Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Guerra do Paraguai: entrevista com Francisco Doratioto (Cafe Historia)
Paulo Roberto de Almeida
Brasil: um avestruz protecionista - Gustavo Franco
SOBRE GUSTAVO H. B. FRANCO
Eleicoes 2014: companheiros em pleno ataque de nervos (coitados, foram tao arrogantes...)
Esperavam ainda que a situação amainasse ou até revertesse, mas ela só se agrava, para eles, claro...
Coitadinhos nada: foram bastante arrogantes, ao querer transformar estas eleições em um novo confronto com os tucanos, insistindo em comparar seus resultados com a situação deixada pelos tucanos, 12 anos atrás, como se eles não mentissem sobre aquela herança e mentissem ainda mais sobre os seus próprios resultados.
Agora eles vão precisar inventar muitas maldades, falsidades e revelações escandalosas sobre a beata da floresta, para ver se conseguem desmantelar sua irresistível ascensão.
Correm o risco de dar mais uma vez errado, e a vítima posar de vítima justamente, e eles de algozes mentirosos, como aliás são, justamente.
Justamente, os companheiros já estão em pleno ataque de nervos, e imagino que as reuniões de planejamento eleitoral sejam curiosas, cada um propondo uma maldade maior do que a outra para expelir, por meio do exército de mercenários que controlam e pagam para justamente fazer esse tipo de maldade.
Os companheiros são cheios de justamente, e de maldades.
Como é mesmo aquele dito cristão? O Bem com o Bem se paga? Pois é, a maldade também...
Paulo Roberto de Almeida
Marina será eleita presidente, dizem grandes consultorias
Fabio Alves
O Estado de S.Paulo, 1/09/2014
Arko Advice, uma das maiories consultorias do País, diz que candidata do PSB tem 60% de chance de vencer. Para a Tendências, probabilidade de vitória de Marina é de 50%, contra 40% de Dilma e 10% de Aécio.
A Arko Advice e a Tendências – duas importantes consultorias com uma carteira grande de clientes no setor privado, em particular no mercado financeiro – acabaram de mudar suas apostas em relação ao resultado da eleição presidencial e agora preveem a vitória da candidata do PSB, Marina Silva.
Em relatório enviado na noite de domingo aos seus clientes, a Arko Advice agora atribui 60% de probabilidade de vitória de Marina num eventual segundo turno com a presidente Dilma Rousseff. Até a trágica morte de Eduardo Campos, no dia 13 de agosto, a Arko Advice dizia aos seus clientes que Dilma tinha 60% de probabilidade de ser reeleita.
Já a Tendências Consultoria Integradas enviou um relatório aos seus clientes na sexta-feira prevendo a vitória de Marina num eventual segundo turno com a candidata do PT. A Tendências atribui 50% de probabilidade da eleição de Marina à Presidência da República, contra 40% de chances de Dilma e 10% de chances do tucano Aécio Neves.
Até a quinta-feira passada, antes da divulgação da pesquisa Datafolha que mostrou Marina e Dilma empatadas tecnicamente no primeiro turno e a vitória da ex-ministra do meio ambiente no segundo turno com dez pontos porcentuais de vantagem, a Tendências atribuía 55% de probabilidade de reeleição de Dilma num eventual segundo turno com Aécio.
Segundo o sócio e chefe do Departamento de Análise Política da Arko Advice, Cristiano Noronha, a mudança na sua aposta para o desfecho da eleição presidencial de outubro foi baseada em três fatores: elevado índice de rejeição de Dilma Rousseff junto aos eleitores; a nova queda na aprovação do governo Dilma na última pesquisa de opinião; e a alta elasticidade de Marina nas intenções de voto, indicando uma capacidade da candidata do PSB de atrair a migração de votos de outros candidatos na passagem do primeiro para o segundo turno.
“Apesar de uma recuperação da aprovação do governo nas pesquisas anteriores, uma nova piora no último levantamento do Datafolha mostrou que aquela melhora não representou uma tendência, mas sim algo pontual”, explicou Noronha.
Sobre a elasticidade de Marina nas intenções de voto, Noronha argumenta que isso ficou evidente no forte crescimento da candidata do PSB – 13 pontos porcentuais em apenas duas semanas entre as recentes pesquisas do Datafolha. “Essa elasticidade não é percebida em relação à intenção de voto de Dilma e isso é importante por apontar até onde uma candidata pode eventualmente conseguir chegar na passagem do primeiro para o segundo turno”.
Já o cientista político da Tendências, Rafael Cortez, argumenta que Marina capta com maior facilidade o eleitorado decepcionado com o desempenho do governo Dilma. “Assim, ela quebra a polarização PT-PSDB ao tomar o protagonismo oposicionista dos tucanos”, explicou Cortez, em relatório a clientes. “A corrida eleitoral pode reservar novas surpresas, mas na ausência de choque negativo, a figura de Marina deve confirmar a troca do partido presidencial.”
Segundo Cortez, o cenário anterior, de favoritismo de Dilma, com 55% de chances de vitória, tinha como pressuposto o crescimento da popularidade do governo ao longo da campanha e a manutenção do segundo turno entre PT e PSDB.
E qual a probabilidade de Aécio ainda conseguir reverter a sua forte queda nas intenções de voto e ir ao segundo turno?
Na opinião de Cristiano Noronha, da Arko Advice, com base nas últimas pesquisas de opinião, o candidato tucano provavelmente ficará de fora de um segundo turno.
Todavia, lembra Noronha, isso pode depender de qual será o desgaste, se houver, de assuntos polêmicos envolvendo a candidatura de Marina, tirando-lhe eventualmente apoio entre eleitores.
Ele cita, entre esses fatos, as acusações de caixa dois envolvendo o jato que transportava Eduardo Campos; as erratas no programa de governo de Marina, em particular nos trechos afetando os direitos do movimento LGBT; e as explicações sobre os ganhos da candidata do PSB com palestras nos últimos três anos.
“Mesmo que houver um estrago na imagem dela, é preciso ver a magnitude disso, isto é, se será na mesma magnitude do ganho avassalador que Marina teve nas pesquisas”, afirmou.
As teses da Arko Advice e da Tendências poderão ser comprovadas ou não na próxima pesquisa Ibope de intenção de voto para presidente da República, de abrangência nacional, que será divulgada às 18 horas da quarta-feira, dia 3.
* Fábio Alves é jornalista do Broadcast
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Reflexao do dia: Quo vadis, Brasil?
Outro aliado começa a restringir os direitos democráticos, que ainda existem, na sua província especial, ex-colônia britânica, que teve a sorte de ter todas as liberdades democráticas da metrópole-mãe, e mais liberdades econômicas do que a própria metrópole, que derivou para o fabianismo e foi para uma gloriosa decadência, antes de ser recuperada por uma estadista clarividente. Agora, o mais velho império do mundo pretende estabelecer a tirania que já existe em sua própria jurisdição. Que aliado adequado, não é?
Um outro aliado regional começa a implantar uma cartela biométrica de racionamente, só diferente da cubana pela metodologia informática, mas tão restrita quanto a cubana, uma cartela vagabunda de papel. Isso não nos impede de manter as melhores relações com a ditadura já instalada, mesmo se ela não paga pelas suas importações e serviços feitos com financiamento brasileiro.
Claro, e apoiamos mais ainda uma das mais velhas ditaduras do planeta, só mais "jovem" do que um Gulag nas antípodas...
Estamos bem de relações e de amizades, ao que parece...
Paulo Roberto de Almeida
North Platte, 1/09/2014
Crossing the Empire: de Hartford a North Platte, via Des Moines e Omaha (síntese)
Across the Empire (3): Des Moines, Omaha e o caminho dos pioneiros...
domingo, 31 de agosto de 2014
Eleicoes 2014: companheiros a beira de um ataque de nervos com o tsunami Marina
Que coisa heim?!
Eles vão ter de apelar para o Chapolin Colorado, mas não sei se vai dar certo.
Basta ver a quantidade de matérias contra a Marina no seu principal site "independente", inteiramente a serviço dos companheiros (e na sua lista de pagamentos, claro).
Eles estão tão desesperados, coitados, que chegam ao cúmulo de propor, no editorial do pasquim sabujo, que se anuncie desde já que o novo chefe da Casa Civil de uma soberana reeleita já está escolhido e tem nome: Lula.
Não é o desespero total?
Paulo Roberto de Almeida
Carta Maior, 31/08/2014
Editorial
Marina topa tudo. O PT topa ousar ou vai se render?
30/08/2014
O programa de Marina Silva, lançado na mesma sexta-feira em que o Datafolha lhe dava uma vantagem de 10 pontos sobre Dilma Rousseff no segundo turno, tem 242 páginas. Mas poderia ser resumido em uma linha:a nova política reserva 20% do orçamento para educação e saúde, mas entrega o comando fiscal à agenda do arrocho. Diante da fraude o PT vai ousar ou se render?
Destaques
Eleições 2014: O programa que agrada os banqueiros no Brasil
Uma thatcherista ecologicamente correta na corte da candidata Marina Silva. Desde que a dirigente ambientalista anunciou que disputará as eleições presidenciais, a única pessoa de seu entorno que deu detalhes sobre o seu programa de governo foi Maria Alice Setúbal, membro da dinastia que fundou e conduz o banco privado mais importante do país. Por Darío Pignotti, do Página/12.
Arquivo
Banqueira que coordenou programa de Marina empresta até os óculos à candidata
Jean Wyllys: Marina, você mentiu e não merece a confiança do povo brasileiro
Brasil247
As mil faces de Marina Silva: a falácia da nova política
Arquivo
Sobre o casamento gay: Marina Silva prefere Malafaia
Arquivo
A diminuição do papel do Estado ou um Estado Democrático e Cidadão
Arquivo
Marina e as Elites
Arquivo
Marina Silva, vida e morte da política
Arquivo
Por que o criacionismo é um ataque à democracia?
Blog do Emir
Plebiscito popular pela reforma do sistema político
Entre os dias 1º e 7 de setembro será realizado um plebiscito popular por uma Assembleia Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.
Colunistas
Flávio Aguiar Flávio Aguiar
A miragem chamada Marina
A candidatura de Marina vai na direção de atrelar novamente o país ao que de mais recessivo e depressivo há no mundo em matéria de economia e política econômica
Jeferson MiolaJeferson Miola
Marina e a mística da mudança
A Marina de hoje é apenas um ramal ideológico da velha política e do conservadorismo, com uma agenda de retrocesso e uma política econômica neoliberal.
Antonio LassanceAntonio Lassance
A política maquiada de Marina
Parte dos eleitores de Marina precisa ser informada de que a pessoa em quem pretendem votar não existe mais. A Marina de hoje não é mais a mesma de tempos atrás
Não é desesperador?
Os companheiros vão aumentar ainda mais o cacife da beata da floresta com seus ataques furibundos.
Vamos nos divertir bastante, só de ver o que vão fazer para lhe trazer ainda mais votos...
Paulo Roberto de Almeida
Across the Empire (2) Second day: only the road, no more than the road..
sábado, 30 de agosto de 2014
Nunca Antes na Diplomacia: Polibio Braga recomenda...
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Dica de livro - Nunca antes na diplomacia
Eleicoes 2014: a politica externa de Marina Silva - Oliver Stuenkel
What Would a Marina Presidency Mean for Brazilian Foreign Policy?
Marina Silva and her advisers faced a formidable challenge. After Eduardo Campos' tragic death on August 13, Marina Silva, Campos' running mate, suddenly turned into the best placed candidate to defeat President Dilma Rousseff in the upcoming elections. While other candidates had months to hone their arguments, Marina's team had merely days to finalize the document that lists her policy proposals. Contrary to 2010, when she was seen as a protest candidate, she has now turned into a serious contender, and the first option for many of those who are dissatisfied with the way the country is goverrned.
International issues will not be decisive in this election, of course. Voters care most issues such as health care, education, public transport, public security, the fight against corruption and the economy. And yet, compared to previous elections, foreign policy issues are set to play a more important role in weeks leading up to the election on October 5, underlining a growing notion among voters that the way Brazil relates to the world directly impacts their well-being. While security issues such as the Crimean Crisis are unlikely to matter much, candidates will have to explain their proposals on topics around Mercosur, possible trade agreements with the EU and the US and the rise of China. The more likely a victory by Marina seems, the more will people seek to understand her ideas about Brazil's foreign policy.
The 12 pages of her program dedicated to foreign policy (pp.28-40) provide interesting insights, some of which are analyzed below.
Trade
As big regional negotiations such as one between the EU and United States advance, one cannot but notice the prospect of a world divided into trade blocs. Brazil will have to make up its mind about which strategy to pursue. In the case of the negotiations with the EU, this involves making a decision about whether to take a highly protectionist and rather unpredictable Argentina along or whether to pursue a two-speed solution, temporarily leaving Argentina behind. According to her program, Marina would opt for the latter option of the "two-speed Mercosur" to facilitate the conclusion of trade negotiations with the European Union, among others. She argues that focusing on the WTO is fully compatible with seeking other regional and bilaratal trade deals. That seems reasonable, and even Brazil's current government has been increasingly open about its willingness to negotiate without Argentina. Marina Silva is also supportive of the ongoing process to fully liberalize trade between the Pacific Alliance and Mercosur, and calls for Brazil to make regional integration its top priority.
Regional leadership
Similar to her arguments made during the campaign four years ago, when Marina Silva said that Brazil had a "key role in mediating between the different regional interests" through exercising "respectful and supportive leadership" in the region, the 2014 program reads as a commitment to play a more active role in the neighborhood. While she frequently mentions defending human rights and democracy in South America, her program does not suggest a reckless idealistic position that may endanger strategic interests. Over the coming days and weeks, she will certainly have to say how she would deal with the ongoing political crisis in Venezuela.
Global governance
Contrary to critics who argue that Marina Silva would radically change course, there are signs that she could seek to reemphasize the importance of foreign policy after a relatively lacklustre performance under Dilma Rousseff. Notably, she stresses that both Fernando Henrique Cardoso and Lula contributed to strengthening Brazil's international projection, and has repeatedly argued, since 2010, in favor of reforming the international system - such as the UN Security Council, the IMF, and the World Bank - to increase its legitimacy and provide Brazil with more responsibility. Furthermore, as globally recognized environmental leader, Marina Silva has repeatedly argued that Brazil had the potential to assume international leadership in the debate about environmental sustainability. It is in this context that her proposals are most innovative - ranging from engaging with the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) and strengthening the Amazon Cooperation Treaty Organization (ACTO). A more sophisticated strategy in the Amazon will also please nationalists, many of whom worry about Brazil's limited capacity to control its Western borders.
Despite expressing her desire to improve ties to the United States, Marina's proposals do not imply weakening Brazil's ties to the Global South - to the contrary, the explicitly refers to the BRICS grouping and the importance of Brazil-Africa ties. That will make it difficult for supporters of Lula's foreign policy to attack her approach. Nothing suggests that Marina would seek to undo his notable achievements (or, for that matter, Dilma's main achievement, Brazil's laudable internet governance initiative).
Her proposal to promote Brazilian culture more systematically on a global scale - she mentions learning from European institutions such as the Alliance Française, the British Council and the Goethe Institute - deserve attention and hint to a welcome willingness to introduce new ideas to strengthen Brazil's international visibility. In the same way, she suggests modernizing the Rio Branco Institute, Brazil's diplomatic academy, and further strengthening the dialogue between Itamaraty and civil society.
Putting foreign policy back at the center?
Finally, and most importantly, Marina Silva argues that Dilma Rousseff did not sufficiently value Brazil's Foreign Ministry. And indeed, under no other Brazilian leader in recent history has the Foreign Ministry - historically above the political fray - been so secondary. As a result, Brazil's foreign policy under Rousseff has been far more hesitant and passive than during the presidencies of Cardoso and Lula.
Naturally, in the coming weeks Marina Silva will have to explain how some of her ideas would play out in practice. And yet, her program suggests that Marina would pursue an activist foreign policy, built on the notion that established countries' dominance in the global conversation is highly counterproductive and unlikely to produce sustainable solutions to the world's most pressing issues such as climate change, financial volatility, human rights and nuclear proliferation.
More than ever before, Brazil's stronger voice - be it in the UN Security Council, during climate change negotiations, as a mediator in Venezuela, as a defender of democracy in Guinea Bissau, or as an agenda setter on internet governance - is needed to create a richer and more balanced global debate. That requires a President unafraid of taking courageous decisions and occasionally generating international controversy.
Read also:
Marina’s foreign policy
What would Aécio do?
Brazil’s top 10 foreign policy challenges in 2014
Oliver Stuenkel
Oliver Stuenkel is an Assistant Professor of International Relations at the Getúlio Vargas Foundation (FGV) in São Paulo, where he coordinates the São Paulo branch of the School of History and Social Science (CPDOC) and the executive program in International Relations. He is also a non-resident Fellow at the Global Public Policy Institute (GPPi) in Berlin and a member of the Carnegie Rising Democracies Network. His research focuses on rising powers; specifically on Brazil’s, India’s and China's foreign policy and on their impact on global governance. He is the author of the forthcoming IBSA: The rise of the Global South? (2014, Routledge Global Institutions) and BRICS and the Future of Global Order (2014, Lexington).
Read more