O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 25 de janeiro de 2014

Academia.edu: um bom instrumento para apresentar e intercambiar trabalhos academicos

Não sei bem como cheguei, ou como fui apresentado a este belo instrumento de divulgação e de disseminação e intercâmbio de material acadêmico (e algumas otras cositas más):

Academia.edu = www.academia.edu/

Deve ter sido um colega de academia, obviamente, embora eu me recorde, anteriormente, de me ter associado ao ResearchGate, outra plataforma de formatação e objetivos algo similares:

ResearchGate = www.researchgate.net/

Em todo caso, deixei um pouco de lado este último, ao qual devo retornar dentro em breve (embora não não pretenda ficar duplicando materiais e dobrando meu tempo de uploads) e me concentrei no Academia.edu.

Não foi exatamente por algum motivo exibicionista, mas prático. Meu site pessoal está sobrecarregado, e eu precisaria fazer uma reforma completa na organização, visualização, apresentação, ordenamento e arquitetura visual desse site (www.pralmeida.org), mas tarefas para as quais eu me confesso um total incapaz.
Até cheguei a comprar um Website for Dummies, e devo também ter adquirido algum Idiot's Guide para a mesma coisa, mas não devo ter passado das primeiras páginas. Além de ser refratário a ler manuais, não disponho de tempo livre para simplesmente parar tudo o que estou fazendo para fazer coisas mecânicas e enfadonhas.

Acabei adotando o Academia.edu um pouco como plataforma de "socorro", para guardar textos e poder encontrá-los mais ou menos facilmente, e também para poder dirigir os curiosos, navegantes e pesquisadores a um link mais ou menos seguro, estável e fiável, já que meu site apresenta inúmero problemas de linkagem, além das pragas mais habituais de desformatação, caminhos tortuosos, etc.
Enfim, isso para dizer que essa ferramenta me parece útil e "usável", embora ela tenha duplicado minhas contas, com essa coisa de solicitar apenas nome e sobrenome, e de colocar vínculos com FB e Google (e como eu sou um trapalhão acabo metendo os pés pelas mãos na combinação de todas essas plataformas e ferramentas).
Os interessados em ver o que já coloquei no site, podem acessar minha conta diretamente aqui:

https://uniceub.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida

Alguns exemplos de textos disponíveis, a partir da seção Analytics desse instrumento:

DOCUMENTS

Title30 day viewsAll time viewsLast viewed
2546) Géoéconomie du Brésil : un géant empêtré? (2014)77
19) Integração Regional: uma introdução (2013)77
001) O Paradigma Perdido: a Revolução Burguesa de Florestan Fernandes (1987)77
14) O Estudo das Relações Internacionais do Brasil (2006)77
20) O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos (2013; Kindle edition)66
01) O Mercosul no contexto regional e internacional (1993)66
Complete list of PRA's Chapters in Collective Books44
2510) Democracy Deficit in Emerging Countries: Undemocratic trends in Latin America and the role of Brazil44
427) O Fim de Bretton-Woods?: a longa marcha da Organização Mundial do Comércio (1994)44
210) Relações Internacionais do Brasil: introdução metodológica a um estudo global (1991)44
18) Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (2012)44
223) A Diplomacia do Liberalismo Econômico: As relações econômicas internacionais do Brasil durante a Presidência Dutra (1992)33
10) Relações Brasil-Estados Unidos: assimetrias e convergências (2012; digital)33
17) Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (2011)33
097) O desenvolvimento do Mercosul: progressos e limitações (2013)22
086) O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício analítico (perspectiva histórico-diplomática sobre a emergência de um novo cenário global)” (2010)22
068) The Old Nuclear Question and some new players (2008)22
045) Finanças internacionais do Brasil: uma perspectiva de meio século (1954-2004) (2005)22
Books by P.R. Almeida: a complete list of individual books22
102) Oswaldo Aranha: na continuidade do estadismo de Rio Branco (2013)22
2522) Padrões e tendências das relações internacionais do Brasil em perspectiva histórica: uma síntese tentativa

Divirtam-se...
Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Toda censura se torna sumamente ridicula - Blog Do Triste Tropico - Denise Chrispim Marin

Abaixo, transcrição do post mais recente do blog da jornalista do Estadão Denise Chrispim Marin, sobre a censura à imprensa, especificamente sobre os jornais dos irmãos Mesquita, Estadão e Jornal da Tarde, durante a ditadura militar.
Como os censores são subordinados submissos, e não querem parecer distraídos, desatentos, ou complacentes com as vítimas, eles sempre acabam cortando bem mais do que pretendiam os seus chefes, os gorilas no poder.
Daí cortarem notícias anódinas, que vistas no contexto são sumamente ridículas.
Toda censura é burra, estúpida, uma ofensa à inteligência dos cidadãos.
Tem muito companheiro por aí que adoraria censurar notícias sobre suas patifarias e crimes.
Paulo Roberto de Almeida

Os príncipes e a imprensa livre

Denise Chrispim Mariin
Do Triste Tropico, 24/01/2014
      O Estado de S Paulo trouxe em sua edição de 10 de outubro de 1972, inusitadamente, a seção carta ao editor em sua primeira página. O Jornal da Tarde optou por sair com um espaço em branco na capa. O recado ao leitor fora evidente: o material escolhido fora censurado. Tratava-se de reportagem sobre o discurso do então diretor responsável do Estado, Júlio Mesquita Neto, contra a censura aplicada pelo governo militar brasileiro.
 O palco das críticas do “doutor Julio Neto” fora um encontro da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Santiago, Chile. Quase quarenta anos depois, a instituição prossegue na tarefa de condenar e desmontar os sistemas de restrição à liberdade de expressão vigentes nos vizinhos do Brasil na América Latina.
 O relato sobre esse caso específico de censura ao Estado e ao JT consta da correspondência diplomática (telegrama) 497 do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo daquele mesmo dia. O documento explica ter o Estado enfatizado a mensagem sobre a censura sofrida, em sua segunda edição, ao publicar uma fotografia de Júlio Mesquita Neto no espaço. “Os censores disseram também a outros jornais de São Paulo que a publicação de relatórios da SIP sobre a censura no Brasil está proibida”, completou o telegrama.
 Em pesquisa no Arquivo Nacional dos Estados Unidos, o Estado encontrou outros três documentos diretamente relacionados à resistência dos jornais paulistas e de seus responsáveis à restrição da liberdade de imprensa e à proibição do debate e da crítica sobre temas considerados sensíveis pelo governo militar. O telegrama de outubro de 1972 encontrado no arquivo está incompleto. Parte de seu conteúdo continua submetido às regras americanas de confidencialidade. Apenas a primeira página foi liberada à consulta pública 40 anos depois, em 30 de julho de 2012.
 Os telegramas cobrem um período de relativa instabilidade política, em meados do mandato presidencial do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Com o aparato de repressão e de restrição às liberdades civis sustentado pelo AI-5 (Ato Institucional Número 5, de 1968) e pela ação das forças de segurança, o governo havia ampliado o escopo dos temas sob censura. A candidatura do general Ernesto Geisel, então presidente da Petrobrás, havia sido lançada pela Arena, o partido oficial, à revelia de Médici. O então presidente pretendia manter-se por mais tempo no poder.
Os quatro textos encontrados no Arquivo Nacional não chegam a informar o grau de censura aplicada pelo governo militar sobre o  Estado e o JT. Desde 12 de dezembro de 1968, a véspera da edição do AI-5, ambos sofrera censura prévia. Toda a edição do dia 13 fora apreendida por decisão do general Sílvio Correia de Andrade, chefe da Polícia Federal em São Paulo. Andrade não gostara do editorial “Instituição em Frangalhos”, escrito por Júlio Mesquita Filho.
“Façam as reportagens e escrevam; os censores que cortem”, fora a orientação dos Mesquitas aos jornalistas da casa. Por sugestão do redator Antônio Carvalho Mendes, versos de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, passaram a ser publicados no lugar do material censurado. O JT preferiu preencher os espaços com receitas culinárias.
 Camões apareceu no Estado 655 vezes e, entre 29 de março de 1973 e 3 de janeiro de 1975, 1.136 textos do jornal foram cortados, segundo reportagem de José Maria Mayrink. Repórteres dos dois jornais foram perseguidos e intimidados. O chefe da sucursal de Recife, Carlos Garcia, foi preso e torturado em março de 1974. Um ano e meio depois, Luiz Paulo Costa, correspondente em São José dos Campos, passou pela mesma experiência.
 Apenas em 3 de janeiro de 1975, na véspera do centenário do  Estado, a censura foi oficialmente eliminada, em cumprimento de promessa eleitoral do general Geisel (1974-1979). Mas, na prática, os censores continuaram seu trabalho na redação, e as restrições só acabaram com o fim da vigência do AI-5, em dezembro de 1978.
 Uganda. Em 20 de setembro de 1972, a Embaixada dos EUA em Brasília enviou ao Departamento de Estado o telegrama 835, com detalhes sobre a expansão da censura no momento de tensão entre o presidente Médici e o candidato Geisel. O texto informou o governo americano que a nova cartilha do Ministério da Justiça proibira também textos sobre a situação econômico-financeira do país e o mercado de ações e, particularmente, que o Estado entrevistasse o economista Roberto Campos. Havia rumores sobre o propósito de Campos de criticar duramente o regime, que ele inicialmente apoiara.
 Tanto a cartilha como a resposta “emocional” ao então ministro da Justiça Alfredo Buzaid escrita por Ruy Mesquita, então diretor do JT e atualmente diretor de Opinião do Estado, circularam e foram lidas no plenário do Congresso, diz o telegrama, “criando tensões em torno do que muitos vêem como divergências dentro do ‘sistema’”. Em um comentário final, o telegrama avalia que, se não foi uma refutação a Geisel, a carta de Ruy Mesquita “seria pelo menos um chamado aos que apoiam Geisel para que ele suavizasse as presentes restrições políticas” no País.
 Trechos da carta foram copiados no telegrama, para acentuar a indignação do diretor do JT com os rumos adotados pelo regime, seus meios arbitrários e a censura aos meios de comunicação. “Mesquita disse que ele está ‘profundamente humilhado e envergonhado’ porque ‘o Brasil foi trazido à condição de uma república de bananas ou uma espécie de Uganda por um governo que parece ter perdido a compostura’”, diz o texto.
 Houve destaque, no telegrama, à comparação feita por Ruy Mesquita do governo Médici aos da “Alemanha de Hitler, Itália de Mussolini e Rússia de Stalin” e a sua crítica aos rumos tomados pelo regime. “O Brasil vai aprender a história verdadeira desse período, quando foram abandonados os objetivos traçados pelo grande líder da Revolução de 64, Marechal Castelo Branco, e passou a ser conduzida pelos objetivos do caudilhismo militar, que estão ultrapassados até mesmo nas repúblicas hispano-americanas”, reproduz o telegrama.
 Príncipes. No telegrama 911, intitulado “Censura contra a Imprensa Brasileira – Uma Noite com Júlio Mesquita”, o Consulado Americano em São Paulo traz a avaliação do diretor do Estado sobre a situação política do País durante um jantar informal de empresários dos dois países, promovido pelo Conselho das Américas.  O documento foi enviado em 22 de setembro de 1972.
 Mesquita relatara que, ao final de encontros com os então ministros Leitão de Abreu (Casa Civil) e Buzaid, estava convencido de que eles e outros colaboradores do governo estavam promovendo a extensão do mandato de Médici ou um novo mandato para o presidente. “Ele enfatizou o papel da família Mesquita e de O Estado nos destinos do Brasil e que eles eram duradouros guardiães da liberdade de imprensa no País”, afirmou o redator do telegrama.
 “Os Mesquitas não podiam aceitar o continuísmo, e Júlio não escondeu sua simpatia pela candidatura de Ernesto Geisel”, mencionou, para em seguida citar novamente a carta de Ruy Mesquita a Buzaid.
 “Príncipes, Orgulho e Poder” foi o título do telegrama A-61, do Consulado Americano em São Paulo, sobre “uma das maiores instituições brasileiras, o jornal O Estado de S Paulo“. Diz o texto que o jornal se guiava pelas tradições e orientações filosóficas de seus fundadores e então proprietários – todos diretamente envolvidos produção jornalística.
 Naquele momento, o Estado tinha “poderosos inimigos e amigos fieis” e estava em constante conflito com o governo por causa da censura à imprensa, explica o telegrama. Seus leitores eram da “elite bem-informada e demandante”, mas o jornal fazia poucas concessões a eles. Os donos zelavam pela independência e segurança financeira do Estado, por necessidade editorial e por seus interesses econômicos, completa o texto.
 “As pessoas que conduzem e trabalham para o  Estado o fazem com seriedade. Eles estão convencidos de que o  Estado é um dos jornais diários preeminentes no mundo e que é missão deles preservar suas tradições e mantê-lo grande”, diz o telegrama. “Sua rígida independência é muito conhecida, como também seus contenciosos, contradições e desavergonhados preconceitos profundamente arraigados”, critica.
 Júlio e Ruy Mesquita são descritos como  ”príncipes”, os herdeiros da família de jornalistas proprietária até o dias de hoje da empresa de comunicação. Dr. Julio Mesquita, diretor responsável entre 1891 e 1927, é comparado a James Reston (1909-1995), colunista e editor do New York Times. Julio Filho, seu sucessor na condução do jornal, entre 1927 e 1969,  ”carregou sua tradição”, e Julio Neto (1969-1996) “é mais distante que seus predecessores, porém ainda envolvido ativamente no dia-a-dia das decisões editorais”, diz o texto.
 O telegrama A-61 detalha o estilo operacional adotado pelo irmão de Júlio Neto, Ruy Mesquita, à frente do JT naquela época. “Sua escrivaninha está no centro da redação, de onde ele conduz sua equipe, escreve editoriais, manchetes e reportagens e é ativo quanto à distribuição do jornal”, afirma o telegrama.

Sambas e tragedias? A rapida deterioracao das transacoes correntes no Brasil

Não é bem verdade que o Brasil ainda é credor internacional, apenas por ter reservas internacionais nominalmente acima das obrigações externas (dívida pública e comercial).
Se formos considerar, junto com a dívida, todos os compromissos do BC sob a forma de swaps cambiais, isso já supera o total das reservas.
Por outro lado, os analistas não estão considerando o custo fiscal das reservas: colocadas em T-bonds, elas só rendem o que pagam esses títulos do governo americano, ou seja, muito pouco.
Ora, para comprar os dólares de que necessita para formar as suas reservas, o governo emite títulos da dívida brasileira. A diferença entre o que paga de juros, e o que recebe de juros, deve dar pelo menos 10%, o que por alto deve somar uns 35 bilhões de dólares de pagamentos líquidos por ano.
Bom negócio?
Eu não diria...
Paulo Roberto de Almeida 

G1, 24/01/2014

A conta de transações correntes do Brasil, um dos principais indicadores da situação da economia brasileira, fechou 2013 com um déficit inédito de US$ 81,37 bilhões, informou o Banco Central nesta sexta-feira (24).
Para chegar a esse valor se somam os resultados da balança comercial (saldo entre importações e exportações) e de outras operações não comerciais que impliquem entrada ou saída de capitais (serviços e rendas).
Com isso, após todas essas contas, o déficit superou o resultado negativo registrado em 2012 (-US$ 54,23 bilhões, recorde histórico para um ano fechado) e teve alta de 50% no ano passado.
Na proporção com o PIB, também houve forte deterioração do resultado em transações correntes. No ano passado, o resultado negativo em conta corrente somou 3,66% do PIB – o pior valor, para um ano fechado, desde 2001 (4,19% do PIB).
A expectativa do Banco Central é de que o déficit em transações correntes tenha pequena queda em 2014, para US$ 78 bilhões. Na proporção com o PIB, somaria 3,5%. O mercado financeiro prevê um déficit menor que o BC para este ano, de US$ 72 bilhões.
Balança comercial piora
Os números do Banco Central mostram que a deterioração das contas externas está relacionada com a má situação da balança comercial, que registrou, no ano passado, o pior resultado em 13 anos. Em 2013, a balança teve um superávit de US$ 2,55 bilhões, contra um resultado positivo de US$ 19,39 bilhões no ano anterior. Houve, deste modo, uma reversão de US$ 16,83 bilhões no saldo comercial no último ano.
Em outras palavras, estamos vendendo menos os produtos que produzimos e compramos cada vez mais.
Os outros componentes das contas externas, entretanto, também mostraram deterioração no primeiro semestre de 2013. O resultado negativo da conta de serviços (que inclui, entre outras coisas, turismo e aluguel de equipamento), por exemplo, somou US$ 47,5 bilhões em 2013, impulsionadas, entre outros, pelos gastos recordes de brasileiros no exterior , o que representa aumento frente ao déficit de US$ 41 bilhões registrado em 2012.
Nas rendas (nas quais entram desde a multinacional que envia ou traz dinheiro do exterior ao ganho ou perda de rendimentos em investimentos em outras moedas), o déficit somou US$ 39,77 bilhões em 2013 – com alta frente ao mesmo período do ano passado (-US$ 35,44 bilhões).
Investimentos estrangeiros
O BC informou ainda que os investimentos estrangeiros diretos (empresas ou investidores que resolvem colocar dinheiro no Brasil) somaram US$ 64 bilhões em 2013, com queda de 1,87% frente ao ano anterior (US$ 65,27 bilhões). O valor ficou abaixo também do recorde histórico para este indicador, registrado em 2011 (US$ 66,6 bilhões).
Financiamento do déficit externo
O BC confirmou, assim, que o resultado negativo da conta corrente (US$ 81,37 bilhões) não foi integralmente "financiado" pela entrada de investimentos produtivos na economia brasileira em 2013 – algo que não acontece desde 2001.
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Analistas alertam, entretanto, que em um cenário de crescimento menor do PIB e menor disponibilidade de recursos nos mercados (com a sinalização do fim das medidas de estímulo nos Estados Unidos), e com uma confiança menor na economia brasileira, a atratividade do Brasil também é mais baixa – o que pode significar mais dificuldades no financiamento do déficit das contas externas.

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, avaliou, porém, que as reservas internacionais brasileiras ainda são maiores do que a dívida externa do país, o que confere ao país a posição de credor líquido , e que a dívida externa de curto prazo (até um ano) representa pouco mais de 10% do valor total do endividamento externo brasileiro.

Divida publica: quem vai pagar?

Não é o Brasil. Mas não estamos muito melhor...
Considerem o diferencial entre as taxas de crescimento da dívida, comparada ao crescimento do PIB americano e da inflação. A dívida aumenta mais rápido.
O que vai ocorrer?
Só existem três "soluções": mais inflação, mais dívida, mais juros da dívida, o que dá baixo crescimento.
Paulo Roberto de Almeida 

Can we inflate the debt away?
By Robert Romano
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After a brief slowdown in fiscal year 2013 that ended September 30 — when the national debt grew "only" by $671.9 billion at a 4.18 percent rate — 2014 is shaping up to be another year awash in red ink.
So far, since October 1, the debt has skyrocketed another $537.9 billion. And we're not even halfway through the fiscal year yet.
Of course, the 2013 slowdown and subsequent explosion is entirely on account of the temporary standoffs between Congress and President Barack Obama over the debt ceiling last year.
As a result of legislative gridlock, the debt ceiling was not significantly raised for several months, and the growth of the national debt was briefly arrested. From Dec. 31, 2012 through Jan. 31, 2013 it held at about $16.4 trillion. And from May 31, 2013 all the way through the end of the government shutdown, it stood at about $16.7 trillion.
More than half of the increase in debt for fiscal year 2014 — some $328.2 billion — occurred on a single day: October 17, the day after the government shutdown ended.
Now the debt ceiling has been "suspended" — which is to say it is no longer in effect — until February 7.  
Assuming Congress once again raises it, since the single-day explosion of October 17the debt has risen at a rate of about $2 billion a day. With roughly 250 days left in the fiscal year, then we can expect another $500 billion increase in the debt bySeptember 30.
By then, the debt will have increased by more than $1 trillion for the 2014 fiscal year, or at a greater than 6 percent increase.
That is much faster than even nominal economic growth as measured by the Bureau of Economic Analysis. So far, through three quarters, the economy has only grown a 2.97 percent before adjusting for inflation, or at a 3.96 percent rate annualized.
Meaning the debt-to-GDP ratio, at 99 percent as of September 30, will continue rising this year, and every year thereafter so long as the debt grows faster than the economy. We may not be able to grow our way out of this mess.
And we may not be able to inflate our way out of it either. Inflation only came in at 1.46 percent in 2013, and that includes food and energy.
In fact, since 1981, only twice has inflation outpaced the growth of the debt: in 2000 and 2001.
One very good reason for that is after 1981 was about the time the U.S. began running massive balance of payments deficits. That is, more capital flowed overseas via trade, interest payments, and other transactions than was brought in.
As a result, despite massive deficit-spending and now, even with $900 billion of quantitative easing each year by the Federal Reserve, inflation has remained subdued here — because we have exported it overseas.
As long as the debt keeps growing at a pace faster than nominal economic growth and inflation, our ability to repay it over time will by definition be diminished. Eventually, it will become so large as to be impossible to be refinanced, let alone be repaid, when we run out of willing and able lenders.
So let the salons pretend that we "owe it to ourselves." Or that somehow, we possess some uncanny ability to repay it by inflating it away with printed money. In the end, none of that is going to work. Every day that goes by, the probability of default increases.
But perhaps we shouldn't say that too loudly. After all, we don't want to get anythreatening phone calls from the Department of Treasury for telling the truth about the debt.
Robert Romano is the senior editor of Americans for Limited Government.

Tangos e tragedias, 5: Poupanca em dolares novamente autorizada, pero hay dudas...

El Gobierno anunció que liberará la compra de dólares para ahorro, pero hay dudas

POR DANIEL FERNANDEZ CANEDO

Lo anunciaron juntos Capitanich y Kicillof. No aceptaron preguntas ni dieron precisiones. El jefe de Gabinete lo sintetizó así: "Hemos decidido autorizar la compra de dólares para tenencia y ahorro".
El Clarin, 24/01/2014
Anuncios económicos en la habitual conferencia de prensa de Capitanich. (DyN)
24/01/14 - 08:11
En forma sorpresiva, Jorge Capitanich, el jefe de Gabinete, anunció esta mañana: "Hemos decidido autorizar la compra de dólares para tenencia y ahorro", en lo que aparece como una vuelta de campana de la politica del cepo cambiario implementada a partir de octubre de 2011.
La noticia abre un número importante de interrogantes, pero esencialmente dos: a qué precio se podrán comprar los dólares para atesoramiento y si esa operatoria estará limitada o no a aquéllos que puedan demostrar capacidad contributiva (que estén en blanco).
Desde el punto de vista de la politica del "sinceramiento" que está llevando adelante el gobierno en materia cambiaria (el precio del dolar oficial subió 9% el jueves generando la devaluacion del peso más importante en más de una década), empezar a dar vuelta el cepo tiene la lógica de empezar a desandar un camino que le generó más problemas que soluciones a las alicaídas reservas del Banco Central.
En si mismo, el anuncio oficial implica el reconocimiento del fracaso del cepo y, a la vez, le agrega sentido a la fuerte devaluación de las últimas semanas en la búsqueda de que los exportadores de granos liquiden las existencias que pudiesen tener retenidas.
También podría estar indicando que las negociaciones del ministro Axel Kicillof con el Club de París para resolver el default de 9.000 millones de dólares que aún mantiene la Argentina con los países desarrollados, está exigiendo la normalización del frente externo.
Esta semana fue la de los vaivenes. Comenzó con un jefe de Gabinete diciendo que la politica cambiaria era de "flotación administrada". Siguió con un saltito del dólar oficial en función "de la oferta y la demanda". Se extendió con una suba de 9% del dólar oficial y termina con un anuncio aún impreciso sobre que a partir del lunes se podrán comprar dólares con motivo de ahorro, algo que hasta ahora esta prohibido.
Un camino acelerado y de respuesta desesperada ante el problema de la escasez de divisas que soporta el Banco Central.
Pregunta obvia: ¿a partir del lunes le permitirán a cualquier ahorrista comprar dólares a 8 pesos en el mercado formal de cambios? El anuncio oficial resulta incompleto para prever consecuencias, pero sí un fin de semana con más novedades cambiarias.