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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Governo da Mae-Joana? Ou governo de mae nenhuma?

Está, ao que parece, mais para filho de mãe nenhuma, bastardo enjeitado, vagabundo errante numa terra sem lei, como se dizia nos romances de antigamente, eivados da falsa moralidade de um anacrônico romantismo.
Pois é isso que parece a governança atual no Brasil, algo que nos faz tremer, ao pensar que todo o aparato do Estado, nos seus mais altos escalões, está entregue ao mais tosco prebendalismo de botequim, a decisões tomadas de afogadilho em reuniões partidárias mais parecidas com conclaves de sociedades caracterizadas pela omertà, traçadas no conluio de partidários de causas obscuras, abandonados os antigos ideais e concentrados unicamente na retenção dos despojos da máquina pública, como se esta fosse um cadáver a ser devidamente esquartejado por hienas sedentas de poder e de dinheiro (uma coisa vai com a outra, bien sûr).
Uau! Estou romântico, moi aussi, pelo menos no estilo, pois o espírito é o pior possível, ao ler matérias como essa do editorial do Estadão desta terça-feira 7 de Fevereiro de 2012. 
Como é possível que a governança no Brasil tenha descido tão baixo?
Como é possível que o Estado esteja dominado por seres amorais, dedicados única e exclusivamente a extrair benefícios pessoais e partidários de cargos que eles não hesitam em converter em fontes de rendosas transações ilegais?
Como é possível termos chegado a esse Estado de liquefação de valores -- e de princípios legais -- que nos aproximam de um Estado mafioso?
Como é possível suportar, TODOS OS DIAS, uma denúncia de um "malfeito" -- como pudicamente alguém já se referiu a atos de verdadeira ladroagem -- sem que se faça correção radical de todas essas malversações com o dinheiro público (o nosso dinheiro, vale lembrar) e sem que os bandidos sejam punidos?
Pois eu pergunto: de todos os personagens que foram denunciados PELA IMPRENSA, não pelos órgãos de controle, de corregedoria e de investigação do governo, QUANTOS foram processados? Quantos alimentam sequer o temor de ser um dia incomodados e cobrados pelo que desviaram, subtrairam, roubaram direta ou indiretamente dos cofres públicos?
Até quando os brasileiros vão aceitar passivamente pertencer a uma República Mafiosa?
Paulo Roberto de Almeida 


Addendum
Parece que ter sido prisioneiro político é prova de competência administrativa: não se pede mais CV, e sim ficha policial? Isso basta para assegurar que o trabalho seja bem feito? PRA


Pró-reitora de extensão da Universidade Federal de São Paulo, Eleonora Menicucci vai substituir Iriny Lopes no cargo. Ela foi presa política junto com a presidenta na década de 70 Leia mais


Casa da Moeda ou da mãe joana?

Editorial O Estado de S.Paulo07 de fevereiro de 2012 | 3h 07
Todos ficaram mal no bate-boca sobre a nomeação do último presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci Martins, demitido, há poucos dias, depois de denúncias sobre movimentação de recursos em paraísos fiscais. Investigações poderão determinar se ele cometeu algum malfeito ou se foi vítima de acusações sem fundamento. Mas o governo e seus aliados já expuseram à luz, mais uma vez, uma das maiores aberrações políticas brasileiras - o loteamento administrativo como forma rotineira e "normal" de ocupação do setor público. A aberração, neste episódio, chegou a um nível nunca atingido na série de escândalos iniciada com a divulgação das bandalheiras no Ministério dos Transportes, no ano passado.
O fio de ligação entre todas essas histórias sempre foi a partilha de postos federais como um grande butim conquistado por tropas de assalto. A novidade, agora, foi a espantosa troca de acusações entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a liderança de um grupo aliado, o PTB. Ninguém assume a responsabilidade pela indicação de um indivíduo para presidir nada menos que a Casa da Moeda, o departamento responsável pela impressão e pela cunhagem do dinheiro em circulação no País. Só não é exatamente uma piada pronta porque isso ultrapassa a imaginação dos melhores humoristas.
Segundo o presidente do PTB, Roberto Jefferson, o ministro da Fazenda pediu ao líder do partido na Câmara, deputado Jovair Arantes, um aval ao nome de Luiz Felipe Denucci. "Ele não é do PTB", disse Jefferson. "É do Mantega." O ministro contestou. Declarou desconhecer o possível candidato ao posto, nunca tê-lo encontrado e ter recebido seu currículo do deputado Jovair Arantes. Segundo Mantega, o currículo era adequado e Denucci até conseguiu modernizar a Casa da Moeda. Além disso, ele atribuiu ao partido as denúncias de operações irregulares no exterior.
O ministro da Fazenda disse isso cumprindo ordem da presidente Dilma Rousseff para se manifestar sobre a demissão e esclarecer a participação do PTB na história. E, segundo se informou em Brasília, a cúpula do Planalto aprovou seu desempenho. Em outras palavras, a presidente e seus conselheiros mais próximos teriam ficado satisfeitos porque o ministro se eximiu da responsabilidade pela escolha de um presidente da Casa da Moeda e a lançou sobre um partido aliado. Segundo as mesmas fontes, a presidente da República teria cobrado a nomeação de um técnico para o posto.
A presidente pode insistir na nomeação de um técnico, mas isso de nenhum modo elimina a questão básica: a quem cabe a responsabilidade pela nomeação de ministros, de dirigentes de estatais e de autarquias e, de modo geral, de ocupantes de postos de confiança? Ao jogar para o PTB a responsabilidade pela nomeação de Luiz Felipe Denucci, o ministro da Fazenda reiterou de forma inequívoca a resposta conhecida até agora: as nomeações são sujeitas a critérios de loteamento. O encarregado de assinar o ato oficial - no caso, o ministro - pode até rejeitar algum nome, mas a indicação, de toda forma, cabe a um partido, de acordo com algum critério de partilha.
Em outras condições de normalidade, um ministro julgaria humilhante assumir publicamente o papel de mero carimbador de uma nomeação para um cargo vinculado ao seu gabinete. Mas os critérios dominantes em Brasília são de outra natureza. As palavras "não conhecia, nunca tinha visto o Luiz Felipe Denucci" estão no segundo parágrafo de uma nota divulgada sexta-feira no portal do Ministério da Fazenda. Não constam de uma acusação ao ministro. São elementos - quem diria? - de sua defesa.
Mas o ministro age segundo critérios considerados normais para a gestão pública brasileira. Esses critérios foram reafirmados pela presidente, ao manter sob controle do PP o Ministério das Cidades. Partidos têm cotas no governo. Obviamente, só brigam pela conquista e pela manutenção de cotas porque esperam servir-se da administração pública. Presidencialismo de coalizão é isso, no Brasil, e a presidente nunca renegou essa concepção. Apenas a aperfeiçoou, ao aceitar que um ministro negue sua responsabilidade pela nomeação do presidente da Casa da Moeda.

Cul-de-sac russo na Siria (favor nao confundir com outra coisa...)

Cul-de-sac, que os anglossaxões empregam a partir do original francês, se refere ao tradicional impasse.
Não confundir com o contrário, que é muito feio.
Em todo caso, agora, com o apoio russo, é que Assad está mesmo condenado a ser extirpado do poder, antes que os russos aprendam a dizer saperlipopete...
By the way, excelente análise esta do meu amigo Jeff Laurenti, um americano progressista, mas realista (se isso é possível).
Paulo Roberto de Almeida

02/06/2012

After the Veto, What Next on Syria?

Jeffrey Laurenti
The failed vote in the U.N. Security Council Saturday on a resolution committing the United Nations to the Arab League’s Syria transition plan opens the door to an international free-for-all in which Syrian factions enlist foreign patrons, Russia mortgages itself to a terminally ill regime, and Iran has an opening to forge closer ties with Russia and China. 
Worst of all, the delicate mosaic that is Syria threatens to shatter altogether, as Iraq did after the American invasion.
Spooked by Qaddafi’s ghost, the Russians made clear last week that they would oppose any U.N. endorsement of regime change, whether explicit or implied. Western and Arab willingness to remove the specifics of the Arab League plan—in particular the call to ease Syrian president Bashar al-Assad out of power—won over four other council members that had been skeptical of the initial draft. 
But even as India, South Africa, Pakistan, and Azerbaijan swung over to support the modified resolution, Russia and China dug in. They would happily support Arab League mediation between the Syrian government and opposition groups—but not the Arab League transition plan itself.
We shall see soon enough whether the Western states were wise in refusing to dilute the resolution’s promise of full support for the Arab League transition plan. Without U.N. rules of the road to contain the conflict, there will be multiplying pressures from many quarters to intervene, underscored by the swift suggestion from Connecticut’s irrepressibly interventionist senator, Joseph Lieberman, for the United States start funneling arms to the Syrian resistance.   
Certainly the Russians have now put themselves in a cul-de-sac. They can't expect to come out of this with Assad still on top, and they've burned their last footbridge to the anti-Assad forces to serve as a potential mediator. Whether Syria is consumed in long-term civil strife as debilitating as Iraq’s, or the Baathist government collapses under foreign economic pressure and internal violence, Russia risks losing its entire forty-year investment in the Assad family’s rule.
Russian policymakers got so hung up on re-fighting what they not unreasonably saw as the West’s hijacking of the Libya air-protection resolution for "regime change" that they seem not to have thought through the chess moves on Syria that would follow a Security Council deadlock. Even a resolution that went somewhat farther than they would have liked—perhaps “welcoming” the Arab League plan without necessarily “fully supporting” it—could at least have ensured the conflict’s management would be tethered to the U.N. table, where they have a guaranteed place. 
They seem not to have noticed that, far from having been gunning to bring down the Assad government from the start of Syria’s crisis, Western countries initially looked to Bashar al-Assad to act on his supposed reform inclinations to open up Syria’s suffocating system. They only soured on him when he resorted to lethal repression instead—something for which Moscow and Beijing seem to have rather more tolerance.
It's not clear what Paris and Washington think the coming chess moves will be, either. By insisting on "full support" for the Arab League transition project despite the Russians' proclaimed red lines, they now have no U.N.-led process at all. Far from boxing Iran out, we may find they have opened the door to Sino-Russian backing for more robust Iranian efforts to prop up the Baathist government in Damascus.
In contrast to the Russians and Chinese, the Damascus government has spurned the Arab League’s mediation, declaring last week that the league is no longer has any credibility on the situation. Its press organs insist that the continuing crackdown against “terrorism” is essential for Assad’s dead-end package of political reforms to proceed. Having failed to agree with their council partners on a formula to give a U.N. imprimatur to Arab League mediation, the Russians and Chinese now have to provide hospice care for the sclerotic Baath regime on their own.
Perhaps, as even Senator Lieberman seemed to suggest, there is still an opening for Russia and China—and perhaps, for that matter, other members of the Security Council—to re-think how to proceed together. Syria’s victimized population has the most immediate stake in coordinated international pressures to press the embittered sides into a political process not manipulated by either—but the international community has a deep stake in avoiding a free-for-all.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Petrobras capta US$ 7 bilhoes a juros razoaveis...



Rio de Janeiro, 06 de fevereiro de 2012 – Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras comunica que concluiu hoje, através da sua subsidiária integral Petrobras International Finance Company (“PifCo”), a oferta de títulos no mercado de capitais internacional (Global Notes), resultando  no recebimento de recursos no montante de US$ 7 bilhões. A operação, precificada no dia 01 de fevereiro de 2012, foi constituída pela emissão de títulos com vencimento em 2015 e 2017 e pela reabertura dos títulos com vencimento em 2021 e 2041.
A operação foi realizada em apenas um dia, tendo a demanda superado US$ 25 bilhões, resultante de mais de 1600 ordens originadas por mais de 700 investidores.  Essa emissão estabelece os seguintes recordes:
  • Maior oferta internacional de títulos do Brasil
  • Maior emissão de dívida corporativa nos mercados emergentes nos últimos anos
  • Menor custo para uma empresa brasileira no prazo de 03 e 05 anos
  • Menor custo para o prazo de 10 anos já captado pela Petrobras
  • Menor custo para o prazo de 30 anos de uma empresa brasileira.
A alocação final teve maior concentração nos Estados Unidos (58,4%), Europa (28,1%) e Ásia, sendo a maioria dedicada ao mercado de renda fixa de empresas com grau de investimento.
O sucesso da transação indica a confiança dos investidores com os fundamentos da Companhia, sua estratégia de crescimento e com o compromisso de manutenção do grau de investimento, indicado pelo monitoramento das metas dos indicadores de endividamento e expressiva geração de caixa.  Adicionalmente, a transação está alinhada com a estratégia de captação anunciada pela Companhia, de acessar o mercado em momentos pontuais e nos volumes requeridos para o financiamento dos investimentos definidos no Plano de Negócios.
Seguem abaixo as principais informações da emissão e reabertura:
Características nova emissão
Títulos com vencimento em 2015
Títulos com vencimento em 2017
Volume
US$ 1,25 bilhões
US$ 1,75 bilhões
Cupom
2,875%
3,50%
Preço da Emissão
99,499%
99,419%
Rendimento ao Investidor
3,051%
3,628%
Vencimento
06/02/2015
06/02/2017
Data 1º Pgto de Juros
06/08/2012
06/08/2012
Datas de Pgto de Juros
06 de fevereiro e 06 de agosto de cada ano

Características Reabertura
Títulos com vencimento em 2021
Títulos com vencimento em 2041
Volume reabertura
US$ 2,75 bilhões
US$ 1,25 bilhões
Volume total após reabertura
US$ 5,25 bilhões
US$ 2,25 bilhões
Cupom
5,375%
6,750%
Preço da reabertura
104,181%
111,208%
Rendimento ao Investidor original
5,401%
6,806%
Rendimento ao Investidor reabertura
4,796%
5,935%
Vencimento
27/01/2021
27/01/2041
Datas de Pgto de Juros
27 de janeiro e 27 de julho de cada ano

A emissão recebeu o rating Baa1(Moody´s), BBB (Standard & Poor´s) e BBB (Fitch) e os recursos captados serão utilizados para o financiamento dos investimentos da Companhia.
A operação foi conduzida pelo BB Securities Ltd., Citigroup Global Markets Inc., Itau BBA USA Securities, Inc., J.P. Morgan Securities LLC, Morgan Stanley & Co. LLC e o Santander Investment Securities Inc. como coordenadores líderes e contou com a participação do Banco Votorantim Nassau Branch e do Mitsubishi UFJ Securities (USA), Inc. como co-managers.

Atenciosamente, 
Relacionamento com Investidores. 

China condenada na OMC: taxacao de exportacoes

Demora, mas acaba saindo. Disciplinar grandes potências comerciais não é fácil, mas a OMC está aí para isso mesmo.
Paulo Roberto de Almeida 

Derrota chinesa na OMC

Editorial O Estado de S.Paulo06 de fevereiro de 2012 | 3h 06
Frequentemente acusada de conquistar mercados por meio de práticas comerciais que reduzem os preços de seus produtos de maneira artificial - o que prejudica ou elimina boa parte da concorrência -, a China acaba de ser condenada em caráter definitivo pela Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo motivo inverso: encarecer artificialmente as exportações de matérias-primas, para assegurar que suas indústrias disponham delas a preços mais baixos do que os pagos pelos competidores de outras partes do mundo.
Embora adote medidas aparentemente contraditórias, a política de comércio exterior do governo de Pequim tem um objetivo claro: assegurar que os produtos chineses de maior valor agregado cheguem a todos os mercados ao menor preço possível, ainda que para isso uma pequena parte das exportações do país tenha de ficar mais cara.
Para garantir a suas fábricas acesso facilitado a matérias-primas como zinco, bauxita, magnésio e outros minerais essenciais para a indústria química e de veículos, a China taxa as exportações desses produtos. Ao elevar o preço internacional dessas matérias-primas (mas não o preço no mercado chinês), reduz a competitividade das indústrias de terceiros países.
Por isso, em novembro de 2009, os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e o México abriram uma queixa na OMC contra a China por causa da sobretaxação das matérias-primas. Os autores da queixa são grandes importadores desses produtos. Em 2008, a UE importou mais de 4,5 bilhões em minérios. Na ocasião, a comissária de comércio da UE observou que as restrições chinesas "distorcem a competição e aumentam os preços globais, o que torna as condições de concorrência para as nossas indústrias ainda mais difíceis".
Em julho do ano passado, a OMC já havia condenado as práticas chinesas e determinado que elas fossem eliminadas. O governo de Pequim recorreu da decisão, mas, depois de analisar o recurso, o órgão máximo da OMC para a solução de conflitos também reconheceu, na segunda-feira (30/1), que a taxação das exportações de matérias-primas pela China viola normas do comércio internacional e pode causar-lhe danos.
Os países que apresentaram a queixa observaram que, como a China é grande produtora mundial de muitos dos minerais cujas exportações vinha sobretaxando, companhias internacionais estavam sendo forçadas a instalar fábricas em território chinês para poder competir com as que já funcionavam no país.
Esse problema poderá se repetir com as terras raras - utilizadas na fabricação de computadores, telefones celulares, carros híbridos, turbinas de geradores eólicos e outros produtos de alta tecnologia -, das quais a China responde por 95% da produção mundial e que têm suas exportações sobretaxadas pelo governo de Pequim, com alíquota de 40%.
A UE já tinha alertado para a possibilidade de uma nova disputa na OMC a respeito das terras raras. Em comunicado no qual comentou a condenação agora imposta à China, a UE se disse "preocupada com o uso de restrições a exportações de terras raras e outras matérias-primas para a indústria".
Ironicamente, quando o governo brasileiro cogitou a imposição de taxação de 5% sobre as exportações de minério de ferro - do qual a China é o maior importador mundial - membros da representação chinesa junto à OMC chegaram a advertir os representantes do Brasil de que a medida criaria problemas para as exportações brasileiras, mais do que para os importadores. Chegou-se até a examinar a hipótese de retaliações chinesas contra a sobretaxação brasileira.
A China é importadora de muitas matérias-primas e tem procurado escapar da dependência de um número limitado de fornecedores, por meio de pesquisas e investimentos bilionários em países potencialmente produtores, sobretudo na África. Usa os meios de que dispõe para assegurar para si de tudo o que necessita. Mas, com a decisão da OMC, não poderá mais sobretaxar as exportações de um certo número de matérias-primas para proteger sua indústria.

Besteirol economico bem disseminado...

Ninguém detém, no mundo político, o monopólio do besteirol econômico, isso é evidente.
Alguns, todavia, concentram mais do que outros, e abusam. Outros são reincidentes.
Os franceses, em geral, são useiros e vezeiros em besteirol econômico, mas Sarkozy era mais comedido.
Agora parece que degringolou, com as eleições presidenciais de abril e maio.
O pior é que o socialista que ganhar, provavelmente, quer reincidir sobre a reincidência, se me permitem a redundância redundante.
Ele não só aprova, como insiste em taxações sobre ricos e banqueiros de diversos tipos.
Vai conseguir afastar várias áreas financeiras para o Reino Unido, justamente.
E vai fazer como Mitterrand: distributivismo socialista no primeiro ano e meio, depois correção de rumos e alinhamento ao rigorismo fiscal alemão. Mas sempre será uma perda de tempo para os franceses, e uma alegria para os ingleses...
De minha parte, eu sempre alertei, desde que FHC veio com essa ideia maluca, que ela era isso, exatamente, maluca, e nefasta. Políticos sempre fazem bobagens, alguns mais do que outros...
Paulo Roberto de Almeida 

Cameron se moque de la "taxe Sarkozy" sur les transactions financières

LEMONDE.FR avec AFP | 31.01.12

Une décision "incroyable". Pour le premier ministre britannique, David Cameron, la volonté du président français, Nicolas Sarkozy, d'instaurer unilatéralement une taxe sur les transactions financières, sans attendre ses partenaires européens, est pour le moins irréaliste.

"Au moment où nous nous battons pour l'emploi et la croissance, faire quelque chose qui coûterait un si grand nombre d'emplois me paraît extraordinaire", a-t-il dit lors d'un point de presse en marge d'un sommet des 27 pays de l'Union européenne à Bruxelles. "Et, dans un sain esprit de compétition avec la France, si la France instaure une taxe sur les transactions financières, notre porte sera ouverte et nous pourrons accueillir au Royaume-Uni beaucoup plus de banques et d'entreprises françaises, et notre économie se développera", a ironisé M. Cameron.
Tout en notant qu'ils étaient en désaccord sur certains sujets, il a qualifié le président français d'"homme remarquable" et rappelé leur collaboration concernant la Libye. "Je souhaite le meilleur à mon ami Nicolas", a-t-il ajouté. Les relations entre les deux hommes ont néanmoins semblé tendues ces derniers mois.
Le sommet de l'UE fin octobre avait déjà été l'objet d'une franche explication entre les deux hommes, le président français s'agaçant en pleine réunion que le second donne des leçons à la zone euro sur la conduite à tenir. Et lors du sommet de décembre, une vidéo a montré le président français paraissant "snober" le premier ministre britannique qui lui tendait la main.

FGV: MBA de Relacoes Internacionais - Sao Paulo

Este blog não costuma fazer publicidade, de nenhum tipo, para qualquer pessoa, para qualquer produto ou serviço. Excluem-se os avisos de utilidade pública, de preferência não comerciais, e jamais de caráter político-partidário.
Mas como conheço pessoalmente o coordenador, Oliver Stuenkel, de quem possuo a melhor impressão, faço uma exceção para esta inserção, absolutamente voluntária, por confiar inteiramente na qualidade do curso.
Paulo Roberto de Almeida 

FGV lança MBA de Relações Internacionais em São Paulo

03/02/2012 - 10:00 
Curso acontece quinzenalmente, aos sábados, na Paulista.
A FGV-SP (Fundação Getulio Vargas de São Paulo) atenta às necessidades do mercado paulistano, lança o MBA em Relações Internacionais em São Paulo. O curso que já existe no Rio de Janeiro desde 2008, traz conteúdos exclusivos para a maior cidade do país.
“São Paulo é uma das dez principais cidades do mundo, portanto, tem uma importância enorme no cenário internacional. Há uma grande demanda no mercado paulista por um curso que prepare profissionais capacitados a atuar em ambientes verdadeiramente globais”, explica Oliver Stuenkel, coordenador do MBA.
Com o intuito de trazer comodidade aos alunos, o curso acontece aos sábados e terá 504 horas/aula. Os conteúdos das aulas incluem os seguintes temas: análise política internacional; questões internacionais contemporâneas; políticas externas comparadas; economia internacional; finanças internacionais; direito internacional; o Brasil no mundo; orientação de projetos; negociações complexas; gestão ambiental e desenvolvimento sustentável.
As aulas não se resumem apenas ao conteúdo expositivo, haverá também sessões práticas de análise de conjuntura internacional; palestras com convidados especialistas em diplomacia, negociação e política internacional e debates estruturados sobre tópicos da agenda internacional.
Alunos egressos do curso trabalham ou estudam, hoje, em instituições como Abin, Agência Efe, Agência France Press, American University, Banco Mundial, Embratel, Globo News, London School of Economics, Petrobrás, Secretaria de Assuntos Internacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Souza Cruz, Universidade de Genebra e Vale.
O curso começa no dia 5 de maio, com aulas quinzenais, aos sábados das 8h30 às 18h, no campus da FGV da Avenida Paulista. O processo seletivo é composto por inscrição, análise de currículo e entrevista com professores da FGV.

Diplomatie - une revue francaise de relations internationales (grand public)

Tomei conhecimento, recentemente, de uma revista francesa de relações internacionais que é feita por acadêmicos e especialistas (muitas vezes jornalistas), mas é voltada para o grande público.
Eles fazem tanto números "normais", quanto dossiês especiais. Parece que pretendem fazer um sobre o Brasil, e querem me convidar a escrever. Vou pensar...
Paulo Roberto de Almeida
Diplomatie: Un Autre Regard sur le Monde
http://www.diplomatie-presse.com/

Le magazine

Un projet éditorial atypique
Le magazine DIPLOMATIE est né en 2002 autour d’un projet éditorial singulier : réaliser le premier grand magazine français consacré aux relations internationales et aux conflits contemporains, financièrement et politiquement indépendant, à destination d’un large public francophone et dont la ligne éditoriale allierait rigueur d’analyse, ouverture d’esprit et impartialité face aux grandes problématiques internationales.
Pour atteindre cet objectif, la rédaction de DIPLOMATIE s’est constituée autour de chercheurs et d’analystes, tous attachés à rendre compte des nouvelles réalités géopolitiques contemporaines avec clarté et transparence, indépendance d’esprit et curiosité intellectuelle. La direction de la rédaction est assurée par Alexis Bautzmann (fondateur du magazine)
Afin d’élargir son horizon et ses champs de compétences, DIPLOMATIE s’est attaché les services d’un très grand nombre de spécialistes français et étrangers des relations internationales, dans des domaines aussi variés que complémentaires : géopolitique, géostratégie, économie internationale, ethnologie, histoire ou encore droit international. Dans certains cas, les articles sont confiés à des journalistes spécialisés possédant une expérience de terrain du sujet traité. La qualité de ces auteurs et la richesse des points de vue exprimés constituent aujourd’hui l’identité même du magazine.
Politique éditoriale et scientifique
Soucieux d’offrir à ses lecteurs une vision indépendante, réaliste et élargie des relations internationales, DIPLOMATIE s’est très tôt engagé dans le développement de partenariats éditoriaux et scientifiques. A ce titre, une collaboration étroite a été nouée avec de nombreux organismes et centres de recherche français et internationaux : United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), International Union for Conservation of Nature and Natural Resources(IUCN), etc. Ceux-ci ont tous été sélectionnés en fonction de la qualité, de l’originalité et de la pertinence de leurs analyses.
Au-delà, DIPLOMATIE s’attache également à ouvrir ses colonnes à un large panel de chercheurs français et étrangers issus des plus grands centres de recherche français et internationaux :
Centre de Recherche d’Études Politiques et Stratégiques (Cameroun)
Heidelberger Institut für Internationale Konfliktforschung (Heidelberg)
Réseau Multidisciplinaire en Etudes Stratégiques (Bruxelles)
CERI (Paris)
Chaire Raoul-Dandurand (Québec)
Center for Strategic Studies (Amman)
Institut Français de Géopolitique (Paris)
Centre de recherches pour le développement international (Ottawa)
Institut National des Langues et Civilisations Orientales (Paris)
Center for Defense Information (Washington)
Institut Européen de la Méditerranée (Barcelone)
Fondation pour la Recherche Stratégique (Paris)
Institut Royal des Relations Internationales (Bruxelles)
Institut Européen pour la Paix et la Sécurité (Bruxelles),
Centre Français de Recherche sur le Renseignement (Paris),
Institute of International Relations (Prague),
Centre de Réflexions et d’Etudes sur les Problèmes Internationaux (Paris),
Institute for European, Russian and Eurasian Studies (Washington)
Council of Foreign Relations (Washington)
Palestinian Academic Society for the Study of International Affairs (Jérusalem)
Jaffee Center for Strategic Studies (Tel-Aviv)
Österreichische Institut für internationale Politik (Vienne)
Centre d’étude et de recherche sur le monde arabe contemporain (Bruxelles)
Centre d’études scientifiques de défense (Marne-la-Vallée)
Centre Interdisciplinaire de Recherche sur la Paix et d’Études Stratégiques (Paris)
Institut des Hautes Etudes de la Sécurité Intérieure (Paris)
Centre d’études et de recherches internationales (Paris)
International Institute for Strategic Studies (Londres)
Overseas Development Institute (Londres)
Institut d’Études de Sécurité de l’Union de l’Europe Occidentale (Paris)
Institut Royal Supérieur de Défense (Bruxelles)
Centre d’Etudes des Crises et des Conflits Internationaux (Bruxelles)
etc.
Retrouvez sur la page Auteur l’indication de l’ensemble des organismes de recherches auxquels ils appartiennent.
Le magazine DIPLOMATIE est publié sous le contrôle scientifique du Centre d’Analyse et de Prévision des Risques Internationaux (CAPRI).

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