Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
domingo, 21 de julho de 2013
O caso bizarro dos 100.000 reais do deputado que passeavam soltos por ai...
Czeslaw Milosz e a mente cativa da Polonia socialista: uma selecao da NYRBooks
Czesław Miłosz: Intelligence and Ecstasy
Poet Power
NOVEMBER 7, 1968
My belief is that poets should not add to the general confusion by using words in an irresponsible way. A joke should not be presented as a credo. Because of my European background I consider a search for salvation through racial myths, tribal structures, high natural herbs etc. dangerous nonsense.The Nobel Lecture
MARCH 5, 1981
Every poet depends upon generations who wrote in his native tongue; he inherits styles and forms elaborated by those who lived before him. At the same time, though, he feels that those old means of expression are not adequate to his own experience.Preparation
SEPTEMBER 26, 1985
Still one more year of preparationTomorrow at the latest I’ll start working on a great book
In which my century will appear as it really was.
The sun will rise over the righteous and the wicked.
Springs and autumns will unerringly return,
In a wet thicket a thrush will build his nest lined with clay
And foxes will learn their foxy natures.
An Interview with Czesław Miłosz
FEBRUARY 27, 1986
Do we have a truthful way of thinking, of judging good or evil in the West?Miłosz: Yes, but under the condition that intellectuals and writers do not insist on forcing nihilism in their descriptions of the world as the only valid image from the point of view of the literary establishment. Of course, every period has its fashions. To break away from fads is extremely difficult. Nihilistic presentation of the world is a fad today.
Tireless Messenger
Helen VendlerAUGUST 13, 1992
Miłosz’s genius is for the very small and the very large—the intensely sensual detail and the bleak interstellar spaces. His eye, at once microscopic and telescopic, has almost no middle range; it is this peculiar cast of vision that identifies a poem as his. It causes the fundamental contrast in his poetry between the tenderness of an eerily precise recollection and the wintriness of philosophical irony. When you read him, it becomes impossible to live in any comfortable middle distance yourself.An Honest Description of Myself with a Glass of Whiskey at An Airport, Let Us Say, in Minneapolis
DECEMBER 20, 2001
My ears catch less and less of conversations, and my eyes have weakened, though they are still insatiable.Captive Minds
SEPTEMBER 30, 2010
Tony JudtOne hundred years after his birth, fifty-seven years after the publication of his seminal essay, Miłosz’s indictment of the servile intellectual rings truer than ever: “his chief characteristic is his fear of thinking for himself.”
O fracasso da "matriz economica" do governo - Editorial O Globo
sábado, 20 de julho de 2013
Asilo diplomatico: algumas licoes de direito internacional e de observancia dos tratados
Gobierno dice que resolución del Mercosur no obliga a Bolivia a viabilizar asilo de Pinto
La ministra de Comunicación, Amanda Dávila, aclaró el jueves que la declaración que aprobaron los Estados integrantes del Mercado Común del Sur (Mercosur), la semana pasada en Montevideo, no obliga al Gobierno boliviano a viabilizar el asilo de personas implicadas en delitos comunes, como el caso del senador opositor Roger Pinto, refugiado hace más de 13 meses en la Embajada de Brasil en La Paz.
Ese acuerdo estipula que los países del Mercosur no pueden negarse a otorgar asilo político o bloquear el cumplimiento de ese beneficio y “nosotros también vamos a respetar esa resolución”, afirmó.
No obstante, Dávila dejó en claro que la normativa internacional vigente, también en el Mercosur, establece que no se puede conceder asilo a aquellas personas que han cometido delitos comunes y de lesa humanidad.
“El caso del señor Pinto, lamentablemente, entra dentro de este tema de delitos y procesos en justicia ordinaria, esa es la situación y el Brasil también sabe de esto”, argumentó.
“Esperamos, como Gobierno, que el señor Pinto pueda presentar todos sus descargos en los estrados judiciales, pese a que tiene ya una sentencia, tiene la posibilidad de apelar, de defenderse para que pueda salir de este proceso en el cual está involucrado y que impide a las autoridades firmar el salvoconducto que necesitaría para asilarse en el Brasil”, dijo.
Roger Pinto enfrenta procesos ante la justicia boliviana acusado por supuesta corrupción pública.
El expresidente de la República, Jorge "Tuto" Quiroga reclamó al Gobierno de Morales por no dar pleno cumplimiento a la resolución que se aprobó en el Mercosur, en relación al asilo que Bolivia y otros países latinoamericanos dieron al exagente de la CIA Edward Snowden, documento, que en su criterio, también debe amparar al senador de oposición Roger Pinto.
Amorim: oposição brasileira à Alca mudou agenda da América do Sul
Com isso mudou completamente a tal de "geografia comercial" da América do Sul: os países interessados em livre comércio, em integração à economia mundial, seguiram em frente, assinaram acordos com os EUA, com a UE, com parceiros asiáticos e aumentam seu acesso a mercados desenvolvidos e seu volume de exportação mundial.
Os países que preferiram ficar protegendo o mercado interno contemplam mercados diminuídos, concorrência "desleal" de parceiros asiáticos (logo eles, que deveriam ser aliados na luta contra os hegemônicos) e possuem hoje uma margem de manobra muito mais reduzida em termos de política comercial e de acesso a mercados, provavelmente caminhando para a marginalização e o velho protecionismo de décadas passadas.
Essa é a mudança da agenda na América do Sul que ocorreu.
Atualmente, a agenda está assim: de um lado o Mercosul, desejando se expandir de qualquer maneira, sem qualquer critério de política comercial coerente com os propósitos do Tratado de Assunção; de outro os bolivarianos, que acham que vão fazer a Alba, o Sucre e outras maravilhas da integração protegida, mercantilista, estatizante; e por fim os países da Aliança do Pacífico, que avançam no comercio livre entre si (mas isto é o menos relevante no esquema) e se preparam para integrar os esquemas comerciais, de investimentos e de cooperação econômica da grande bacia do Pacífico.
Esta é a nova agenda, esta é a nova geografia do comércio internacional.
O Brasil deve agradecer aos companheiros que pelo menos se preocupam em proteger o emprego interno. Por enquanto...
Paulo Roberto de Almeida
Concurso da Unesp, 2: Bibliografia (?) para a Vulgata Marquissista Esclerosada, I e II
neste post:
sábado, 20 de julho de 2013
http://www.marilia.unesp.br/Modulos/Editais/pdfs/Edital-151-2013.pdf
Eu aqui só me ocupo do conteúdo, e fico imaginando como foi a reunião dos professores do Departamento que debateu o programa e a bibliografia (comento mais abaixo).
Um departamento desses, de faculdades de humanidades das ditas universidades públicas, costuma ter entre 10 e 12 professores, metade dos quais não comparece nas reuniões porque está tirando férias acadêmicas no exterior (vulgo pós-doc), um terço tem mais o que fazer e não tem mais saco para comparecer nessas reuniões dominadas pela minoria ativista (que se converte em maioria militante), e mais alguns apresentam algumas desculpas esfarrapadas, e, com metade do corpo "docente", assim se passam as coisas, na minha imaginação claro:
Abre a reunião o encarregado do "concurso".
-- Caros colegas, meus companheiros de Departamento, aqui está o programa do nosso próximo concurso preparado pelo professor Carlos Frederico Marques da Silva. Vejam o que vocês acham:
PROGRAMA:
1. O movimento operário e a democratização liberal
2. A sociedade de massas e a democracia como seleção de dirigentes
3. Intelectuais e planejamento democrático
4. A teoria do totalitarismo
5. A democracia como expressão de conflito de interesses
6. As teorias neo-contratualistas da democracia
7. O marxismo da Internacional Comunista
8. O marxismo da Escola de Frankfurt
9. Teorias do Estado capitalista
10. Teorias da democracia e do Direito no marxismo
11. Marxismo, crise e transição socialista
Todo mundo se concentra um pouco naquele papel ali na frente, ninguém se , o autor e os companheiros do autor da dita peça fixam de maneira intimidante os poucos colegas que poderiam discordar desse conteúdo tão elevado de "Ciência Política Contemporânea, I e II", e para encerrar logo aquela chatice, que deveria ser meramente homologatória, um deles proclama:
-- E aí, todo mundo de acordo? Podemos considerar aprovado?
Um dos dois ou três que tinham ficado de olhos concentrados no papel ousa levantar o dedo e expressar sua opinião:
-- Bem, eu acho que está bem, mas vocês não acham que está um pouco forçado demais no marxismo, no socialismo, com pouca coisa de outras escolas, de outros teóricos, coisa mais contemporânea?
Um da claque marquissista, que já tinha arranjado um companheiro para o concurso, e prometido uma bibliografia e uma banca conforme, ataca logo de cara:
-- Mas o que é que você queria? Que fôssemos ensinar ciência política burguesa aqui? Você gostaria de ter um desses representantes da direita neoliberal no nosso Departamento? Um inimigo de classe?
Responde o colega, já intimidado:
-- Não, não. Eu só estava querendo algo mais diversificado, e também uma mudança de linguagem, para não ficar muito marcado com uma corrente teórica só. Afinal de contas, estamos pedindo um professor de Ciência Política Contemporânea, não de marxismo aplicado. Também acho que a bibliografia...
No que é imediatamente interrompido pelo chefe da tribo dos marquissistas:
-- A bibliografia a gente vê depois. Só estamos querendo aprovar o programa, primeiro.
-- Bom, mas então coloca um pouco de teóricos contemporâneos, gente da escola inglesa, os comparativistas americanos, sei lá...
-- Oh, companheiro: você não viu que já tem esse ponto aqui: Teorias neo-contratualistas da democracia? Isso já permite abrigar alguns teóricos burgueses. Eu acho que está muito bom, o que acham os demais colegas?
Os que compartilham da conspiração se apressam a confirmar:
-- Sim, sim, eu acho que está muito bom. Isso corresponde inteiramente ao que o Departamento vem fazendo nos últimos dez anos. Por que mudar agora? Os alunos gostam...
Vencida a pequena resistência, envergonhada, quanto ao programa, a tribo ali reunida passa para a bibliografia:
O mesmo "dissidente burguês" se limita a contestar alguns títulos inscritos na folha:
-- Vocês não acham que o Althusser já está um pouco ultrapassado? Esse livro nem é de 1999 e sim dos anos 60:
ALTHUSSER, Louis. Sobre a reprodução. Rio de Janeiro: Vozes,1999.
-- Esse aqui, também, me parece um pouco velhinho não é? Esse cara era da linha stalinista do PCF nos anos 1960:
BOCCARA, Paul. Estudos sobre o capitalismo monopolista de Estado: sua crise e solução. Lisboa: Editorial Estampa, 1973.
-- E aqui dois trabalhos do nosso colega que está se aposentando: não seria demais?
DEL ROIO, Marcos. O império universal e seus antípodas: a ocidentalização do mundo. São Paulo: Ícone, 1998.
______. Gramsci e a emancipação do subalterno. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 29, p. 63-78, nov. 2007.
-- E seis volumes do Gramsci? Não estamos pedindo demais aos candidatos?
GRAMSCI, Antonio. Os cadernos do carcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999- 2002. 6 v.
-- Peraí; essa monumental coleção do Hobsbawm já tem em Português; por que uma edição italiana, língua que poucos dominam na nossa área? O pessoal está mais acostumado com o Português mesmo!
HOBSBAWM, Eric et alli. Storia del marxismo. Torino: Einaudi, 1978-1983. 4 t.
-- E mais, Lucaks em italiano, também?! Não tinha uma edição brasileira, ou em espanhol?
LUKACS, Georg. Ontologia dell’essere sociale. Roma: Riuniti, 1972.
-- Opa! Vocês estão brincando: quatro volumes do Mao??!! Quem é que lê Mao hoje em dia?
MAO-TSE-TUNG. Obras escolhidas em 4 volumes. São Paulo: Alfa-Ômega, 2002.
-- Esse cara aqui já foi um grande marxista alemão dos anos 1960, mas depois se reconverteu. Não tinha algo mais recente dele?
OFFE, Claus. Problemas estruturais do Estado capitalista. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.
-- Poulantzas? Eu já li o Poulantzas, mas sinceramente, acho que está um pouco ultrapassado, como o Althusser. Essa bibliografia tem títulos muito antigos, de mais de 40 anos atrás, não tinha coisa mais recente?
POULANTZAS, Nicos. O Estado, o poder, o socialismo. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
______. Poder político e classes sociais. São Paulo: Martins Fontes 1977.
POULANTZAS, Nicolas; MILIBAND, Ralph; MELO, Lúcia Maria. Debate sobre o Estado capitalista. Porto: Afrontamento, 1975.
O líder da máfia, já começou a perder a paciência:
-- Oh companheiro, se você tiver coisa mais recente pode propor, mas essa lista já foi feita e circulou no mês passado, e você vem contestar agora? Já devia ter feito antes. Viemos aqui para aprovar o concurso, não para debater coisas que já deveriam ter sido encaminhadas ao Departamento.
E imediatamente engrena:
-- Meus caros, podemos votar? Quem está de acordo com o programa e a bibliografia?
Resultado:
-- Bem: 5 a 2 pelo programa, aprovado, podemos sair de férias...
Não sei se foi assim, mas deve ter sido algo próximo disso, e acho que nem deve ter tido discussão sobre a bibliografia, pois os "gajos dissidentes" já tinha percebido que seria inútil debater com os companheiros.
E fica por isso mesmo?
A Unesp-Marília não tem nada a comentar sobre a farsa?
Paulo Roberto de Almeida
20/07/2013)
Educacao: falta de gestao compromete 40pc das verbas alocadas
Revista Brasileira de Politica Internacional - novo numero disponivel (1-2013)
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Ciencia Politica I e II, na Unesp-Marilia = Marxismo I e II: um concurso pre-fraudado para os companheiros
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