomitante redução da população totalmente "preta" e uma evolução errática no número de pardos, mestiços, mulatos, seja lá como vocês queiram chamar aqueles que são provenientes da mistura de raças (que é um fato biológico, cultural e social no Brasil).
Por que agora os "pretos", ou os "pardos" são a maioria da população?
Eu diria, sem qualquer concessão à hipocrisia, que é porque todos esses assim classificados esperam um dia poder se beneficiar de algum política de favor que o Estado faça por elas: como são afrodescendentes, pretos pobres ou seja lá o que for, nós, brasileiros em seu conjunto (todos, aqui incluídos pretos, pardos, brancos, amarelos, etc.), teríamos uma dívida moral a reparar, por causa do tráfico, da escravidão, dos séculos de opressão, das décadas de indiferença educacional e de todas as mazelas que provocamos ou toleramos contra esses brasileiros mais pobres.
Então resulta que precisamos de cotas, de reservas, de apoios e auxílios, que serão RACIALMENTE determinados. Apenas os pretos, pardos e assemelhados, ou seja, os afrodescendentes, irão se beneficiar das políticas de favor.
Se isso não é hipocrisia, eu não sei o que é.
Apenas isso explica o crescimento dos não brancos neste país.
Acho que estamos a caminho da decadência ética, moral, intelectual.
Esse é o estado a que chegamos...
Paulo Roberto de Almeida
Debate economico nem sempre muito claro: commodities vs manufaturados
Pode-se simplesmente dizer que os empresários é que devem decidir o que melhor fazer, e criar as condições para que eles possam fazê-lo.
Isso significa regras estáveis, um bom ambiente de negócios, insumos com preços de mercado (não gravados por impostos excessivos) e outras condições que são justamente deformadas pela existência de um Estado predador e extorsivo...
Mas vocês vejam como mesmo as pessoas aparentemente mais "inteligentes" conseguem escorregar feito no raciocínio econômico quando pensam em termos de monopólios capitalistas, teorias conspiratórias sobre a dominação dos mercados e bobagens do gênero.
O professor Fernando Sarti, da Unicamp, ilustra como uma commodity como soja "têm mais conteúdo tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados."
Muito bem, mas o que ele diz logo em seguida? Isto aqui:
"No caso da soja, diz Sarti, o Brasil é extremamente competitivo na produção, mas não na comercialização internacional do produto, nas mãos de três grandes empresas multinacionais."
Inacreditável!
O Brasil tem a soja mais barata do mundo até a porteira da fazenda. Depois ela fica muito mais cara do que a soja americana porque somos gravados pelo custo dos transportes, pela péssima situação das estradas, por portos ineficientes, etc...
E o professor invoca o fato de que três multinacionais comercializam o produto!!!???
Se fossem três grandes tradings brasileiras por acaso isso teria qualquer influência sobre a cotação internacional da soja??? Isso teria qualquer influência benéfica sobre a logística pavorosa que faz com que a soja chegue ao porto mais cara do que a soja americana, apesar de ser mais barata na fazenda???
Realmente, custo a acreditar que profesores universitários possam ser tão simplistas assim!
Paulo Roberto de Almeida
Nem todos querem exportar valor agregado
Sergio Lamucci, de São Paulo,
Valor Economico, 28/04/2011
Com os preços de commodities nas alturas e a perspectiva de que a China deverá manter por muitos anos o apetite por matérias-primas, a discussão sobre se é melhor exportar produtos básicos ou investir em agregar mais valor se torna mais complexa. Alguns analistas perguntam, por exemplo, por que a Vale deve investir em siderurgia num momento em que há excesso de produção de aço e as cotações do minério de ferro aumentam com força ano após ano.
Vários economistas, contudo, ainda defendem ferrenhamente a estratégia de agregar valor às vendas externas, para que o país não fique dependente dos preços de commodities, historicamente muito voláteis, e aposte em setores com maior desenvolvimento tecnológico e empregos de melhor qualidade.
Ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros diz que, em princípio, é "melhor exportar produtos com maior valor agregado". Como regra geral, o processo traz benefícios à economia do país, afirma ele. "A questão é que cada caso precisa ser analisado detalhadamente. Não há respostas prontas, pré-concebidas", pondera Mendonça de Barros, tomando como exemplo a questão se a Vale deve ou não investir com mais força em siderurgia.
Além da escalada de preços do minério e da sobra de aço no mundo, ele levanta duas questões que podem colocar em xeque a conveniência de a empresa apostar na siderurgia. A primeira é que, se entrar agressivamente nesse mercado, a Vale passará a concorrer com seus principais clientes. "É preciso um estudo para ver o impacto de a empresa competir com os principais compradores de seus produtos", afirma ele, hoje sócio da Quest Investimentos.
O segundo ponto é que produzir aço consome muita energia elétrica, o que não ocorre com a extração de minério de ferro. "Será que o Brasil tem oferta de energia suficiente para isso, a preços competitivos?" São perguntas, segundo ele, que precisam de um estudo detalhado para serem respondidas.
O professor Fernando Cardim de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vê com maus olhos a ideia de produtos como o minério de ferro ganharem tanto espaço na pauta de exportação brasileira. "Há nesse caso um conflito entre os ganhos de curto e os de longo prazo. Neste momento, certamente exportar minérios para a China é um dos melhores negócios que existem, mas como fica a situação num período maior?", diz Cardim, observando que os preços de matérias-primas são muito voláteis.
"Estamos surfando na fase boa da volatilidade, mas nós conhecemos o que ocorre quando vem a fase ruim." Para ele, apostar que o apetite chinês por matérias-primas não vai arrefecer é ignorar a história econômica "dos últimos 250 anos". Cardim também defende a estratégia de buscar mais valor agregado por causa do seu impacto sobre o emprego. A produção de commodities costuma gerar poucos postos de trabalho, em geral de baixa qualificação, diz ele. Na fabricação de manufaturados, há maior desenvolvimento tecnológico e a geração de melhores empregos.
Mendonça de Barros vê um período bastante longo de commodities em níveis elevados, dada a perspectiva de que a China continue a crescer a taxas robustas por vários anos. "Já a tendência dos produtos industriais é continuarem muito baratos", observa ele. Cardim, por sua vez, diz que a queda das cotações dos bens manufaturados, num cenário de ganhos de escala, não impede que a fabricação siga bastante rentável. "A manufatura sempre foi assim, basta ver a estratégia da própria China."
O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman tem uma visão oposta à de Cardim. Para ele, há maniqueísmo de muitos economistas brasileiros, que consideram a produção de bens de maior valor agregado como algo intrinsecamente bom. "A questão é que não é algo absoluto. A rentabilidade hoje de produzir minério de ferro é muito maior do que a da siderurgia. O que é melhor para a empresa, ser a Vale ou a Usiminas?"
Schwartsman diz ainda que há grande capacidade ociosa no setor siderúrgico no mundo, além de não ver no radar um tombo dos preços de commodities. Mas essa não seria uma visão de curto prazo? "Pode haver incertezas em relação aos preços, mas não ignore o que mercado está dizendo. A diretoria da empresa tem que tomar decisões que afetam a vida da empresa vários anos à frente, com os acionistas fungando em seus cangotes." Para Schwartsman, quem está no dia a dia da empresa e conhece o mercado em que a companhia atua está muito mais capacitado para definir a estratégia do que um burocrata em Brasília. "E as empresas de commodities não operam num enclave. Elas estão integradas à economia, gerando demandas por produtos manufaturados e serviços nas suas cadeias", conclui ele.
Um ponto que torna a discussão mais complexa é que um produto primário muitas vezes tem um processo de produção que envolve muita agregação de valor. A extração de petróleo em águas profundas é um exemplo eloquente. A tecnologia e a mão de obra empregadas no processo deixam claro que se trata de algo complexo e avançado, como concordam - pelo menos nesse ponto - Schwartsman e Cardim.
O professor Fernando Sarti, da Unicamp, considera que a discussão sobre o assunto é feita muitas vezes de modo simplista - a polêmica minério de ferro X aço no caso da Vale seria uma dessas simplificações. Ele dá um exemplo interessante para ilustrar como a discussão é hoje mais complicada: as exportações brasileiras de soja, uma commodity, têm mais conteúdo tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados.
O assunto, contudo, não se esgota aí, diz Sarti. No caso da soja, nota ele, o Brasil é extremamente competitivo na produção, mas não na comercialização internacional do produto, nas mãos de três grandes empresas multinacionais. No caso da Vale, focar na produção de minério de ferro pode talvez de fato ser mais indicado, dada a sobra de aço no mundo, mas seria importante que os investimentos da empresa em logística beneficiassem outros setores da economia -a construção de ferrovias pela companhia, por exemplo, tem aumentado a demanda pela produção de mais locomotivas e trilhos no país? "É importante haver um transbordamento para outros segmentos da economia."
A exploração do petróleo do pré-sal pode garantir esse tipo de benefício, com a montagem de uma cadeia de fornecedores dos equipamentos que serão necessários para a Petrobras. "Essa estratégia é uma boa opção, desde que seja equilibrada, e não faça a empresa ter fortes aumentos de custos", diz Mendonça de Barros.
Retrocede Brasil (8): cenas explicitas de protecionismo pornografico...
Sempre tem um produtor de chave de fenda que acha que as chinesas são vendidas abaixo do custo de produção, perdendo dinheiro na exportação e provocando concorrência desleal no Brasil apenas para açambarcar o mercado brasileiro e depois ficar sozinho cobrando preços abusivos.
Sempre tem gente que acredita em histórias desse tipo.
Eles ainda não abandonaram os livros e as estórias do jardim de infância.
Aposto como o MDIC vai conceder.
Alguém quer apostar comigo?
Paulo Roberto de Almeida
Setor de máquinas e equipamentos entra com pedido de salvaguardas contra a China
Agencia Brasil, 27/04/2011
São Paulo – O setor de máquinas e equipamentos deu entrada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior com três pedidos de adoção de salvaguardas contra a China. Os fabricantes de chaves de fenda, guindastes e válvulas borboleta questionam o preço cobrado pelos chineses no Brasil.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entidade que deu entrada com os pedidos na semana passada, aguarda agora um parecer do ministério sobre os pedidos. As solicitações estão em fase de análise prévia. Se aprovados, será a primeira vez que o Brasil adotará salvaguardas contra a China no setor. No curto prazo, a Abimaq promete ingressar com mais 17 pedidos de salvaguardas contra o país asiático.
“Não tem mais como esperar, a diferença de preço praticado pela China com o que a gente exporta, e com o resto do mundo é um absurdo. Está chegando máquina a US$ 5, US$ 6 o quilo. O que a gente quer é isonomia, é igualdade”, disse o presidente da Abimaq, Luiz Albert Neto.
Além dos pedidos de salvaguardas, o setor está aguardando o aval do Ministério do Trabalho e Emprego para que as importações de máquinas passem também a ter de respeitar as normas de segurança exigidas das fabricantes brasileiras. A intenção é tornar mais difícil as importações de máquinas da China.
“As fabricantes de prensa nacional, por exemplo, têm de seguir uma norma de segurança, com uso de laser [para evitar acidentes]. A máquina que vem da China, pergunta se tem? Estamos só esperando uma assinatura do Ministério do Trabalho para que todas as máquinas importadas tenham esse critério”, cobrou Albert.
O faturamento da indústria de bens de capital, no primeiro trimestre de 2011, atingiu R$ 18,3 bilhões, valor 4,6% superior ao registrado no mesmo período de 2010. No mês de março, o faturamento de R$ 7,2 bilhões foi 3,5% inferior ao atingido em março de 2010 e 25,2% acima do de fevereiro de 2011.
Em relação à balança comercial, no primeiro trimestre de 2011 o total de máquinas exportadas rendeu US$ 2,6 bilhões, um aumento de 35,5% em relação aos embarques dos três primeiros meses do ano passado. Porem, as importações do setor continuam superando as exportações. No primeiro trimestre do ano, as compras externas somaram US$ 6,7 bilhões, valor 32,6% maior que o registrados no mesmo período de 2010.
A China é o segundo país que mais exporta máquinas para o Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. No primeiro trimestre, foram importados do país asiático US$ 965,9 milhões, 53,5% a mais do negociado no mesmo período do ano passado.
Mafias sindicais: nossa praga de gafanhotos...
Na Argentina vizinha, eles também escolheram criar uma República Sindical, que nunca retrocedeu, a despeito de governos militares e de civis mais liberais.
A Argentina continua decaindo, décadas depois da instalação da sua República Sindical.
O Brasil, com suas peculiaridades, vai pelo mesmo caminho.
A escolha é só nossa...
Paulo Roberto de Almeida
A festança das centrais
Editorial - O Estado de S.Paulo
30 de abril de 2011
Houve tempo em que dirigentes sindicais responsáveis faziam do dia 1.º de maio um momento de reflexão sobre os problemas que atormentavam os trabalhadores. Em muitos países, a data foi transformada no Dia do Trabalhador para homenagear aqueles que dedicaram a vida à defesa dos direitos de seus parceiros de trabalho. Nos últimos anos, porém, as centrais sindicais brasileiras transformaram o Dia do Trabalhador num pretexto para festas e discursos demagógicos, desvirtuando seu significado original.
Dinheiro para festejar não lhes falta. Além da generosa fatia a que têm direito na partilha do dinheiro extraído anualmente do bolso dos trabalhadores na forma de imposto sindical, o que lhes garante mais de R$ 100 milhões por ano, as centrais obtiveram patrocínio de empresas estatais e de algumas companhias privadas para realizar sua festança deste domingo.
Estima-se que as duas grandes festas das centrais sindicais em São Paulo - uma liderada pela Força Sindical, com o apoio de outras quatro entidades, outra preparada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) - custarão R$ 5 milhões.
Alguns artistas renomados, outros nem tanto, políticos e sindicalistas se apresentarão para cerca de 2 milhões de pessoas, atraídas não para discutir as grandes questões que afetam o mercado de trabalho e angustiam os trabalhadores, mas para ver seus artistas prediletos e concorrer a prêmios valiosos, como 20 automóveis novos.
Seria muito bom se a realidade justificasse tanta festa. As condições de trabalho e de vida no Brasil e no mundo mudaram radicalmente em relação àquelas que prevaleciam no fim do século 19, quando a data foi escolhida para homenagear os trabalhadores. E continuam a mudar para melhor. Mas problemas novos surgiram.
Nos últimos anos, o avanço da tecnologia na indústria e no setor de serviços e a internacionalização das atividades econômicas e financeiras impuseram mudanças profundas nas relações do trabalho, num processo de desregulamentação que enfraqueceu os vínculos formais entre empregador e empregado.
Com muito raras exceções, os líderes sindicais não entenderam as transformações no mundo do trabalho, no exterior e no Brasil. Continuam presos a velhas palavras de ordem, que repetem como se quisessem ter a sensação do cumprimento de seu dever. Há dias, os dirigentes das centrais sindicais apresentaram ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), a lista do que consideram prioritário. Os pontos são velhos conhecidos: redução da jornada de trabalho, eliminação do fator previdenciário e regulamentação do trabalho terceirizado.
Nada disseram sobre problemas graves do mercado de trabalho, que não lhes parecem causar preocupação. Alguns são tão antigos como o Brasil e outros são bastante recentes. Mas as lideranças sindicais parecem alheias às mudanças que ocorreram diante de seus narizes.
Pretendendo representar os trabalhadores em nome dos quais dizem atuar, na realidade as centrais representam, no máximo, metade dos brasileiros que vivem de seu trabalho. Dados recentes mostram que a informalidade no mercado de trabalho vem diminuindo, mas, ainda hoje, 51,5% das pessoas que vivem de seu trabalho não têm registro em carteira. Não contam com nenhum direito trabalhista e, por omissão dos sindicatos, não têm direito nem mesmo à sindicalização.
Os que mais precisam de apoio dos sindicatos são por estes inteiramente ignorados, como mostra o fato de terem sido surpreendidos pela recente onda de revoltas nos canteiros de obras de usinas hidrelétricas. Não sabiam o que ocorria em algumas das maiores aglomerações de trabalhadores do País.
Além disso, eles nada têm feito para treinar os trabalhadores de suas bases para as novas demandas do mercado de trabalho. Há empregos, mas é cada vez maior a falta de trabalhadores qualificados para ocupá-los. É preciso preparar os trabalhadores, mas, para os sindicatos, esse não é problema deles, como não são muitos outros. Por isso, a festa de Primeiro de Maio deixou de ser a festa dos trabalhadores para virar a festa das lideranças sindicais.
Fight of the Century: Keynes vs. Hayek Round Two - Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=GTQnarzmTOc
Imperdível para os que gostam de levar a economia não muito seriamente...
De fato, este é o combate do século.
Para mim, considero que, depois das guerras mortíferas que tivemos no século XX, a peste negra do estatismo ainda contamina exageradamente as políticas públicas.
Impossível dispensar o Estado, eu sei, mas o culto que lhe rendem os keynesianos tem tornado a humanidade muito mais pobre do que ela poderia ser numa eventual liberação completa das forças econômicas.
Sei que pouca gente acredita nisto, pois liberdade total conduz a um pouco de anarquia, crises, concentração de renda, desigualdades e tudo o mais.
Mas a riqueza, para todos, seria muito maior.
Infelizmente, as pessoas preferem continuar sendo "baby-sittadas" por uma mãe aparentemente generosa que é o Estado.
Eu sei que as pessoas são preguiçosas: preferem passar a noite comendo alguma coisa na frente da TV do que estudar e progredir na vida.
A lei inercial da preguiça humana é o o que nos torna mais pobres.
Isso é o keynesianismo. Ele é a TV aberta da humanidade: todos esperam que algo aconteça, de graça.
O Estado faz, mas não de graça...
Paulo Roberto de Almeida
Paranoia dos celulares: uma enfermidade infantil da era movel...
Já imaginam um Big Brother, lá na California, vigiando os passos de cada um dos zilhões de usuários dos iPhones para tramar sabe-se lá qual complô consumista contra seus interesses individuais.
Acho que não sou paranóico a este ponto. Sei que muitos seguem os meus passos, amigos e inimigos, sobretudo neste blog, onde atuo sobretudo por divertimento, mas não acredito que eu venha a fazer loucuras por indução capitalista de quem segue meus passos pelo meu iPhone (aliás, muito útil).
Paulo Roberto de Almeida
Mobile tracking
The Difference Engine: The spy in your pocket
The Economist, April 29th 2011, 9:00 by N.V.
LOS ANGELES - FOR those who managed to miss the “Locationgate” brouhaha last week, a brief recap. The story broke in the Wall Street Journal, which reported on how two British researchers had discovered a database file called “consolidated.db” that contained unencrypted details of the owners’ travels over the past year. The file, found in computers that had synched with Apple’s iPhones and iPads, contained a date-stamped log of the longitude and latitude coordinates of the various locations visited. Right or wrong, the conclusion was that Apple was tracking every move its customers made. An uproar erupted as a result, with demands by lawmakers that the company explain its actions forthwith.
On April 27th, Apple broke its week-long silence with a denial that its mobile devices were tracking customers, but then promised to fix the privacy issue that did not exist anyway. Coming out of medical leave to help squelch the imbroglio, Steve Jobs, Apple’s charismatic chief executive, admitted that the company had made a mistake in how it handled the location data on its iPhones and iPads. But in no way did the devices log users’ locations multiple times a day. The data found in the phones referred to the location of various cell towers, not the users, which could be as far as 100 miles away, said Apple. Even so, independent researchers were quick to point out that the data could still allow phones to be tracked to within 100 feet.
According to Apple, it was all a misunderstanding on the part of the two British researchers. The file they had stumbled upon, the company claimed, contained simply the locations of known WiFi hotspots and cell towers that had been downloaded from Apple. The location database on the company’s servers has been built up over the past year using “anonymous, crowd-sourced information” as millions of iPhone and iPad users unknowingly synched (via iTunes) the location details of cell towers and WiFi hotspots they had come in contact with. The local data were updated and cached on the mobile devices simply to help them figure out their own location.
Mobile devices need to know where they are to make calls and receive them—as well as to do clever tricks like display maps of the immediate surroundings, pinpointing stores, restaurants and entertainment of potential interest. The phone finds where it is by listening for the whispers from cell towers and WiFi hotspots in the neighbourhood, as well as from GPS satellites in orbit.
Like a web browser that caches data on a personal computer about websites visited so the pages can be pulled up promptly the next time the user returns to them, having the coordinates of local towers or hotspots already in the cache makes it easier for the phone to triangulate its own location. That way, the device responds quicker than it would if it had to download the data for triangulation each time from Apple, or wait a minute or so for the faint signal from a passing GPS satellite. By reducing the amount of computation done on board the device, caching speeds things up and saves battery life in the process.
Once explained, most users accept that as reasonable. What upsets them, though, is the way Apple has been secretly caching up to a year’s worth of comings and goings on owners' devices—and reporting the information back to its location database at head office whenever users synch with iTunes. More damning still is the way the company keeps collecting such data when users deliberately turn the location services off.
That is not what Apple informed members of Congress last July when first quizzed on the matter. Representative Joe Barton of Texas told the Wall Street Journal this week that Apple “lied” to him and another lawmaker when it said its phones do not collect and transmit location-based data such as mapping when location services are switched off.
Mr Jobs blames “bugs” in the software for the misunderstanding. Apple has now promised to upgrade the software in coming weeks to reduce the amount of location data cached in the devices from a year’s worth to no more than a week’s supply. The new software will also delete the location data stored in the phone’s cache when the user turns its location services off. In addition, the next version of iOS, Apple’s operating system for mobile devices, will ensure that all location data cached and reported back to Apple are fully encrypted.
So much for Apple's damage control. But why collect such voluminous amounts of location data anyway? Clearly, Apple is racing to catch up with Google and others who have already carved out large chunks of the fast-growing market for location-based services. According to Gartner, a research firm based in Stamford, Connecticut, sales of location-based services are currently running at $2.9 billion a year. But the market is expected to grow to $8.3 billion by 2014. In particular, Apple wants to offer iPhone users information on traffic-congestion, as Google already does using data fed back from the millions of Android phones travelling the roads of the world. A great deal of revenue from location-based advertising is at stake here.
All of which begs the question: How is Google acquiring all this information on its customers’ whereabouts? The short answer is that its Android phones and tablets are doing much the same as Apple’s iPhones and iPads—only more so. They survey the user’s location every few seconds and report the information back to the company several times an hour. According to Samy Kamkar, a security analyst interviewed by the Wall Street Journal, an Android phone can also transmit a unique identifier tied to the individual device—and thus the customer’s home address. As far as we are aware, Apple does not do that.
Readers may recall that Google got into hot water last year when its fleet of StreetView cars, which map and photograph streets around the world, inadvertently collected e-mail addresses, passwords and other personal details while scanning for WiFi hotspots. Several European governments were up in arms, and ordered the company to cease such wholesale invasion of their citizens’ privacy. Google says it has now stopped collecting personal information this way.
No question that Apple and Google—as well as the wireless carriers themselves—still have much to explain. Lawmakers will have a chance to question both Google and Apple when they testify before Congress on May 10th. What is clear, though, is that rather than abate, the wholesale tracking and collection of information about people’s behaviour while on the move is set to increase dramatically. As mobile phones and tablets take over from desk-bound computers, marketers are no longer content to classify consumers merely by their postal codes or telephone area codes. They want to know where precisely they are at every moment while out and about—so they can send text messages with instant inducements (coupons, discounts, special offers, you name it) to enter one particular store or restaurant they are passing rather than another.
We should be both cheered and cautious about such developments. Above all, let us hope that lawmakers at least insist that sufficient transparency be provided so people can choose how much or little of their personal details to make available. For that and more, Locationgate has been a useful wake-up call.
Diploma de Harvard? Esqueca! Melhor ser guarda penitenciario na California...
Recomendo vocês lerem -- deve estar livremente disponível no site da revista -- se quiserem saber como fazer, uma receita muito simples, para afundar um país, uma sociedade, para jogar na decadência tudo de bom que foi construído pelas gerações precedentes, aquelas que trabalharam duro para fazer dos EUA e da Califórnia o lugar mais afluente -- não o mais rico, mas o mais inovador e criativo -- do mundo, sem questionamentos.
Pois bem, os californianos, ou pelo menos alguns californianos, estão destruindo tudo isto, por políticas como a expressa nesta matéria de opinião do Wall Street Journal deste sábado.
Claro, sempre existem caminhos mais rápidos para a decadência, e o Brasil é pródigo nelas, mas a California já tinha ficado rica, quando decidiu voltar a ser pobre outra vez.
O Brasil, para nossa tristeza, nem conseguiu ficar rico, e decidiu continuar pobre para sempre..
Paulo Roberto de Almeida
OPINION
California Prison Academy: Better Than a Harvard Degree
By ALLYSIA FINLEY
The Wall Street Journal, April 30, 2011
Prison guards can retire at the age of 55 and earn 85% of their final year's salary for the rest of their lives. They also continue to receive medical benefits
Roughly 2,000 students have to decide by Sunday whether to accept a spot at Harvard. Here's some advice: Forget Harvard. If you want to earn big bucks and retire young, you're better off becoming a California prison guard.
The job might not sound glamorous, but a brochure from the California Department of Corrections and Rehabilitations boasts that it "has been called 'the greatest entry-level job in California'—and for good reason. Our officers earn a great salary, and a retirement package you just can't find in private industry. We even pay you to attend our academy." That's right—instead of paying more than $200,000 to attend Harvard, you could earn $3,050 a month at cadet academy.
It gets better.
Training only takes four months, and upon graduating you can look forward to a job with great health, dental and vision benefits and a starting base salary between $45,288 and $65,364. By comparison, Harvard grads can expect to earn $49,897 fresh out of college and $124,759 after 20 years.
As a California prison guard, you can make six figures in overtime and bonuses alone. While Harvard-educated lawyers and consultants often have to work long hours with little recompense besides Chinese take-out, prison guards receive time-and-a-half whenever they work more than 40 hours a week. One sergeant with a base salary of $81,683 collected $114,334 in overtime and $8,648 in bonuses last year, and he's not even the highest paid.
Sure, Harvard grads working in the private sector get bonuses, too, but only if they're good at what they do. Prison guards receive a $1,560 "fitness" bonus just for getting an annual check-up.
Most Harvard grads only get three weeks of vacation each year, even after working for 20 years—and they're often too busy to take a long trip. Prison guards, on the other hand, get seven weeks of vacation, five of them paid. If they're too busy racking up overtime to use their vacation days, they can cash the days in when they retire. There's no cap on how many vacation days they can cash in! Eighty officers last year cashed in over $100,000 at retirement.
The cherry on top is the defined-benefit pension. Unlike most Harvard grads working in the private sector, prison guards don't have to delay retirement if their 401(k)s take a hit. Prison guards can retire at the age of 55 and earn 85% of their final year's salary for the rest of their lives. They also continue to receive medical benefits.
So you may be wondering what it takes to become a prison guard. For one, you have to be a U.S. citizen with a high-school diploma or equivalent. Unfortunately, you can't have any felony convictions, but don't worry, possession of marijuana is only an infraction in California.
There's also a vision test, background investigation, psychological evaluation, physical exam, tuberculosis screening, and a fitness test that measures your grip strength. The hardest part, however, is the written test, which includes word problems like this sample test question: "Building D currently has 189 inmates, with 92 beds unfilled. Building D is currently at what capacity?" If you've somehow forgotten how to add and divide, you can bone up on your basic math with Barron's "Correction Officer Exam" prep book.
The application process may seem like a piece of cake compared to Harvard's, but the correctional officer academy is actually more selective than Harvard. Over 120,000 people apply every year, according to the state Legislative Analyst's Office, but the academy only enrolls about 900. That's an acceptance rate of less than 1%. Harvard's is 6.2%. The job also has a better retention rate than Harvard. Only 1.7% dropped out of the service last year, compared to 2% who left Harvard.
If your parents aren't thrilled about you turning down Harvard to become a prison guard in California, just show them the job brochure. Then explain that in another few years instead of paying off thousands of dollars in college loans you'll be taking cruises together. They'll be speechless.
Ms. Finley is assistant editor of OpinionJournal.com.
Inflacao e descontrole economico: ja sabemos de quem é a culpa..
De quem mais poderia ser?
“Estarei sempre à disposição do partido para vir aqui dar esclarecimentos e explicar melhor o que estamos fazendo no governo para estarmos mais sintonizados. Para explicar a política econômica porque, às vezes, ela acaba sendo distorcida pela imprensa”.
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião do Diretório Nacional do PT.
A diva blogueira e a corrupcao do sistema: desmoralizando Betania...
[Acréscimo em 30 de abril: um comentário de um leitor, na sequência desta postagem, e meus próprios comentários in fine...PRA]
O escandaloso blog de poesia de Maria Bethânia
Digestivo Cultural n. 478, 27/04/2011
Na música, todo mundo louvava Maria Bethânia, por ela não haver se rendido à acomodação dos outros Doces Bárbaros. Não havia se perdido em rock como Caetano, não havia se desencaminhado na política como Gil e não havia se aposentado precocemente como Gal Costa. Maria Bethânia parecia incansável: gravando compositores novos, fazendo pesquisa de ritmos, lançando selo próprio e, claro, fazendo shows - admiráveis desde a concepção até a performance (de tirar o fôlego das cantoras mais jovens). Acontece que a mesma Bethânia - que musicalmente admirávamos tanto - protagonizou um (ou se deixou envolver num) dos maiores escândalos de captação de recursos, via Lei Rouanet, via Ministério da Cultura, via Governo Dilma, via Era Lula...
O projeto "O Mundo Precisa de Poesia" se apresentou ao MinC como um "blog", onde Maria Bethânia recitaria um poema por dia, e, para isso, solicitava quase 1,8 milhão de reais, sendo que 600 mil apenas para a sua remuneração. Tudo bem que o MinC aprovou "apenas" 1,35 milhão de reais para captação, mas conhecendo os blogs - como a blogosfera conhece - a grita foi geral. Primeiro porque qualquer pessoa que já tenha aberto uma conta de e-mail na Web, sabe qual é o custo de montar um blog: 5 minutos. Evidente que o custo de manter um blog é outro. Mas para fazer vídeos, e distribui-los via YouTube, não demora muito mais, não. Depois, porque o projeto literalmente caiu na rede e seu conteúdo era uma piada de mal gosto. A "síntese", os "objetivos" e a "justificativa" eram de uma redação quase infantil. E a equipe era a dos usual suspects: Conspiração Filmes, Andrucha Waddington e Hermano Vianna.
Para completar: dos quase 2 milhões solicitados, o webdesigner receberia 6 mil, no total, e a manutenção/atualização do site custaria, simples e apenasmente, 8,4 mil reais (durante um ano). Em defesa de Bethânia - ou do projeto em que ela foi usada de "laranja" - vieram dizer que estava tudo dentro da lei. Podia até estar, mas, como d izia Boris Casoy nos bons tempos, não deixava de ser "uma vergonha". Outros projetos, de outros Doces Bárbaros, vieram à tona, para engrossar o caldo, mas a nova Ministra da Cultura nem ficou vermelha. Desta vez, o governo não poderia jogar na conta da "herança maldita" de FHC (e do PSDB), porque o projeto remontava ao ano passado (2010)...
Ao fim e ao cabo, esse projeto é, na realidade, uma das contas que a sociedade está pagando pela terceira eleição, na sequência, do mesmo governo. Porque no Ministério da Cultura também existe malversação de recursos, e quem se aprochegou dos cofres públicos nos últimos 8 anos, quer continuar se beneficiando nestes próximos 4 anos...
>>> Blog da Bethânia, o projeto
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Um leitor, conhecedor dos meandros das políticas culturais neste país que é nosso (embora seja mais de alguns do que de todos), me escreve o que segue:
Professor, este texto é de uma sequência de equívocos:
1. O mecanismo de incentivo fiscal não é uma marca da Era Lula. É Lei (de 91), que está tentando ser modificada já que deixa o incentivo à cultura via renúncia fiscal (ou seja, $ público) nas mãos da capacidade de captação dos proponentes - ou seja, muito mais no depto marketing do que no de cultura. Os mal informados acusam, inclusive, a tentativa de reforma da lei de "dirigismo estatal" dos investimentos culturais. Muitos projetos INCRIVEIS foram realizados via Lei Rouanet, mas muitos piores do que o da Betânia também. Esse "escândalo" poderia ter se dado em qualquer momento já há muito tempo. Não posso compreender porque acham o caso da Betânia mais escandaloso do que o do famoso banco que trouxe o famoso circo via lei de incentivo, fez um monte de propaganda e ainda cobrou ingresso caríssimo. (veja em http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u59903.shtml). Ou seja, vamos perceber que a situação é MUITO MAIS complexa do que a narrada nesse texto...
2. Gil não se "desencaminhou" na política. Foi de importância decisiva no Ministério da Cultura, deixou um incrível legado. Inclusive foi o responsável por criar outras abordagens para a política pública cultural brasileira que não a do incentivo fiscal, formulando Programas que hoje são referência para diversos países. Ou seja, o texto mistura alhos com bugalhos da forma que é conveniente ao argumento. Diz que o personagem é "desencaminhado", justamente ele que foi quem mais fez contra o que o autor diz achar um absurdo...
3. Quem pode julgar o processo artístico de Caetano ou Gal??!!! "Aposentadoria precoce de Gal" é uma das expressões mais preconceituosas que já vi. Só porque ela não se esforça para estar toda hora na mídia com uma novidade? Mas não é essa a acusação que o autor do texto faz a Caetano Rock'n'roll? Perceba a contradição e a petulância desses comentários...
Entenda, não é o caso de defender um governo ou outro, mas de ver a Cultura como um campo complexo de ação pública, tão imbricado nos processos de transformação do Estado como qualquer outro. Um governo não pode, por voluntarismo, modificar a aplicação da Lei. Ela tem que ser reformada pelos complexos mecanismos da nossa democracia, e é justamente isso que está sendo feito, de forma não imune a acusações de pessoas como o autor desse texto.
Se for publicar a resposta, por favor preserve meu nome, porque gente como o autor desse texto contra a Betânia não hesita em pegar o que vc escreve, tirar de contexto e circular por aí.
[Leitor anônimo]
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Permito-me agregar o que segue (PRA):
Não vou comentar o post principal, que coloquei apenas por instinto de provocação, que sempre é o meu, independentemente da correção e objetividade dos argumentos, mas que NÃO subscrevo, esclareço. Apenas era o tema do momento, suficientemente escandoloso para chamar a atenção da "mídia", como chamou, e despertar sentimentos de animosidade ou de defesa, entre os interessados por esta área da vida nacional. Apenas por isto postei aqui, mas concedo que o tom é rancoroso e não traduz a racionalidade que se espera de um blog como este, que se pauta, como indicado, por respeito a ideias inteligentes. Não era o caso do post e do tema, e eu deveria ter abandonado a intenção. Agora já está postado e despertou reações do distinto público que aqui comparece.
Tampouco vou comentar o que está transcrito acima, de um leitor inteligente e cognoscenti.
Vou apenas dizer o que penso do sistema e do caso.
É evidente que num país invadido, dominado, subjugado por políticas públicas, especialmente as setoriais, que interessam a grupos de interesse, como o Brasil, não poderiam faltar políticas de "favorecimento" disto e daquilo, para todos e cada um.
Um Estado esquartejado por grupos de interesse, geralmente poderosos, como o Brasil, no qual o dinheiro do contribuinte, do empresário, do cidadão comum, e especialmente dos pobres -- que jamais pagam imposto de renda, mas que deixam 50% do que ganham para o Estado sob a forma de impostos -- é evidente que num país assim sempre haverá espertos, e mais espertos que os espertos, que conceberão, aplicarão e se beneficiarão de políticas ditas "incentivadoras" para estimular esta ou aquele setor que não recebe os "sinais corretos" do mercado.
Cultura é obviamente um deles. Muitos, talvez a maioria concordam com a afirmação de que iniciativas e empreendimentos culturais não podem e não conseguem se pautar pelas "regras de mercado" -- vocês sabem, aquelas coisas perversas geralmente ligadas ao lucro e à acumulação de capital -- e que por isso mesmo devem se beneficiar de incentivos públicos (ou seja, o dinheiro de todo mundo -- para que as magníficas produções culturais de artistas "fora do mercado" possam alcançar o público, geralmente o público mais vasto de cidadãos comuns que não podem pagar uma ópera na Metropolitan House, e que depende mesmo de TV aberta e de "espetáculos populares".
O caso da Bethânia talvez nem seja o mais escandaloso no caudal de "projetos culturais" que recolhem -- é bom que se diga -- não o dinheiro do MinC, mas o imposto devido por capitalistas, que assim podem posar de amigo das artes e de mecenas culturais. Provavelmente, assessores mais espertos, inclusive com a ignorância da cantora, aproveitaram esse mecanismo perverso de redistribuição de renda -- no Brasil é sempre dos pobres em favor dos ricos -- para carrear alguns milhões para seus apartamentos da Vieira Souto.
Seja lá o que for, minha posição é muito clara e a expresso aqui.
Sou contra todas essas políticas setoriais do Estado em favor de quaisquer grupos de interesses que existam, QUAISQUER: usineiros, industriais da FIESP, cantores populares, garimpeiros, pescadores, enfim, vocês escolhem o que quiserem.
Para mim só existe um grupo de interesse que não é especial, mas que é básico: as crianças, de qualquer cor, de qualquer renda, de qualquer origem geográfica e de qualquer formação cultural ou background social.
A única política que o Estado deveria ter seria esta: escolas de qualidade, em tempo integral, para todas as crianças, apenas isto. Dos 4 ou 5 anos, até os 17 anos, a sociedade nacional "suportaria" -- no sentido de apoiar -- escolas de qualidade.
Depois, bye, bye, até logo. Cada um que se vire no mercado.
Apenas isto, e nada mais do que isto.
Acredito que o Brasil e os brasileiros sejam suficientemente inteligentes para julgar o que penso do resto das políticas públicas.
Ponto.
Assunto encerrado.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 30 de abril de 2011
Armas de procriacao em massa: qual seria a dissuasao contra o Viagra?
Aqui no Brasil tivemos um caso, alguns anos atrás: juízes certamente malucos, do Rio de Janeiro, obrigaram o SUS a fornecer Viagra gratuitamente para alguns velhinhos depravados. Nao tenho noticias de que, em consequência, tenha aumentado a incidência de estupros por aquelas bandas, mas seria preciso investigar melhor, inclusive sobre eram remédios protegidos ou genéricos...
Paulo Roberto de Almeida
EUA acusam Líbia de dar Viagra a tropas e estimular estupros
Terra Notícias, 29/04/2011
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU disse na quinta-feira ao Conselho de Segurança que as tropas leais ao líder líbio Muammar Kadafi estão cada vez mais recorrendo à violência sexual, e que alguns soldados têm recebido doses de Viagra, medicamento contra a impotência, segundo diplomatas.
Vários diplomatas da ONU que participaram de uma sessão a portas fechadas do Conselho relataram que a embaixadora Susan Rice citou a questão do Viagra no contexto do agravamento dos casos de violência sexual por parte dos soldados do regime líbio. "Rice abordou isso na reunião, mas ninguém respondeu", disse um diplomata, sob anonimato. A acusação havia surgido inicialmente em um jornal britânico.
O medicamento Viagra, do laboratório Pfizer, é usado contra a impotência sexual masculina. Se for verdade que os soldados de Kadafi estão recebendo Viagra, disseram diplomatas, isso indicaria que eles estão sendo estimulados por seus comandantes a estuprar mulheres para aterrorizar a população em áreas que apoiam os rebeldes.
O uso do estupro como arma de guerra tem recebido crescente atenção da ONU. No ano passado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nomeou uma relatora especial para questões de violência sexual durante conflitos armados, Margot Wallstrom. Neste mês, Wallstrom criticou o Conselho de Segurança por não ter mencionado a violência sexual durante duas recentes resoluções relacionadas à Líbia, apesar de o Conselho ter prometido priorizar esse assunto.
Wallstrom disse na ocasião que relatos sobre estudos na Líbia não haviam sido confirmados, mas citou o caso amplamente divulgado de Eman al Obaidi, uma mulher que no mês passado foi a um hotel frequentado por jornalistas em Trípoli e disse que havia sido estuprada por milicianos leais ao governo.
O Tribunal Penal Internacional já está investigando se o regime de Kadafi cometeu crimes de guerra na sua violenta repressão a manifestantes que exigiam mais liberdade. A delegação dos EUA junto à ONU não quis comentar o assunto.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Livre-mercadistas: nao mantenham ilusoes... - livro sobre os grandes mitos
O problema é que, na prática, não conseguimos ter tudo isso e temos de aguentar um Estado ineficiente, intervencionista (ladrão seria o termo exato) e todas as outras deformações que os economistas chamam de "falhas de mercado". (Poucos falam das "falhas do governo".)
Abaixo um livro que seria o equivalente do realismo em RI.
Eu confesso ser um idealista, ou partidário da ideal-Economik, mas confesso que não teremos isto antes de muito tempo (if ever...).
------ EH.NET BOOK REVIEW ------
Title: The Illusion of Free Markets: Punishment and the Myth of Natural Order
Published by EH.NET (April 2011)
Bernard E. Harcourt, /The Illusion of Free Markets: Punishment and the Myth of Natural Order/. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2011. 328 pp. $30 (hardcover), ISBN: 978-0-674-05726-5.
Reviewed for EH.Net by Daniel J. D'Amico, Department of Economics, Loyola University (New Orleans).
/The Illusion of Free Markets/ is a fascinating attempt to understand public policy. There are both effective and ineffective responses to social problems. Human welfare requires interpreting complex social phenomena and affecting social change. To be fooled by an illusion is to be guided by a bad map.
Neoclassical models of political economy distinguish between markets and governments. Markets are presumed efficient when producing and allocating resources, but in some institutional environments, where property rights are poorly defined and information asymmetric, said to fail. Governments are presumed necessary and sufficient to solve market failures. Society suffers when either problem is misdiagnosed and/or either solution incorrectly prescribed. Bernard Harcourt thinks markets have been overrated. Histories of penology and economic thought help correct this.
The market versus government dichotomy dates to the classical school, when economists thought in terms of natural law. Markets were called natural because the price system is self-adjusting and socially coordinative. Neither shortages nor surpluses persist because prices change on the margin. Self-interest guides social welfare "as if by an invisible hand." While economists favor markets because they produce and distribute tangible wealth, Harcourt is concerned that they under account social costs. In particular, natural law has supposedly borne complex consequences upon American criminal justice.
Markets were heavily regulated during the time of the classical school. Detailed codes of conduct governed all manner of commercial trade. Harcourt observes that Adam Smith and other classicals used the term “policing” to refer to both commercial and criminal regulations. Harcourt prefers Foucault's focus upon discipline over economists' hard dichotomy. Historically, both markets and governments regulated behavior. Both were backed by physical punishments. The market was as disciplinarian as the state.
Harcourt is concerned, and rightly so, with features of American criminal justice. It appears racially biased, excessively severe and uniquely modern. He argues that these are the theoretical consequences of applied natural law. His historical narrative suggests that as the commercial realm was deregulated, disciplinary resources were directed into the penal sphere.
Markets were presumed to be self-regulating, which drove a conceptual schism between lawful market behaviors and unnatural criminal actions. Theorists underrecognize the costs of social change invoked by deregulation because they presume the market natural. Today's penal excesses are the presumed result of a growing network of anonymous contracts. Harcourt's message: the notion that markets are free from coercion is an illusion, both yesterday and today. Privatization and deregulation are insufficient policy solutions to mass incarceration.
Harcourt's comments are a welcome update to neoclassical orthodoxy, which has failed to give an explanation or policy reaction to mass incarceration. If one looks -- as Foucault would suggest -- at different enforcement techniques (physical punishment versus torts and fines) used within the different legal spheres (criminal versus civil); or if one looks at the historical specialization of those techniques across those legal spheres, one notices the world is a very different place than it used to be.
Today the market versus government distinction parallels the civil and criminal law. Contract enforcements are maintained by the civil law. Criminal laws are enforced by incarceration. These separate legal spheres were not always distinct, nor were their enforcement resources specialized. Originally there was no criminal law. Physical punishments, such as arrest and jailing, facilitated market exchanges and resolved civil disputes; afterwards a separate criminal law developed. Then physical punishments became more reserved to enforce against crime.
Harcourt argues the doctrine of natural law ushered this process, and led to problematic criminal justice outcomes. Alternatively, Foucault's historical perspective compliments an Austrian and Public Choice framework of political economy. Neither markets nor governments should be presumed to resolve each other's failures. The efficient-market hypothesis and traditional public goods theory both risk misguidance by illusion. Enforcement technology is an
important focus in so far as it affects the production and distribution of knowledge and incentives.
Austrian political economy emphasizes the distribution of economic knowledge throughout society. Governments differ from markets in how they produce and distribute economic knowledge -- who, what, how, when and where to make and distribute goods. Public Choice political economy emphasizes the incentives that affect rational choice. Bureaucracies produce systematically different incentives than do for-profit markets.
An Austro-Public Choice political economy insists upon the behavioral assumptions applied to governments and markets being symmetrical. Neither market nor government decision-makers are perfectly informed nor perfectly incentivized to accomplish goals. The subsidy and administration of criminal punishments yesterday and today appear not to be an exception.
Harcourt interprets history as a slight against the characterization of commerce as non-coercive. Foucault says markets are disciplinary. Though not emphasized by Harcourt, the inverse also seems true. The history of physical punishments within the market sphere weakens the characterization of governments as particularly necessary for optimal criminal punishment.
Presuming criminal punishment a public good may be just as illusionary.
When markets wielded physical punishments they appeared constrained from excess by the self-interests of disputants. Conflicts among traders were self-sorted for profit seekers. Punitive threats made compliance with financial and service court rulings more appealing. Contract violators were inclined to settle and civil plaintiffs sought tangible compensation for loss.
Contemporary criminal justice problems coincide with expanded market economies and decentralized government in the market sphere. An Austro-Public Choice perspective must reference how changes in knowledge and incentives yield such outcomes. On net federal government has grown, as has its role within the criminal justice system in conjunction with mass incarceration's disconcerting results.
Physical punishment has become relegated to the enforcement of criminal law. Though contrary to Harcourt's narrative, driven by the segregationist logic of natural law, this can be seen as driven by the self-interests of market and government actors. While market traders sought low cost and quantitatively predictable methods to resolve conflict, government capitalized as the monopoly provider of physical enforcements.
Today's greater quantities of physical enforcement are not deployed to enforce civil contracts or tort compliance. Drug and immigration violators occupy most new prison space, unlikely prohibited by contract law. Rather than necessary and sufficient, democracy has proven ineffective to correct the racial, generational, gender, and substance-abuse disproportionality of criminal sentencing. Policy makers have little incentive to change such policies and ordinary citizens lack the necessary knowledge to implement institutional reform.
Daniel J. D'Amico is the author of "The Prison in Economics: Private and Public Incarceration in Ancient Greece," in /Public Choice/. He is currently engaged in a long-term research project focused upon the political economy of mass incarceration.
Copyright (c) 2011 by EH.Net.
Published by EH.Net (April 2011). All EH.Net reviews are archived at http://www.eh.net/BookReview.
Geographic Location: General, International, or Comparative Subject: Government, Law and Regulation, Public Finance, History of Economic Thought; Methodology, Markets and Institutions
Time: General or Comparative
David Ricardo redivivo: uma aula sobre o livre comercio
The Choice: A Fable of Free Trade and Protection
Russell Roberts
Paperback: 144 pages
Publisher: Prentice Hall; 3 edition (October 8, 2006)
Language: English
ISBN-10: 0131433547
ISBN-13: 978-0131433540
Editorial Reviews
Written as a novel, the book makes the complex concepts, issues and terminology of international trade understandable for students. Professors complain that their students cannot grasp the nature of how some economic tools are used or how they work in life. This novel bridges the gap of concepts with applications by use of a fictional story.
David Ricardo comes to life to discuss international trade theory and policy with Ed Johnson, a fictional American television manufacturer seeking trade protection from television manufacturers. Their dialogue is a sophisticated, rigorous discussion of virtually every major issue in trade theory and policy. To illustrate the positive and normative effects of international trade and trade policy, Ricardo takes the reader and Ed Johnson into the future to see an America of free trade and an America of complete self-sufficiency. The fictional element brings these topics to life so that students gain the intuition and understanding of how trade changes the lives of people and the industries they work in. The fundamental intuition of how international markets function including general equilibrium effects and policy analysis is provided.
Wish "It's a Wonderful Life" were more like this
By Ryan Alger (U.S.A)
August 24, 2007
This review is from: The Choice: A Fable of Free Trade and Protection (3rd Edition) (Paperback)
I don't really consider this a work of fiction, and neither does the author. It is in a fiction format, but its primary purpose is to make the case against protectionism, and for free markets. Roberts does this beautifully, raising and dismissing almost every argument for protectionism, and doing this with charm, wit, and almost a complete lack of venom.
The story follows the time-traveling journey and conversation of Ed Johnson (a businessman looking for protection form Japanese competition) and his guardian angle David Ricardo (modeled after the little-known economist.) Together they travel to the future, back to the past, and through alternate timelines to demonstrate Robert's point.
Through this journey, Ricardo corrects some critical mistakes in economic theory; such as the `zero-sum theory', misconceptions on the nature of supply and demand, the role and meaning of wages and `real' wages, the mythical "dangers" of a trade deficit, what imports and exports really are, and most of all, dismisses the myth that trade with other countries hurts the American worker overall (which he admits, in a smaller sense, it sometimes does.)
The book takes some leaps of logic, which the author fully admits in the back of the book; such as the town of Star (Ed's hometown) being unchanged in the `protectionist' universe. These little plot devices are not meant to represent reality, but demonstrate more abstract points, in that sense, it is more like a metaphor.
Overall, the book makes one of the strongest cases ageists the practicality of protectionism that I have ever heard. He also fits some talk as to the moral case against it, that it is really an issue of freedom, and no one person has the right to force another in to a certain kind of behavior (A.K.A., buying American products) and that "America" is all about dreams and growth, something not very possible in the protectionist world
My only complaint would be that I wanted more elaboration on some sections of the `conversation'; such as the `dumping' segment. Robert's makes a good case that dumping is not really practical for anybody, that the `dumper' would have to make up for lost profits from lowering their prices. What I don't understand is....what if a company could cover their lost profits in profits from another product, or section of their company (Such as a department store lowering prices on televisions and allowing the produce-department to cover the loss.) I wish Robert's would have gone in to slightly more detail.
There are several section of the book like this; but I want to make clear is that Robert's never claims that this is the ultimate source for `anti-protectionist' arguments, he even suggests further reading in the back of the book, something all reasonable people should do if they are truly interested in understanding the complexities of economics.
I love Robert's style of writing, his books are not just informative, but entertaining, something very hard to achieve for this subject matter. The book was good enough that I ordered His other book, The Invisible Heart, form Amazon. After seeing what he did to It's a Wonderful life, I can't wait to see what he does for a romance novel.
How free trade benefits us all
By Janet K. Marta (Platte City, MO USA)
November 28, 2006
This review is from: The Choice: A Fable of Free Trade and Protection (3rd Edition) (Paperback)
This is the third edition of Roberts' novel about the benefits of free trade, using "It's a Wonderful Life" as his template. David Ricardo "touches down" from heaven to earth (like Clarence), to help convince Ed (George Bailey) that he should not support protectionism. The previous versions focused more on threats that were perceived from Japan and Nafta. Here, Roberts uses India and China as his examples.
To me, one of the most appealing things about Roberts' work is his honesty. He doesn't pretend that economic change doesn't hurt, but he also focuses on the benefits in the longer term. He writes in such a pleasant style that economics becomes accessible to people who are "math phobic."
His other book, The Invisible Heart, is at least as good as this one.
Free Trade made easy
By Zachary Palen (Minneapolis, MN, USA)
February 26, 2009
This review is from: The Choice: A Fable of Free Trade and Protection (3rd Edition) (Paperback)
A great narrative of Free Trade. Lays the argument in support for free trade out in one of the simplest ways it's hard not to understand this topic that so many have trouble understanding. The examples and story surrounding the benefits of free trade and the detriments of protectionism are kept simple, so one can understand the logic behind Free Trade. Sticks to the basics and stays away from the advanced theories behind International Trade and Economics, but still provides significant empirical evidence. Easy read and a great book.
Ainda Hayek, desta vez contra Keynes (second round)
Neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/04/2105-keynes-vs-hayek-ou-vice-versa-um.html
Agora aparece o segundo round (ao qual ainda não assisti, mas vou fazê-lo agora).
Está anunciado no New York Times:
Keynes vs. Hayek: The Fight of the Century
By THE NEW YORK TIMES, April 28, 2011, 6:29 PM
Round 2 of the great economics smackdown is now available on video. In the impressively produced rap video “Fight of the Century” by the economist Russ Roberts and the producer and director John Papola, Friedrich Hayek and John Maynard Keynes square off to argue over such questions as whether the government should spent less or more, the source of prosperity, and whether war or natural disasters be a blessing in disguise. (Part 1 came out last year.)
In the latest installment, Keynes raps:
It’s just like an engine that’s stalled and gone dark
To bring it to life, we need a quick spark
Spending’s the life blood that gets the flow going
Where it goes doesn’t matter, just get spending flowing
And Hayek responds:
You see slack in some sectors as a “general glut”
But some sectors are healthy, and some in a rut
So spending’s not free – that’s the heart of the matter
Too much is wasted as cronies get fatter.
Will there be a Round 3? In a conversation about the project, Mr. Roberts, an economist at George Mason University, didn’t rule it out.
Q. Where did the idea for the video come?
Mr. Roberts: John Papola, the filmmaker who works with me on these, approached me about two and a half years ago and said ‘Let’s do a video together.” He heard my podcasts and is an economics geek. I said “What for?” But then we talked about it.
Read more here: http://economix.blogs.nytimes.com/2011/04/28/keynes-vs-hayek-a-rap-battle-renewed/#more-110279
Tem também a presença dos dois num encontro da Economist, nos EUA, no ano passado.
Vejam este link no meu blog:
http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/11/hayek-e-keynes-de-volta-ao-palco-o.html
Retrocede Brasil (7): Marx 10 x Hayek 1 (nas academias, claro...)
Quando me convidam para aulas regulares, digo que estou muito bem onde estou atualmente.
E é verdade: garagem coberta, ambiente tranquilo, café expresso ou capuccino à vontade, limpeza ambiente (os alunos dispõem de banheiros limpos, por exemplo), todas as salas equipadas com computador e projetor, silêncio e tranquilidade, enfim, as bibliotecas não são como as dos campii americanos, mas está bastante bem assim.
Na tal de universidade pública precisei encomendar expressamente os equipamentos de auxílio, tive de deixar o carro no sol, temeroso de que algum assaltante mal acostumado com o ambiente "laxista" das universidades públicas m'o levasse no meio da aula, e o barulho era garantido: não apenas dos alunos continuamente falando algo no corredor, mas também dos professores nas salas ao lado, sem qualquer isolamento acústico. Não tinha ar condicionado, obviamente, assim que as janelas precisavam ficar abertas. Duas vezes no meio da aula, passou a caravana da máfia sindical pregando não sei qual protesto contra a precarização da universidade e reclamando a efetivação de terceirizados (talvez sem concurso, isso não pude perceber).
Não creio que aceite mais convites assim; prefiro ficar na minha particular.
Enfim, esta introdução para dizer que, a exemplo das academias ocidentais, o marxismo também é muito difundido entre nós, e talvez até mais.
Coloquei Marx dez a um contra Hayek no título, mas acho que exagerei: deve ser 20 a 0,5, no máximo.
E ainda se fosse Marx, estaria bem, o problema é que não é, e sim uma vulgata mal resumida de alguns autores ignorantes que só conhecem Marx de orelha.
O Brasil retrocede, entre outros motivos, por causa disso mesmo: as pessoas não leram Marx, e sobretudo não refletiram sobre o que ele falou e não confrontaram seus dizeres com a realidade.
Vamos ver o que a respeitável Economist tem a dizer sobre a economia marxista, acadêmica...
Paulo Roberto de Almeida
Marx's intellectual legacy
Marx after communism
The Economist, December 19th, 2002
As a system of government, communism is dead or dying. As a system of ideas, its future looks secure
WHEN Soviet communism fell apart towards the end of the 20th century, nobody could say that it had failed on a technicality. A more comprehensive or ignominious collapse—moral, material and intellectual—would be difficult to imagine. Communism had tyrannised and impoverished its subjects, and slaughtered them in the tens of millions. For decades past, in the Soviet Union and its satellite countries, any allusion to the avowed aims of communist doctrine—equality, freedom from exploitation, true justice—had provoked only bitter laughter. Finally, when the monuments were torn down, statues of Karl Marx were defaced as contemptuously as those of Lenin and Stalin. Communism was repudiated as theory and as practice; its champions were cast aside, intellectual founders and sociopathic rulers alike.
People in the West, their judgment not impaired by having lived in the system Marx inspired, mostly came to a more dispassionate view. Marx had been misunderstood, they tended to feel. The communism of Eastern Europe and the Soviet Union was a perversion of his thought. What happened in those benighted lands would have appalled Marx as much as it appals us. It has no bearing on the validity of his ideas.
Indeed, it is suggested, Marx was right about a good many things—about a lot of what is wrong with capitalism, for instance, about globalisation and international markets, about the business cycle, about the way economics shapes ideas. Marx was prescient; that word keeps coming up. By all means discard communism as practised in the Soviet Union and Eastern Europe (and China, North Korea, Cuba and in fact wherever it has been practised). But please don't discard Marx.
Give the man his due
There seems little risk of it. In 1999 the BBC conducted a series of polls, asking people to name the greatest men and women of the millennium. In October of that year, within a few weeks of the tenth anniversary of the dismantling of the Berlin Wall, the BBC declared the people's choice for “greatest thinker”. It was Karl Marx. Einstein was runner-up, Newton and Darwin third and fourth, respectively. “Although dictatorships throughout the 20th century have distorted [Marx's] original ideas,” the state-financed broadcaster noted, “his work as a philosopher, social scientist, historian and a revolutionary is respected by academics today.” Concerning the second point, at least, the BBC was correct: Marx is still accorded respect.
As a field of scholarship in its own right, admittedly, Marxist political and economic theory is past its peak. By now, presumably, most of the things that Marx meant, or really meant, or probably meant, or might conceivably have meant, have been posited and adequately (though far from conclusively) debated. But a slackening of activity amid the staggeringly voluminous primary sources is not the best measure of Marx's enduring intellectual influence.
Books on Marx aimed at undergraduates and non-specialists continue to sell steadily in Western Europe and the United States. And new ones keep coming. For instance, Verso has just published, to warm reviews, “Marx's Revenge” by Meghnad Desai, a professor of economics at the London School of Economics. Mr Desai argues that Marx was misunderstood and that the great man was right about far more than he is given credit for. In August, Oxford University Press published “Why Read Marx Today?” by Jonathan Wolff. It too is an engaging read. The author, a professor at University College London, is a particularly skilful elucidator of political philosophy. In his book, he argues that Marx was misunderstood and that the great man was right about far more than he is given credit for.
The newly released memoirs of Eric Hobsbawm, the celebrated historian, lifelong Marxist and unrepentant member of the Communist Party for as long as it survived, also deserve mention. The reviews were mixed, in fact, but rarely less than respectful, finding much to admire in the author's unwavering intellectual commitment. Mr Hobsbawm argues...well, he argues that Marx was misunderstood and that the great man was right about far more than he is given credit for.
Adam Smith, one might say, stands in relation to liberal capitalism, a comparatively successful economic order, roughly where Marx stands in relation to socialism. Searches on Amazon.com and other booksellers indicate that titles in print about Marx outnumber books about Adam Smith by a factor of between five and ten. A hard day's browsing of undergraduate reading-lists suggests that, in economics faculties, Smith is way out in front—interesting, given that Marx saw himself as an economist first and foremost. Elsewhere in the social sciences and humanities, the reverse is true. Smith is rarely seen, as you might expect, though in fact there is far more in Smith than just economics; whereas from Marx and his expositors and disciples it seems there is no escape. It is the breadth of Marx's continuing influence, especially as contrasted with his strange irrelevance to modern economics, that is so arresting.
How is one to explain this? What, if anything, remains valuable in Marx's writings? This is not a straightforward question, given that he evidently had such difficulty making himself understood.
Yes, Marx was a Marxist
When he wanted to be, Marx was a compelling writer, punching out first-rate epigrams at a reckless pace. The closing sentences of “The Communist Manifesto” (1848) are rightly celebrated: “The workers have nothing to lose but their chains. They have a world to gain. Workers of the world, unite.” He also had an enviable flair for hysterical invective. At one point in “Capital” (1867-94), he famously defines the subject of his enquiry as “dead labour, that, vampire-like, only lives by sucking living labour, and lives the more, the more labour it sucks.” That is not only unforgettable but actually very apt, if you believe Marx's theory of value. He could express himself brilliantly when he chose to.
In his “scientific” work, he minted jargon at a befuddling rate
Yet he was also capable of stupefying dullness and impenetrable complexity. Try the opening pages of “Capital” (it picks up later). In his scientific work, as he called it, he minted jargon at a befuddling rate, underlining terms to emphasise their opacity, then changing their meaning at will. Adding to the fog, what Marx believed in 1844 was probably not what he believed in 1874: the only constant was his conviction that what he said at any time was both the absolute truth and fully consistent with what he had said before. And most of the published Marx, including the “Manifesto” and volumes two and three of “Capital”, was edited, co-written or ghost written by Friedrich Engels. For many years, therefore, separating Marx from Engels in what the world understands as “Marx” was an academic industry in itself.
Still, four things seem crucial, and most of the rest follows from these. First, Marx believed that societies follow laws of motion simple and all-encompassing enough to make long-range prediction fruitful. Second, he believed that these laws are exclusively economic in character: what shapes society, the only thing that shapes society, is the “material forces of production”. Third, he believed that these laws must invariably express themselves, until the end of history, as a bitter struggle of class against class. Fourth, he believed that at the end of history, classes and the state (whose sole purpose is to represent the interests of the ruling class) must dissolve to yield a heaven on earth.
Titles in print about Marx outnumber books about Adam Smith by a factor of between five and ten.
From Marx and his expositors, there is no escape
In what ways, then, was Soviet-style communism a deviation from these beliefs, as modern western commentators like to argue? Chiefly, it is said that Russia jumped the gun (forgive the expression). According to Marx's laws of motion, society is supposed to progress from feudalism to capitalism at just that point when feudalism fetters the forces of production, rather than serving them, as it has up to that moment. Later, capitalism gives way in turn to socialism, the dictatorship of the proletariat, and in much the same way—once its productive potential has been fully achieved, so that henceforth its continued existence is an obstacle to material sufficiency rather than a means to it. But Russia went straight from feudalism to socialism. This was too quick. Marx could have told Lenin that it would never work.
Is this really what he would have said? There is no doubt that Lenin saw himself as a true follower of Marx—and he had every reason to. By the end of the 19th century, socialist thought was dividing. Marx's laws of motion were failing. Capitalism still flourished: no sign of the falling rate of profit that would signal its end. The working class was getting the vote. The welfare state was taking shape. Factory conditions were improving and wages were rising well above the floor of subsistence. All this was contrary to Marx's laws.
In response, the left was splitting. On one side were reformers and social democrats who saw that capitalism could be given a human face. On the other were those who believed that Marx's system could be developed and restated, always true to its underlying logic—and, crucially, with its revolutionary as opposed to evolutionary character brought to the fore.
Marx's incapacity for compromise was pathological
Whose side in this would Marx have been on? Revolution or reform? Would he have continued to insist that the vampire be destroyed? Or would he have turned reformer, asking it nicely to suck a bit less blood? The latter seems unlikely. Marx was a scholar, but he was also a fanatic and a revolutionary. His incapacity for compromise (with comrades, let alone opponents) was pathological. And in the preface to the 1882 Russian edition of the “Manifesto”, his last published writing, Marx hoped that a revolution in Russia might become “the signal for a proletarian revolution in the West, so that both complement each other”; if so, Russia, despite its pre-capitalist characteristics, “may serve as the starting-point for a communist development.” Lenin was surely right to believe that he, not those soft-headed bourgeois accommodationists, was true to the master's thought.
Apart from the gulag
Even if Soviet communism was true to Marx's ideas, or tried to be, that would not condemn all of Marx's thinking. He might still have been right about some things, possibly even the main things.
Aspects of his thought do impress. However, his assorted sayings about the reach of the global market—a favourite proof that “Marx was prescient”—are not in fact the best examples. The 19th century was an era of globalisation, and Marx was only one of very many who noticed. The accelerating global integration of the past 30 years merely resumes a trend that was vigorously in place during Marx's lifetime, and which was subsequently interrupted in 1914.
Marx was much more original in envisaging the awesome productive power of capitalism. He saw that capitalism would spur innovation to a hitherto-unimagined degree. He was right that giant corporations would come to dominate the world's industries (though not quite in the way he meant). He rightly underlined the importance of economic cycles (though his accounts of their causes and consequences were wrong).
The central paradox that Marx emphasised—namely, that its own colossal productivity would bring capitalism to its knees, by making socialism followed by communism both materially possible and logically necessary—turned out to be false. Still, Marx could fairly lay claim to having sensed more clearly than others how far capitalism would change the material conditions of the world. And this in turn reflects something else that demands at least a grudging respect: the amazing reach and ambition of his thinking.
On everything that mattered most to Marx himself, he was wrong
But the fact remains that on everything that mattered most to Marx himself, he was wrong. The real power he claimed for his system was predictive, and his main predictions are hopeless failures. Concerning the outlook for capitalism, one can always argue that he was wrong only in his timing: in the end, when capitalism has run its course, he will be proved right. Put in such a form, this argument, like many other apologies for Marx, has the advantage of being impossible to falsify. But that does not make it plausible. The trouble is, it leaves out class. This is a wise omission, because class is an idea which has become blurred to the point of meaninglessness. Class antagonism, though, is indispensable to the Marxist world-view. Without it, even if capitalism succumbs to stagnation or decline, the mechanism for its overthrow is missing.
Class war is the sine qua non of Marx. But the class war, if it ever existed, is over. In western democracies today, who chooses who rules, and for how long? Who tells governments how companies will be regulated? Who in the end owns the companies? Workers for hire—the proletariat. And this is because of, not despite, the things Marx most deplored: private property, liberal political rights and the market. Where it mattered most, Marx could not have been more wrong.
Right in principle
Yet Marxist thinking retains great influence far beyond the dwindling number who proclaim themselves to be Marxists. The labour theory of value and the rest of Marx's economic apparatus may be so much intellectual scrap, but many of his assumptions, analytical traits and habits of thought are widespread in western academia and beyond.
The core idea that economic structure determines everything has been especially pernicious. According to this view, the right to private property, for instance, exists only because it serves bourgeois relations of production. The same can be said for every other right or civil liberty one finds in society. The idea that such rights have a deeper moral underpinning is an illusion. Morality itself is an illusion, just another weapon of the ruling class. (As Gyorgy Lukacs put it, “Communist ethics makes it the highest duty to act wickedly...This is the greatest sacrifice revolution asks from us.”) Human agency is null: we are mere dupes of “the system”, until we repudiate it outright.
What goes for ethics also goes for history, literature, the rest of the humanities and the social sciences. The “late Marxist” sees them all, as traditionally understood, not as subjects for disinterested intellectual inquiry but as forms of social control. Never ask what a painter, playwright, architect or philosopher thought he was doing. You know before you even glance at his work what he was really doing: shoring up the ruling class. This mindset has made deep inroads—most notoriously in literary studies, but not just there—in university departments and on campuses across Western Europe and especially in the United States. The result is a withering away not of the state but of opportunities for intelligent conversation and of confidence that young people might receive a decent liberal education.
Marxist thinking is also deeply Utopian—another influential trait. The “Communist Manifesto”, despite the title, was not a programme for government: it was a programme for gaining power, or rather for watching knowledgeably as power fell into one's hands. That is, it was a commentary on the defects and dynamics of capitalism. Nowhere in the “Manifesto”, or anywhere else in his writings, did Marx take the trouble to describe how the communism he predicted and advocated would actually work.
Marx's theory of cattle
He did once say this much: “In communist society, where nobody has one exclusive sphere of activity...society regulates the general production and thus makes it possible for me to do one thing today and another tomorrow, to hunt in the morning, fish in the afternoon, rear cattle in the evening, criticise after dinner, just as I have in mind, without ever becoming hunter, herdsman or critic.” Whether cattle would be content to be reared only in the evening, or just as people had in mind, is one of many questions one would wish to see treated at greater length. But this cartoon is almost all Marx ever said about communism in practice. The rest has to be deduced, as an absence of things he deplored about capitalism: inequality, exploitation, alienation, private property and so forth.
It is striking that today's militant critics of globalisation, whether declared Marxists or otherwise, proceed in much the same way. They present no worked-out alternative to the present economic order. Instead, they invoke a Utopia free of environmental stress, social injustice and branded sportswear, harking back to a pre-industrial golden age that did not actually exist. Never is this alternative future given clear shape or offered up for examination.
Anti-globalists have inherited plenty from Marx
And anti-globalists have inherited more from Marx besides this. Note the self-righteous anger, the violent rhetoric, the willing resort to actual violence (in response to the “violence” of the other side), the demonisation of big business, the division of the world into exploiters and victims, the contempt for piecemeal reform, the zeal for activism, the impatience with democracy, the disdain for liberal “rights” and “freedoms”, the suspicion of compromise, the presumption of hypocrisy (or childish naivety) in arguments that defend the market order.
Anti-globalism has been aptly described as a secular religion. So is Marxism: a creed complete with prophet, sacred texts and the promise of a heaven shrouded in mystery. Marx was not a scientist, as he claimed. He founded a faith. The economic and political systems he inspired are dead or dying. But his religion is a broad church, and lives on.
As abelhas no Forum Social Mundial de 2011
Paulo Roberto de Almeida
As abelhas sumiram!
Carta Maior, 27/04/2011
Primeiro, as abelhas começaram a desaparecer nos Estados Unidos, depois no Canadá e, então, no Brasil. “Nós, em Santa Catarina, tivemos um problema muito sério na primavera passada. Álias, esse problema tem se agravado muito e sempre nesta mesma épóca do ano”, explica o professor Afonso Inácio Orth, um dos principais especialistas em abelhas do país e que tem acompanhado os estudos que buscam respostas para o desaparecimento dos insetos desde que este problema foi detectado.
Retrocede Brasil (6): ajuste fiscal ilusorio e inexistente (ambos os dois, se me permitem a redundancia)
O governo nao fez NENHUM ajuste fiscal.
A redução alegada de despesas se fez com base num orçamento inflado para cima pelos parlamentares, sobre um projeto altamente exagerado do governo, que já previa um crescimento das receitas e despesas maior do que a realidade o permitiria.
Ou seja, o governo anunciou corte de fumaça.
Depois, o governo demorou um mês e meio para detlhar um corte pífio de 50 bilhões de reais, sendo que logo depois ofereceu 55 bilhões ao BNDES, o que é de uma coerência extraordinária.
O governo sofre de transtorno bipolar...
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Paulo Roberto de Almeida
O ajuste fiscal é a melhor arma para o combate à inflação, diz Mantega ao iG
iG, 28/04/2011
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ao iG que o governo está fazendo um forte ajuste fiscal e essa é uma excelente arma que dispõe para ajudar no combate à inflação.
“A consolidação fiscal, que implica em corte de gastos públicos, é uma excelente arma que o governo dispõe para conter a demanda do Estado e que ajuda no combate à inflação”, disse Mantega, em conversa ontem à tarde, em Brasília.
Mantega disse que o governo não possui só esta arma, do ajuste fiscal, mas diversas outras, como a política monetária.
“O governo está atacando em todas as frentes, em todos os lados, tanto do ponto de vista fiscal como monetário”, afirmou Mantega.
O minstro da Fazenda citou, por exemplo, a cobrança de IOF sobre os empréstimos externos com prazo inferior a 320 dias, o que significa uma entrada menor de crédito externo no País.
A enorme liquidez que existe hoje no mundo, que é provocada principalmente pelo longo período de afrou xamento monetário nos Estados Unidos e que deve persistir por mais tempo, é uma das principais responsáveis pela inflação tanto no Brasil como em todos os países.
Em entrevista ontem, Ben Bernanke, presidente do Fed (Banco Central americano), não deu nenhum sinal de que irá interromper essa política de afrouxamento monetário.
O próprio Mantega reconhece que não virá dos Estados Unidos nenhuma ajuda para o combate à inflação.
“Bernanke tem ajudado o País dele”, diz Mantega.
Na opinião do ministro da Fazenda, se hoje os países emergentes estão convivendo com mais inflação é porque também tem apresentado um crescimento maior do que os países ricos.
Mantega diz que o grande responsável por essa inflação de commodities é essa alta liquidez no mundo inteiro, o que ele chamou de tsunami econômico, em referência a um artigo publicado recentemente no New York Times.
Retrocede Brasil (5): monopolios e obrigatoriedade nos combustiveis
Pelo menos no que se refere a combustíveis.
Quando o petróleo aumentou barbaramente, pela primeira vez, o governo brasileiro, em lugar de fazer um ajuste pelos preços e tratar da recomposição da matriz energética como todo mundo, escolheu fazer dívida externa para continuar importando petróleo. Enfim, pode-se até dizer que foi uma medida "racional", pois sobravam petrodólares e as taxas de juros eram inferiores à inflação da OCDE. Deu no que deu: a dívida saltou três vezes e colocou-nos no buraco quando os juros aumentaram acima mesmo dos níveis históricos reais do capitalismo.
Ao mesmo tempo o governo iniciou um alucinante programa de substiuição de combustível, introduzindo o álcool subsidiado na matriz de combustíveis, financiando a despesa com mais inflação, que todos pagamos, mesmo aqueles que não usavam carro a álcool, ou qualquer tipo de automóvel.
Passou, com os prejuízos de sempre: fim de subsídios, virtual desaparecimento dos motores a álcool e real sucateamento de quem tinha carros idem. Passou, mas a conta ficou.
Depois, o governo (não este) fez a coisa certa: liberalizou o setor e o álcool passou a ser ofertado em bases de mercado, assim cada um podia escolher. A tecnologia (de mercado, não do governo) avançou para fornecer motores híbridos, o que me parece muito bem.
Até que veio um governo maluco e se sentiu ecológico bastante para sair patrocinando combustível de cana mundo afora. Never mind que não deveria ser nossa vocação sair plantando cana para fornecer etanol ao mundo inteiro, e que no meio do caminho o mesmo governo resolveu sujar a nossa matriz energética patrocinando uma aventura petrolífera estatal sem pé nem cabeça.
Enfim, o problema não está em diversificar a matriz. O problema está em que este governo, e um pouco todos os governos, são autoritários e intrusivos a ponto de tornar obrigatória qualquer solução que poderia ser encontrada pelo mercado num sistema de regulação aberta, permissiva, voluntária.
Não, assim como o governo decreta o monopólio da Petrobras para isto e mais aquilo, ele decreta quanto álcool se deve agregar à gasolina, etc. Quando a dinãmica do mercado muda, o consumidor fica à mercê dos monopólios setoriais e das regulações compulsórias.
Mas essa ainda é tradicional. Mais estúpida ainda foi a medida do governo que determinou a inclusão do biodiesel no diesel petróleo, em percentuais obrigatórios na escala do tempo, sem JAMAIS ter perguntado se o mercado se adequaria a isto. Ou seja, sem jamais levar em conta preços relativos, base produtiva, etc.
Agregando à estupidez, o governo pretendeu que o biodiesel seria feito de mamonas assassinas, quero dizer, de óleo de mamona feito por famílias de camponeses pobres do Nordeste. Juntar matriz energética com problema social é a coisa mais estúpida que existe, mas este governo é capaz de fazer estupidezes desse tamanho sem jamais se perguntar o que uma coisa tem a ver com a outra.
Deu no que deu: as mamonas assassinas não se materializaram -- e isso depois de muito dinheiro gasto em projetos e fábricas simplesmente inviáveis e o biodiesel é mesmo feito sem nenhuma mamona assassina, só com a prosaica soja.
Pouca gente neste Brasil, menos ainda jornalistas, se pergunta quanto dinheiro nosso foi gasto em projetos estúpidos do governo.
Parece que eles não se corrigem: tornam tudo obrigatório (no petróleo ainda é o caso): o monopólio de fato da Petrobras é responsável em parte pelo atual desabastecimento e alta dos preços.
Pelo menos tornaram mais aberta a obrigatoriedade do álcool anidro na gasolina: não resolve mas amplia as possibilidades de abastecimento. Sempre me surpreenderei com burrices de certos governos.
Paulo Roberto de Almeida
Governo autoriza menos álcool na mistura para gasolina não subir
Martha Beck, Luiza Damé e Monica Tavares
O Globo, 29/04/2011
O governo deu ontem o primeiro passo numa política permanente para garantir o abastecimento de etanol no mercado e minimizar os impactos da entressafra da cana-de-açúcar nos preços dos combustíveis. Uma medida provisória (MP) que será publicada no Diário Oficial dá à Agência Nacional do Petróleo (ANP) o poder de regular os estoques de etanol no país. Além disso, o texto amplia a margem com a qual a equipe econômica pode trabalhar se tiver que mexer na mistura do álcool anidro na gasolina. Esse intervalo, que hoje varia entre 20% a 25%, passou para 18% a 25%.
Segundo técnicos da área econômica, a ideia no futuro é estabelecer uma regra pela qual o percentual sempre seja reduzido nos primeiros meses de cada ano, quando a oferta do produto cai em razão da entressafra. O novo intervalo torna a calibragem da mistura mais fácil e dá mais margem de manobra ao governo caso os preços do álcool disparem.
No caso da ANP, regular os estoques significará ter mais controle sobre o setor sucroalcooleiro e monitorar indicadores como níveis de produção, estoques e fluxo de comercialização das usinas. A agência será responsável pela comercialização, estocagem, exportação e importação de etanol. Para isso, o etanol ganhou o status de combustível.
Numa ação mais emergencial, o governo também estuda mexer imediatamente na mistura do álcool à gasolina em razão da disparada dos preços do etanol no mercado doméstico, que está pressionando a inflação. Neste caso, no entanto, o martelo ainda não foi batido. Como a entressafra da cana já está chegando ao fim, o etanol tende a cair ao longo das próximas semanas e reduzir as pressões sobre os combustíveis.
— Tudo vai depender do comportamento dos preços — disse um técnico, lembrando que, em alguns dias da semana passada, o álcool chegou a ficar mais caro que a gasolina nas refinarias.
Isso porque, além de estar praticamente sem reserva de etanol, as pequenas distribuidoras tiveram dificuldades de logística para entregar o produto. O comportamento, explicam os técnicos, também foi influenciado pelos feriados da Semana Santa, quando a maioria dos postos elevou pedidos. As distribuidoras, que não dispunham de álcool adicional, subiram preços.
Embora o governo costume alterar a mistura do álcool à gasolina para se preparar para a entressafra, a ação não faz parte de uma política. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que tem observado abusos nos preços dos combustíveis no país:
— Há nove anos o preço da gasolina não tem aumento nas refinarias. Mas ela passa pelas distribuidoras, pelos postos, e o mercado é livre para estabelecer os preços.