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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 14 de maio de 2016

Revista Veja: novas provas incriminam o ex-presidente Lula

Blog do Aluízio AMorim, 13/05/2016:

http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2016/05/a-reuina-do-pt-reportagem-bomba-de-veja.html

sexta-feira, maio 13, 2016

A RUÍNA DO PT! REPORTAGEM-BOMBA DE 'VEJA' ARRASADORA E EXCLUSIVA REVELA NOVAS PROVAS QUE PODEM LEVAR LULA PARA A CADEIA.

A revista Veja retoma neste final de semana a sua característica original com uma reportagem-bomba e uma capa excelente. No miolo a reportagem está super completa, conforme acabei de analisar no índice geral desta edição que chega às bancas neste sábado. 

E, como podem reparar, há uma reportagem exclusiva revelando as novas provas que comprometem Lula, além daquelas que já são de conhecimento geral. Ao mesmo tempo a reportagem-bomba de Veja traz à luz uma realidade que por enquanto ainda é escamoteada por certa imprensa e certos jornalistas cevados por generosos nacos de "mortadela".

Para a tranquilidade geral da Nação a ruína do PT é uma realidade que alegra e, sobretudo, tranquiliza a esmagadora maioria da população brasileira. É uma bênção. E isso pode ser constatado por todos os cidadãos de bem. Bastou afastar a Dilma do poder para que os brasileiros passassem a respirar um ar mais puro, livre das impurezas ideológicas, ou seja, da ameaça real que pairava sobre o Brasil, de ser transformado numa republiqueta comunista bolivariana como a Venezuela onde a população amarga a escassez de alimentos e o líder da oposição e outros oposicionistas estão presos nos calabouços da polícia política de Nicolás Maduro.

Pode ser que todos nós brasileiros estejamos sendo agora os construtores de uma nova fase do Brasil. É uma oportunidade única para construir um futuro de paz, prosperidade e segurança. O início desta nova era passa pelo desmonte do PT e demais partidos de viés comunista. E, segundo Veja, que teve acesso a documentos, não há mais dúvidas que Lula tentou obstruir a Justiça, fato que pode ser determinante para sua prisão.
Lula durante o ato de despedida da Dilma no Palácio do Planalto. As imagens falam por si só.
PGR NÃO TEM MAIS DÚVIDAS QUE LULA
COMANDOU A TRAMA CONTRA A LAVA JATO
Em sua última aparição pública, na manhã de quinta-feira, Lula estava abatido. Cabelos desgrenhados, cabisbaixo, olhar vacilante, entristecido. Havia motivos mais que suficientes para justificar o comportamento distante. Afinal, Dilma Rousseff, a sucessora escolhida por ele para dar sequência ao projeto de poder petista, estava sendo apeada do cargo. O fracasso dela era o fracasso dele. Isso certamente fragilizou o ex-presidente, mas não só. Há dois anos, Lula vê sua biografia ser destruída capítulo a capítulo. Seu governo é considerado o mais corrupto da história. Seus amigos mais próximos estão presos. Seus antigos companheiros de sindicato cumprem pena no presídio. Seus filhos são investigados pela polícia. Dilma, sua invenção, perdeu o cargo. O PT, sua maior criação, corre o risco de deixar de existir. E para ele, Lula, o futuro, tudo indica, ainda reserva o pior dos pesadelos. O outrora presidente mais popular da história corre o risco real de também se tornar o primeiro presidente a ser preso por cometer um crime.

VEJA teve acesso a documentos que embasam uma denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente. São mensagens eletrônicas, extratos bancários e telefônicos que mostram, segundo os investigadores, a participação de Lula numa ousada trama para subornar uma testemunha e, com isso, tentar impedir o depoimento dela, que iria envolver a ele, a presidente Dilma e outros petistas no escândalo de corrupção na Petrobras. Se comprovada a acusação, o ex-presidente terá cometido crime de obstrução da Justiça, que prevê uma pena de até oito anos de prisão. Além disso, Lula é acusado de integrar uma organização criminosa. Há dois meses, para proteger o ex-presidente de um pedido de prisão que estava nas mãos do juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, a presidente Dilma nomeou Lula ministro de Estado, o que lhe garantiu foro privilegiado. Na semana passada, exonerado do governo, a proteção acabou.

Há várias investigações sobre o ex-­presidente. De tráfico de influência a lavagem de dinheiro. Em todas elas, apesar das sólidas evidências, os investigadores ainda estão em busca de provas. Como Al Capone, o mafioso que sucumbiu à Justiça por um deslize no imposto de renda, Lula pode ser apanhado por um crime menor. Após analisar quebras de sigilo bancário e telefônico e cruzar essas informações com dados de companhias aéreas, além de depoimentos de delatores da Lava-Jato, o procurador-geral Rodrigo Janot concluiu que Lula exerceu papel de mando numa quadrilha cujo objetivo principal era minar o avanço das investigações do petrolão. Diz o procurador-geral: "Ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Costa Marques Bumlai e Maurício de Barros Bumlai (...), Luiz Inácio Lula da Silva impediu e/ou embaraçou a investigação criminal que envolve organização criminosa". Do site da revista Veja

Grandes desafios ao Brasil: politica e economia: palestras-debate no Uniceub, 12 e 13/05/2016


UNICEUB, dias 12 e 13 de maio de 2016, 19:25hs

Com a coordenação do pessoal do ILCO, entre eles Rafael Pavão e a minha colaboração, acabamos de realizar dois dias de palestras-debates no Uniceub, em 12 e 13/05/2016, para debater as tarefas à nossa frente ao início de um novo governo. No primeiro dia, tivemos Paulo Kramer e eu mesmo (política), e, no segundo dia, Roberto Ellery e Mansueto Almeida (economia). Transcrevo a seguir, primeiro a nota de divulgação que eu havia preparado com a colaboração do Rafael Pavão, e depois as notas que eu fiz para a minha participação no primeiro painel.
Paulo Roberto de Almeida


Nome do evento: “Grandes desafios ao Brasil: política e economia”
Descrição do evento:

O Brasil atravessa a maior crise econômica e política de toda a sua história. Na economia, o Brasil pode estar indo de uma profunda recessão para uma possível depressão, e deverá, em qualquer circunstância, conviver com taxas de crescimento medíocres por anos à frente, condenando grande parte da sociedade a permanecer num baixo patamar de renda no futuro previsível. A vida política nacional também atravessa um profundo abalo, como consequência das investigações em torno do maior escândalo de corrupção jamais identificados em nosso país, possivelmente, no mundo, e não apenas em decorrência da virtual destruição da maior empresa brasileira.
O sistema político terá de conduzir mudanças relevantes nos mecanismos eleitorais e no funcionamento dos partidos, com uma provável reorganização das forças políticas nas próximas eleições gerais. No campo econômico, as dificuldades são igualmente grandes, sendo o caminho da recuperação longo e desafiador.
A grande pergunta de toda a sociedade brasileira, hoje, é esta: que país queremos construir? É, portanto, essencial fazer um diagnóstico preciso sobre a natureza das crises combinadas no Brasil, para que possamos debater sobre os ajustes necessários, as reformas indispensáveis, enfim a construção de um futuro para o país.


Nos dias 12 e 13 de maio de 2016, o UniCeub patrocina o seminário “Grandes desafios ao Brasil: política e economia”, que tem por objetivo trazer, à comunidade universitária do DF e ao público em geral, palestras com profissionais e acadêmicos que analisarão os principais problemas do Brasil atual e debaterão as reformas necessárias pela frente. O evento é gratuito e aberto a todos os públicos.
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# 12 de maio (Política) - Local: Auditório do bloco 1 do Uniceub. – Horário: 19h:30 
- Palestrantes: Prof. Dr. Paulo Kramer, cientista político (IPOL-UnB); Prof. Dr. Paulo Roberto de Almeida, diplomata de carreira e professor de Economia Política nos programas de Mestrado e Doutorado em Direito - Moderador: Rafael Pavão (ILCO).
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# 13 de maio (Economia) - Local: Auditório do bloco 3 do Uniceub. – Horário: 19h:30 Palestrantes:
Prof. Dr. Roberto Ellery, economista (ECO-UnB);
Prof. Dr. Mansueto Almeida, economista, funcionário licenciado do Ipea
- Moderadores: Rafael Pavão (ILCO) e Prof. Dr. Paulo Roberto de Almeida, diplomata de carreira e professor de Economia Política nos programas de Mestrado e Doutorado em Direito.
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Desafios ao Brasil na política e na economia numa fase de transição

Paulo Roberto de Almeida
 [Nota para orientar os debates na realização do primeiro evento no Uniceub, no dia 12 de maio]

1ro. dia: Política
Por iniciativa do Instituto Liberal do Centro-Oeste, que encontra-se justamente comemorando dois anos de sua recriação em Brasília, a partir de um pequeno grupo anterior de adeptos incondicionais das liberdades econômicas e da mais ampla democracia política, e por sugestão do internacionalista Rafael de Pavão, aqui presente, com a minha colaboração acessória, estamos organizando duas noites de debates prospectivos sobre a situação atual do Brasil e sobre as tarefas à nossa frente.
Digo prospectivos porque a intenção é menos a de repisar os atrozes equívocos de política e de economia dos últimos treze anos e meio sob o signo do Nunca Antes, ou seja, a era dos companheiros, e bem mais examinar e discutir o conjunto de reformas postas à nossa frente, se de fato queremos que o Brasil se converta num país normal.
Digo “à nossa frente” porque não considero que as tarefas que precisam ser empreendidas para conquistar essa normalidade não incumbem tão somente, ou menos ainda exclusivamente, aos dirigentes executivos e aos representantes eleitos, mas também, e talvez essencialmente, à cidadania ativa, todos nós, coxinhas ou não, que saímos às ruas, nos últimos dois anos, para exigir não apenas o fim da corrupção, mas também o fim da impunidade.
Digo coxinhas, mas também poderia dizer mortadelas – se por acaso existem aqui, deve existir, partidários e apoiadores dos mortadelas, o que é totalmente legítimo do ponto de vista da democracia – embora eu não acredite que mesmo mortadelas possam apoiar a corrupção e a impunidade, ainda que eles possam apoiar, o que também é legítimo, o projeto político do partido e dos personagens que estiveram e estão envolvidos no mais gigantesco caso de corrupção jamais visto em nosso país, talvez no hemisfério, quem sabe no planeta.
O que justamente parece distinguir o Brasil de outros países deste nosso planetinha redondo (como disse alguém), que também exibem corrupção nos meios políticos e nos negócios empresariais, é precisamente o grau inaceitável de impunidade que sempre campeou entre nós, pelo menos até aqui, antes que a República de Curitiba começasse a colocar um fim a essa sensação de desesperança ao ver tantos Malufs da vida pública escapar sorridentes entre as malhas da lei. E se me refiro ao Maluf, um político na lista da Interpol, é porque ele se tinha convertido numa espécie de modelo, um benchmark, como se diz na linguagem das comparações de mercado, um exemplo do famoso “rouba mas faz”, embora não tenha feito grande coisa e tenha sido amplamente superado desde então: já se disse que, na escala atual, ele não passa de um reles trombadinha de periferia, ultrapassado que foi por poderes mais altos que no horizonte despontaram. E como...
Disse também que queremos que o Brasil se converta em um país “normal”, pois não considero que seja normal viver no país da meia entrada, do foro privilegiado, do “dez vezes sem juros”, o que não existe em nenhum outro país do mundo, não, pelo menos, nos países normais. Foi com esses objetivos que concebemos e montamos estes dois seminários, que pretendem oferecer algumas indicações sobre essas tarefas e sobre as dificuldades imensas à frente.

[Intervenção do professor Paulo Kramer, grande especialista em temas políticos e profundo conhecedor da política brasileira.]
(...)
Minha própria exposição, na segunda parte:
Caros amigos, professores, alunos, visitantes, curiosos, coxinhas e mortadelas,
Não nos enganemos: o Brasil não vai escapar de sua crise atual, a pior de toda a sua história, facilmente ou rapidamente. A derrocada econômica, sem precedentes em nosso itinerário de nação independente, é propriamente devastadora, em quase todas as dimensões dos principais indicadores macroeconômicos e variáveis microeconômicas, com a possível exceção, pelo menos até aqui, de um possível estrangulamento cambial, que foi o que tivemos em quase todas as crises econômicas e financeiras precedentes.
Mas o desmantelamento das instituições não é menos importante, pois o que caracterizou justamente a crise política atual foi a submissão do Legislativo à vontade do Executivo, e a chantagem do primeiro exercido contra o segundo, cada vez que se tratava de juntar os cacos da heteróclita coalizão partidária para a votação de alguma proposta executiva. O nosso famoso “presidencialismo de coalizão” transformou-se, nos últimos treze anos e meio, em presidencialismo de mensalão, e agora de petrolão, e sabe-se lá o que mais vai vir, dos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Ambos processos, o descalabro econômico e o desmantelamento institucional, se agregam à mais degradante deterioração moral a que já assistimos em nossa história, uma derrocada espetacular que será difícil superar, inclusive porque a expulsão de ineptos e corruptos do poder não transforma, da noite para o dia, as mentalidades sedimentadas durante décadas na ideologia canhestra dos igualitários e dos supostos redentores da injustiça social do capitalismo. Ainda que essa tripla crise – econômica, política, moral – seja superada, pelo menos parcialmente, nada nos garante que os fundamentos ideológicos do estado mental que nos trouxe até a presente condição de anomia política, de fragmentação partidária e de desestruturação econômica possa ser substituída por concepções políticas e filosóficas mais consentâneas com um país menos dominado pelo Estado, dotado de maiores liberdades econômicas, e por um setor produtivo mais guiado pelas dinâmicas dos mercados livres do que regulado pelas diretivas de burocratas mal inspirados.

Deixando de lado, portanto, toda a deterioração moral, toda a corrupção política, todo o desmantelamento institucional que nos trouxe a esta situação de ruptura política, que é a interrupção de um mandato presidencial, e a ascensão de um novo titular ao maior cargo executivo de nossa estrutura constitucional, vamos nos concentrar no conjunto de tarefas que nos parecem relevantes para começar a lenta caminhada em direção de um país normal, neste caso, a consolidação de uma arquitetura democrática menos submetida ao arbítrio de velhos caciques ou de novos coronéis da política, e mais identificado ao que no mundo anglo-saxão se chama de rule of Law, ou, em nossa terminologia, o Estado de Direito.
Não é segredo para ninguém que o nosso sistema político se apresenta como uma democracia de baixa qualidade, aliás de baixíssima qualidade, com vícios que vão do velho patrimonialismo tradicional, ainda presente, ao novo coronelismo eletrônico, passando pelo clientelismo, pelo fisiologismo, pelo nepotismo e diversos outros ismos disseminados no interior de um dicionário de más políticas. Não se enganem tampouco com o parlamentarismo que pretendem implementar daqui até 2018: ainda que eu seja, instintivamente pelo menos, parlamentarista, não tenho nenhuma dúvida sobre o que ele significará numa primeira etapa de seu itinerário enquanto regime político e enquanto sistema de governo: a exacerbação de todos aqueles vícios, os péssimos ismos da vida política brasileira. Tardaremos algum tempo, talvez uma geração inteira ainda, para conseguir ter um sistema político compatível com nossas necessidades econômicas.

Eu me permitiria apontar os seguintes elementos de mudança política que estimo importantes para tornar o sistema democrático mais responsável, mas comprometido com a transparência, mais accountable, como se diz em inglês, que pode ser traduzido por algo próximo da responsabilização institucional. Descarto de imediato chamar essas medidas de reforma política, um conceito abstrato que apresenta diferentes significados para diferentes atores, sobretudo porque nenhuma proposta de reforma política abrangente, completa, unívoca, sistêmica, ou homogênea, será jamais suscetível de ser apreciado, votada e aprovada por um corpo político tão diverso quanto o nosso, em qualquer plano, socialmente, regionalmente, politicamente, filosoficamente. Melhor, assim, propor medidas tópicas que possam ir se somando para melhorar paulatinamente o sistema político-partidário e os regimes eleitorais. Eis as minhas treze medidas:  

1) Redução radical do peso do Estado na vida da nação, começando pela diminuição à metade do número de ministérios, com a redução ou eliminação concomitante de uma série de outras agências públicas;
2) Fim do Fundo Partidário e financiamento exclusivamente privado dos partidos políticos, como entidades de direito privado que são; fim da proibição, que certamente virá, do financiamento de empresas a campanhas eleitorais; e fim de qualquer tipo de financiamento público de campanhas; a população não pode pagar duplamente por um sistema político fundado sobre os impostos.
3) Extinção imediata de 50% de todos os cargos em comissão, em todos os níveis e em todas as esferas da administração pública, e designação imediata de uma comissão parlamentar, com participação dos órgãos de controle e de planejamento, para a extinção do maior volume possível dos restantes cargos, reduzindo-se ao mínimo necessário o provimento de cargos de livre nomeação; extinção do nepotismo cruzado;
4) Eliminação total de qualquer publicidade governamental que não motivada a fins imediatos de utilidade pública; extinção de órgãos públicos de comunicação com verba própria: a comunicação de temas de interesse público se fará pela própria estrutura da agência no âmbito das atividades-fim, sem qualquer possibilidade de existência de canais de comunicação oficiais;
5) Criação de uma comissão de âmbito nacional para estudar a extinção da estabilidade no setor público, com a preservação de alguns poucos setores em que tal condição funcional seja indispensável ao exercício de determinadas atribuições de interesse público relevante;
6) Reforma radical dos sistemas públicos de educação, nos três níveis, segundo critérios meritocráticos e de resultados; criação de uma carreira de professores de primeiro e de segundo grau, e de ensino técnico-profissional sem os vícios do isonomismo e da estabilidade, com requisitos de formação permanente;
7) Autonomia completa das universidades públicas, inclusive do ponto de vista orçamentário, com alguma alocação de recursos públicos para pesquisa e extensão, mas funcionamento de cursos com pagamento de mensalidades e bolsas de estudos, ou empréstimos educacionais; fim de isenções fiscais nas instituições privadas;
8) Início imediato de um processo de reforma profunda dos sistemas previdenciários (geral e do setor público), para a eliminação de privilégios e adequação do pagamento de benefícios a critérios atuariais de sustentabilidade intergeracional do sistema único; trata-se de condição indispensável para a solvabilidade futura de um sistema que terá quebrado três vezes antes que vocês possam se aposentar;
9) Reforma da Consolidação da Legislação do Trabalho, num sentido contratualista, e extinção imediata do Imposto Sindical e da unicidade sindical, conferindo liberdade às entidades associativas, sem quaisquer privilégios estatais para centrais sindicais; também se pode pensar na extinção, pura e simples, da Justiça do Trabalho, que é, ao contrário do que se pensa, criadora de conflitos trabalhistas, estimuladora de litígios, ou de maior litigiosidade no mercado de trabalho, impondo um enorme custo a todo o sistema produtivo e à própria máquina do Estado; a maior parte dos países recorre a sistemas arbitrais ou a varas especializadas do sistema judiciário, não a um caro, perdulário, inútil aparato trabalhista que penaliza a todos sem ganhos reais;
10) Reforma do Sistema Único de Saúde, de forma a eliminar gradualmente a ficção da gratuidade universal, com um sistema básico de atendimento coletivo e diferentes mecanismos de seguros de saúde baseados em critérios de mercado;
11) Revisão dos sistemas de segurança pública, incluindo o prisional-penitenciário, por meio de uma Comissão Nacional de especialistas do setor;
12) Privatização de todas as entidades públicas não vinculadas diretamente a uma prestação de serviço público sob responsabilidade exclusiva do setor público;
13) Revisão geral dos contratos e associações do setor público, nos três níveis da federação, com organizações não governamentais, que em princípio devem poder se sustentar com recursos próprios, não com repasses orçamentários oficiais.

Alianca Nacional dos Movimentos Democraticos: requerimentos ao Presidente Temer

Recebido de um amigo, Roque Callage. Eu desconhecia, tanto a Aliança, quanto a maior parte desses movimentos, e considero a agenda mínima de compromissos como uma agenda mínima, realmente, pois eu seria bem mais exigente no plano político como na esfera econômica.
Paulo Roberto de Almeida

ALIANÇA NACIONAL DOS MOVIMENTOS DEMOCRÁTICOS
GOVERNO MICHEL TEMER: AGENDA MÍNIMA DE COMPROMISSOS
9 de maio de 2016

A Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos –integrada por 48 movimentos focados no combate à corrupção e a impunidade– declara o seu apoio ao governo de Michel Temer, no pressuposto de que o mesmo encampará os seguintes tópicos essenciais:

1. Combate sistemático à corrupção e à impunidade, incluindo: 
a) o apoio à Operação Lava-Jato, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal; 
b) apoio à aprovação do PL 4850/2016; 
c) fim do populismo estatizante; 
d) auditorias no BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e demais instituições sob suspeita de corrupção.
 
2. Projeto de reforma político-eleitoral que iniba práticas deletérias, incluindo: 
a) a adoção de condutas republicanas no preenchimento de cargos comissionados; 
b) apoio ao voto distrital; 
c) extinção do suplente de senador; 
d) cláusula de barreira para reduzir o número de partidos; 
e) fim do voto obrigatório; 
f) fim das coligações nas eleições proporcionais.
 
3. Desaparelhamento, enxugamento e profissionalização da máquina administrativa: 
a) corte drástico no número de Ministérios; 
b) fim das nomeações fisiológicas; 
c) restabelecimento da meritocracia; 
d) reformas trabalhista e previdenciária; 
e) reestruturação das Agências Reguladoras objetivando a defesa do consumidor e o aumento da concorrência nos segmentos regulados.
 
4. Manutenção dos programas sociais de redução da desigualdade e de geração de emprego e renda, incluindo: 
a) revisão dos critérios para a concessão dos benefícios; 
b) correção de ineficiências; 
c) monitoramento das contrapartidas devidas pelos beneficiários; 
d) ênfase nas portas de saída.
 
5. Vedação da prática de doutrinação político-ideológica no ensino, desde o nível elementar até a Universidade.

6. Responsabilidade fiscal e austeridade nos gastos: 
a) medidas imediatas para recuperar o equilíbrio das contas públicas; 
b) revisão dos subsídios fiscais; 
c) simplificação do sistema tributário, unificando tributos e promovendo uma distribuição mais justa da carga tributária, com desoneração fiscal progressiva.
 
7. Fim do intervencionismo na economia, eficientizando (sic) o combate prioritário à inflação e ao desemprego.

8. Impor a lei na resolução dos conflitos agrários, garantindo o respeito à propriedade privada e agilizando a reintegração de posse em invasões.
 
9. Revisão radical da política externa, libertando o Itamaraty do alinhamento de viés ideológico e restaurando a credibilidade do país junto à comunidade internacional.
 
10. Suspensão das benesses que suprem com dinheiro público a “república sindicalista” e os “movimentos populares”, incluindo o fim da contribuição sindical obrigatória.
 
11. Comunicação eficaz, em todas as mídias: 
a) explanar de forma transparente as medidas a serem adotadas; 
b) apontar os erros e ilegalidades cometidas pelos governos Lula e Dilma, demonstrando a relação de causa e efeito entre medidas e correção de desacertos. 

MOVIMENTOS QUE INTEGRAM A ALIANÇA NACIONAL DOS MOVIMENTOS DEMOCRÁTICOS

1. 2.000.000 - Brasileiros Unidos pelo Brasil (Márcio Xavier) 
2. Acorde (Alexandre Arraes) 
3. Aliados da Ética (André Pimentel) 
4. Amazonas em Ação (Iza Oliveira) 
5. A Voz do Cidadão/Inst. Cultura de Cidadania (Jorge Maranhão) 
6. BH Contra a Corrupção (Afonso Lembi) 
7. Brasil Limpo (Fernando Rivaben)
8. Brasil Melhor/Nós Somos Oposição (Heduan Pinheiro) 
9. Cariocas Direitos (Denis Abreu) 
10. Céu Azul (Zizo: Luiz Fernando Ribeiro) 
11. Chega de Impostos (Jean Marsala) 
12. CNT - Comando Nacional do Transporte (Ivar Schmidt) 
13. Dossiê PT (Lauro Shida) 
14. Eu Amo o Brasil (Marco Antonio Lasalvia) 
15. Eu quero Lula na Cadeia (Neusa Andrade) 
16. Face do Norte (Júlio Lins) 
17. Força Democrática RN (Karol Diniz) 
18. Frente da Direita Popular - (Diego Xavier 
19. IDE - Instituto Democracia e Ética (Fredy Menezes) 
20. Impeachment Dilma Rousseff (Natascha Roddewig) 
21. Juntos pelo Brasil (Dennis Heiderich) 
22. Levanta, Sacode a Poeira (Cecilia Aiube) 
23. MBR - Movimento Brasil (Daniel Araújo) \
24. MCB - Movimento Cidadania Brasil (Olavo Tarraf) 
25. MMB - Movimento Muda Brasil Mato Grosso (Ely Inês Olavarria) 
26. Movimento Civil XV de Março (Alex Brum Machado) 
27. Movimento de Rua MS (Lenice Moura) 
28. Movimento Fora Corruptos (A.C. Salles) 
29. Movimento pela Ética (Carlos U. Pozzobon)
30. Movimento Renova Brasil (Flávia Figueiredo) 
31. MPB - Movimento Pró Brasil (Cristiano Guimarães) 
32. MPD - Movimento Papo de Direita (Felipe Moreira) 
33. Mulheres da Inconfidência (Regina Coelli Lopes) 
34. Nação Digital (Robson Machado) 
35. O Brasil sem Miséria da Dilma e do PT (Claudio Costa Pereira) 
36. Olho Fatal Maçons BR (Alcides Maffezzolli) 
37. Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz (Natália Marczuk) 
38. OCC- Organização Contra a Corrupção (Marcos Maher) 
39. OMB - Ordem dos Médicos do Brasil (Cezar Leite) 
40. Pátria Livre (Kalina Brito) 
41. Pátria Minha (Ligya Rodrigues Fernandes da Silva 
42. Patriotas (Bruno Gazzinelli) 
43. Por um Brasil Limpo/Avante Brasil (Mila Fanaia) 
44. QEP - Queremos Ética na Política (Henriette Krutman) 
45. Que Brasil Nós Queremos? (Rodrigo Netto) 
46. Somos 51 Milhões (Paulo de Castro) 
47. UPB - Unidos Pelo Brasil (Solange Santos) 
48. Xô Corrupção! (Carminha David)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Itamaraty de Jose Serra rebate os bolivarianos mentirosos - notas de repudio

Que não nos enganemos: as iniciativas tomadas por esses governos e essas organizações foram orquestradas a partir do Brasil, pelo ex-aspone da PR em assuntos internacionais, além dos grão-petistas, todos eles podendo ser classificados como "traidores da pátria" naquela linguagem de antigamente (mas a intenção é essa mesma; eles preferem ficar com seus companheiros totalitários do que com a maioria do povo brasileiro).
Fez muito bem o Itamaraty em responder à altura das mentiras assacadas contra o Brasil e seu novo governo.

Ministério das Relações Exteriores - notas rebatendo críticas de órgãos regionais ao impeachment de Dilma
Brasília, 13 de maio de 2016

Nota 176
"O Ministério das Relações Exteriores rejeita enfaticamente as manifestações dos governos da Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, assim como da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América/Tratado de Comércio dos Povos (ALBA/TCP), que se permitem opinar e propagar falsidades sobre o processo político interno no Brasil. Esse processo se desenvolve em quadro de absoluto respeito às instituições democráticas e à Constituição Federal.

Como qualquer observador isento pode constatar, o processo de impedimento é previsão constitucional; o rito estabelecido na Constituição e na Lei foi seguido rigorosamente, com aval e determinação do STF; e o Vice-Presidente assumiu a presidência por determinação da Constituição Federal, nos termos por ela fixados."

Nota 177
"O Ministério das Relações Exteriores repudia declarações do Secretário-Geral da UNASUL, Ernesto Samper, sobre a conjuntura política no Brasil, que qualificam de maneira equivocada o funcionamento das instituições democráticas do Estado brasileiro.

Os argumentos apresentados, além de errôneos, deixam transparecer juízos de valor infundados e preconceitos contra o Estado brasileiro e seus poderes constituídos e fazem interpretações falsas sobre a Constituição e as leis brasileiras. Além disso, transmitem a interpretação absurda de que as liberdades democráticas, o sistema representativo, os direitos humanos e sociais e as conquistas da sociedade brasileira se encontrariam em perigo. A realidade é oposta.

Tais juízos e interpretações do Secretário-Geral são incompatíveis com as funções que exerce e com o mandato que recebeu do conjunto de países sul-americanos nos termos do Tratado Constitutivo e do Regulamento Geral da UNASUL."

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Despacho de agências de notícias, repercutidas no OESP, 13/05/2016:

Governos. Após tomarem conhecimento da decisão do Senado de afastar a presidente Dilma temporariamente, representantes dos governos latino-americanos divulgaram notas de apoio à presidente afastada. Maduro, da Venezuela, qualificou a saída de Dilma como um “golpe de Estado” e um “sinal grave e perigoso para o futuro da estabilidade de todo o continente.”
Em carta enviada a Dilma, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega se disse “indignado” com o “processo antidemocrático”. O governo cubano falou em “contraofensiva reacionária do imperialismo”. Evo Morales, da Bolívia, considerou um “atentado contra a democracia e a estabilidade política do Brasil e da região”, enquanto O governo colombiano disse esperar que a “estabilidade" brasileira se preserve.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Reinaldo Azevedo: o fim de uma etapa

Reinaldo Azevedo, 11/05/2016

Um ano e dois meses depois da primeira grande manifestação em favor do impeachment, ocorrida em 15 de março de 2015, este 11 de maio de 2016 entrará para a história. É o dia em que vamos nos livrar deles. Por pelo menos dois anos e meio. Quem sabe para sempre se as forças que prezam a democracia e o Estado de Direito fizeram a coisa certa e souberem atuar para, segundo as regras, eliminar o mal, literalmente, pela raiz.

Nesta quarta, o Senado vota, por maioria simples — metade mais um dos presentes, desde que garantido quórum de metade mais um dos 81 senadores —,  a admissibilidade do processo de impeachment. Dez entre dez políticos e analistas, inclusive os identificados com o governo, dão como certa a admissão, o que obrigará Dilma a se afastar.

A partir de então, o Senado terá 180 dias para julgá-la. Ela passa a ser presidente afastada, e Michel Temer, o vice, passa à condição de presidente interino. Consumada a condenação, por um mínimo de 54 votos, Temer se torna o presidente do Brasil, sem adjetivos de precarização.

Dilma está caindo porque cometeu crime de responsabilidade: no caso, atentou contra a Lei Fiscal — transgressão devidamente prevista no Inciso VI do Artigo 86 da Constituição, com penalidade prevista na Lei 1.079. Aí está a base jurídica.

Mas o impeachment é também e principalmente um processo político, e a presidente que se vai só chegou a tal destino porque perdeu as condições objetivas de governar o país. Curiosamente, as eleições de 2014, que lhe deram o passaporte para a segunda jornada, também lhe arrancaram o mandato. Como Dilma contou inverdades brutais sobre a realidade econômica do país, aplicou o maior estelionato eleitoral da história. E o povo foi às ruas.

Mas foi  tangida também pela crise econômica e pela desordem moral que tomou conta do Planalto. A Operação Lava Jato trouxe à luz as entranhas de um modelo de gestão que caracteriza não um governo, mas, no dizer da Procuradoria-Geral da República, uma inequívoca organização criminosa. Aonde que quer o PT tenha levado seus métodos, o que se tem é a civilização da propina.

E não pensem que, revelados os descalabros, tenhamos visto um partido contrito, arrependido, vexado… Nada disso! Quanto mais a realidade desmoralizava o discurso do petistas, mais se assanhavam a sua arrogância, a exposição de seu suposto exclusivismo moral, a exibição de suas inexistentes virtudes.


Confrontado com todas as evidências dos malfeitos, não vimos, em nenhum momento, nem mesmo um partido arrependido. Ao contrário: o PT inventou a tese ridícula do golpe e decidiu responder à montanha de provas com violência retórica, desqualificação dos adversários e ataques à própria Lava Jato.

Mal pela raiz
Falo, no começo deste texto, em cortar o mal pela raiz. Que mal? O PT porque PT? Ora, ainda que o partido se chamasse rosa, cheiraria a estrume se as suas práticas fossem as mesmas. 

Com a derrocada do PT, o que se espera é que se aposentem de vez, na cabeça dos tolos e bem-intencionados, as ilusões redentoras de que um ente de razão pode tomar o lugar da sociedade e, por intermédio da realização dos seus desígnios, cumprir o suposto destino de um povo — quem sabe da humanidade.

Essas aspirações, felizmente, foram mortas e estão enterradas no século passado. Num dos esquifes, está escrito “fascismo”; no outro, “socialismo”, faces só apenas aparentemente opostas de uma mesma crença bastarda.

Mas o petismo não se faz só de tolos bem-intencionados. A Lava Jato evidencia de forma cabal que mesmo a ideologia, nesses mais de 13 anos, serviu de cortina de fumaça para o maior assalto aos cofres públicos de que se tem notícia, atenção, no mundo! Estamos falando de ladrões!

Intelectuais mixurucas de esquerda saem por aí a pregar que o antipetismo é uma expressão de preconceito político. Trata-se de uma fala de vigaristas. Por que a ninguém nunca ocorreu antes classificar o “antimalufismo” de manifestação igualmente preconceituosa? Eu explico: é que Paulo Maluf, ao menos, nunca ousou transformar os seus métodos numa teoria do poder.

Dilma vai deixar a Presidência arrotando a sua honestidade pessoal, como se a única forma de atentar contra a democracia e o Estado de Direito fosse assaltando, literalmente, os cofres públicos. Não custa lembrar ainda outra vez que os crimes de responsabilidade não servem para punir gatunos do caixa, mas gatunos da institucionalidade.

Cumpre lembrar, a propósito que, a cada vez que esta senhora usou no Palácio do Planalto para chamar de golpe o impeachment e de golpistas seus adversários, estava se comportando, sim, como uma assaltante: uma assaltante da Constituição; uma assaltante das leis; uma assaltante da democracia.

Que Dilma se vá! Que se vá para não mais voltar! Que se vá para que o Brasil possa encontrar o seu caminho.

Os dias que virão pela frente não serão fáceis. Até porque os companheiros sempre foram hábeis sabotadores de governos alheios.

Mas os brasileiros também passaram por um treinamento intensivo e saberão como enfrentá-los.

O PT é passado.

Que venha o futuro!

SindItamaraty consegue decisão judicial sobre residência funcional

Recebido agora, 11/05/2016, do SindItamaraty:
A Justiça determinou que União pague em dia a Residência Funcional dos servidores do Itamaraty, em missão no exterior, de modo integral e tempestivo, sob pena de multa. A decisão liminar foi publicada, no último dia 05. O julgamento é referente a recurso impetrado pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (SINDITAMARATY).

A tutela provisória foi deferida pelo TRF da 1ª Região, no agravo de instrumento 0061913-90.2015.4.01.0000. Em sua decisão, a relatoria ressaltou "a situação de insegurança e angústia vivida pelos servidores designados para trabalho em outros países, na incerteza do reembolso de suas despesas com aluguel". Também afirmou que não é "exigível dos servidores que arquem com despesas de aluguel, comprometendo seus vencimentos, cujo caráter alimentar é inquestionável, à espera pelo ressarcimento condicionado à dotação orçamentária".

Segundo o advogado Jean Ruzzarin (Cassel Ruzzarin Santos Rodrigues Advogados), “a decisão combate a privação de verba de natureza alimentar e evita que os servidores tenham sua dignidade prejudicada pela mora administrativa, pois muitos deles correm o risco de serem despejados”. 

Desde 2014, os servidores enfrentam recorrentes atrasos no pagamento da Residência Funcional, indenização pelo pagamento de aluguel no exterior. No momento, estão atrasados os meses de março, abril e maio de 2016. Apenas, no último dia 05 foi pago o auxílio referente ao mês de fevereiro.

Mais de dois mil servidores das carreiras do Serviço Exterior Brasileiro (assistentes de chancelaria, diplomatas, oficiais de chancelaria) e PCC/PGPE estão nessa situação. Em alguns países o valor do aluguel ultrapassa 50% dos vencimentos dos servidores, podendo chegar a equivaler a 130% do salário. 

 Diante da inadimplência do governo brasileiro e do MRE, o Sindicato vem recebendo uma série de relatos de servidores endividados, contraindo empréstimos no exterior para arcar com as despesas de aluguel. Há relatos de servidores que tenham recebido ordem de despejo ou que enfrente processos, por atrasos no aluguel. 

Nos últimos dias se multiplicaram no Facebook mensagens com a hashtag #SocorroMRE e comentários na página do ministério de servidores com graves dificuldades financeiras. O assistente de chancelaria Heber Borba é um desses servidores. “Meu aluguel consome 58% do meu salário.Depois, pagando as despesas obrigatórias como água, luz, estudo, remédios, resta só 2% do salário pra comprar comida. Então, sou obrigado a me endividar em cartões, empréstimos”, desabafou em seu comentário.

 Para a presidente do SINDITAMARATY, Sandra Nepomuceno, o Itamaraty não tem tratado a situação com a prioridade necessária. “Os servidores em missão no exterior precisam exercer suas atividades com dignidade e  segurança”, disse.

Ação judicial 

O SINDITAMARATY ajuizou ação coletiva visando o pagamento das parcelas em aberto da indenização de residência funcional, bem como a quitação mensal, tempestiva e integral das parcelas futuras a esse título. 

A indenização de residência funcional encontra-se prevista na Portaria nº 420 do MRE. A parcela destina-se ao pagamento do aluguel residencial de servidores do MRE no exterior. 

Com os reiterados atrasos, a via judicial tornou-se necessária a partir de comunicação oficial do Ministério das Relações Exteriores em que não se ofereceu uma previsão concreta de normalização dos próximos repasses ainda que tenha sido aprovada dotação orçamentária de 416 milhões de reais com destinação ao custeio do órgão em 22 de abril deste ano.

 O processo de origem foi autuado sob o nº 0026262-79.2015.4.01.3400 e ajuizado na Seção Judiciária do Distrito Federal. Em face do indeferimento da antecipação de tutela pelo juízo de origem, o sindicato recorreu ao TRF da 1ª Região, que concedeu a medida de urgência para assegurar o pagamento.

Por Adriana de Araújo com informações Cassel Ruzzarin

A tropa de choque do Alvorada: a corte se desloca (Estadao)

Equipe de ‘resistência’ deverá ter cerca de 40 pessoas no Alvorada

O Estado de S. Paulo,7/05/2016


Plano é que staff da presidente Dilma Rousseff durante afastamento reúna ministros e assessores
A falta de uma regulamentação específica sobre quais direitos tem um chefe de Poder afastado provoca expectativa no Palácio do Planalto. A intenção do governo é que, caso o processo de impeachment seja instalado no Senado e se confirme o afastamento deDilma Rousseff, a presidente possa contar com até 40 pessoas em seu staff da "resistência", no Palácio da Alvorada.
Aí estariam incluídas até mesmo as quatro ajudantes de ordem, assessores diretos e pessoal do serviço médico, além de ministros. Essa equipe seria coordenada pelo assessor especial Giles Azevedo.
Dilma pretende fazer pelo menos mais cinco cerimônias para reiterar o discurso de que está sendo "vítima de golpe".
Auxiliares da presidente já organizam para ela uma despedida. Confirmado o afastamento, o plano é que ela desça a rampa do Planalto ladeada por ministros e representantes de movimentos sociais.
A ideia é que ela caminhe até o Alvorada, uma distância de sete quilômetros do Planalto, acompanhada por seus apoiadores. A presidente resiste, pois o gesto pode ser encarado como se fosse uma comemoração, com a Praça dos Três Poderes tomada por militantes. A participação de Lula ainda é uma incógnita.
No Alvorada, a presidente continuará tendo direito, nas avaliações preliminares, à estrutura que a atende hoje. Ali trabalham na manutenção e funcionamento do palácio mais de cem pessoas - de telefonistas, seguranças, chef de cozinha e assistentes a costureira, além de Marly, sua fiel governanta.
Como não existe legislação tratando dos direitos de um presidente afastado, o assunto está sendo tratado informalmente. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, já conversou sobre o tema com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O Senado é que deverá definir as regras de uso de meios no afastamento.
Além de Giles, o assessor internacional Marco Aurélio Garcia acompanhará Dilma. Ele vai ajudar nas agendas que ela quer cumprir fora do País. Álvaro Baggio, que hoje cuida da agenda presidencial, também foi destacado para acompanhá-la.
Os nomes ainda estão em fase de definição. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, já se colocou à disposição para ficar ao lado de Dilma, assim como a presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, e Carlos Gabas, que assumiu recentemente a Secretaria da Aviação Civil.
A definição no caso dos que estão nos ministérios e cargos de alto escalão dependerá de quem terá direito ou não à quarentena, que é o recebimento de salário por seis meses após deixar o cargo. Em relação a salário, o Planalto entende que a presidente tem direito a recebê-lo integralmente porque se encontra apenas afastada das suas funções.