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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 19 de setembro de 2015

Revolutions bourgeoises et modernisation capitaliste: a editora me manda um poster

Recebi, esta semana, um poster simpático sobre a publicação de meu próximo livro, que ainda não recebi, para conferir, mas a capa ficou bonita (fui eu quem escolhi a ilustração, com a ajuda de Carmen Lícia).
Reproduzo abaixo o sumário (não o índice completo) do livro, e o início da minha introdução (Avant-Propos) a esta edição da minha tese de doutoramento, remetendo ao texto completo na plataforma Academia.edu.
Paulo Roberto de Almeida



(Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015, 496 p.; ISBN: 978-3-8416-7391-6); 
version révisée de la thèse présenté en 1984 à la Faculté des Sciences Sociales, Politiques et Économiques de l’Université Libre de Bruxelles: Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil: une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise ; ajoutée du travail 2862). 
Relação de Originais n. 2863; Publicados n. 1193.


SOMMAIRE DU LIVRE

Avant-Propos :
Capitalisme et démocratie au Brésil, à trente ans de distance, 15

1.    Introduction , 42

Première Partie
THÉORIE ET PRATIQUE DE LA
RÉVOLUTION BOURGEOISE

2.    La carrière d’un concept  56
3.    Théorie de la Révolution Bourgeoise ,  71
4.    La modernisation capitaliste, 100
5.    Classe et Pouvoir , 119
6.    Pratique de la Révolution Bourgeoise , 153
7.    Bourgeoisie et révolution dans la pratique historique et dans
       la théorie sociologique , 214

Deuxième Partie
LA REVOLUTION BOURGEOISE AU BRÉSIL:
MYTHE ET REALITÉ

8.    Les bases de la Révolution Bourgeoise au Brésil , 239
9.    La transition au capitalisme , 271
10.  Différenciation sociale et crise des élites , 287
11.  Caractère de la rupture313
12.  L’État et les classes sociales , 341
13.  Démocratie et autocratie dans le capitalisme , 378
14.  Bourgeoisie et démocratie: réalité historique et mythe sociologique , 409

       Bibliographie , 429
       Autres livres par Paulo Roberto de Almeida , 450

Avant-Propos :
Capitalisme et démocratie au Brésil, à trente ans de distance

 (...)
Le présent travail – lequel, dans sa première incarnation, avait été soutenu en 1984, en tant que thèse de doctorat en Sciences Sociales à l’Université Libre de Bruxelles, sous le titre quelque peu ambitieux de « Classes Sociales et Pouvoir Politique au Brésil : une étude sur les fondements méthodologiques et empiriques de la Révolution Bourgeoise » – ne prétend certes pas se poser en « synthèse » de sociologie historique appliquée et, même s’il tend vers ce but, n’est en aucun cas une synthèse achevée. Plus modestement, il cherche, d’une part, à établir le bilan critique d’un modèle explicatif de nature historico-sociologique – sous le concept de Révolution Bourgeoise, à côté des révolutions bourgeoises réelles – et, d’autre part, à faire la mise au point empirico-théorique de la légitimité de ce modèle pour l’interprétation d’un processus donné de développement historique : la modernisation économique de la société brésilienne et ses manifestations au niveau du système de pouvoir. Elle touche donc à deux domaines classiques de la sociologie et de l’histoire, objets d’attention constante au sein de l’académie : le capitalisme et la démocratie.
Si, éventuellement, le travail n’a pas pu répondre à tous les problèmes soulevés par ce type de démarche, nous espérons néanmoins qu’il aura su poser toutes les questions pertinentes qu’il est possible d’énoncer dans ce genre d’entreprise. En attendant la « synthèse » sociologique du développement historique de la société brésilienne, dans son long cheminement vers une authentique démocratie politique dans le cadre d’une économie capitaliste avancée, voici donc un « travail d’analyse » théorico-empirique qui a tout fait pour mériter son caractère d’ouvrage académique : premier projet, lectures intensives et recherches extensives, recomposition du plan et nouvelle formulation des hypothèses de travail, développement des arguments, critique approfondie du manuscrit, mise au point du texte et rédaction finale, bref, le plat de consistance de tout candidat prétendant à des titres académiques.
Après avoir été l’objet d’un âpre débat avec (et entre) les membres du jury, lors de sa soutenance publique, au début du mois de juin de 1984, et ayant été décernée une évaluation finale de « Grande Distinction » par les examinateurs, la thèse a été déposée à la Bibliothèque de la Faculté des Sciences Sociales, Politiques et Économiques de l’Université Libre de Bruxelles, où elle a dormi le sommeil des justes au cours des trois décennies successives. Pour être plus précis, quelques petits morceaux arrachés ça et là à ses première et deuxième parties ont servi à composer deux ou trois articles, publiés l’un en tant que chapitre d’un livre collectif, les autres dans deux revues académiques brésiliennes. Mais, à part cela, l’ensemble est resté inédit et oublié depuis, y compris car, n’ayant pas entamé une carrière académique, comme prétendu à l’origine, et préférant plutôt suivre le service diplomatique de l’État, son contenu de sociologie historique comparée a toujours eu très peu de rapports avec les sujets de relations économiques internationales dont je me suis occupé depuis. Les révolutions bourgeoises ne sont pas, décidemment, un sujet diplomatique.
(...)

 Ler a íntegra deste Avant-Propos, neste link de Academia.edu: 

Uma outra frase da semana, bem mais preocupante, sobre a cleptocracia petralha

Do ministro Gilmar Mendes, ao se referir à governança cleptocrática do partido totalitário dominado pelos companheiros mafiosos:

“[Os petralhas] não roubam para o partido, não roubam só para o partido, é o que está se revelando, roubam para comprar quadros. Isso lembra o encerramento do regime alemão quando se descobriu que os [membros[ do partido tinham quadros, tinham dinheiro no exterior, é o que estamos vivendo aqui.”

Quando o ministro Gilmar Mendes fala de "regime alemão", ele está se referindo obviamente aos nazistas, um partido formado por líderes criminosos, que praticaram as piores perversidades não só contra o povo judeu -- uma raça que prometiam eliminar, apenas por serem judeus -- mas contra toda a humanidade, e que saquearam, roubaram, fraudaram, pilharam, não apenas em favor do regime -- o tal Reich que deveria durar mil anos -- mas em seu próprio benefício, como criminosos vulgares que eram.
Os petralhas são exatamente como os nazistas: criminosos vulgares. Só não podem declarar uma guerra de eliminação contra os "inimigos de classe" porque as circunstâncias mudaram, o mundo mudou, mas o espírito, o pensamento, a vontade totalitária permanece a mesma que aquela alimentada pelos assassinos bárbaros que foram os nazistas (e os stalinistas também).
Paulo Roberto de Almeida


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A frase da semana, do mes, do ano, de sempre... - Jorge Luis Borges, sobre o livro

Dos diversos instrumentos utilizados pelo homem, o mais espetacular é, sem dúvida, o livro. Os demais são extensões de seu próprio corpo. O microscópio, o telescópio são extensões de sua visão; o telefone é a extensão de sua voz; em seguida, temos o arado e a espada, extensões de seu braço. O livro, porém, é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.

Jorge Luís Borges

Cronica sobre um leitor compulsivo: quem sera'? - Paulo Wangner de Miranda


Recebi, de um colega de "desprofissão" (como ele mesmo classifica sua atual atividade), Paulo Wangner de Miranda, uma saborosa crônica sobre um curioso personagem, que adquiriu o hábito de leitura desde bebezinho e depois saiu por aí, lendo nas horas mais impróprias, nas ocasiões mais inusitadas, causando até pequenos acidentes de trânsito e confusões variadas.
 Quem será?
Não pode ser este que aqui escreve, pois só aprendi a ler na tardia idade de sete anos, ainda que eu tenha procurado descontar o atraso desde então.  
 Ainda assim, essa crônica está extremamente saborosa, e por isso vai aqui publicada, sempre respeitando os direitos autorais de que a escreveu, em prosa decassílaba, se ouso dizer. 
Vocês vão reparar que tem algumas rimas espalhadas aqui e ali, o que recomenda leitura atenta.
Mas creio que só alguns leitores, habituados a escritos bizarros e de outras latitudes, entenderão certas alusões a situações e personagens...
Em todo caso, seja quem for o personagem em questão, posso dizer que gostei muito...
---------------------
Paulo Roberto de Almeida

this one is 4 u:

Dia desses vi no sítio virtual de um xará, e colega de desprofissão, uma confissão de amor pela leitura. Mais que amor, compulsão, sim senhor. Do tipo que faria questão de acompanhar o pai ao cartório para ler, em primeira mão o registro de seu nascimento.

E fazer observações, e ementas, sobre a grafia, soletrar e regras de acentuação ao pai e ao tabelião. E não contente com sua prodigalidade leitoral - de que a miopia de dois dígitos é prova - o danado pesquisa e ainda escreve sobre o que lê. O homem não é só o que lê. Pode escrevê!

Isso naturalmente não o impediu de nos devidos e indevidos tempos de flertar, olhar pras pernas e mesmo comer sopa de letras. Se o m andava de quatro pra ver se lhe escapava ao fino e permanente escrutínio, o o, ó, é que dava mais dó, pois com essa sua forma rotunda era vítima da cobiça mais profunda.

Eu mesmo, com todas as poucas letras de meus muitos textículos, não me vi 'neamoins' protegido de sua estranha sanha: numa volta de carro que fizemos, na encantadora cidade de Berna, que parece de fato hiberna, ele no volante, enquanto papeava, também furiosamente, papelava, folheando furibundo um jornal local. Em alemão, ou nalguma língua cantonal. E se jactava de já ter batido - de leve - o automóvel em faceiras traseiras em função daquela compulsão de besteiras.

Autuado pela infração todo texto legal leu até que o guarda, sem aguardar, escafedeu.

ab, Paulo

Um governo gastador, que pretende continuar gastando, contra nos -Rodrigo Constantino

É inadmissível um governo que gasta mais de um trilhão alegar que não tem como cortar R$ 30 bi de gastos

Rodrigo Constantino 

Blog de Veja, 17/09/2015

A elite empresarial brasileira costuma se iludir com facilidade. Caiu lá atrás no conto do vigário de que Dilma era uma gestora eficiente e uma “faxineira” ética, e mais recentemente embarcou na canoa furada de Joaquim Levy, o “ortodoxo” que veio de Chicago para consertar a bagunça fiscal do governo. É muita vontade de ser enganada mesmo.

Tenho orgulho de jamais ter sido ingênuo a esse ponto, e concentrei minha artilharia em Levy desde o começo (podem atestar). Alguns empresários e economistas sérios discordavam: “ao menos ele levará algum bom senso para o governo petista”. Nada mais falso. O tecnocrata vaidoso apenas empresta sua reputação para um governo incompetente, corrupto e tarado por impostos. E ainda permite que a esquerda radical culpe o “neoliberalismo ortodoxo” pelas lambanças desenvolvimentistas!
Pois bem: acho que a ficha está caindo para todos, agora que Levy demonstra ter ignorado as principais lições dos mestres da Chicago. Imposto temporário? O homem nunca escutou Milton Friedman, que sabia que nada é mais permanente do que medidas “temporárias” de governo? No mais, era preciso mesmo convidar um doutor de Chicago para defender a volta da CPMF? Qualquer petista idiota faria isso, não é mesmo?
Eis que Levy passou a agir exatamente como esses petistas. Primeiro, chamou de “investimento” o aumento de impostos, algo indecente e imoral num país como o Brasil. Como disse meu amigo Alexandre Borges: “Quando um país entende que baixa carga tributária significa mais dinheiro nas mãos da sociedade e dos agentes econômicos para que haja investimentos, criação de empregos e crescimento econômico, ele começa a trilhar o caminho da prosperidade. O Brasil está a anos-luz desse entendimento”. Levy é parte do problema, não da solução.
Agora o ministro da Fazenda resolve piorar o que já era muito ruim, e desmerecer o impacto da CPMF, apenas “dois milésimos” dos gastos. Ora, em primeiro lugar, se é tão irrisório o impacto, por que recriá-la? Mas isso não é o pior: Levy finge não saber que os “dois milésimos” incidem em todas as etapas produtivas. O editorial do GLOBO colocou o ministro em seu devido lugar, ao refrescar sua memória com a informação de que o imposto incide em cascata, sobre todas as movimentações financeiras no país:
Cooptado para fazer a defesa da volta da CPMF e da elevação de impostos em geral, Joaquim Levy deu o exemplo da compra de um bilhete de cinema, sobre o qual incidirão os tais ínfimos “dois milésimos”. Ora, o problema é que, sabe bem o economista Joaquim Levy, a CPMF incide em cascata sobre todas as fases da produção e comercialização de bens, de serviços, sobre o consumo, as operações financeiras, tudo. Portanto, o aumento do custo de produção no Brasil, já elevado, será bem maior que os “dois milésimos”. E em nada atenua dizer que a CPMF recauchutada terá o prazo de validade de quatro anos. Ninguém acredita, e com sólidas razões.
[…]
É assombroso que num Orçamento de R$ 1,2 trilhão o governo não consiga fazer cortes de pouco mais de R$ 30 bilhões, e opte pela volta de um imposto de péssima qualidade como a CPMF e pela elevação de alíquotas do imposto de renda. Mesmo que a carga tributária do país, na faixa dos 37%, já seja muito alta e funcione como fator negativo na competitividade brasileira no exterior.
Além de a via do aumento das receitas ser um desestímulo aos investimentos, necessários para o país superar a recessão. Está evidente que fatores políticos e ideológicos condicionam o ajuste.
Sim, está evidente, assim como está cristalino que o “ortodoxo” Levy faz parte desse processo, e com um papel de destaque, pois sem ele ficaria muito mais difícil os tarados petistas aprovarem mais impostos. Seu personagem, diga-se de passagem, é dos piores, pois os demais não escondem a essência. E pior do que o lobo é o lobo em pele de cordeiro.
A fala dos “dois milésimos”, após a história do aumento de imposto como “investimento”, foi realmente a gota d’água. Levy envergonha todos os doutores de Chicago e admiradores de Milton Friedman e companhia. É apenas alguém que defende o indefensável, que deseja avançar ainda mais sobre nossos bolsos para sustentar um governo incompetente, corrupto e perdulário.
Rodrigo Constantino

A reorganização das FFAA nos EUA: National Security Act, 1947 (NYT)

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Defense Command Filled As 2 More Take Service Oath



Sullivan Made Navy Secretary, Symington Chief of Air as Aides to Forrestal
Army-Air Pact Is Reached
This Covers a Wide Unification but Some Fliers Protest at Lack of Own Medical Arm
Two More Sworn As Defense Heads
By ANTHONY LEVIERO
Special to The New York Times

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Washington, Sept. 18--The top ranks in the new national military establishment were filled today when oaths were taken by John L. Sullivan as Secretary of the Navy and by W. Stuart Symington as the Secretary of the now independent Air Force.

Immediately after assuming his new office, Mr. Sullivan announced that tomorrow W. John Kenney, Assistant Secretary of the Navy, would be sworn in to succeed him as Under-Secretary.

Another development on the first day of the unification of the armed forces was the announcement by Kenneth C. Royall, Secretary of the Army, and by Secretary Symington of a separation agreement by the Army department and the new Air Force department embracing more than 200 specific points.

This agreement was reached amicably at the highest level by the two secretaries and by Gen. Dwight D. Eisenhower, Army Chief of Staff, and Gen. Carl Spaatz, commanding general of the old Army Air Forces.

It was learned on high authority, however, that the air staff was dissatisfied with an agreement which disallowed a separate medical corps and a chaplain's corps for the Air Force and would leave under Army control thousands of engineer troops serving the Air Force.

Agreements up to Forrestal

There were other points of dissatisfaction. Secretaries Royall and Symington stressed, however, that no part of the agreement could come into force without the approval of James Forrestal, who yesterday became the country's first Secretary of Defense.

They also explained that the agreement was subject to revision as it met the test of reality, and that the separation of the Air Force from the Army would be an evolutionary process for the next two years and that modifications were more than likely.

The oath-taking ceremony, held in Secretary Royall's office, was attended by members of both Houses of Congress, Cabinet officials, high-ranking Army, Navy, Air Force and Marine Corps officers and relatives of Mr. Sullivan and Mr. Symington.

Chief Justice Fred M. Vinson administered the oath to both officials. Mr. Sullivan, a native of Manchester, N.H., served as Assistant Secretary of the Navy for Air from July 2, 1945, until he was elevated to Under-Secretary on June 17, 1946.

Mr. Symington, whose residence is now at Creve Coeur, Mo., was born at Amherst, Mass. He had been Assistant Secretary of War for Air since Feb. 1, 1946.

Old Office Sign Removed

The sign reading "Secretary of War," one of the country's old titles, was removed from over Mr. Royall's office door today. It was replaced by one reading "Secretary of the Army."

For Mr. Royall the day marked merely a change of titles; it was not necessary for him to take a new oath as the statutory provisions covering the status of the old War Department were continued in force by the National Security (Unification) Act of 1947. This held true also for William H. Draper, Under-Secretary of the Army, who recently took the oath as Under-Secretary of War.

The Army-Air Force agreements covered a wide scope including administrative procedures, paper work, intelligence, organization, mobilization, training functions and like problems. The agreements were based upon preliminary studies embodied in a so- called "hall board report" made by a board of officers headed by Maj. Gen. William Hall, an Air Force officer on duty in General Eisenhower's advisory group. Details of the board's report were reported in The New York Times on July 27.

Gradual Changes Ordered

Mr. Royall said at a news conference that he was gratified to say that the agreement plan was "without dissent from either side." One of the most important provisions in it, he continued, were those providing that all personnel would remain in their present assignments, whether they were Army men on duty with the Air Force or vice versa, until a gradual and orderly transfer could be made where necessary.

Equally important, Secretary Royall said, were the agreements for cross-servicing and cross-procurement. These provide that the department having predominant interest or established agency in a particular field will serve the other department in that field. Thus it would not be necessary for the Air Force to create its own overhead agency for procurement of common items of supply which the Army already is set up to do.

From these joint arrangements, Secretary Royall said, he expected considerable economies. He recalled that he had testified before a Congressional committee that such economies would surely result if a strong and capable secretary of defense were appointed. Referring to Mr. Forrestal, he added:

"We've got a strong Secretary of Defense, so I anticipate there will be savings."

Medical Service Involved

Mr. Symington also stressed the amity which marked the agreements, saying it had not been necessary to refer any problem for decision to the level of the Secretaries.

One line of the report stated:

"Chaplains and medical personnel will remain with the Army."

The Air staff confirmed that this meant the Air Force would have neither a medical corps nor a chaplain's corps. Asked about the medical question, Mr. Royall replied:

"It is an initial plan. If we find that it should be changed for efficiency and economy, it will be done."

The medical service question has long been one of strong disagreement within the services, and it was established that as far as the Air staff was concerned it was a problem still to be fought out. During the debate of the unification issue in Congress, one War Department proposal for a single medical service for the Army, Air Force, and the Navy was strongly resisted by the Navy as well as the old Army Air Force.

There was a strong feeling among some members of the Air staff that the agreements were virtually forced upon the Air Force while it was in a secondary position--that is, while still a part of the Army. The undercurrent was particularly powerful in regard to medical officers and engineer troops.

Hospital Set-up Is Cited

The agreement today stated:

"General hospitals for the Army and the Air Force will be operated by the Army. Station Hospitals will be operated both by the Army and the Air Force."

It was learned that Maj. Gen. Malcolm C. Grow, the air surgeon, who is an Army, not an Air Force, officer, took this position before the Hall board:

"The traditional organization for the medical support of ground and naval operations cannot suffice for the medical service of the autonomous Air Force in being. Each major force (Army, Navy, Air Force) must be intrinsically endowed with a complete medical service at operational level, insuring the availability of trained and experienced personnel for potential combat employment."

General Grow, it was understood, feared that without an integral medical corps, with its specialty in aviation medicine, the Air Force would not be able to assure a full medical career to medical officers assigned to the Air Force, especially if the force were limited to operation of only the small station hospitals.

The air staff, it was learned, did win one limited objective in a dispute with the Army.

Differ on Engineer Units

The Army had wanted to retain all service troops--engineer, chemical, signal, ordnance, quartermaster--above the group level. The air staff was able to win the point that these units should be left in the Air Force up to the wing level. As one officer explained, the Army view would have left the Air Force as a combat organization with virtually no integral service units.

Nevertheless, it was learned, the brief, technical terms of the agreements meant that twenty aviation engineer battalions, each about 650 men strong, and about twenty-five engineer utility, maintenance and like companies of about 150 men each, would be retained by the Army but would remain on assignment with the Air Force. The opposition to this was based on the fact that the Army would train the troops, and that conceivably they could be recalled from the Air Force, especially in view of the failure of the Army to meet its recruiting goals.

It was learned that Brig. Gen. S. D. Sturgis Jr., the air engineer, whose basic arm is not the Air Force but the Corps of Engineers, has recently opposed Army control of the aviation companies and battalions.

The agreements indicated that an Air Force Academy, with a standing like that of the military and navel academies, would ultimately be established. But present air-staff thinking, it was learned, was to continue taking a quota of officers from West Point, as the agreements provide, until the military academy is no longer able to supply the needs of both services.

The long-term plan is to subsidize prospective Air Force officers for two years in a civilian college and then send them to the air academy for three years.


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Enquanto isso no Brasil,... quero dizer, na Venezuela: o som e a furia, e o silencio...

Quase me confundo de país, mas talvez porque gostaria de dizer:

Somos todos venezuelanos!

Não sei se funciona.
Mas eles precisam. Estão desesperadamente sós.
Nenhum país na região está se pronunciando sobre o que está acontecendo no país vizinho.
Não gosto de predizer desastres, ou tragédias, mas estou prevendo mortes neste sábado, sempre sob responsabilidade dos chavistas.
Triste tudo isso.
E vergonhoso, também...
Paulo Roberto de Almeida




Ministerio da Cultura continua promovendo o racismo e o Apartheid no Brasil

Edital premiará romances com temática afro-brasileira
17/09/2015

O Ministério da Cultura (MinC), por meio da Fundação Cultural Palmares (FCP), irá premiar obras literárias em português do Brasil, do gênero romance, que tenham como tema a cultura afro-brasileira. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até as 17 horas do dia 28 de setembro. Serão contemplados cinco autores, um de cada região do País. Cada um deles receberá R$ 30 mil em prêmio e terá sua obra impressa. As obras inscritas deverão ter, no mínimo, 150 páginas e serem inéditas.
"O Prêmio Oliveira Silveira cumpre o importante papel de incentivar produções literárias que valorizem e deem visibilidade às manifestações culturais da população afro-brasileira", destaca o coordenador-geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra da FCP, Vanderlei Lourenço. "A escolha pelo gênero romance, atende, ainda, a necessidade de valorização de gênero literário distinto da poesia e ensaios, que já foram contemplados em maior escala pela Fundação Cultural Palmares em outros momentos. Temos a expectativa de atrair grande contingente de escritores, de todas as regiões do País, cuja escrita dialogue com as mais diversas questões da comunidade negra", afirma.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pessoalmente na FCP ou pelos Correios, para o endereço: Concurso Nº 01/2015 – Prêmio Oliveira Silveira – Fundação Cultural Palmares – SGAN, Quadra 601, Lote 1, Ed. ATP, 3º andar, entrada 3B, CEP: 70830-010, Brasília (DF). Os documentos a serem entregues ou enviados estão no item 4 do edital (disponível nesta página). As propostas habilitadas serão avaliadas por uma comissão de seleção formada por representantes do MinC e da FCP e por, no mínimo, 10 integrantes da sociedade civil com reconhecida competência na área de Humanidades, com ênfase em literatura e cultura afro-brasileira.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Paulo Kramer, novo livro: 5 Ensaios de Politica: Liberalismo, Conservadorismo e Neoconservadorismo

Meu amito Paulo Kramer lança seu mais recente livro, que eu já conhecia de remessa das provas.
Recomendo, sem qualquer restrição, como se diz de alguns produtos de uso universal.
Tanto mais necessário que as velhas ideias estatizantes já afundaram o país, e agora é preciso pensar em novas bases:


Paulo Kramer lança livro sobre neoconservadorismo

Segundo o cientista político e colunista do Congresso em Foco, o livro é testemunho do esgotamento do ciclo de ideias que, até pouco tempo atrás, pautaram o debate público brasileiro

O cientista político Paulo Kramer lançou quarta-feira (16), em Brasília, o livro:
 5 Ensaios de Política: Liberalismo, Conservadorismo e Neoconservadorismo
A obra reúne trabalhos produzidos pelo professor licenciado da Universidade de Brasília (UnB) e colunista do Congresso em Foco entre 2005 e 2010, além de textos inéditos. Entre os temas abordados por Kramer, a reconstituição da gênese da influência intelectual e política dos neoconservadores americanos.
Segundo o professor, o livro é testemunho do esgotamento do ciclo de ideias que, até pouco tempo atrás, pautaram o debate público brasileiro. É também, de acordo com Kramer, resultado do crescente interesse despertado na imprensa, no meio acadêmico e nos jovens por discussões como o liberalismo, o conservadorismo e o neoconservadorismo.
Doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Kramer é conhecido por expressar ideias que, muitas vezes, vão de encontro ao pensamento predominante nas universidades brasileiras.

Veja artigos publicados por Paulo Kramer no Congresso em Foco
Mais sobre ciência política
Mais sobre conservadorismo

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Afeganistao: do esplendor da Rota da Seda 'a tragedia da guerra contemporanea - Carmen Licia Palazzo

Carmen Licia Palazzo (Centro Universitario de Brasilia - UniCEUB, History) just uploaded a paper on Academia.edu:

Afeganistão: do esplendor da Rota da Seda à tragédia da guerra contemporânea
by Carmen Licia Palazzo

O texto foi apresentado em uma palestra no UniCeub, em Brasília, e faz uma síntese da história do Afeganistão, contextualizando algumas questões relativas aos conflitos contemporâneos.

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Venezuela ameaca perigosamente a pequena Guiana: Brasil tem responsabilidade na escalada verbal...

... que pode descambar irresponsavelmente para a guerra, se o Brasil, e outros países da região, assim como a Unasul, o Mercosul, a OEA, e a própria ONU não atuarem para desativar um imitador dos militares argentinos, que para desviar a atenção da população para a crise econômica no país iniciaram a guerra nas Falklands/Malvinas.
O Brasil tem especial responsabilidade no assunto, pois pelo menos metade do território terrestre reivindicado pelos caudilhos bolivarianos lhe pertencia historicamente, até a arbitragem enviesada conduzida pelo rei italiano em favor da Grã-Bretanha, mais de cem anos atrás.
O Brasil tem do dever de deixar bem claro aos caudilhos bolivarianos que qualquer agressão é inaceitável, sob qualquer critério e sob todos os padrões diplomáticos.
Paulo Roberto de Almeida

Presidente da Guiana avisa que Maduro, Venezuela, quer a guerra para anexar seu País

Em Georgetown, capital da Guiana, é fácil constatar que o país não faz parte da América Latina, apesar de estar situado, geograficamente, na América do Sul. A população fala inglês e o volante fica do lado direito do carro. O maior grupo étnico é o de descendentes de indianos, trazidos para substituir os escravos africanos nas lavouras de cana-de-açúcar do século XIX.
Nos arredores da cidade, há mais templos hinduístas e mesquitas do que igrejas cristãs. Neste ano, a sensação entre os guianenses de não pertencer ao mundo latino cresceu quando o governo venezuelano reivindicou dois terços do território da Guiana e uma parte correspondente de seu mar. O presidente David Granger, eleito em maio, contou à VEJA que espera a arbitragem da ONU sobre a pendenga.
O presidente Nicolás Maduro tem dito que a região do Essequibo, na Guiana, na realidade pertence á Venezuela. Faz sentido?
Não. As fronteiras ocidentais de nosso país com o Brasil e com a Venezuela foram demarcadas por um tribunal de arbitragem em 1899. Isso foi há 116 anos. Os mapas internacionais reconhecem as fronteiras entre a Guiana e os vizinhos Venezuela e Brasil. Maduro não tem razão.
Essequibo sempre pertenceu à Guiana?
Depois das guerras napoleônicas, a Inglaterra tomou posse de todas as colônias holandesas, em 1814, inclusive os três territórios que hoje compõem a Guiana. O acordo de 1899 resolveu as pendências que surgiram com os vizinhos e, por cinquenta anos, não houve nenhuma obstrução. Quem for até os pontos mais ao norte, mais ao leste e mais ao sul do Essequibo vai constatar que os cidadãos estão sob a jurisdição guianense. Foi somente com a então iminente independência da Guiana, conquistada em 1966, que a Venezuela começou a exigir o território para si.
Os moradores do Essequibo gostariam de ser cidadãos venezuelanos?
Eles sabem muito bem que essa é uma reivindicação espúria. Esses cidadãos votam nas eleições da Guiana. Têm certidão de nascimento e passaporte guianenses. Recentemente, ocorreu uma conferência dos chefes das tribos indígenas, muitas das quais estão localizadas perto da fronteira. Eles publicaram uma resolução em que expressam solidariedade ao meu governo na resistência à agressão venezuelana. A ONU também mandou uma delegação para lá, que conversou com vários habitantes. Ninguém apoiou a reivindicação venezuelana. Posso dizer com segurança que estamos todos unidos nisso.
Por que Maduro insiste tanto?
Essa questão voltou à tona principalmente por causa da exploração de petróleo no fundo do mar pela companhia americana EXXON. Desde março deste ano, quando a empresa anunciou ter encontrado uma grande reserva nas nossas águas territoriais (700 milhões de barris de petróleo, o dobro das reservas comprovadas na Bahia), começamos a ouvir com mais força as batidas dos tambores. Vale lembrar que a Venezuela perdeu um litígio com a EXXON anos atrás e foi obrigada a pagar uma compensação por causa da nacionalização de propriedades da companhia. Isso explica a feroz reação do governo venezuelano à descoberta feita pela EXXON. Além disso, parte do território reivindicado também é rica em ouro e diamantes.
Qual o impacto da disputa territorial com a Venezuela em seu país?
A Venezuela tem obstruído consistente e persistentemente nosso desenvolvimento econômico nos últimos cinquenta anos. Em outubro de 2013, a Marinha venezuelana mandou uma corveta, a PC 23 Yekuana, para ameaçar o barco de outra empresa de petróleo que estava conduzindo pesquisas em uma área não muito longe do campo da EXXON. Com a ameaça de uso da força, os venezuelanos impediram que o navio Teknik Perdana continuasse a prospecção. Mais recentemente, em maio, um decreto publicado pela Venezuela deu à Marinha a autoridade para atuar em nossas águas. Esse tipo de coisa assusta os investidores. Embora nenhuma empresa tenha deixado a Guiana por essas medidas, muitas hesitam em vir para cá.
“Venezuela está se comportando de maneira agressiva, o que é inaceitável neste milênio. Seu governo quer um território que não é do país. Eu não chamaria isso de imperialismo, mas certamente é algo que vai contra as leis”
Qual tem sido a posição da EXXON após os decretos de Maduro?
Nós temos falado com seus executivos. Na minha visão, a determinação continua porque petróleo é o negócio deles. Foram eles que acharam as reservas. Por isso, devem continuar por aqui.
Há razões geopolíticas para Maduro ter iniciado essa pendenga com a Guiana?
A Venezuela não possui litoral no Oceano Atlântico. O país tem um extenso litoral para o Mar do Caribe (uma fileira de pequenas ilhas separa o Caribe do Atlântico). Para aumentarem o poder da Marinha, os venezuelanos têm falado muito de ter um acesso ao Atlântico. Querem usar essa reivindicação absurda de território para garantir outro direito espúrio, o de ter um corredor para o Atlântico.
Como o senhor define esse tipo de comportamento?
A Venezuela está se comportando de maneira agressiva, o que é inaceitável neste milênio. Seu governo quer um território que não é do país. Eu não chamaria isso de imperialismo, mas certamente é algo que vai contra as leis.
Essa disputa é uma questão bilateral ou envolve mais países?
A reivindicação territorial é essencialmente bilateral. Mas a marítima afeta outros países, como Barbados e Suriname.
Maduro expulsou milhares de colombianos que viviam na Venezuela acusando-os de ser paramilitares e de fazer contrabando. Isso tem alguma similaridade com o que está acontecendo com a Guiana?
Não gostaria de comentar as relações entre a Colômbia e a Venezuela, mas é certo que qualquer distúrbio de fronteira neste continente vai acabar afetando outras nações. Nós queremos uma região pacífica.
Presidente da República Cooperativa da Guiana, David Granger 

No dia 17 de Julho de 2015, em uma reunião do MERCOSUL a preidente Dilma Rousseff recebeu o Presidente da República Cooperativa da Guiana, David Granger. Ao saber disso o Presidente Nicolas Maduro retirou-se intempestivamente da reunião e partiu de Brasília  - DF, 17/07/2015 Foto Palácio do Planalto
O Brasil deveria ajudar a resolver a disputa?
Em 7 de setembro, durante comemoração da Independência, Lineu Pupo de Paula, o embaixador brasileiro na Guiana, deixou claro para nós que seu país não tem interesse em turbulências em nenhuma fronteira no nosso continente. Em julho, eu estive em Brasília e falei com a presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, ela fez a mesma afirmação. Tudo indica que o Brasil não quer mudanças nas nossas fronteiras.
O que Dilma lhe disse, exatamente?
Ela não falou especificamente sobre a controvérsia. Não mencionou a Venezuela. Mas Dilma manteve a posição brasileira de rejeitar distúrbios nas fronteiras.
Como a UNASUL e o MERCOSUL estão lidando com essas questões?
O MERCOSUL foi feito para ser um bloco econômico. Não é, portanto, uma questão que o MERCOSUL deva decidir. Também não vi nenhum envolvimento da UNASUL. A ideia por lá é que se deve aguardar uma posição da ONU. Tenho falado com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Ele ficou de marcar um encontro entre os dois lados. Agora, está tudo nas mãos da ONU.
Maduro insinuou que pode usar da força para conseguir o que quer. A Venezuela tem um contingente militar vinte vezes maior que o da Guiana. Seu país teria condições de responder a uma agressão armada?
Dependemos da diplomacia, do estado de direito, das Nações Unidas, das forças multilaterais como a UNASUL e da Organização dos Estados Americanos (OEA). Temos de confiar nisso porque somos um país pequeno e sem interesse em um conflito militar com a Venezuela ou outro país. Esse não é o debate que gostaríamos de ter neste novo milênio. Vivemos em um mundo civilizado e acreditamos que a comunidade internacional possa atuar para garantir que a América do Sul seja uma área de paz. Nossa opção tem sido não investir nossos esparsos recursos em defesa militar.
A reserva de petróleo sob  águas guianenses é estimada em 40 bilhões de dólares, o equivalente a treze vezes o PIB anual do país. Qual a melhor maneira de usar os royalties?
 Somos um país pequeno, um dos menores na América do Sul, apesar de termos uma área maior que a da Inglaterra e da Escócia juntas. Nossa população é de apenas 750 000 pessoas. Por razões históricas, temos um nível muito alto de pobreza. Os holandeses e os ingleses vieram aqui para produzir algodão e depois açúcar. Ainda exportamos basicamente açúcar, arroz, madeira, ouro e bauxita. A receita do petróleo nos permitirá diversificar a economia mais rapidamente. Nossa geografia oferece um grande potencial hidrelétrico. Infelizmente, até agora, não temos tido recursos financeiros suficientes para construir mais usinas. Com isso, a energia tem um custo muito alto, o que restringe várias formas de industrialização. Se essa barreira for superada, a economia ganhará dinamismo e a pobreza será aliviada.
“Não temos interesse  em um conflito militar com a Venezuela ou outro país. Esse não é o debate que gostaríamos de ter. Acreditamos que a comunidade  internacional possa atuar para garantir que a América do Sul seja uma área de paz”
Em muitos países, a abundância de petróleo serviu para financiar governos autoritários. A Guiana corre o risco de seguir esse caminho?
O Brasil produz petróleo e não é uma ditadura. Não acho que exista essa maldição. Antes de as receitas do petróleo começarem a entrar, o que deve demorar alguns anos, queremos estabelecer um fundo soberano para ter certeza de que o dinheiro não será desperdiçado. Queremos deixar algo para a posteridade. O fundo vai garantir que a riqueza possa ser compartilhada pelas futuras gerações e manterá a inflação sob controle.
Por que a Guiana tem uma das maiores taxas de suicídio do mundo?
É difícil saber o que leva uma pessoa a fazer isso, porque é uma questão individual. Não podemos saber o que se passa na mente dela. Os fatores podem ser familiares ou econômicos. Muitos casos acontecem em áreas rurais, com a ingestão de substâncias químicas agrícolas, como inseticidas. Não é um fenômeno disseminado em todo o país, mas concentrado nas áreas mais pobres.
Quase não se ouve falar sobre a Guiana no Brasil. Como mudar isso?
Historicamente, o desenvolvimento do meu país se concentrou no litoral. Temos relações econômicas mais fortes com o Caribe, a Inglaterra, os Estados Unidos, o Canadá e a União Europeia. Queremos dar mais atenção à integração com a América do Sul. Dos três países vizinhos (Venezuela, Brasil e Suriname), os laços com o Brasil são os mais fortes. Recentemente, o Brasil construiu uma ponte sobre o Rio Itacutú ligando os dois países. Há um destino continental para a Guiana.
Como o senhor se define ideologicamente?
Sou nacionalista.
O senhor é membro de um partido que se define como socialista, o PNC (Congresso Nacional do Povo, na sigla em inglês). Em que o socialismo do PNC é diferente do "socialismo do século XXI" pregado por Hugo Chávez?
 O socialismo do PNC nasceu defendendo a ideia de que cidadãos pobres pudessem participar de cooperativas. Continuamos impulsionando as cooperativas. Também temos, ainda, algumas poucas empresas estatais no país, mas encorajamos a iniciativa privada. Queremos garantir que a população tenha uma educação de qualidade, que a economia possa crescer com energia renovável, que empresários tenham sua parcela na produção da riqueza e que os cidadãos sejam parte da economia. Maduro é chavista. Ele segue o seu mentor, Hugo Chávez. Sua ideologia é parte do chamado socialismo bolivariano. Não sigo esse caminho.
O senhor já foi jornalista. O respeito à liberdade de expressão também é uma diferença sua em relação ao go-verno venezuelano?
Não posso falar sobre o que acontece em outros países. Na Guiana, insisto que a liberdade de imprensa deve ser respeitada. Temos tentado fazer isso da melhor maneira possível. Mesmo nas empresas que são propriedade do governo, existe liberdade editorial. Vou continuar apoiando isso. ?