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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Petrobras-Pasadena: vivemos na Republica Federativa da Mafia? - Valor Economico

A avalanche de dados impressionantes sobre esses escândalo de Pasadena vai muito além, MUITO ALÉM, de Pasadena. Começou antes, continuou durante toda a gestão companheira, e continua ainda agora, pois os mesmos companheiros continuam à frente da companhia, e de seus Conselho, e atuam desesperadamente para impedir que a sociedade tome conhecimento desses... "malfeitos", como diria alguém.
Não querem que a sociedade saiba, não querem que o Parlamento examine essa podridão, não querem sequer que se discuta a questão.
Os fundamentalistas do partido totalitário fazem apenas o seu trabalho de disciplina cega. Os responsáveis são os donos do empreendimento, infelizmente muito conhecido por outro nome em outras circunstâncias.
Em que país vivemos?
Paulo Roberto de Almeida

Gastos com refinaria ultrapassam US$ 1,5 bilhão
Por Cláudia Schüffner | Do Rio/
Valor Econômico, 4/04/2014

Os bastidores das negociações na Petrobras para a compra da refinaria de Pasadena, em 2005, mostram que a negociação causou uma série de negócios ruinosos para a estatal que ainda não foram totalmente esclarecidos. Vários documentos produzidos pela Petrobras, inclusive relatórios em resposta a auditores, e um conjunto de atas das reuniões da diretoria executiva e do conselho de administração às quais o Valor teve acesso, mostram que logo depois da compra já era possível notar que a refinaria de Pasadena tinha sérios problemas operacionais e ambientais. E eles poderiam ter sido detectados no período de "due dilligence", quando se estudam os ativos e que normalmente ocorre no período após o acerto para compra e antes do pagamento. No caso de Pasadena, esse período durou de fevereiro até setembro de 2006.
Uma auditoria da empresa Sage Environmental Consulting feita em maio de 2005 tinha detectado vários problemas. Essa avaliação foi mencionada sete anos depois da compra, em documento da área internacional produzido em 2012 e que respondia a uma auditoria interna da estatal. Investimentos posteriores da Petrobras na refinaria, que até hoje não produz gasolina nos padrões exigidos pela regulação americana, elevaram o investimento da Petrobras na refinaria texana para cerca de US$ 1,6 bilhão. Mas o valor pode superar os US$ 2 bilhões quando forem conhecidos os resultados de Pasadena, que não são divulgados separadamente mas sim dentro do resultado de todas as áreas internacionais reunidas em uma subsidiária no exterior.
Os problemas ambientais e a necessidade de investimentos na refinaria foram obscurecidos pela briga entre os sócios, cujos detalhes começaram a vir a público no último mês. Os primeiros pedidos de recursos para investimento na refinaria americana surgiram em 2006, quando a Astra ainda era sócia. Pela sequência de investimentos e contratos subsequentes, fica difícil compreender por que essa refinaria não foi vendida antes.
Na reunião do dia 21 de setembro de 2006, um ano depois da compra de Pasadena, o então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, propôs que a diretoria autorizasse "investimentos típicos de fases mais avançadas do Revamp [expansão] de Pasadena" e que os representantes da Petrobras no "board e superboard" (esse último o comitê gestor formado por representantes dos sócios) aprovassem orçamento de gastos de US$ 61,87 milhões. O Revamp é um investimento para ampliação e modernização da refinaria, para que ela pudesse processar o óleo pesado brasileiro extraído do campo de Marlim.
O representante da Petrobras no comitê gestor que a presidente da estatal Graça Foster disse recentemente desconhecer era o ex-diretor de Refino e Comercialização Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal em 20 de março, em uma operação para desbaratar um esquema de lavagem de dinheiro. O valor proposto por Cerveró para início do obra, segundo a ata, correspondia à participação acionária da estatal, podendo atingir um máximo de US$ 123 milhões.
Dois meses depois, na reunião de diretoria do dia 16 de novembro de 2006, foi proposta a assinatura de uma carta de intenção, sem licitação, com a construtora Norberto Odebrecht para essa obra. A proposta foi levada à diretoria pelo então gerente executivo de engenharia, Pedro Barusco, representando o diretor de Serviços, Renato Duque, e não o diretor internacional (Cerveró). Barusco submeteu o pedido de autorização para que o representante no superboard (Paulo Roberto Costa) atuasse "de modo a obter a concordância" daqueles colegiados para assinatura da carta de intenção com a Odebrecht.
Em fevereiro daquele ano, o assunto veio à tona novamente. Outra ata mostra que Cerveró recomenda à Petrobras America Inc (PAI) que "participe nos investimentos de adaptação da refinaria de Pasadena ao processamento de petróleo Marlim". O custo avaliado então era de US$ 588 milhões para a Petrobras. Considerando-se que a brasileira tinha 50%, é possível supor que o investimento total - a ser feito pela Odebrecht sem concorrência - seria de US$ 1,176 bilhão. A ampliação e adaptação da planta nunca ocorreram.
Cerveró deixou a Petrobras em março de 2008. Em maio daquele ano, seu sucessor, Jorge Zelada, fez sua estreia no colegiado com proposta para obras do chamado Plano de Ação na Área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). A diretoria aprovou, mas submeteu o assunto ao conselho de administração. Graça Foster, então diretora de Gás e Energia, não participou da segunda reunião. Em setembro de 2009, o assunto SMS voltou à pauta. Jorge Zelada pediu que a diretoria recomendasse à Petrobras América "a continuidade" do plano de SMS e "confiabilidade operacional da Refinaria de Pasadena".
Na exposição de motivos Zelada afirmava ainda que o desembolso previsto no plano anual de negócios da Petrobras de 2009 era de US$ 89 milhões, provavelmente em referência aos valores destinados aos Estados Unidos. Não fica claro se esse gasto aconteceu. Um ano depois, na reunião de diretoria de 30 de setembro de 2010, Zelada já apresentou a Odebrecht como vencedora de uma licitação que posteriormente foi questionada pela auditoria interna. O preço era de US$ 825,66 milhões para fazer serviços em nove países. Esse valor já trazia um "desconto" com relação ao preço inicial, de US$ 850 milhões.
Um dado curioso sobre esse contrato de SMS é que a Petrobras já tinha manifestado a intenção de vender vários ativos internacionais em alguns dos países contemplados pelo contrato "guarda-chuva". Mesmo assim, a Odebrecht assinou o contrato em outubro de 2010. Previa serviços de SMS para a Petrobras, como limpeza e troca de tanques de armazenamento nos vários postos de combustíveis nos diversos países e também em gasodutos, oleodutos e refinarias. Os países atendidos eram Paraguai, Uruguai, Argentina, Equador, Chile, Colômbia, Bolívia, Japão e Estados Unidos.
A refinaria San Lorenzo, na Argentina, tinha sido vendida em maio de 2010 por US$ 36 milhões que somados a 386 postos de serviços e estoques renderam à estatal brasileira US$ 110 milhões, restando apenas a de Bahía Blanca. Mesmo assim, o preço estabelecido no contrato de SMS para a Argentina previa investimento inicial de US$ 305 milhões - quase três vezes o custo de San Lorenzo e da rede de postos vendida. O valor foi reduzido posteriormente para US$ 182 milhões. Em novembro daquele ano o então presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, informava ao Valor que analisava a venda das refinarias no exterior para ajuste de portfólio.

Em alguns casos, o valor dos serviços a serem pagos para a Odebrecht estava próximo do preço de aquisição dos ativos. É o caso da rede de postos do Paraguai, Uruguai e Colômbia, que juntos custaram US 140 milhões em dezembro de 2005 e cujo SMS custaria quase US$ 86 milhões, somando-se os valores estipulados inicialmente para cada um dos três países. Uma fonte informa que o contrato não foi efetivado na Colômbia (onde estavam previstos US$ 31,3 milhões), enquanto que no Paraguai foram gastos US$ 47 milhões, mais que os US$ 38 milhões aprovados inicialmente, devido a problemas ambientais encontrados.
Voltando à gênese desse contrato, o colegiado aprovou os US$ 825,6 milhões ressalvando que os serviços relativos às refinarias Bahía Blanca (Argentina), Okinawa (Japão) e Pasadena (Estados Unidos) fossem apresentados aos demais diretores antes de sua execução e que os serviços executados fossem os "essenciais à segurança operacional, pessoal, da saúde e do meio ambiente". Nas atas às quais o Valor teve acesso, não se vê nenhum estranhamento com o fato de a licitação ter sido desenhada para um bloco de países, quando é possível imaginar que empresas no Japão teriam custo menor para qualquer obra em Okinawa, o mesmo acontecendo no Texas, um dos berços da indústria de petróleo ocidental.
Como o conselho pediu apresentação prévia dos orçamentos para as refinarias, em março de 2011 Zelada submeteu ao colegiado contrato de US$ 175,959 milhões para Pasadena. Na ata, o ex-diretor internacional explica que o contrato com a Odebrecht Construction Inc pedindo que a controladora recomendasse à Petrobras America, subsidiária integral da Petrobras nos Estados Unidos, fosse orientada a contratar "de imediato", a empresa da Odebrecht para o início dos trabalhos.
A ata diz ainda que o diretor financeiro, Almir Barbassa, registrou a "necessidade de avaliação prévia acerca da viabilidade econômica da refinaria". A execução do contrato de SMS nos Estados Unidos tinha orçamento inicial de US$ 191 milhões, mas com desconto o valor caiu para US$ 175 milhões, todos para a refinaria Pasadena. Do total, uma fonte explicou que nem tudo foi executado, porque um equipamento chamado Sistema de Lavagem de Gás foi comprado, mas não foi instalado. Com isso, faltaram ser executados US$ 14 milhões, segundo a fonte, que foram deduzidos no final.
Um dos inúmeros problemas no contrato de SMS apontados em 2012 pela auditoria interna da Petrobras, quando Graça Foster já ocupava a presidência da estatal e interinamente a diretoria da área internacional (que ela acumula até hoje), é que a licitação foi feita às pressas. O prazo inicial era de 20 dias, que foram esticados para 35 dias. Entre os vários vícios apontados pela auditoria interna da estatal realizada em outubro de 2012, estava a inexistência de uma cópia do edital em língua inglesa (numa concorrência internacional) e a exigência de preenchimento manual de 8,8 mil itens das planilhas de preços, só para citar alguns. Participaram as gigantes japonesas Mitsui e Marubeni, o mesmo acontecendo com as americanas KBR (novo nome da Halliburton) e a Bechtel. Mas as estrangeiras perderam, assim como as brasileiras Construtora Andrade Gutierrez e Construtora OAS. A Construtora Camargo Corrêa declinou do convite.
Uma fonte envolvida disse, no ano passado, que o chefe da auditoria da Petrobras, Gerson Luiz Gonçalves, considerou esse o pior contrato que ele tinha visto em seus 35 anos na estatal. Lendo o relatório, vê-se o porquê. Segundo dados da auditoria interna, a Atnas Engenharia, empresa contratada pela Petrobras para fiscalizar o contrato com a Odebrecht - pelo qual foram pagos R$ 29 milhões - fez um diagnóstico concluindo que "80% dos projetos analisados não possuíam dados suficientes para a sua execução". Os auditores também consideraram que houve superdimensionamento de custos entre as diversas irregularidades identificadas. Os auditores apontaram ainda o fato de o contrato definir pagamentos de 11% para mobilização e 29% para supervisão do contrato, uma quantia equivalente a US$ 330,9 milhões "dissociados de qualquer dos serviços contratados".
Também foram encontrados gastos de mobilização no Brasil de US$ 33 milhões, onde não havia nenhuma obra a ser feita. Na resposta aos auditores, a área internacional informou que a centralização dos serviços em nove países possibilitaria "ganhos de escala, com serviços geridos sob uma única estrutura de gestão", ressaltando ainda redução de custos indiretos. Sobre a mobilização no Brasil, a área explicou que "uma vez que o contrato possua um caráter não permanente em diversos países a serem mobilizados, espera-se também uma quantidade de expatriações e movimentações de funcionários da contratada através do seu referente custeio a partir dos custos de supervisão, como por exemplo, adicionais por transferência, pagamento de aluguéis, escolas, retorno à base a partir da política de expatriação e outros".
Em 2012, Graça Foster passou a investigar esse contrato e forçou uma redução e o valor final pago para a Odebrecht, que em janeiro de 2013 acabou ficando em US$ 481 milhões. Como não haviam sido feitos desembolsos na Colômbia, Bolívia, Equador e Japão, uma parte dos valores referentes a esses países puderam ser deduzidos do preço inicial. No Brasil, por exemplo, o orçamento de US$ 83,2 milhões ficou por US$ 62,9 milhões. Já tinham transcorridos os três anos previstos inicialmente e o contrato foi encerrado em fevereiro de 2014, apesar da possibilidade de ser prorrogado.
Em nota enviada ao Valor sobre a diminuição dos valores, a Odebrecht Engenharia Ambiental afirma que "a redução foi consequência da diminuição do escopo dos contratos, decorrência do plano de desinvestimentos da Petrobras no exterior, no qual a prestação de serviços, originalmente prevista para nove países, foi reduzida para quatro". E esclareceu ainda que "as obras contratadas já foram concluídas e entregues".
Na nota, a Odebrecht negou irregularidade nos contratos com a Petrobras, que segundo a empresa foram "conquistados legitimamente por meio de concorrências públicas". A companhia também afirma que sua proposta "foi elaborada com base no processo licitatório lançado pela Petrobras, com informações necessárias para a formação de preços". A Odebrecht disse ainda que "desconhece o relatório da auditoria interna da Petrobras em relação aos contratos".

Considerando-se apenas os contratos aprovados nas reuniões cujas atas o Valor teve acesso, a "conta" de Pasadena já chega a quase US$ 1,6 bilhão. Além dos US$ 1,18 bilhão gastos na aquisição de 100% da refinaria de Pasadena, os gastos da estatal foram bem acima desse valor. É preciso acrescentar, por exemplo, os US$ 175 milhões gastos só no contrato de SMS (para adequar as instalações para atender as normas de saúde, meio ambiente e segurança dos funcionários) com a Odebrecht. Mas não é só. Diversas atas das reuniões da diretoria executiva da Petrobras obtidas mostram aprovações para investimentos diversos em Pasadena com pedidos de autorização para remessas ou a contratação de serviços que somam US$ 218 milhões com diversas empresas. Com elas e mais o SMS, chega-se à quantia de US$ 400 milhões gastos pela Petrobras.
Atas das reuniões do colegiado entre outubro de 2008 e janeiro de 2011 mostram pedidos de autorização para contratação de diversas empresas que fariam reparos nos sistemas de tancagem, para fornecimento de gás, serviços de manutenção e até para conserto da unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC) que é um dos sistemas mais importantes de uma unidade de refino. Não fica claro porque esses investimentos, que deviam ser resolvidos pelos executivos da empresa nos Estados Unidos, tiveram que ser levados à diretoria no Rio de Janeiro.

Na página da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, na internet, aparecem várias autuações do órgão ambiental contra Pasadena. A agência, que é equivalente ao Ibama brasileiro, aplicou multas de US$ 322,269 mil na refinaria de Petrobras por violações à regulação ambiental e que mostram que essa refinaria continua sendo um pesadelo para a Petrobras. Ela já teve dois incêndios e em dezembro de 2011 houve um de grandes proporções na unidade de coque que, segundo documento produzido na estatal ao qual o Valor teve acesso, causou "praticamente a destruição total da unidade". Mas não foi o único. Mesmo assim a refinaria foi retirada da lista de ativos à venda, pois o preço baixo da oferta recebida pela Petrobras, próxima de US$ 100 milhões, faria com os prejuízos da estão nessa unidade sejam cristalizados no balanço.

Escola sem Partido, de esquerda ou de direita - Miguel Nagib

Excelente artigo e bons argumentos os do Miguel Nagib sobre esse triste espetáculo da S. Francisco da USP.
Grato ao Orlando Tambosi.
Paulo Roberto de Almeida 

Em artigo publicado na Gazeta do Povo, o advogado Miguel Nagib, que mantém o site Escola sem Partido, comenta o triste espetáculo ideológico promovido na Faculdade de Direito da USP:

Um dos episódios mais comentados da semana foi a invasão de uma sala de aula da Faculdade de Direito da USP, ocorrida no momento em que o professor de Direito Administrativo Eduardo Lobo Botelho Gualazzi lia para seus alunos um artigo em que expressa suas convicções políticas e ideológicas e defende a revolução/golpe/contragolpe (como queiram) de 1964. O vídeo está disponível no YouTube.

Não há dúvida de que o espetáculo promovido pelos estudantes é inaceitável: coisa de extremistas ideológicos. Ainda não dá para comparar com a violência dos guardas vermelhos durante a Revolução Cultural, na China, mas é só uma questão de tempo para esses fascistas de esquerda chegarem lá.

A invasão, todavia, não é o único aspecto que chama a atenção nesse episódio lamentável. Há também a conduta do professor. Não nos parece que ele tivesse o direito de usar uma aula da sua disciplina (que é obrigatória) para constranger os alunos a ouvi-lo dissertar sobre assuntos que nada têm a ver com Direito Administrativo.

Com efeito, a única forma de conciliar o caráter obrigatório de uma disciplina com a liberdade de consciência (ou liberdade de aprender) dos estudantes é limitar a liberdade de cátedra (ou liberdade de ensinar) do professor ao conteúdo específico dessa disciplina, que é a área, afinal, na qual se supõe que ele tenha algo a ensinar aos alunos.

Se o estudante não é livre para se levantar e sair da sala sem que esse ato possa lhe acarretar algum prejuízo, o professor não pode ser livre para ir além do conteúdo específico de sua disciplina para dizer, ex cathedra, o que bem entenda. Ainda que se possa tolerar, aqui e ali, algum comentário de cunho político ou ideológico, isso não pode ser a regra. Não se pode admitir que um professor se aproveite da autoridade que lhe é conferida pela cátedra e da audiência (literalmente) cativa dos alunos para promover suas próprias concepções políticas e ideológicas, sejam elas quais forem.

Portanto, se o professor desejava expor suas ideias sobre assuntos que não fazem parte da sua disciplina – política, economia, história etc. –, deveria ter dito aos estudantes: “No dia tal, a tal hora, no auditório tal, farei uma palestra sobre tais assuntos. Quem quiser, que apareça”.

O melhor antídoto contra a instrumentalização do ensino para fins políticos e ideológicos ainda é a conhecida, mas negligenciada, lição de Max Weber: “Tanto ao profeta quanto ao demagogo se deve dizer: ‘Vá às ruas e fale em público’, quer dizer, que ele fale em lugar onde possa ser criticado. Em uma sala de aula enfrenta-se o auditório de maneira totalmente diversa: a palavra é do professor, e os estudantes estão condenados ao silêncio. Impõem as circunstâncias que os alunos sejam obrigados a seguir os cursos de um professor, tendo em vista a futura carreira e que ninguém dos presentes a uma sala de aula possa criticar o mestre. É imperdoável a um professor valer-se dessa situação para buscar incutir em seus discípulos as suas próprias concepções políticas, em vez de lhes ser útil, como é seu dever, através da transmissão de conhecimento e de experiência científica”.

Em suma: erraram os invasores; errou o professor.

EUA a caminho do desastre europeu: cada vez mais dependentes do Estado

The New Welfare Map
                                                         
11 States of the USA now have More People on Welfare than they do Employed! Last month, the Senate Budget
Committee reports that in fiscal year 2012, between food stamps, housing support, child care, Medicaid and other benefits, the average U.S. Household below the poverty line received $168.00 a day in government support.
What's the problem with that much support? Well, the median household income in America is just over $50,000,
which averages out to $137.13 a day.To put it another way, being on welfare now pays the equivalent of $30.00 an hour for a 40-hour week, while the average job pays $20.00 an hour. 
*************************************
Furthermore:
There are actually two messages here. The first is very interesting, but the second is absolutely astounding - and
explains a lot. 
A recent "Investor's Business Daily" article provided very interesting statistics from a survey by the United Nations
International Health Organization. 
Percentage of men and women who survived a cancer five years after diagnosis:
U.S. 65%
England 46%
Canada 42%

Percentage of patients diagnosed with diabetes who received treatment within six months:
U.S. 93%
England 15%
Canada 43%

Percentage of seniors needing hip replacement who received it within six months:
U.S. 90%
England 15%
Canada 43%

Percentage referred to a medical specialist who see one within one month:
U.S. 77%
England 40%
Canada 43%

Number of MRI scanners (a prime diagnostic tool) per million people:
U.S. 71
England 14
Canada 18

Percentage of seniors (65+), with low income, who say they are in "excellent health":
U.S. 12%
England 2%
Canada 6%
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And now..for the last statistic:
National Health Insurance?
U.S. NO
England YES
Canada YES
*************************************
Check the last set of statistics!!
The percentage of each past president's cabinet... who had worked in the private business sector...prior to their
appointment to the cabinet. You know what the private business sector is; a real-life business...not a government
job.Here are the percentages. 

T. Roosevelt................38%
Taft.............................40%
Wilson .......................52%
Harding.......................49%
Coolidge......................48%
Hoover.........................42%
F. Roosevelt.................50%
Truman........................50%
Eisenhower..................57%
Kennedy.......................30%
Johnson.......................47%
Nixon............................53%
Ford.............................42%
Carter...........................32%
Reagan........................56%
GH Bush......................51%
Clinton ........................39%
GW Bush.....................55%
Obama............... 8%

This helps explain the incompetence of this administration: 
ONLY 8% of them...have ever worked in private business! 
That's right! Only eight percent---the least, by far, of the last 19 presidents!And these people are trying to tell our big corporations...how to run their business?
How can the president of a major nation and society...the one with the most successful economic system in world history, stand and talk about business...when he's never worked for one? Or about jobs...when he has never really had one? And, when it's the same for 92% of his senior staff and closest advisers?They've spent most of their time in academia, government, and/or non-profit jobs.Or...as "community organizers."

Fukuyama e a Confianca: base da riqueza das nacoes - Gary North

O francês Alain Peyrefytte também tem um livro chamado La Société de Confiance, que vale a pena ler.
Paulo Roberto de Almeida

Uma característica crucial para o enriquecimento de qualquer economia: a confiança
por , Instituto Mises Brasil, segunda-feira, 31 de março de 2014

 

firma.jpgFrancis Fukuyama ficou famoso em 1988 por causa da publicação de seu livro O Fim da História.  A tese que ele defendia era tola e simplória: a democracia liberal havia derrotado todos os sistemas e, dali em diante, passaria a ser o arranjo preponderante e superior a todos os outros.  Isso se comprovou uma óbvia inverdade.  Pense no Islã.  Pense na política burocrática reinante na China.  Pense em Hong Kong e em Cingapura, que não têm democracia — ao menos, não no estilo defendido por Fukuyama.
À época, o livro recebeu uma estrondosa publicidade.  Hoje, ele raramente é citado.  Nunca entendi por que esse livro foi levado a sério.  No entanto, durante um bom tempo, várias pessoas o levaram a sério.
Em 1995, Fukuyama publicou outro livro: Confiança.  A publicidade recebida por este livro foi ínfima.  Mas o livro é excelente.  Digo mais: é um dos mais importantes livros já escritos sobre economia e ordem social.
Neste livro, Fukuyama analisa os efeitos da confiança sobre uma sociedade.  Ele concentra sua análise nos Estados Unidos, no Japão, na China e no sul da Itália, onde praticamente não há confiança nenhuma em nada e ninguém confia em ninguém.  Ato contínuo, ele analisa como a presença ou a ausência da confiança pode se tornar uma fonte de ordem social, de crescimento econômico e de aumento da produtividade geral. 
Ele descobriu, de maneira nada surpreendente, que os EUA, até aproximadamente 1960, possuíam uma enorme vantagem competitiva em relação ao resto do mundo por causa do alto nível de confiança que seus habitantes tinham em relação aos seus conterrâneos.  À medida que a confiança foi declinando, a taxa de crescimento econômico também declinou.  Concomitantemente ao declínio na confiança houve um aumento no número de advogados.
Uma das sociedades menos produtivas de toda a Europa Ocidental é a do sul da Itália.  Ele atribui isso à falta de confiança que reina na região.  Esse é um dos motivos pelos quais as sociedades secretas, especialmente a Máfia, têm tanta influência no sul da Itália: tais organizações provêm um mínimo de ordem social para seus membros, e a população em geral não oferece muita resistência à existência destas organizações.
A seção sobre a China é a mais interessante.  Fukuyama diz que os chineses apresentam um grande nível de confiança, mas somente em relação às suas famílias.  Isso faz com que seja muito difícil para empresas chinesas concorrerem com pequenos empreendimentos geridos por famílias ou com pequenos empreendimentos que tenham conexões familiares.  Faz com que seja mais difícil criar grandes empresas.  E faz com que seja ainda mais difícil levantar fundos e conseguir capital para financiar essas grandes empresas.
Já o Japão está em um meio-termo entre os EUA e a China.  No Japão, ao contrário da China, há mais confiança em organizações que não estejam ligadas a famílias.  No entanto, os grandes conglomerados japoneses possuem em suas raízes um pequeno número de famílias japonesas.
Em seu livro, Fukuyama dizia acreditar que as corporações japonesas poderiam concorrer no mercado internacional de maneira mais efetiva do que as empresas chinesas porque os japoneses podiam contratar as melhores pessoas, muito embora suas empresas não apresentassem conexões familiares.  Os japoneses também seriam capazes de conseguir dinheiro para investimentos mais facilmente do que as empresas chinesas.
Se olharmos o que ocorreu ao longo das últimas décadas, creio que essa tese se comprovou.  Empresas chinesas demonstraram uma maior tendência de serem mais intimamente associadas ao governo chinês.  O estado tem sido a fonte de financiamento das empresas chinesas.  O sistema bancário está mais intimamente ligado ao estado na China do que nas nações ocidentais.
A ausência de instituições formais pode ser observada quase que em sua integralidade na República Popular da China, onde a ideologia maoísta foi a grande responsável pelo atraso na introdução de instituições "burguesas", como o direito comercial.  Até o presente momento, empreendedores na China têm de enfrentar um ambiente jurídico extremamente arbitrário, no qual os direitos de propriedade são tênues, os níveis de tributação são variáveis e mudam de acordo com as vontades de cada governo provincial, e o suborno é a rotina quando se lida com funcionários do governo. (p. 330)
Empresas chinesas têm sido bem-sucedidas em exportar bens manufaturados.  E continuará sendo assim por um bom tempo, pois o governo mercantilista está declaradamente comprometido em manter a moeda desvalorizada para seguir estimulando as exportações, mesmo que à custa do bem-estar de todo o resto da população.  A economia chinesa funciona mais na base do "quem você conhece" do que na base do "o que você sabe fazer". 
Meu palpite é que as empresas chinesas serão menos eficazes no setor de serviços do que no setor industrial, pois a confiança dos chineses não vai além das ligações familiares.  E é aí que surge o problema: à medida que uma nação enriquece, o setor de serviços ganha mais importância.  A tendência da economia é diminuir a importância do setor industrial e aumentar a participação do setor de serviços.  Isso será um grande fator restringente sobre o desenvolvimento da economia chinesa.
Fukuyama também escreveu o seguinte:
Um estado liberal é, em última instância, um estado limitado; um estado em que a atividade do governo é estritamente delimitada pela esfera da liberdade individual.  Se tal sociedade não se degenerar no caos ou se tornar ingovernável, ela será capaz de apresentar uma autonomia governamental em todos os níveis de organização social.  A sobrevivência de tal sistema dependerá não somente da lei, mas também do autocontrole e do comedimento dos indivíduos.  Se eles não forem capazes de apresentar uma coesão em prol de um propósito comum; se eles não forem tolerantes e respeitosos em relação aos conterrâneos, ou não respeitarem as leis que eles próprios criaram para si mesmos, uma agência com grande poder coercivo terá de ser criada para manter cada indivíduo na linha. 
Por outro lado, um arranjo sem estado pode funcionar em uma sociedade que apresente um grau extraordinariamente alto de sociabilidade espontânea; uma sociedade na qual o comedimento, a temperança e o comportamento baseado em normas fluam naturalmente do cerne desta sociedade, sem ter de ser trazido de fora. 
Um país com um capital social baixo não apenas é mais propenso a ter empresas pequenas, fracas e ineficientes, como também sofrerá mais com a corrupção generalizada de seus funcionários públicos e com uma administração pública ineficaz.  Tal situação é dolorosamente evidente na Itália, onde, à medida que se sai do norte e do centro do país em direção ao sul, percebe-se uma relação direta entre atomização social e corrupção (pp. 357-58).
Creio que a teorização acima é correta.  Ela é perceptível em todos os países que enriqueceram.  Além dos EUA, pense na Suíça, no Canadá, na Austrália e na Nova Zelândia.  Pesquise o nível de confiança vigente nestes países.  Pesquise como sua população interage entre si.  Pesquise o grau de burocracia exigido para se fechar um negócio.  Depois, faça o mesmo para os países da América Latina e da África.
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Leia também:

Venezuela: Alvaro Uribe (ex-presidente de Colombia) escreve sobre o castro-chavismo

Recebido pela internet, de amigo, em 4/04/2014:

 No entendía la furia y ensañamiento hacia Uribe hasta que leí este escrito del Expresidente de Colombia. Hasta ahora no había leído una descripción tan exacta sobre la situación venezolana; y adicionalmente, en obsequio a la expresión “lo bueno si breve mejor”, contiene, en dos páginas, la historia de Venezuela en los primeros catorce años del siglo XXI.

ALVARO URIBE SOBRE VENEZUELA
El ex-presidente colombiano Uribe conoció bien a Chávez y a Maduro.  Los enfrentó duramente por 8 años.  No es de sorprender entonces la certeza de las palabras que verás más adelante.  Incluso conoce mejor a su sucesor el presidente Santos, a quien dedica al final un párrafo demoledor. 

ALVARO URIBE
Fecha: 20 de Febrero de 2014

Declarar empate en Venezuela es como mandar condolencias al asesino por las molestias que en su agonía le causó la víctima.

Lo que pasa en Venezuela tenía que llegar y llegó, así sea que todavía falte lo peor. Por desgracia.
El castrochavismo será recordado como autor de un milagro económico a la inversa, de los que se registran tan pocos en el devenir de los pueblos. Convertir en país miserable el más rico de América no es hazaña de todos los días. Habiendo tanta pobreza en tantas partes, en pocas tiene que pelear la gente, a dentelladas, por una bolsa de leche, por una libra de harina o por un pedazo de carne.
Convertir en despojos una de las más organizadas, pujantes y serias empresas petroleras del mundo no es cualquier tontería. Llevar a la insolvencia una nación ante las líneas aéreas, los proveedores comerciales y los que suministran material quirúrgico y hospitalario no es cosa que se vea cualquier día. Y arruinar al tiempo el campo y la industria, el comercio y los servicios, la generación eléctrica, la ingeniería, la banca y las comunicaciones es tarea muy dura, cuando se recuerda que la sufre el país que tiene las mayores reservas petroleras del mundo.
En esa frenética carrera hacia el desastre, el gobierno castrochavista tuvo que proceder a la eliminación paulatina de todas las libertades, al sacrificio del pensamiento y la conciencia, a la ruina de las instituciones, del periodismo, de los partidos, de la universidad, de los gremios, de los sindicatos. 
Pues todo se ha cumplido tras el designio implacable de los ancianos inspiradores del sistema, Fidel y Raúl Castro, que una vez más han demostrado su audacia, su carencia total de consideración y respeto por los valores más caros de la especie humana, pero también su falta absoluta de talento. Llevar a Venezuela a la ruina total es matar su propia fuente de subsistencia. Y es lo que han hecho, moviendo los resortes del fanatismo más imbécil, de los odios más cerriles, de los desquites más torpes.
Nicolás Maduro tiene la inteligencia y el tacto político que exhibe en cualquiera de sus discursos. Pero al fin de cuentas es un pobre rehén de los intereses inconfesables de la clase corrupta que ha llevado a Venezuela a su perdición. Si ese títere fuera libre, hasta de sus menguadas condiciones de estadista pudiera esperarse algún acto de rectificación, algún gesto de apaciguamiento, alguna voluntad de comprender el desastre y de corregirlo. Pero Maduro es el primer esclavo de las pasiones atroces que dominan en Venezuela. Los saqueadores de esa gran nación no están dispuestos a que nadie ensaye el menor examen de su conducta. En los antros del delito se pierde todo, empezando por el pudor.
El régimen de Venezuela se va a caer, porque se tiene que caer. No podría subsistir sino amordazando totalmente al pueblo, imponiendo cartillas de racionamiento, levantando un paredón, como el del Che Guevara en La Cabaña. Y no están dadas las condiciones para que el mundo soporte estas afrentas. Con una Cuba le basta a América.
El pueblo está en las calles, dispuesto a hacerse matar. Y lo están matando. La juventud estudiantil, que sabe cerrados los caminos del porvenir, le apuesta a cualquier cosa, menos al continuismo cobarde. Los empresarios lo perdieron todo hace rato. No tienen cuentas para hacer. Y los paniaguados del sistema ven con horror que el sistema ya no tiene mercados para comprar sus conciencias.

Y ante esta catástrofe, el presidente Santos no ofrece más que su silencio perplejo. Porque, si sigue ofendiendo a ese pueblo, tendrá un enemigo formidable. Y si ofende a Maduro, se le cae el proceso de paz. Esa es la consecuencia del primero de sus actos torpes, el de tomar por nuevo mejor amigo a un tirano despreciable. Y el de montar un proceso que llama de paz sobre los hombros caducos de unos patriarcas en su ocaso.

Aumento de salario minimo causa mais desemprego e mais pobreza - George Reisman (Mises)

Aliás, não só o aumento, mas a própria instituição do salário mínimo exclui dezenas, centenas, milhares, centenas de milhares, talvez milhões, do mercado de trabalho, ou seja, confirmando o que diz o articulista abaixo, do Mises Institute, dos EUA.
Por outro lado, um salário mínimo nacional homogêneo, como existe no Brasil, desprezando as desigualdades regionais e os diferentes componentes de custo de vida em cada uma das regiões não é apenas excludente socialmente, é também estúpido economicamente, pois que tendo de ficar no meio termo entre SP e os confins da Amazônia, sendo inadequado para ambas as regiões, muito pouco para a primeira, muito para a segunda.
Já sabemos, por outro lado, o que ocorre com as taxas reais de desemprego, graças ao artigo de Leandro Roque, mais abaixo. O Brasil deve ser o único país do mundo em que o "desemprego" cai, ao mesmo tempo em que o seguro-desemprego aumenta. Mais uma jabuticaba.
O Brasil é repleto de irracionalidades desse tipo...
Paulo Roberto de Almeida


Mises Institute, on April 4, 2014

An Open letter to Thomas Perez, U.S. Secretary of Labor
Dear Secretary Perez:

Raising the minimum wage is a formula for causing unemployment among the least-skilled members of society. The higher wages are, the higher costs of production are. The higher costs of production are, the higher prices are. The higher prices are, the smaller are the quantities of goods and services demanded and the number of workers employed in producing them. These are all propositions of elementary economics that you and the President should well know.
It is true that the wages of the workers who keep their jobs will be higher. They will enjoy the benefit of a government-created monopoly that excludes from the market the competition of those unemployed workers who are willing and able to work for less than what the monopolists receive.
The payment of the monopolists’ higher wages will come at the expense of reduced expenditures for labor and capital goods elsewhere in the economic system, which must result in more unemployment.
Those who are unemployed elsewhere and who are relatively more skilled will displace workers of lesser skill, with the ultimate result of still more unemployment among the least-skilled members of society.
The unemployment directly and indirectly caused by raising the minimum wage will require additional government welfare spending and thus higher taxes and/or greater budget deficits to finance it.
Your and the President’s policy is fundamentally anti-labor and anti-poor people. While it enriches those poor people who are given the status of government-protected monopolists, it impoverishes the rest of the economic system to a greater degree. It does this through the combination both of taking away an amount of wealth equal to the monopolists’ gains, and of causing overall production to be less by an amount corresponding to the additional unemployment it creates. The rise in prices and taxes that results from raising the minimum wage both diminishes the gains of the monopolists and serves to create new and additional poor people, while worsening the poverty of those who become unemployed.
Furthermore, the higher the minimum wage is raised, the worse are the effects on poor people. This is because, on the one hand, the resulting overall unemployment is greater, while, on the other hand, the protection a lower wage provides against competition from higher-paid workers is more and more eroded. At today’s minimum wage of $7.25 per hour, workers earning that wage are secure against the competition of workers able to earn $8, $9, or $10 per hour. If the minimum wage is increased, as you and the President wish, to $10.10 per hour, and the jobs that presently pay $7.25 had to pay $10.10, then workers who previously would not have considered those jobs because of their ability to earn $8, $9, or $10 per hour will now consider them; many of them will have to consider them, because they will be unemployed. The effect is to expose the workers whose skills do not exceed a level corresponding to $7.25 per hour to the competition of better educated, more-skilled workers presently able to earn wage rates ranging from just above $7.25 to just below $10.10 per hour. The further effect could be that there will simply no longer be room in the economic system for the employment of minimally educated, low-skilled people.
Of course, the minimum-wage has been increased repeatedly over the years since it was first introduced, and there has continued to be at least some significant room for the employment of such workers. What has made this possible is the long periods in which the minimum wage was not increased. Continuous inflation of the money supply and the rise in the volume of spending and thus in wage rates and prices throughout the economic system progressively reduce the extent to which the minimum wage exceeds the wage that would prevail in its absence. The minimum wages of the 1930s and 1940s — 25¢ an hour and 75¢ an hour — long ago became nullities. To reduce and ultimately eliminate the harm done by today’s minimum wage, it needs to be left unchanged.
The standard of living is not raised by arbitrary laws and decrees imposing higher wage rates, but by the rise in the productivity of labor, which increases the supply of goods relative to the supply of labor and thus reduces prices relative to wage rates, and thereby allows prices to rise by less than wages when the quantity of money and volume of spending in the economic system increase.
If raising the standard of living of the average worker is your and the President’s goal, you should abandon your efforts to raise the minimum wage. Instead, you should strive to eliminate all government policies that restrain the rise in the productivity of labor and thus in the buying power of wages.
If your goal is to raise the wages specifically of the lowest-paid workers, you should strive to eliminate everything that limits employment in the better-paid occupations, most notably the forcible imposition of union pay scales, which operate as minimum wages for skilled and semi-skilled workers. In causing unemployment higher up the economic ladder, union scales serve to artificially increase the number of workers who must compete lower down on the economic ladder, including at the very bottom, where wages are lowest. To the extent that occupations higher up could absorb more labor, competitive pressure at the bottom would be reduced and wages there could rise as a result.
Abolishing or at least greatly liberalizing licensing legislation would work in the same way. To the extent that larger numbers of low-skilled workers could work in such lines as driving cabs, giving haircuts, or selling hot dogs from push carts, the effect would also be a reduction in competitive pressure at the bottom of the economic ladder and thus higher wages there.
The principle here is that we need to look to greater economic freedom, not greater government intervention, as the path to economic improvement for everyone, especially the poor.
Sincerely yours,
George Reisman, Ph.D.

Desemprego no Brasil: a farsa dos numeros - Leandro Roque

Alguns detalhes sobre o emprego no Brasil
por , Instituto Mises Brasil, quarta-feira, 2 de abril de 2014

 

imagem-imgdest-seguro-desemprego-parcelas.jpgImagine uma economia formada por 100 pessoas.  Destas 100 pessoas, suponha que 90 tenham algum tipo de ocupação (seja um emprego com carteira assinada, seja fazendo bicos ou até mesmo um trabalho voluntário).  E suponha também que as 10 pessoas restantes estejam desocupadas, mas estão à procura de uma ocupação.
Neste cenário, temos a seguinte situação estatística:
A População Economicamente Ativa é de 100 pessoas.  A População Ocupada é de 90 pessoas, e a População Desocupada é de 10 pessoas.  A taxa de desocupação é de 10%, pois há 10 pessoas desocupadas em um universo de 100 pessoas economicamente ativas.
Agora, suponha que destas 10 pessoas desocupadas, 3 desistam de procurar alguma ocupação.  Os motivos dessa desistência podem ser vários: ou a pessoa achou alguém disposto a sustentar seu ócio, ou ela perdeu as esperanças de encontrar alguma ocupação, ou ela simplesmente aceitou um programa de assistencialismo governamental que proveja todas as suas necessidades básicas.
Em termos puramente estatísticos, houve uma alteração importante.  O fato de 3 pessoas terem deixado de procurar uma ocupação significa que tais pessoas deixaram de ser economicamente ativas.  Consequentemente, o arranjo agora passa a ser outro.
A População Economicamente Ativa passa a ser de 97 pessoas.  A População Ocupada continua sendo de 90 pessoas.  A População Desocupada caiu de 10 para 7 pessoas.  E essas 3 pessoas que se retiraram do mercado agora fazem parte da População Não-economicamente Ativa.
Consequentemente, há agora uma nova taxa de desocupação.  Antes, a taxa era de 10 pessoas em um universo de 100.  Agora, a taxa é de 7 pessoas em um universo de 97.  Ou seja, a nova taxa de desocupação é de 7,22% (7 dividido por 97).
Traduzindo: sem que um único emprego tenha sido criado, a taxa de desocupação — popularmente chamada de taxa de desemprego — caiu de 10% para 7,22%.
Por que isso é importante?  Porque é exatamente isso o que está acontecendo no Brasil.  E é o próprio IBGE quem faz esse alerta.
Comecemos por esta notícia, do final de 2013 (negrito meu):
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 4,6% em novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado aponta para o menor desemprego da série histórica do IBGE, iniciada em 2002.
[...]
A redução na taxa de desemprego foi causada pela migração de indivíduos para a inatividade, e não pela geração de postos de trabalho, apontou a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
"O que a gente vê aqui é a redução da desocupação em função do aumento da inatividade. Então não houve aumento do número de postos de trabalho. O que houve foi aumento das pessoas que passaram para a inatividade", ressaltou o gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Em novembro, houve aumento significativo na população não economicamente ativa. Na comparação com outubro, o aumento foi de 0,8%, o equivalente a 148 mil indivíduos. Em relação a novembro de 2012, a alta foi de 4,5%, mais 801 mil pessoas na inatividade.
Agora vejamos esta notícia, de 27 de março (negrito meu):
O número de pessoas economicamente não ativas que não buscam emprego porque não têm interesse em trabalhar aumentou 1,2% em fevereiro em relação a janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
[...]
"O que essa população não economicamente ativa está mostrando é que são pessoas que não trabalham e não procuram, elas não estão pressionando o mercado de trabalho. O que a gente vem observando é o crescimento da fatia das pessoas que não estão exercendo pressão sobre o mercado de trabalho por uma opção", disse Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O aumento da população inativa tem contribuído para manter a taxa de desemprego em mínimas históricas. A população não economicamente ativa aumentou 3,8% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, o equivalente a 686 mil pessoas migrando para a inatividade no período. Ao mesmo tempo, a criação de vagas ficou estatisticamente estável, com a abertura de apenas dois mil novos postos de trabalho.
Toda essa evolução pode ser observada no gráfico abaixo, que contém os dados do IBGE, que estão disponibilizados no site do Banco Central.
A linha vermelha mostra a evolução da População Economicamente Ativa nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.  A linha verde mostra a evolução da População Ocupada, e a linha azul, a da Desocupada.
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Vale lembrar que 'Ocupados' abrange absolutamente todos os tipos de ocupação, seja ela remunerada (desde o executivo até o malabarista de semáforo) ou não-remunerada (instituições religiosas beneficentes, cooperativismo, aprendiz ou estagiário).  Isso quer dizer que abrange também funcionários públicos, pessoas que prestam serviço militar obrigatório e os clérigos.
Para apreender corretamente o que o gráfico acima está dizendo, o melhor procedimento é fazer um gráfico que mostra a taxa de crescimento anual da População Economicamente Ativa e a taxa de crescimento anual da População Ocupada.  Isso nos permitirá constatar as declarações do IBGE.
taxa desemprego.png
O gráfico acima ilustra vários fenômenos interessantes.
Para começar, sempre tenha em mente a seguinte igualdade:
População economicamente ativa = ocupados + desocupados.
O primeiro fenômeno que chama a atenção no gráfico é o ocorrido no ano de 2003.  Mesmo com a recessão daquele ano, e com a SELIC a 26,5%, a população ocupada aumentou 4,5%.  Porém, também naquele ano, a população economicamente ativa cresceu a uma taxa ainda maior.  Por causa da igualdade acima, isso significa que a população desocupada também aumentou.  Consequentemente, a taxa de desemprego (ou, no caso, a taxa de desocupação) chegou a 13%.
Após aquele ano, a população economicamente ativa passou a crescer a uma taxa menor do que a taxa de crescimento da população ocupada.  De novo, pense na igualdade acima: se a população economicamente ativa cresce, mas o número de ocupados cresce ainda mais, então o número de desocupados está caindo.  Exatamente por isso, a taxa de desocupação apresentou cifras declinantes a partir de meados de 2004.  E assim foi até 2009.
A recessão de 2009 fez com que as duas variáveis ficassem praticamente estagnadas, mas por pouco tempo.  Já em 2010, ambas voltaram a crescer com grande vigor.
(Para entender as causas desse forte crescimento do emprego no período 2004-2011, veja este artigo).
Nos anos de 2011 e 2012, a situação foi de estabilidade, com a população ocupada crescendo a uma média de 2% ao ano, e a população economicamente ativa, a 1,5% ao ano.
Já em 2013, houve uma guinada radical e inédita nos indicadores, especialmente a partir do segundo semestre.  A população economicamente ativa começou a encolher.  Em novembro de 2013, por exemplo, ela foi 1% menor do que em novembro de 2012.  Isso significa que havia menos pessoas no mercado de trabalho (trabalhando ou procurando emprego) em novembro de 2013 do que havia em novembro de 2012.
Junto com a queda da população economicamente ativa ocorreu também uma queda na população ocupada.  Em novembro de 2013, o número de pessoas ocupadas foi 0,73% menor do que em novembro de 2012.
E a coisa ficou ainda mais interessante agora no mês de fevereiro de 2014.  A taxa de crescimento da população ocupada foi de 0%, o que significa que a quantidade de pessoas ocupadas simplesmente não se alterou em relação a fevereiro de 2013 (segundo o IBGE, neste período houve a "abertura de apenas dois mil novos postos de trabalho").  Mas a taxa de crescimento da população economicamente ativa foi negativa, de -0,46%.
De novo, voltemos à igualdade acima: se a população ocupada não se altera, mas a população economicamente ativa encolhe, então o número de desocupados também encolheu.  Isso significa que as pessoas que estavam desocupadas simplesmente pararam de procurar ocupação e se retiraram do mercado de trabalho, tornando-se não-economicamente ativas, e contribuindo para reduzir a taxa de desocupação (desemprego).
Como o gráfico deixa claro, trata-se de um fenômeno inédito no Brasil.  Nem mesmo nas recessões de 2003 e 2009 houve uma taxa de crescimento negativa.  Muito embora a série estatística do IBGE comece apenas em 2002, a lógica leva a crer que tal fenômeno nunca antes havia ocorrido, pois a taxa de crescimento da população geral (a qual está em 1% ao ano) era bem maior no passado, o que significa que o número de pessoas jovens entrando no mercado de trabalho era maior.
Enquanto este fenômeno — pessoas desistindo de procurar ocupação e se retirando do mercado de trabalho — prosseguir, a taxa de desemprego continuará baixa.
Conclusão
Com efeito, as recentes notícias sobre uma "inesperada disparada" nos gastos com o seguro-desemprego, mesmo com a taxa de desocupação estando em no menor nível da história, confirmam uma das teses acima (negrito meu):
Os gastos com seguro-desemprego e abono salarial devem alcançar R$ 45 bilhões nesse ano [2013], um aumento de 16% com relação ao ano passado e tem crescido muito nos últimos anos. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego vem declinando, passando de 13% em 2003 para 5,4% em 2013. 
Quais as principais consequências desse êxodo do mercado de trabalho?
De um lado, uma menor oferta de mão-de-obra tende a pressionar os salários para cima; de outro, a atual redução na taxa de crescimento do crédito (veja detalhes neste artigo) tende a contrabalançar essa pressão altista nos salários.  No momento, a massa salarial registra a menor alta desde 2009, ano em que o país estava em recessão
No cômputo geral, trata-se de um fenômeno lastimável.  O baixo crescimento da mão-de-obra só pode ser compensado se houver um crescente aumento na produtividade.  Como o Brasil é conhecido justamente por ter uma mão-de-obra pouco produtiva, esse baixo crescimento da mão-de-obra tende a reduzir sobremaneira o aumento da oferta de bens e serviços e, consequentemente, o crescimento da economia e o enriquecimento da população.
No final, este lamentável fenômeno serve apenas para gerar uma redução artificial na taxa de desemprego, algo que o atual governo certamente usará a seu favor como ilustração do "sucesso" de suas políticas.
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Leia também:

2007062509039.jpgAs causas desse êxodo de pessoas do mercado de trabalho são diversas, e sua análise está fora do escopo deste artigo.  Certamente há de tudo: há pessoas que se contentam com os proventos do Bolsa-Família, há pessoas sem capacitação que desistiram da vida, há pessoas que dão seguidos golpes no seguro-desemprego, e certamente há um grande número de pessoas indolentes que têm quem lhes sustente (inclusive, e principalmente, jovens de classe média-alta).
Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.