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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 30 de agosto de 2015

Os “aspirantes a pipoqueiros", uma novela juridico-economica brasileira - Pedro Lagomarcino


Os “aspirantes a pipoqueiros”
 Pedro Lagomarcino
Porto Alegre, 30/08/2015
Qualquer “administrador de carrocinha de pipocas” sabe que ao “fechar as torneiras” a conta de água vai diminuir no final do próximo mês. Aliás, nem precisa ser muito iluminado para tomar uma medida destas e que isso não é, nem de longe, uma “estratégia”, bastando ir lá e fazer.
Evidentemente, que não estou a me referir aos pipoqueiros que nos encantam com suas deliciosas pipocas Brasil à fora, pois se estivesse a falar do talento e da capacidade destes, certamente, não tenho dúvidas que o Brasil apresentaria níveis infinitamente mais satisfatórios dos que vem apresentado, inclusive, nos quesitos aroma e paladar. Estou a me referir sim, aos últimos governadores do Estado do RS e, inclusive, a atual Presidenta da República.
No caso do RS temos a seguinte constatação: Sartori culpou o governo Tarso, que culpou o governo Yeda, que culpou o governo Rigotto, que culpou o governo Olívio, que culpou o governo Brito, que culpou o governo Colares, que culpou o governo Simon, que culpou o governo Jair Soares.
No caso do governo federal, há um paradoxo, ou seja não há equação, porque Dilma é antecessora dela mesma, ou seja, Dilma só pode, com o perdão do hiper-pleonasmo, “se-culpar-se-a-si-própria” (risos) ou então delatar Lula, seu próprio mentor.
Se cada um culpou o governo de seu antecessor, pelo estado deplorável que recebeu as finanças do Estado ou do país que passou a administrar e, nenhum, no mínimo, interpelou o outro judicialmente, ou ajuizou qualquer ação contra o partido ou a coligação que estava no governo, parece ser apropriado perguntar:
- Todos prevaricaram?
Penso que esta pergunta é oportuna, em razão do que está escrito no art. 319, do Código Penal, assim transcrito (grifamos):
“Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.”
Não se pode crer que ao longo de 4 (quatro) anos de exercício dos respectivos mandatos, os mandatários não tenham sido capazes de determinar 1 (um) ato de ofício sequer, no sentido de que os causadores dos prejuízos, viessem, efetivamente, ressarcir o Erário, nem tampouco que uma ação de ressarcimento fosse ajuizada, especificamente, neste sentido.
No RS e no Brasil é estarrecedor que as finanças tenham sido entregues a esta nova classe que o IBGE há de constatar já no próximo censo: a dos “aspirantes a pipoqueiros”, os quais marcam suas administrações com um traço inconfundível: gostar de “pipocar”. Sim, gostam de “pipocar”, porque ou causaram atos lesivos ao Erário, ou aos Princípios Constitucionais da Administração Pública, ou não tomaram nenhum ato de ofício efetivo sequer, no sentido de que o Erário venha ser ressarcido, pelas péssimas administrações anteriores.
Diferentemente, os pipoqueiros que nos servem as deliciosas pipocas guardam em um caderninho, na ponta do lápis, a lista de todos clientes que passaram pela carrocinha e levaram a pipoca, mas se comprometeram a acertar outra hora. Este é o porquê os pipoqueiros nunca saíram de moda e o porquê os “aspirantes a pipoqueiros” não terem mais vez. Aqueles assumem o posto e sabem exercer seu ofício com maestria, nem que para isso tenham de se indispor, cobrando de seus clientes, pois se tivessem de fornecer pipoca de graça, a carrocinha já iniciaria fadada ao fracassar. Ao passo que os últimos, se fossem administrar uma carrocinha, creio que não teriam sucesso, porque ou não sabem cobrar os créditos que têm, ou porque não querem se indispor, ou porque deixaram se encantar, com aroma e o paladar da boa pipoca, ao longo de 4 (quatro) anos de exercício, levando-me a crer que preferiram mais comer, quando se sabe que podiam comer, mas deviam também administrar.
Ah! Não podemos nos esquecer. Os “aspirantes a pipoqueiros” dispõem até de um verdadeiro detefon (aquele no não mata, mas tonteia), para tentar confundir a plateia de contribuintes: ora é o cenário atual, ora é a crise política ou econômica, ora é a conjuntura ou a falta de ambiente político, ora não dispõem de compreensão na Assembleia ou na Câmara dos Deputados, ora a falta de vontade política, ora o clima, o tempo, o mês, o dia, o horário, a numerologia, enfim, etc, etc e etc.
Na verdade esta nova classe política acha que sabe, mas seja pela falta de noções efetivas de gestão pública (tecnicamente falando), seja pela falta de ética, seja pela falta de estreita observância aos Princípios Constitucionais da Administração Pública (da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência) desvela-se, em pouco tempo, como patética. Por trás das muitas gaiatices que promove, não está mais a legitimidade dos votos que a elegeu, mas a ilegitimidade dos votos que traiu, no que prefiro chamar de violação axiológica do teor do voto.
Após tomar posse, “do dia para a noite” o discurso muda e as tantas “convicções” que os candidatos diziam ter e que passaram ao eleitorado em forma de “propostas”, deixam de existir, coincidentemente, quando se tornaram mandatários, de modo que as bases da legitimidade, com a mesma rapidez, se transformaram em ilegitimidade, por conveniência ou conivência.
Dilma fez isso logo que iniciou o mandato em 2015, ao aumentar a conta de luz de milhões de brasileiros, visivelmente, porque na roubalheira que ocorria na Petrobrás, a qual ela não tomou nenhum ato de ofício, dado o êxito da Operação Lava-Jato, só existia uma saída para continuar com o projeto de poder da Organização Criminosa chamada PT: aumentar a tributação, para arrecadar mais. Sim, o PT é uma Organização Criminosa desde o momento em que engendrou o Foro de São Paulo e compartilha do mesmo pão, com as FARC, para fazer negócios dos mais escusos, a exemplo dos que já faz com Cuba, através do BNDES, certamente, para imprimir ares de oficialidade à ilicitude. Só no Brasil esta Organização Criminosa chamada PT funciona como partido político, sob o manto da legalidade.
A Deputada Estela Farias do RS foi muito clara ao manifestar, calmamente, que “se é para fazer luta política sem seriedade nós (referindo-se a ela e a seu partido, o PT) sabemos fazê-la”, conforme registrou o Jornalista Diego Casagrande em sua página no facebook:
No caso do RS, Sartori, dias após tomar posse, marca seu primeiro ato, pelo Decreto nº. 52.230/15 (conhecido como Decreto do calote) no qual determinou o não pagamento, por 180 dias, a empresas que têm a receber do Estado por serviços já prestados, bem como por proibir a nomeação de candidatos já aprovados em concursos públicos. Apenas para fins de registro, estima-se que o Estado do RS, através do Decreto do calote deixo de pagar mais de R$ 700 milhões. E agora, eis o atraso pagamento de salários de servidores públicos e proposta de aumentar o ICMS.
Ressalto, para destacar bem, o fundamento da ilegitimidade escancarada de ambos (Dilma e Sartori): a violação axiológica, ululante, do teor do voto.
Será que ambos teriam sido eleitos se houvessem anunciado de forma transparente ao eleitorado o aumento de tributos? Como se não bastasse o Brasil “ostentar” a posição de país com a maior carga tributária do mundo. E mais, será que ambos sairiam vitoriosos, se dissessem com transparência que não iriam pagar empresas e atrasar salários de servidores? Leia-se, dar calote.
Evidentemente que não.
Este é o Brasil, um país em que a mentira e os piores exemplos advêm, com oficialidade, de suas maiores autoridades: Presidentes e Governadores.
A estratégia dos “pipoqueiros” de “fechar as torneiras” é sempre a mesma, ou seja, são sempre os mesmos a sentir o não anunciado, mais imposto “racionamento”: professores estaduais, policiais militares, bombeiros, funcionários de carreira do Estado, dentre outros, que são, inacreditavelmente, tratados em descompasso ao real valor que possuem, como se fossem um câncer dentro da Administração Pública. Ora essa! Os cânceres da Administração Pública são na verdade estes “aspirantes a pipoqueiros” que deveriam se preocupar em efetivamente servir o Estado e não em se servir do Estado, porque a Administração Pública possui como fim precípuo, o bem comum.
A bem da verdade, sejamos francos, as “torneiras” não foram devidamente fechadas como anunciou o governador Sartori, na medida em que como autor do “racionamento” foi também quem ajudou a “virar a caixa d’água”, quando sancionou o aumento dos seus próprios vencimentos, bem como dos Deputados e de todo seu Secretariado.
Como pode ter o despeito de aumentar seus vencimentos, se recém iniciou o mandato e sendo que os vencimentos e os penduricalhos mais pomposos do Poder Executivo pertencem aos seus Secretários de Estado e, no Poder Legislativo, aos Deputados?
Para o “rei” e para quem é “amigo do rei” a Lei é uma, para quem não é “rei”, nem “amigo do rei” a Lei é outra.
Este é o Brasil, um eterno país subdesenvolvido que, em tempos de República e de vigência do Estado Democrático de Direito, vive práticas de lamentável coronelismo.
É patético o governador Sartori e mais ainda a declaração dada de que “o RS passou do fundo do poço”, quando as notícias revelaram, inclusive, que não bastasse ele ter ajudado a “virar a caixa d’água”, meses depois foi “pedir água” de uma bica que não lhe pertence, qual seja, a dos depósitos judiciais, dinheiro este que não é do Estado, e sim, custodiado pelo Estado, por ser das partes que litigam em Juízo.
Como é fácil no Brasil, chamar a atenção dos holofotes, para fazer caridade com o bolso alheio, ou seja, com o bolso do cidadão. E mais, é engraçado que o doador nunca gasta nada do seu próprio bolso, mas noticia a “doação” com ares de possuir “prestígio político”.
Quanto engodo, quanta mentira, quanta sujeira.
E hoje, segunda-feira, dia 31-08-2015, quem “virou a caixa d’água” e não tem moral para falar de “racionamento e de escassez hídrica”, determinou que milhares de servidores terão suas “torneiras fechadas”, das quais sairão apenas “uma gota” de R$ 600,00.
Se pagar salário em dia é obrigação e a retenção dolosa é crime, o que dizer do fato dos servidores estaduais do RS serem reduzidos, em contrariedade ao Direito, às condições análogas a de escravos, por ato unilateral de um “aspirante a pipoqueiro” que simplesmente decide que não irá lhes pagar?
Sartori e Dilma já deram todas as cartas que não sabem administrar sequer uma "carrocinha de pipoca". Aliás, não sejamos ingênuos, a ponto de pensarmos que por ele ter sido Prefeito de Caxias, chegaria ao ponto de saber governar um Estado. Caxias é uma cidade recheada de empresas e com uma economia totalmente diferenciada de todo o RS. Aliás, é uma das regiões com maior PIB do Estado. Prefeito em Caxias, resume-se pela expressão "arroz de festa", porque a cidade não depende de Prefeitos para prosperar.
Sartori não irá atrair investimentos para o Estado, e já deu todas as provas de não possuir projetos de curto, de médio e de longo prazo, porque se decide unilateralmente não pagar servidores públicos, o consumo diminui, o endividamento aumenta, empresas não recebem, o desemprego aumenta e a população empobrece. Além só um lunático acreditaria que, diante destes fatos, Sartori saberia usar indicadores, ou o que se entende por gestão pública.
Dois fatores estarrecedores ainda se destacam:
1º - Desvios de verbas públicas;
2º - Improbidade administrativa.
Tarso Genro, recentemente, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado, com trânsito em julgado, por improbidade administrativa. Yeda Crusius, atualmente é ré em ação de improbidade administrativa, mas destaco, o processo ainda está em trâmite e não há condenação.
A propósito, não vamos nos deixar enganar pelo chamado "déficit zero" tão noticiado por Yeda, pois isso não passa de uma pífia maquiagem contábil, a qual tem em suas entrelinhas um empréstimo de U$S 1, 100 bilhão contraídos junto ao BIRD. Ou seja, mais de R$ 3,400 bilhões nas contas do Erário e, obviamente, que serão pagos pelo povo gaúcho, através de tributos.
Quando governadores passam a figurar no campo da improbidade administrativa, tanto como condenados como trânsito em julgado, como como réus, temos o reflexo dos piores tempos da política. Precipuamente, porque quem desabona suas condutas é o Ministério Público, órgão encarregado de defender os interesses da própria sociedade.
E este tempo, lamentavelmente, é o tempo atual.
Antigamente, Dilma e Sartori seriam exemplos clássicos de déspotas esclarecidos. Mas, dada a inquestionável falta de luz nas referidas gestões, atualmente, no máximo poderiam ser chamados de “déspotas escurecidos". Como deixam, e muito, a desejar, em termos de efetividade da gestão pública, integram a classe dos “aspirantes a pipoqueiros”.
Temo, sinceramente, que o passar do tempo permita-os deixar muitos aprendizes. Até lá, o que me pergunto é:
- Sobrará RS?
- Sobrará Brasil?
Temos como certo que o homem criou o Estado. Mas também foi o homem que supervalorizou-o e que divinizou-o. Concebeu-o como se fosse uma fonte inesgotável de recursos, para suprir necessidades infinitas de seus governados e de seus próprios governantes. Esqueceu-se, que para cumprir formidavelmente tarefa, este Estado depende de algo que não cabe meio termo: a capacidade, a lisura e a ética daqueles que o governam.
Dr. Pedro Lagomarcino
OAB/RS 63.784

O Brasil finalmente sob o imperio da lei? - J. R. Guzzo (Veja)

A Magna Carta completou há pouco 800 anos, mas o Brasil ainda não chegou lá. Seu dispositivo mais importante diz que ninguém está acima da lei, nem mesmo o rei.
Por aqui isso não valia, pelo menos até o juiz Sérgio Moro começar a aplicar a lei em relação aos que sempre se julgaram acima dela.
Trata-se de uma pequena revolução.
Pode ser que o Brasil chegue um pouco mais perto da Magna Carta.
Paulo Roberto de Almeida 
J. R. Guzzo, na revista Veja desta semana, analisa o importante papel da justiça à consolidação do Estado de Direito. Morram de ódio, patrimonialistas corruptos. Touché:

O Brasil pode estar ganhando muito mais do que perdeu com a descida da Petrobras aos nove círculos do inferno para onde foi arrastada durante os três últimos governos da República. Nunca se roubou tanto da brava gente brasileira, embora se tenha roubado sempre ─ e provavelmente se continuará roubando enquanto o país, na prática, for propriedade do “Estado” e obedecer à sua regra número 1, pela qual é obrigatório, para quem quer produzir alguma coisa, pedir licença a quem não produz nada.

Mas há sinais concretos de que o espetacular surto de corrupção dos últimos anos, quando nossos atuais governantes decidiram transformar o uso privado do patrimônio público em programa, método e sistema de administração, está oferecendo uma oportunidade inédita ao Brasil do futuro ─ a de deixá-lo mais resistente do que jamais foi às epidemias de criminalidade oficial causadas pelos que mandam no governo, dentro e em volta dele, e que agora chegaram ao seu grau de intensidade máxima.

Essa recompensa será a passagem do país a uma situação até agora praticamente desconhecida na história brasileira: a de funcionamento pleno de um estado de direito no território nacional. O trabalho para isso está sendo feito numa modesta jurisdição local, a de Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara da Justiça Federal, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Ninguém está dizendo aqui que o Brasil perdeu pouco, porque a verdade é que perdeu muito. Provavelmente nunca se saberá ao certo ─ a conta começa num número mínimo de 6 bilhões de reais, estimativa oficial da própria Petrobras para o prejuízo sofrido com esse redemoinho de corrupção que a empurrou para o precipício, e vai até cifras não mapeadas pela aritmética comum.

Mas, por maior que seja a perda, sempre será apenas dinheiro ─ e a sabedoria popular diz que tudo o que pode ser pago com dinheiro é barato. Caras, mesmo, são aquelas coisas que o dinheiro não consegue comprar. Uma das mais preciosas é a segurança trazida pelos regimes em que o cidadão vive, no dia a dia da vida real, sob o comando da lei. Não é possível haver civilização se não há estabilidade, e não é possível haver estabilidade sem um sistema judicial que funcione com clareza, para todos e durante o tempo inteiro. Onde a aplicação da lei é incerta, não há lei. Onde não há lei, não pode haver liberdades públicas ou individuais, nem igualdade entre as pessoas, nem proteção verdadeira aos direitos de ninguém; não pode haver democracia.

O esforço do juiz Moro no processo do petrolão, junto com os procuradores federais e os agentes da PF, está colocando a sociedade brasileira sob o império da lei ─ the rule of law, como se diz no direito público dos Estados Unidos e da Inglaterra. Isso não tem preço. A força que realmente sustenta os procedimentos da Justiça Federal na Operação Lava-Jato é a obediência permanente à letra da lei por parte dos responsáveis pelo processo. Não adianta nada buscar a justiça se não há nessa busca o respeito às leis em vigor no país. Elas são as únicas que existem, e é com elas que o Poder Judiciário tem de trabalhar; combater a impunidade não autoriza ninguém a passar por cima do direito de defesa, da obrigação de provar claramente cada acusação feita e de qualquer regra escrita nos códigos da Justiça penal.

Agir dentro da lei ─ é o que o Judiciário federal está fazendo, e é por isso, justamente, que sua conduta está sendo tão decisiva para o avanço do estado de direito no Brasil de hoje. Os fatos, aí, são perfeitamente claros. Todas as decisões do juiz Moro, sem nenhuma exceção, estão sujeitas ao julgamento de tribunais que ficam acima dele; os advogados dos acusados têm o direito de recorrer a essas autoridades superiores contra qualquer dos seus despachos, e vêm fazendo isso desde que o processo começou. Em praticamente todos esses recursos as decisões de Moro foram confirmadas.

Seu trabalho está sendo vigiado o tempo todo pelos 27 desembargadores das oito turmas do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, mais os 33 ministros do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, e, no fim da linha, os onze ministros do Supremo Tribunal Federal. Além disso, ele despacha sob o olhar direto dos onze procuradores federais e dez delegados da PF, pelo menos, que dão expediente na Operação Lava-Jato ─ ao todo, contando com ele próprio, um exército de 93 pessoas. O que mais estaria faltando?

O processo do petrolão, na verdade, é o exato contrário do que têm afirmado desde o começo muitos dos advogados que lideram a defesa ─ mais, naturalmente, o governo e todo o seu sistema de apoio. Sua ideia-mãe, com variações aqui e ali, é que Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal estão criando um “regime de exceção” no Brasil, um “estado policial” que nega o direito de defesa, persegue cidadãos sem culpa formada, age com crueldade e prepara um golpe para a “volta da ditadura”. Estariam mancomunados para tirar a liberdade de empreiteiros de obras, diretores da Petrobras, doleiros, o tesoureiro nacional do PT e quem mais estiver sendo investigado por corrupção na Justiça Federal do Paraná. Como assim? Ninguém explica, pois não dá para explicar como seria possível montar uma conspiração secreta com a participação de quase 100 pessoas sem que ninguém falasse nada.

É incompreensível, também, alegar arbitrariedade, violência contra os acusados ou descaso com a produção de provas quando nada menos que 28 cidadãos, todos altamente postados na vida, concordaram até agora, com a plena assistência de seus advogados, em confessar suas culpas, devolver dinheiro ganho ilegalmente e denunciar cumplicidades nos delitos que praticaram. Réus já receberam sentenças das quais não vão apelar. Mais: a “delação premiada”, que levou os envolvidos a colaborar com a Justiça para aliviar suas penas, só existe porque foi criada por lei. Não é uma lei da “ditadura” ou do ex-presidente Fernando Henrique ─ é a Lei 12850, sancionada em 2013 por ninguém menos que a própria presidente Dilma Rousseff, que ainda na campanha eleitoral do ano passado a apresentava como uma das suas grandes realizações e hoje se diz indignada com ela.

Uma discreta informação surgida no noticiário recente talvez seja a comprovação mais luminosa, pois também é a mais simples, da mudança real que o avanço do estado de direito está produzindo no Brasil. O empresário Emílio Odebrecht, segundo a notícia, queixou-se aos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique, em conversas particulares, por não estar conseguindo fazer nada pela libertação de seu filho Marcelo, acusado de corrupção na Petrobras e preso há dois meses em Curitiba. Lula e FHC disseram-lhe palavras de consolo ─ e isso foi tudo que puderam fazer. Não é preciso pensar mais do que dois minutos para ver que a ação da Justiça está fazendo aparecer um país que jamais existiu antes por aqui.

A Odebrecht é o quarto maior grupo empresarial do Brasil; faturou perto de 34 bilhões de dólares em 2014, emprega cerca de 170 000 pessoas diretamente e influi nos negócios de centenas de outras empresas. Desde quando um dos empresários mais potentes do Brasil, íntimo do primeiríssimo escalão do poder, fala com dois ex-presidentes da República e não consegue tirar o próprio filho da cadeia? Não é assim que este país vem funcionando há 500 anos. Temos leis que não acabam mais ─ mas para que servem se não são aplicadas sempre, por igual e para todo mundo? A Rússia comunista também tinha belíssimas leis ─ previam até a liberdade de imprensa, o voto livre e a independência de poderes. E daí? Lei não é justiça.

Só poderá haver esperança de uma sociedade justa se estiver em funcionamento genuíno um sistema judiciário independente, previsível e capaz de aplicar a lei sempre da mesma maneira ─ e em que os donos do poder não possam demitir os juízes que os incomodam. É o que está acontecendo no petrolão. Marcelo Odebrecht não está preso porque é rico e preside uma empresa gigante. Está preso porque a Justiça, com apoio em fatos, investiga quanto ele está devendo ao Código Penal.

O tiroteio disparado contra Sérgio Moro é uma das mais agressivas campanhas em favor da negação da Justiça que o Brasil já conheceu. É também a comprovação de quanto a ideia de viver sob o império da lei é inaceitável para as forças que mandam na vida pública brasileira. Trata-se do condomínio formado por coronéis da política, que operam nas grandes capitais e andam de jatinho, mas continuam dentro do seu carro de boi mental de sempre, por empresas que vivem de fazer negócios com o governo e por toda a extensa população de parasitas cujo bem-estar material depende, de um jeito ou de outro, da máquina pública. São representados hoje, melhor do que nunca, pelo governo do PT, seu aliado, sócio, protetor e protegido ─ e para manterem o fazendão que chamam de “Estado” estão convencidos de que tudo serve.

Vale, por exemplo, dizer que o combate à corrupção na Petrobras está fazendo o Brasil perder “1% do PIB”, como descobriu a presidente Dilma. A Lava-Jato não pode “paralisar” a economia brasileira, dizem lideranças do PT e do governo ─ por essa maneira de ver as coisas, a economia só crescerá se a ladroagem estiver liberada. A delação de um dos acusados, algum tempo atrás, foi vista como uma manobra internacional para “prejudicar a viagem da presidente aos Estados Unidos”. O ex-presidente Lula compara o combate judicial à corrupção com a perseguição aos judeus na Alemanha nazista.

Vale tudo, também, na tentativa permanente de denunciar o juiz, procuradores e policiais que investigam o petrolão como delinquentes dispostos a violar a lei para satisfazer a “opinião pública”. Personalidades tidas como juristas de elevado saber mostram-se tão convencidas de suas próprias certezas que não pensam mais direito no que estão falando. Uma delas, recentemente, sustentou que o juiz Moro é “um cidadão do sul com volúpia para prender pessoas” ─ e que as confissões dos acusados estão sendo feitas “sob tortura”.

No seu entender, o sujeito que “está acostumado com um bom padrão de vida e é posto numa sala que não tem nem privada”, como ocorre com os empreiteiros e barões da Petrobras presos em Curitiba, “está sendo torturado”. Para aperfeiçoar seu argumento, disse que um preso é um preso, e outro preso é outro preso. “Se você viveu numa favela”, comparou, dá para aguentar uma cela miserável; com um doutor já não é a mesma coisa. Que mais seria preciso para comprovar a angústia do Brasil velho com a mudança ora em execução pela Justiça Federal?

O autor desses pensamentos, enfim, parece ter falado por todos os que combatem os processos do petrolão ao afirmar que “nem no tempo da ditadura” houve tanto desrespeito à lei numa investigação criminal. É mesmo? Se os que dizem isso tivessem um dia levado um bom inquérito policial-militar no lombo, notariam bem depressa as diferenças entre uma época e outra; saberiam, também, que uma cela no DOI-Codi não tem absolutamente nada a ver com o xadrez da PF de Curitiba.

É um bom sinal para o Brasil que, após um ano inteiro de esforço, tenha dado resultado zero a tentativa de demonstrar que não há corrupção no governo, ou só um pouquinho, e que tudo não passa de uma armação contra os interesses populares. A campanha fracassou porque sempre foi uma missão impossível ─ pretendeu convencer a maioria da população a acreditar que os reis não estão nus, e essa não é uma opção disponível. O trabalho do juiz Sérgio Moro está mais vivo hoje do que estava quando começou. O estado de direito agradece.

International conference for the Study of Economic Thought - Strasbourg, April 2016

Dear colleagues,

You will find below the call for papers for the next conference of the French Charles Gide society for the history of economic thought.
We look forward to welcoming you in Strasbourg.
Best regards,
Sylvie Rivot
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16th international conference of the Charles Gide Association for the Study of Economic Thought
Strasbourg, 14–16 April 2016

Call for papers
(Deadline for the submission of proposals: 15 November 2015)

The 16th international conference of the Charles Gide Association for the Study of Economic Thought will take place at the University of Strasbourg, 14–16 April 2016. This conference is organised by the laboratory Bureau d’Economie Théorique et Appliquée (BETA).

 This international conference will propose sessions on the theme “expectations, conjectures and coordination”, although any other proposal in the fields of the history of economic thought and philosophy of economics is also welcome.

Expectations, conjectures and coordination

      Contemporary economic analysis was born with the study of strategic interactions between individuals. At the turn of the 17th and 18th centuries, Boisguilbert placed the issue of the available information and of expectations at the core of his explanation of economic fluctuations. For Boisguilbert, expectations of future prices formed by agents on agricultural markets can prove either stabilising or destabilising, depending on whether the economy is in a situation of free trade or prohibition.
    Later, Smith warned us about market exchange: “it is not from the benevolence of the butcher, the brewer, or the baker that we expect our dinner, but from their regard to their own interest”. Here, the issue is about an interpersonal relationship: a consumer who would count on the acquisition of a good thanks to the benevolence of a producer is most likely to see his conjecture invalidated. Satisfying one’s needs through market exchange thus requires accurate forecasting of the behaviour of other agents, which is to forecast their own conjectures.
    Nearly a century later, but from a quite similar perspective, Cournot’s law of demand raised the issue of price expectations in the functioning of markets. He established an empirical relation between the price of a good and its demand function: “a commodity is usually more demanded when it is less expensive”. Cournot even went further: not only does each seller anticipate the reactions on the side of the buyers, but he also needs to conjecture about actions on the side of the other sellers. With Cournot, information and expectations henceforth became at the centre of individual decisions. What ensues from this is a conception of market equilibrium as the result of interactions between strategic behaviours established by each other.
    With Keynes’s parable of the beauty contest, the coordination mechanism not only applies to the results of other agents’ behaviour, but calls into question the very foundation of these results: how does an individual anticipate that the other individuals will form their own expectations?
    Last, with the rational expectations approach launched by Lucas, the issue of strategic interactions has been extended to the coordination between public authorities and private agents.

    With this theme, we propose to raise the issue of conjectures and expectations along complementary lines of research. A first line of inquiry, for example, would question the way economists suppose economic agents shape their forecasts. On which basis of knowledge? And which kind of behaviour on the part of the other individuals do they conjecture? A second line of research could investigate how the question of market equilibrium has been addressed in different times and places. How have these expectations led to a specific market result? And how do individuals coordinate themselves in favour of any particular equilibrium? A third line of inquiry, which directly ensues from the previous ones, would address the issue of state intervention. How is the state able to influence the market equilibrium resulting from the interactions between individual decisions in transforming the way these forecasts are elaborated and coordinated?

Submissions of papers or proposals for sessions

Proposals for papers will take the form of an abstract of about 500 words, submitted through the website: charlesgide2016.sciencesconf.org

Proposal for sessions are also welcome, whether they are directly connected with the theme of the conference or not. Contributions will either take place in French or in English; parallel sessions will be organised accordingly.

Deadlines
Deadline for the submission of proposals: 15 November 2015
Notification to the authors: 20 December 2015
Deadline for the sending of contributions: 20 March 2016

Keynote speakers
Anna Carabelli, Professor at the University of Oriental Piemont (Italy)
Roger Guesnerie, Professor at the Collège de France

Organisation committee
Caroline Bauer (BETA, University of Strasbourg)                                
Jean-Daniel Boyer (Culture et Sociétés en Europe, University of Strasbourg)                    
Charlotte Le Chapelain (CLHDPP, University Lyon 3)
Rodolphe Dos Santos Ferreira (BETA, University of Strasbourg)
Ragip Ege (BETA, University of Strasbourg)                             
Philippe Gillig (BETA, University of Strasbourg)
Herrade Igersheim  (CNRS et BETA, University of Strasbourg)
Simon Hupfel (BETA, University of Mulhouse)
Cyriel Poiraud (BETA, University of Strasbourg)
Lionel Rischmann (BETA, University of Strasbourg)
Sylvie Rivot (BETA, University of Mulhouse)

Scientific committee
Richard Arena (GREDEG, University of Nice)                                                   
Michel Bellet (GATE-LES, University of Saint-Etienne)                                               
Pascal Bridel (University of Lausanne)                                     
Annie L. Cot (CES, University Paris 1)                                                               
Muriel Dal-Pont (GREDEG, University of Nice)                                                
Robert Dimand (Brock University, Canada)                                                     
Rodolphe Dos Santos Ferreira (BETA, University of Strasbourg)                              
Ragip Ege (BETA, University of Strasbourg)                                                                
Gilbert Faccarello (Triangle, University of Paris Panthéon-Assas)                                      
Ludovic Frobert (CNRS et Triangle, University of Lyon 2)
Muriel Gilardone (CREM, University of Caen)
Nicola Giocoli (University of Pisa, Italy)
Herrade Igersheim (CNRS et BETA, University of Strasbourg)
André Lapidus (Phare, University of Paris 1)
Harald Hagemann (University of Hohenheim, Germany)
Sylvie Rivot (BETA, University of Mulhouse)
Goulven Rubin (LEM, University of Lille 2)
Nathalie Sigot (Phare, University of Paris 1)
Amos Witztum (London School of Economics, Great-Britain) 

A Marcha do (des)Impeachment: Preposto Garantidor da Roubalheira, vulgo PGR, garante que tudo segue bem...

Apenas registrando para a história.
Sem palavras, como se diz nos bons cartoons self-explaining...
Só que não é um cartoon...
Paulo Roberto de Almeida

Ao arquivar ação contra Dilma, Janot aponta ‘inconveniência’ do TSE

Procurador-geral da República recusa investigação que ministro Gilmar Mendes pediu sobre contas da campanha da presidente 

Brasília - Em resposta ao pedido preliminar feito pelo ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para investigar as contas de campanha da presidente Dilma Rousseff, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontou a “inconveniência” de a Justiça e o Ministério Público Eleitoral se tornarem “protagonistas exagerados do espetáculo da democracia” e o receio de uma “judicialização extremada”. Para ele, os atores principais do processo democrático devem ser “candidatos e eleitores”.
As declarações constam em despacho do procurador-geral obtido pelo Estado no qual Rodrigo Janot decide arquivar uma notícia de fato (fase inicial da investigação) que pede a apuração de eventuais ilicitudes na contratação da empresa VTBP para a prestação de serviços da campanha petista.
“Não interessa à sociedade que as controvérsias sobre a eleição se perpetuem: os eleitos devem poder usufruir das prerrogativas de seus cargos e do ônus que lhes sobrevêm, os derrotados devem conhecer sua situação e se preparar para o próximo pleito”, escreveu Janot, falando sobre o papel da Justiça eleitoral na “pacificação social”.
Em resposta a Gilmar Mendes, Rodrigo Janot apontou “inconveniência” de Justiça e MP se tornarem “protagonistas exagerados” e o receio de uma “judicialização extremada”
Em resposta a Gilmar Mendes, Rodrigo Janot apontou “inconveniência” de Justiça e MP se tornarem “protagonistas exagerados” e o receio de uma “judicialização extremada”
No despacho, o procurador-geral da República entendeu que não era o caso de estender a investigação nem no âmbito eleitoral tampouco na esfera criminal. A decisão de arquivamento proferida por Janot é de 13 de agosto, dia em que Gilmar Mendes concedeu o primeiro de três despachos realizados nas últimas três semanas referentes à prestação de contas de Dilma, caso do qual é relator.
A manifestação de Janot pelo arquivamento, acompanhada da mensagem a Gilmar Mendes, acontece num momento em que o governo federal trabalha para evitar que se estabeleça definitivamente no TSE uma nova via para que a oposição possa impedir a presidente Dilma de concluir seu mandato.
Após a aprovação com ressalvas das contas de campanha da presidente, em dezembro do ano passado, o vice-presidente do TSE, Mendes, fez uma série de encaminhamentos a órgãos competentes por investigação dos trechos da prestação de contas considerados “com indícios de irregularidades”.
Entre os órgãos que receberam documentos estavam, além do Ministério Público, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU). Em julgamentos na corte eleitoral e em seus despachos, Gilmar Mendes tem levantado a suspeita de que a campanha de Dilma teria recebido recursos desviados da Petrobrás, principal alvo da Operação Lava Jato.
Vice-presidente do TSE, Gilmar Mendes encaminhou trechos da prestação de contas da campanha de Dilma Rousseff considerados “com indícios de irregularidades” a órgãos competentes
Vice-presidente do TSE, Gilmar Mendes encaminhou trechos da prestação de contas da campanha de Dilma Rousseff considerados “com indícios de irregularidades” a órgãos competentes
Acordão. Ao ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira, Janot teve de responder à oposição sobre um suposto acordo do qual ele faria parte para preservar a presidente Dilma Rousseff de investigações. Um dos questionamentos foi feito diretamente pelo presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG). Janot negou qualquer tipo de “acordão”.
No documento em que pede o arquivamento, o procurador-geral da República utiliza dois julgamentos realizados no TSE, ambos de relatoria de Gilmar Mendes, para dizer que a corte eleitoral tem um entendimento consolidado de que, após a diplomação do candidato eleito, não cabe questionamento das contas de campanha.
“Admitir a juntada de documentos em processo de prestação de conta, após o seu julgamento, seria permitir a ‘eterna’ instrução do feito, o que não é cabível”, diz um trecho do documento, citando o julgamento de uma ação, em 2014, que teve o ministro Gilmar Mendes como relator. Ao entender que não há irregularidade a ser investigada sobre a prestação de serviços da gráfica à campanha, Janot aponta o receio de que haja uma “judicialização extremada” da Justiça Eleitoral e usa trechos de julgamentos relatados por Gilmar Mendes para sustentar a visão de que a Justiça Eleitoral precisa ser “minimalista”. A decisão foi assinada por Janot, embora assuntos eleitorais sejam despachados normalmente pelo vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão. 
Durante a sabatina de Janot na CCJ do Senado na quarta-feira, o procurador-geral foi bastante questionado por senadores de oposição sobre a atuação de Aragão, com insinuações de que o responsável pela condução dos trâmites eleitorais seria um nome “governista”.
Ao fazer perguntas para Janot, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) criticou Aragão, a quem acusou de ter uma atuação “próxima aos interesses do PT”. Ele disse que o procurador atua com “dois pesos e duas medidas”
Em resposta, Janot defendeu o colega e afirmou que a atuação de Aragão tem índice de acerto de mais de 90%, que considera o total de sugestões do Ministério Público Eleitoral que foram acatadas pelo TSE.
O nome de Janot acabou sendo aprovado na sabatina e, na sequência, pelo plenário da Casa, o que garantiu sua recondução ao comando do Ministério Público por mais dois anos. A operação contou com apoio do PMDB do Senado.
Procurada ontem, a assessoria de Gilmar Mendes declarou que o ministro não iria se pronunciar sobre o assunto.

Luta de classes na UNILA? Nao, apenas democratismo vulgar e rastaquera...


Uma tomada de posição em relação a uma grave distorção naquela universidade companheira, também chamada de integração (companheira, claro...).
Paulo Roberto de Almeida


O FUTURO DA UNIVERSIDADE BRASILEIRA

Existe em todo o Brasil um movimento que tenta, reiteradamente, desconstruir o papel do professor na condução do processo ensino-aprendizagem. Um fenômeno notoriamente incoerente para uma nação que adota o lema de Pátria Educadora.

O mecanismo envolve a concessão de igual poder decisório aos alunos, corpo técnico e professores, sobre todos os aspectos concernentes ao funcionamento da universidade. Elimina-se, de maneira completa e irreparável, a autonomia em decidir até mesmo sobre questões que são atribuições exclusivas do corpo docente: o ensino, a pesquisa e a extensão. Esta autonomia, que vem sendo desrespeitada, está garantida na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Contudo, acontecimentos recentes em uma universidade paranaense podem mudar o rumo deste debate no país. Na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu, o desrespeito a LDB se tornou uma ação no Ministério Público Federal (MPF), que se posicionou a favor dos professores.

O RESULTADO DESTA AÇÃO PODERÁ AFETAR O FUNCIONAMENTO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS EM TODO O PAÍS.

Além do MPF, também a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), entendem que a autonomia do corpo docente é essencial para uma universidade de qualidade.

Somente os sindicatos de categoria têm caminhado na contramão desta visão, demonstrando a completa incompreensão sobre o papel que cada categoria desempenha na academia. Conforme afirmam a SBPC e a ABC, estas ações "corroem a identidade, o ethos e a missão da universidade”.

Por isso pedimos que assine, e repasse a todos que puder, este abaixo-assinado. Nele solicita-se que o Juiz da 2ª Vara Federal de Foz do Iguaçu acate a Ação Civil Pública n. 5008268-27.2015.4.04.7002, do Ministério Público Federal, cujo objetivo é o ajuste da UNILA ao ordenamento jurídico do Estado brasileiro.

Caso a decisão seja contrária, existe o risco iminente de que o mesmo processo tenha início em todas as Universidades brasileiras, trazendo grandes prejuízos ao Ensino Superior no país.

Agradecemos seu apoio na luta por uma educação de qualidade no Brasil.

http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR84129

sábado, 29 de agosto de 2015

Republica Corruptiva do Pixuleco (minha síntese destes tempos companheiros) - Paulo Roberto de Almeida


República Corruptiva do Pixuleco
(minha síntese destes tempos companheiros)

Paulo Roberto de Almeida

A herança maldita dos governos do partido que se pretendia "da ética", mas que se revelou mafioso, e o mais fraudulento da história do Brasil, é essa que vocês estão contemplando: além dos imensos crimes econômicos (alguns planejados intencionalmente para produzir "resultados paralelos", digamos assim) praticados por governantes ineptos, mentirosos e de má-fé, (mal) assessorados por keynesianos de botequim e outros economistas aloprados, além dos incontáveis crimes comuns (e nenhum dos verdadeiros responsáveis foi ainda para a cadeia, descontando uns poucos paus-mandados do lulo-petismo mafioso), além do desmantelamento geral das instituições (com o aparelhamento completo de todas as agências públicas, além da elevação de serviçais obedientes inclusive nas mais altas cortes do Estado), além de todo o desastre fabricado por inépcia, desídia, incompetência e teimosia (sem contar a junção dos crimes econômicos com os crimes comuns, o que me parece evidente), o que temos, como resultado desses quase três lustros de desgoverno absoluto é uma degradação moral como nunca antes tínhamos conhecido no país, uma desfaçatez tão grande no roubar, no enganar, no mentir, no mistificar, que a população já está quase ficando acostumada em que isso que está aí, essa imensa podridão moral que nos assalta todos os dias em todos os meios de comunicação, em que isso que está aí se torne, definitivamente, o novo padrão aceitável num país que se pretendia em ascensão.
Os companheiros nos arrastaram para o fundo do poço.
Isso tem de ser registrado para a história.
Eu vou fazer a minha parte, no nicho de combate que é o meu, um quilombo solitário de resistência intelectual, que é a denúncia constante, o alerta regular, chamando a atenção para os crimes companheiros.
Vou começar compondo uma lista de todos os crimes econômicos cometidos desde 2003.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 29 de agosto de 2015

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Seminario Internacional: Governanca Global, Politicas Nucleares e a Insercao do Brasil - PUC-Rio

O Institudo de Relções Internacionais da PUC-Rio convida para o seminário internacional “Governança Global, Políticas Nucleares e a Inserção do Brasil”, nos dias 03 e 04 de Setembro, no auditório Amex (PUC-Rio). Este seminário é parte de um projeto sobre a política nuclear brasileira dedicado a quatro pontos principais: (1) a formulação e implementação da atual política nuclear no país, (2) o abrangente debate social sobre questões nucleares no Brasil (levando em consideração atores governamentais e não governamentais), (3) a evolução histórica e as diferentes inflexões da política nuclear brasileira e (4) as posições de política externa quanto à governança nuclear.

O seminário é parte de uma série de eventos que vem acontecendo nos últimos três anos e que visa discutir a política nuclear brasileira num amplo contexto de governança global, especialmente no campo da segurança. Reunir diplomatas, acadêmicos e outros especialistas é uma forma de expor as múltiplas perspectivas sobre o tópico, contribuindo para potenciais diálogos com outros campos de pesquisa. Com o objetivo de entender a inserção internacional do país na questão em foco, o evento irá discutir também como o Brasil se posiciona face aos outros países BRICS no âmbito da governança nuclear.

03 DE SETEMBRO

09:15 – 09:30: Recepção

09:30 – 12:30: Mesa redonda 1 – Perspectivas Teóricas sobre Governança Global

José Maurício Domingues (IESP/Universidade Estadual do Rio de Janeiro)

Luis Manuel Fernandes (IRI/PUC-Rio)

José María Gómez (IRI/PUC-Rio)

Alexandre Morelli (CPDOC/FGV)

12:00 – 13:00: Almoço

13:30 – 15:00: Mesa Redonda 2 – A Inserção do Brasil no Sistema Internacional

Marcelo Valença (Universidade Estadual do Rio de Janeiro)

Guilherme Casarões (Fundação Getúlio Vargas)

Ruy Silva (Marinha do Brasil)

Sean Burges (Australian National University)

Antônio Jorge Ramalho (Universidade de Brasília)

15:00 – 15:15: Coffee Break

15:15 – 17:00: Mesa Redonda 3 – Brasil e Governança no Campo de Segurança Internacional

Carlos Chagas (Escola de Guerra Naval)

Thiago Rodrigues (Universidade Federal Fluminense)

Luiz Feldman (Ministério das Relações Exteriores)

Laura Lima (UNOPS – Cities Alliance)

Brigadeiro-do-Ar Jair Gomes da Costa Santos

04 DE SETEMBRO

13:00 – 15:00: Mesa Redonda 4 – BRICS e Política Nuclear

Monica Herz (IRI/PUC-Rio)

Jo-Ansie van Wyk (University of South Africa)

Tong Zhao (Carnegie Endowment for International Peace)

Nikolai Sokov (Vienna Center for Disarmament and Non-Proliferation)

Zorawar Daulet Singh (King’s College London)

15:00 – 15:15: Coffee Break

15:15 – 17:00: A Política Nuclear Brasileira

Julián Gadano (Universidad de San Andrés)

Monica Herz (IRI/PUC-Rio)

Rex Nazaré (FINEP)

Matias Spektor (CPDOC/FGV)

Togzhan Kassenova (Carnegie Endowment for International Peace)

*O seminário será em inglês.

Se você não deseja mais receber nossos e-mails, cancele a sua inscrição.

Parlamentares sob investigacao, processados, prescritos na Nova Republica (da impunidade)

Da Revista Congresso em Foco (agosto de 2015): 

Dos mais de 500 parlamentares acusados criminalmente no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 1988, apenas 16 foram condenados até hoje. Cinco deles escaparam da punição porque seus crimes prescreveram e outros três ainda recorrem. Só nos últimos dois anos, 22% dos processos contra deputados e senadores foram arquivados por prescrição.

Os dados são de reportagem exclusiva da nova edição da Revista Congresso em Foco, que mostra como a lentidão da Justiça favorece a impunidade dos políticos brasileiros. Publicamos a lista completa dos mais de 160 deputados e senadores que respondem a inquéritos e ações penais no STF e as acusações que recaem sobre cada um deles.

Comandado por dois parlamentares sob investigação, o Congresso produziu muito no primeiro semestre – pior para o Brasil. Em ritmo frenético de votações, a Câmara e o Senado deixaram armadilhas para o país com a aprovação de propostas que aumentam significativamente os gastos públicos.

Você pode acessar em: revista.congressoemfoco.uol.com.br/

Caso tenha se esquecido de sua senha, clique aqui: revista.congressoemfoco.uol.com.br/recuperacao-de-senha/

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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Da serie "Crimes Economicos" do Lulo-Petismo: confusao da Sete Brasil vai acabar em guerra judicial (BB, BNDES e bancos privados)

A Sete Brasil foi constituída pelos companheiros para ser uma vaca de ordenha monetária quase tão grande quanto a Petrobras, ou potencialmente ainda maior, pois seria a companhia de equipamentos para exploração petrolífera que, se bem administrada, poderia não ser apenas fornecedora da Petrobras, mas do mundo.
Mas as ratazanas companheiras, ineptas como são em administração empresarial, e sequiosas de roubar grande como eram desde o início na Petrobras, simplesmente inviabilizaram a companhia, ao impor o seu nacionalismo rústico e rastaquera sobre a companhia, partindo do pressuposto de que o Brasil já tinha condições de ser um grande fornecedor desses equipamentos. Mas, má administração de um lado, grandes roubalheiras de outro (com os superfaturamentos impostos politicamente) e a pouca competitividade do Brasil e das empresas brasileiras no setor, se juntaram para inviabilizar a companhia.
Agora ninguém quer assumir os prejuizos e o assunto deve ir parar nos tribunais (que vão demorar anos e anos para resolver o imbroglio), o que vai acrescentar nas imensas perdas já provocadas pelos companheiros contra o Brasil e os brasileiros. Mais um capítulo da série crimes econômicos do lulo-petismo.
Paulo Roberto de Almeida

IMPASSE NA SETE BRASIL PODE LEVAR LEVAR A UMA GUERRA JUDICIAL ENTRE BANCOS, PETROBRAS E BNDES
Murilo Rodigues Alves
Valor Econômico, 24/08/2015

Brasília, 24/08/2015 - Os principais bancos do País ameaçam iniciar uma guerra judicial envolvendo BNDES e Petrobras por uma cada vez mais provável quebra da Sete Brasil, principal fornecedora da petroleira. O acordo que poderia salvar a empresa dificilmente sairá. De um lado, o BNDES não aceita assumir o risco do empréstimo bilionário. De outro, a Petrobras não aceita referendar o preço de aluguel das sondas, 50% acima da média internacional de mercado.

As antigas direções da Petrobras e da Sete Brasil haviam acertado o sobrepreço de afretamento - cerca de US$ 450 mil a diária, ante US$ 300 mil cobrados no mercado internacional. Ou seja, a diferença corresponderia a um gasto adicional de US$ 4,5 bilhões por mês com cada sonda. Oficialmente, a justificativa girava em torno da necessidade de a Petrobras subsidiar a indústria naval brasileira.

Antes de o empréstimo ser concretizado, porém, as investigações da Operação Lava Jato revelaram um amplo esquema de pagamento de propinas envolvendo executivos da estatal, entre eles Pedro Barusco, ex-diretor da Sete e um dos idealizadores do contrato das sondas. A atual direção da Petrobras, sob o comando de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, reluta em manter os mesmos termos acordados e correr o risco de envolvimento na Lava Jato.

A Sete foi criada para ser a proprietária das sondas de perfuração do pré-sal e a maior fretadora mundial deste tipo de plataforma até 2020. Além da Petrobras (minoritária), tem como acionistas bancos como Bradesco e Santander, que também figuram no rol de credores da empresa.

Sem uma solução à vista, o sindicato de bancos que emprestou US$ 3,6 bilhões à Sete Brasil deve entrar na Justiça contra o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que se recusou a liberar US$ 3,1 bilhões do empréstimo ponte. Seria a primeira parcela dos US$ 9,3 bilhões previstos no financiamento de longo prazo.

Segundo o Broadcast apurou, o BNDES já retirou da programação orçamentária deste ano R$ 8 bilhões que estavam reservados para o empréstimo à Sete. Banco do Brasil, Santander, Bradesco, Caixa e Itaú BBA liberaram os empréstimos de curto prazo - os empréstimos-ponte - até a contratação da operação de longo prazo, que seria feita pelo BNDES.

Segundo pessoas que acompanham de perto as negociações, o próprio presidente do BNDES, Luciano Coutinho, "vendia" a Sete Brasil, na busca de novos sócios, garantindo que a maior parte do financiamento caberia ao banco de fomento estatal.
Há informações de conversas foram gravadas e documentos poderiam sustentar uma ação judicial contra o BNDES. Os credores afirmam que só aprovaram as operações porque tinham a garantia do financiamento de longo prazo e que depois tiveram que buscar outras saídas.

Sem o BNDES, o sindicato dos bancos montou um novo modelo de financiamento, com o enxugamento da Sete (de 29 sondas para 19 sondas) e tentava o ingresso de novos acionistas (japoneses, chineses, noruegueses). O investidores estrangeiros estiveram bem próximos de aportar recursos no projeto, mas recuaram diante do impasse entre Petrobras e Sete.

A nova Sete Brasil precisaria de US$ 9 bilhões em financiamento, muito menos do que os US$ 29 bilhões previstos. O prazo que os bancos credores deram à Petrobras e à Sete se encerrou no último dia 14 e nenhum acordo foi fechado, embora tenha sido consensual uma postergação até o fim deste mês.

"Acho difícil o sindicato dos bancos não processar o BNDES. Certamente, vai ter processo para todos os lados", disse uma fonte a par das negociações. Como todas as cinco linhas de empréstimos-ponte foram liberadas pelo sindicato, mesmo os bancos públicos (BB e Caixa) seriam "constrangidos" a processar o BNDES.

Além do provável processo dos bancos contra o BNDES, os acionistas da Sete se movem para responsabilizar a Petrobras por parte do prejuízo que eles tiveram ao injetarem recursos na Sete. O argumento é que a Petrobras não pode tentar diminuir o valor do aluguel das sondas porque o projeto se inviabiliza. Como houve o enxugamento da empresa, os sócios trabalham agora para ter o menor dos prejuízos, uma vez que injetaram dinheiro para o projeto maior e ainda precisam pagar os juros dos empréstimo-ponte - maiores do que os de financiamento de longo prazo.

A Petrobras tem 5% da Sete, além de participação indireta no fundo que detém os outros 95% da companhia, em sociedade com os fundos de pensão Petros, Funcef, Previ e Valia, os bancos BTG Pactual, Santander e Bradesco, o FI-FGTS, o fundo EIG e Strong e os investidores Luce Drilling e Lakeshore Partners.

O imbróglio será imenso. Por enquanto, a alternativa mais palatável é que esses contratos de empréstimo sejam prorrogados ao menos até o início de 2016 para evitar que a provisão de eventuais perdas em seus balanços sejam registradas ainda este ano. Alguns dos sócios da Sete Brasil, como BTG e FI-FGTS, já iniciaram o provisionamento.

Banco do Brasil detém a maior parcela dos empréstimos-ponte. O Fundo Garantidor de Construção Naval (FGCN) tem apenas metade dos recursos necessários à cobertura dos empréstimos-ponte. A Caixa, que tem a menor exposição nessas operações (R$ 1,5 bilhão), é responsável pela administração do FGCN e do FI-FGTS, fundo de investimento formado com recursos dos trabalhadores, que se tornou sócio da Sete.

Ao processar a Petrobras, os bancos ficam impedidos de liberar novos créditos para a estatal. Sendo alvo de um eventual processo, o BNDES também não pode fechar novos negócios com os litigantes. Além disso, há atores que ocupam duas pontas. Bradesco e Santander, por exemplo, como sócios e credores simultaneamente podem chegar ao absurdo de ter de fazer anotações restritivas para as próprias instituições. O BTG, que colocou em torno de US$ 1 bilhão na Sete Brasil, precisará se explicar para todos os investidores estrangeiros que compraram os papeis da empresa colocados no mercado pelo banco.

Procurados, BNDES, Sete Brasil e Petrobras não responderam aos questionamentos até o fechamento dessa reportagem. (Murilo Rodigues Alves)

China: leninismo de mercado tornou-se perigoso para o mundo - Ambrose Evans-Pritchard

 

AEP: China's market Leninism turns dangerous for the world

Global markets have swung overnight from a mystical faith in Communist competence to near revulsion. But this August storm may yet blow over 

 
The sudden loss of confidence in the anchor economy of East Asia has struck before the West is fully back on its feet 

The world financial system is at a dangerous juncture. Markets no longer believe that China’s Communist leaders are in full control of the country’s $27 trillion debt bubble, or know how to manage fast-moving events beyond their ken. 

This sudden loss of confidence in the anchor economy of East Asia has struck before the West is fully back on its feet after its own debacle seven years ago. 

Interest rates are still near zero in the US, the eurozone, Britain and Japan. Fiscal deficits are at unsafe levels. Debt is 30 percentage points of GDP higher than it was at the onset of the Lehman crisis. The safety buffers are largely exhausted. 

“This could be the early stage of a very serious situation,” said Larry Summers, the former US Treasury Secretary. He compared it to the two spasms of the Asian crisis in the summer of 1997 and again in August 1998. 

Ominously, he also compared it to the "heart attack" of August 2007, when credit markets seized up on both sides of the Atlantic and three-month US Treasury yields plummeted to zero. That proved to be a false alarm, but it was an early warning of the accumulating stress that would bring down Western finance a year later. 

Full-blown contagion is now ripping through the international system. The main equity indexes in Europe and the US have all sliced through key levels of technical support. 

Once the S&P 500 index on Wall Street broke below its 200-day and 50-week moving averages last week, it was extremely vulnerable to any bad news. This came last Friday with yet more grim manufacturing data from China.

JP Morgan says the Caixin PMI indicator that so alarmed markets is skewed to the weakest segment of the Chinese economy and overstates the trouble, but such subtleties are lost in a panic. 

It turned into a global rout after the Shanghai composite index crashed 8.5pc on China’s “Black Monday”, pulverizing its July lows after the central bank (PBOC) - oddly passive - refused to come to the rescue as expected with a cut in the reserve requirement ratio for banks.

Beijing’s botched efforts to prop up the country’s stock markets have collapsed. An estimated $300bn of state-orchestrated buying achieved nothing, overwhelmed by an avalanche of selling by investors forced to cover margin debt. 

Professor Christopher Balding from Peking University wrote on FT Alphaville that China is lurching from one incoherent policy to another, shedding credibility and its aura of omnipotence at every stage. “There is a very real risk that Beijing is losing control of the story,” he said. 

The speed with which this episode has now engulfed US markets - trading at 50pc above their historic average on the long-term Shiller price/earnings ratio, and primed for trouble – suggests that events could all too easily metastasize into a self-perpetuating crisis of confidence. The Dow may have rebounded after a record 1,090-point drop at the opening bell, but such tremors cannot be ignored. 

“Circuit-breakers are needed, given how quickly markets have moved. Crises are highly non-linear events and ruling them out isn’t wise,” said Manoj Pradhan from Morgan Stanley. 

The question is whether China’s economy will itself prove to be the circuit-breaker by confounding the predictions of economic meltdown. There are signs that growth is poised to pick up after a deep slump in the first half of the year, caused by a combined monetary and fiscal crunch. 

Spending contracted 19.9pc in January as local government reform went horribly wrong. It did not recover fully until May and June, when the new bond market took off. The fiscal stimulus will feed through over the next six months.

Simon Ward from Henderson Global Investors says his measure of China’s money supply – “true M1” – turned negative late last year for the first time this century. It has since recovered briskly and is growing at a 10pc rate, implying a recovery of sorts a few months later. 

The Shanghai equity collapse has been spectacular, but the number of shares in private hands amounts to just 30pc of GDP, compared to 81pc on Wall Street in 1929 and 183pc in 2000. 

The wealth effects are limited. “Only one in 30 Chinese owns equities. We think the authorities should just let the chips fall where they may,” said Mark Williams, chief Asia strategist for Capital Economics. 

Property is far more important. Home ownership rates are almost 80pc in China and the housing market is recovering, with prices rising 6.5pc in the big Tier 1 cities over the past year and finally bottoming out in the regions.

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Yet what began two weeks ago as a technical move by the PBOC to end China’s dollar exchange peg, and switch to a managed float, has set off a global crisis with a life of its own that cannot easily be reeled in. 

The PBOC’s move was widely seen to be the start of a devaluation push that would transmit a deflationary shock through East Asia and the rest of the world. 

China is burning through foreign reserves at a blistering pace to stabilize the yuan and offset capital flight estimated at $35bn a week. This is automatically tightening monetary policy, squeezing liquidity, and risks holding back the very recovery in China needed to quell doubts. 

Whether or not China’s economy is as weak as feared, the crisis is feeding a global chain-reaction through the entire nexus of emerging markets (EM), now half the global economy and therefore a greater threat than in the previous EM crises of the early 1980s and the late 1990s. “We are seeing the worst of all storms for emerging market currencies,” said Bernd Berg from Societe Generale. 

“This crisis has the potential to become worse than the Asian crisis in 1997/98 as it is spreading globally. Panic selling is triggering a bloodbath among EM currencies,” he said. 

The 1998 Asian crisis did not lead to a global recession. The US and European economies brushed it off in the end. Markets raced on for another two years.

Yet it felt deeply threatening at the time. The Russian default triggered the collapse of the huge US hedge fund Long Term Capital Management, forcing the New York Fed to intervene to avert a systemic meltdown. The US slashed interest rates. 

The Fed cannot cut rates this time, but it can issue a clear signal that it plans to delay rate rises. The futures markets are already pricing this in, slashing the chance of a rise in September to just 24pc, down from 50pc on Thursday. 

The dollar is already weakening against the euro and the yen. Once the dust settles, this should take some of the sting out of the EM crisis, deferring the day of reckoning for companies in Latin America, Turkey, China, and other emerging regions holding an estimated $4.5 trillion of US dollar debt.

From BIS

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The violent moves over recent days may prove to be no more than an August squall. “Liquidity has dried up over the summer and that has exaggerated the moves,” said Marc Ostwald from ADM. 

“The consensus trades are getting blown up and we are seeing an unwinding of carry trades as people get stopped out of positions. But credit stress is not that high by historical standards,” he said. 

The economies in Europe and the US are lacklustre but recovering gradually. China may, in reality, be on the cusp of another upward mini-cycle, the latest in a string of stop-go episodes. 

What is clear is that the world is no longer willing to give the economic benefit of the doubt to Chinese leaders. The pretensions of market Leninism have been shattered by one policy blunder after another over the past year. 

Global markets have swung almost overnight from a mystical faith in the competence of the Communist Party to near revulsion, doubting everything until proven. From now on, Beijing is on probation