Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Alianca do Pacifico, Desalianca do Atlantico - Editorial Estadao
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Brasil persiste no erro da ajuda ao desenvolvimento do ultimo meio seculo
Brasil eleva ajuda a países da América Latina e África
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Fracassos de um governo que nao acredita em setor privado - Celso Ming
Falhou
domingo, 21 de julho de 2013
O fracasso da "matriz economica" do governo - Editorial O Globo
domingo, 5 de maio de 2013
Fracasso da reforma agraria dos companheiros, de qualquer reforma agraria...
Ninguém pode achar que assistência permanente -- o que significa dependência -- é a solução para os pobres do campo, manipulados por esse partido político neobolchevique que se chama MST.
O Brasil perdeu anos e anos com bobagens, e milhões de reais foram consumidos inutilmente, com as fantasias esquizofrênicas dos companheiros e dos criminosos do MST.
Paulo Roberto de Almeida
De antigo império da soja à maior favela rural no interior do Brasil
- Assentamento em MS é símbolo de reforma agrária fracassada, sem assistência técnica
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domingo, 30 de dezembro de 2012
Economia dilmista: dois anos de fiasco - Editorial Estadao
Não existe novo modelo econômico, ou se existe não é modelo, e não é econômico, e sim uma vontade política, inscrita na mesma vertente autoritária que caracteriza o partido dos companheiros, e que pretende baixar os juros por decreto, e aumentar o consumo, como se isso garantisse crescimento. O que o governo está conseguindo é maior inflação e menor investimento, e portanto menor taxa de crescimento, em face das crescentes intervenções improvisadas do governo na economia. O ambiente macroeconômico é o mais confuso possível, pois não se sabe o que o governo vai ainda encontrar para o que ele chama de estímulo à economia. Manifestamente, o governo não confia nos mercados, e prefere usar seus próprios recursos para produzir, politicamente, crescimento. O que consegue, na verdade, é menos crescimento e mais inflação.
Paulo Roberto de Almeida
Dois anos de fiasco econômico
Editorial O Estado de S.Paulo, 30/12/2012
A presidente Dilma Rousseff completa meio mandato com um balanço econômico assustador - dois anos de produção estagnada, investimento em queda, inflação longe da meta, exportação emperrada e contas públicas em deterioração. Desemprego baixo e um consumo ainda vigoroso são os dados positivos, mas insuficientes para garantir a reativação de uma indústria sem músculos para disputar espaço nos mercados. Sobram palavras: um discurso triunfal sobre um "novo modelo macroeconômico", baseado em juros mais baixos e câmbio menos valorizado, promessas de grandes obras de infraestrutura e de reformas de amplo alcance. De concreto, houve a redução dos juros, o que certamente contribuiu para o aumento da popularidade de Dilma. Um balanço provisório basta para mostrar o alto custo dos erros cometidos em dois anos pelos condutores da política econômica, liderados, é bom lembrar, por uma presidente voluntariosa.
O crescimento econômico deste ano está estimado em torno de um por cento por economistas do Banco Central (BC), do mercado financeiro e das consultorias mais importantes. Esse resultado seria em em qualquer circunstância, mas no caso brasileiro há uma circunstância especial.
No ano anterior o Produto Interno Bruto (PIB) havia aumentado apenas 2,7%. O País perdeu o passo entre os emergentes de todo o mundo. Este detalhe é importante, porque desqualifica as tentativas de atribuir o mau desempenho brasileiro à crise global, ao tsunami monetário criado pelos bancos centrais do mundo rico e à má vontade dos deuses.
Os problemas são internos, todos fabricados no Brasil por uma política há muito tempo defeituosa e piorada pela teimosia do atual governo. Segundo o Tesouro, os investimentos do governo central foram de janeiro a novembro 22,8% maiores que os de um ano antes e atingiram R$ 54,9 bilhões. Mas isso eqüivale a pouco mais de 50% do total previsto no Orçamento. Além disso, o valor inclui os financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida e boa parte dos desembolsos foi de restos a pagar. Se depender da eficiência federal, continuarão faltando investimentos tanto para reativar a economia em 2013 quanto para garantir um crescimento mais vigoroso nos anos seguintes,
Tudo somado, o valor investido pelo setor privado, pela administração pública direta e pelas estatais deve ter ficado em torno de 18% do PIB. Em outros países latino-americanos ja proporção ultrapassa 25% e nos emergentes da Ásia supera 35%. Além disso, é preciso levar em conta a qualidade dos projetos e a eficiência da execução. Não basta investir. Os alvos podem ser mal escolhidos e o dinheiro, desperdiçado. O histórico dos projetos federais, tanto da administração direta quanto das estatais, tem sido muito em há vários anos. Aparelhamento, loteamento de cargos, incompetência e corrupção têm custado muito caro.
A inflação alta contrasta com o baixo ritmo de atividade. Em outros países, tolera-se alguma alta de preços para garantir algum impulso à economia, e sempre por um tempo muito limitado. No Brasil, o governo vem mantendo há vários anos a meta de 4,5%, muito alta quando comparada com os padrões internacionais. Neste ano, o BC cortou juros e renunciou a combater o aumento de preços, em troca de um crescimento econômico humilhante para um Brics.
Os preços ao consumidor medidos pela Fundação Getúlio Vargas e incluídos no IGPM subiram 5,79% neste ano, De novembro para dezembro houve aceleração de aumentos em seis dos oito componentes do indicador, O IPCA, calculado pelo IBGE e usado como referência para a política oficial, aumentou 5,53% nos 12 meses terminados em novembro. A alta internacional dos preços agrícolas foi obviamente apenas uma parte dessa história.
A balança comercial refletiu a fraqueza da indústria diante dos competidores, o erro de uma política de estímulos voltada para o consumo e, naturalmente, a dependência excessiva das vendas de matérias-primas à China. Até novembro, o valor exportado foi 4,9% menor que o de um ano antes, pela média dos dias úteis, e o saldo comercial, 31,1% inferior ao de igual período de 2011. Os números finais do ano devem sair na quarta-feira e confirmarão, com certeza, o alto custo de vários erros políticos.
quinta-feira, 22 de março de 2012
La Journee des Dupes (ou, os enganados voluntarios)
Enganadores ativos, ou passivos, são basicamente hipócritas, ou seja: em lugar de discutir questões reais, os fundamentos verdadeiros dos problemas detectados, ficam brincando de soluciomática, isto é, identificam uma causa qualquer, geralmente errada, do problema em causa e apontam, invariavelmente, a solução errada, que apenas posterga o problema, e sua solução (que pode ser penosa).
Esses enganadores ativos e passivos acham que todos são idiotas, e vão acreditar nesse balé de mentiras convenientes, de hipocrisias mutuamente consentidas que proclamam.
Enfim, quem quiser passar por idiota, e se deixar enganar, passe bem. Comigo não funciona...
Paulo Roberto de Almeida
sábado, 5 de novembro de 2011
Mon sejour en France (2): explicando fracasso de Cannes
Mas, enfim, o mundo é assim mesmo: difícil de reformar.
A França, então, não é difícil: simplesmente impossível. Melhor desistir...
Paulo Roberto de Almeida
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
A marcha segura do Brasil ao protecionismo: antidumping preventivo
O Brasil agora tem uma "doutrina" (se o termo se aplica) do "dumping retroativo", provavelmente usando alguma lacuna, ou ambiguidade, da legislação da OMC sobre antidumping, o que faz do Brasil um país defensivamente protecionista e ativamente obstrutor do comércio exterior.
Acho, pessoalmente, que não vamos chegar a lugar nenhum dessa maneira, a não ser proteger temporariamente algumas empresas, que vão ficar incapacitadas de disputar qualquer mercado, interno ou externo, até que a realidade as alcance em algum momento futuro.
O Brasil pretende continuar enxugando gelo, em lugar de fazer o que é certo, de fazer a única coisa que deveria fazer: corrigir as condições de competitividade internamente.
Paulo Roberto de Almeida
Posted: 12 Sep 2011 07:14 AM PDT
IOB 12.09.11
Resolução CAMEX nº 64, de 09.09.2011 - DOU 1 de 12.09.2011
Disciplina a cobrança retroativa de direitos antidumping e compensatórios.
O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, com fundamento nos incisos VIII e XV do art. 2º do Decreto nº 4.732, de 10 de junho de 2003, e tendo em vista o disposto no art. 8º da Lei nº 9.019, de 1995, no art. 54 do Decreto nº 1.602, de 1995, e no art. 64 do Decreto nº 1.751, de 1995,
Resolve:
Art. 1º Os direitos antidumping definitivos poderão ser cobrados sobre produtos importados objeto de dumping que tenham sido despachados para consumo em até noventa dias antes da data de aplicação das medidas antidumping provisórias, sempre que se determine, com relação ao produto em questão, que:
I - há antecedentes de dumping causador de dano, ou que o importador estava ou deveria estar ciente de que o produtor ou exportador pratica dumping e de que este causaria dano; e
II - o dano é causado por volumosas importações de um produto a preços de dumping em período relativamente curto, o que, levando em conta o período em que foram efetuadas e o volume das importações objeto de dumping e também o rápido crescimento dos estoques do produto importado, levará provavelmente a prejudicar seriamente o efeito corretivo dos direitos antidumping definitivos aplicáveis, desde que tenha sido dada aos importadores envolvidos a oportunidade de se manifestar sobre a medida.
Parágrafo único. Não serão cobrados direitos sobre produtos que tenham sido despachados para consumo antes da data de abertura da investigação.
Art. 2º Para fins de aplicação do disposto no art. 1º, será considerado que:
I - há antecedentes de dumping causador de dano, quando:
a) os produtos importados objeto de dumping foram objeto de medida antidumping, provisória ou definitiva, aplicada no Brasil.
b) os produtos importados objeto de dumping são ou foram objeto de medida antidumping, provisória ou definitiva, aplicada em terceiro país; e
II - o importador estava ou deveria estar ciente de que o produtor ou exportador pratica dumping e de que este causaria dano, quando a data do conhecimento de embarque dos produtos importados a preços de dumping for posterior à data da publicação da Circular SECEX que deu início à investigação.
§ 1º Os fatores que levaram à conclusão quanto à existência de volumosas importações de um produto a preços de dumping em período relativamente curto constarão da Resolução CAMEX que recomendar a cobrança retroativa de direitos antidumping.
2º Para fins de não pagamento do direito em decorrência do disposto do inciso II, cabe ao importador comprovar, junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), que a data do conhecimento de embarque é anterior à data da publicação da Circular SECEX que deu início à investigação.
Art. 3º Os direitos compensatórios definitivos poderão ser cobrados sobre produtos importados subsidiados que tenham sido internados para consumo em até noventa dias antes da data de aplicação das medidas compensatórias provisórias, sempre que se determine, com relação ao produto em questão, que o dano foi causado por importações volumosas, em período relativamente curto e com possibilidade de prejuízo sério ao efeito corretivo dos direitos compensatórios definitivos aplicáveis.
§ 1º Não serão cobrados direitos sobre produtos que tenham sido despachados para consumo antes da data de abertura da investigação.
§ 2º Os fatores que levaram à conclusão quanto à existência de volumosas importações de um produto em período relativamente curto constarão da Resolução CAMEX que recomendar a cobrança retroativa de medidas compensatórias.
Art. 4º As decisões sobre a cobrança retroativa de direitos antidumping e compensatórios da Câmara de Comércio Exterior (Camex) serão instruídas por Parecer da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
ALESSANDRO GOLOMBIESWKI TEIXEIRA
Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
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sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Economistas avestruzes: keynesianos keynesianistas e keynesianófilos...
Até aí, tudo normal: crentes da mesma igreja devem realmente se encontrar.
Mas o que poderia acontecer num encontro acadêmico?
Convidarem economistas de diversas correntes, para um saudável debate.
Como? Não fizeram isso?
Só keynesianos keynesianistas e keynesianófilos participaram do encontro???!!
Mas que bela oportunidade perdida...
Eles ficam se confortando mutuamente, entre keynesianos, e o mundo à volta pega fogo.
Voltam para casa felizes e contentes, tendo falado para si mesmos e ouvido exatamente aquilo que queriam ouvir.
Bonito, não é?
Teve até um keynesiano brasileiro que recomendou que o governo usasse a sua "mão forte" (mas de "maneira suave", esclareceu ele), para fazer uma "depreciação a frio" do câmbio, ou seja, um pouco como aqueles dentistas de antigamente que arrancavam dente no alicate, ou aqueles médicos do século 19 que mandavam o sujeito tomar uma garrafa de uisque (bourbon, seria o caso), e depois abriam a barriga "a frio", sem anestesia.
Bela recomendação.
Enfim, meus cumprimentos atrasados aos keynesianos avestruzes pelo seu congresso.
Por fim, leio, estarrecido que:
1) uma economista da UniCamp (só podia ser da Unicamp) disse que "O único meio de conter o déficit não é fazer contenção fiscal, é crescer"!!! (vocês entenderam?)
2) o coordenador do encontro disse que (transcrevo do jornal) "é preciso que se abandone a ideia de austeridade fiscal e se busque responsabilidade no investimento do setor público". (que gracinha!: o Estado investindo mais, ou seja, retirando um pouco mais de dinheiro da sociedade.)
Eu me pergunto em qual planeta vivem esses economistas ditos keynesianos??!!
Não deve ser neste meu planetinha aqui, neste meu Brasil com contas públicas em desequilíbrio, deve ser em outro lugar, cujas coordenadas desconheço.
Rápido, vamos fazer uma vaquinha para comprar um GPS para a Associação Keynesiana Brasileira...
Paulo Roberto de Almeida