Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Who Lost China? a grande pergunta da política externa dos EUA nos anos 1950 - ADST
Quando um general corrupto foi derrotado por um líder comunista na China, eles ficaram procurando culpados, entre eles, no Departamento de Estado, um dos objetos preferidos de persguição do Senador McCarthy, que achava que os diplomatas eram todos comunistas enrustidos.
Pois bem, a Association for Diplomatic Studies and Training faz um excelente trabalho de história oral.
Ela agora oferece depoimentos sobre a partida dos americanos da China, que foram junto com o general corrupto para Taiwan, e ali ficaram pelos 20 anos seguintes, até um presidente corrupto, mas esperto, aquele escroque do Nixon, resolveu acabar com a fantasia.
Pouco depois, o nosso general Geisel resolveu reconhecer a China comunista, e com isso despertou a fúria do nosso McCarthy, o general Sylvio Frota, que quase acaba "demitindo" o Geisel da presidência.
Onde está a nossa história oral sobre isso?
Bem, existem depoimentos de Geisel e de Silveirinha ao Cpdoc. Mas eles contaram tudo? Provavelmente não...
Falta, ao Itamaraty, um programa de história oral.
Paulo Roberto de Almeida
Association for Diplomatic Studies and Training
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U.S. Diplomacy, Warts and All
Excerpts:
** Get While the Getting’s Good: Departing Communist China (http://adst.us5.list-manage.com/track/click?u=53939b5d79522092bb1e15271&id=8b0e8c530b&e=7b93b79725)
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The decision to close an embassy and order departure of diplomatic personnel is a signal of last resort that bilateral relations are damaged and unlikely to improve soon. This occurred in China when Chiang Kai-shek’s Nationalist Party fled the capital and retreated to Taiwan on December 8, 1949 in the wake of Mao Zedong’s establishment […]
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** The Charismatic Dalai Lama (http://adst.us5.list-manage.com/track/click?u=53939b5d79522092bb1e15271&id=ea21f47a9e&e=7b93b79725)
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Born into a humble farming family on July 6, 1935, Lhamo Dhondup (Tenzin Gyatso), had subtle beginnings before he became the leader of an entire people. After the thirteenth Dalai Lama’s passing, the high lamas searched for his next reincarnation among the Tibetan people. Tibetan Buddhists monks journeyed to a small village and found a […]
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Lava Jato: vem aí a super-delação?
Agora é oficial: vem ai a Super Delação da Odebrecht, que vai sepultar Lula, Dilma e o PT
A Operação Lava Jato atingiu um de seus maiores objetivos na última quarta-feira. A Odebrecht e o Ministério Público Federal finalmente formalizaram a negociação de delação premiada e um acordo de leniência no âmbito da investigação liderada pelo juiz Sérgio Moro.
As negociações que culminara na assinatura do documento foram longas e envolveram uma série de acordos, em virtude do grande volume de informações que deverão ser disponibilizadas. Além de Marcelo Odebrecht, que está preso em Curitiba, outros executivos da empreiteira e até mesmo seu pai, Emílio Odebrecht, deverão ser ouvidos. O número de executivos que irão depor pode chegar a 50.
Desde a chegada do PT ao Poder em 2003, quando o ex-presidente Lula assumiu seu primeiro mandato, o faturamento do grupo saltou de U$ 5 bilhões para U$ 140 bilhões ao ano. Nenhuma empresa no mesmo ramo de atividade experimentou um crescimento tão fabuloso em toda a história da humanidade.
A demora no fechamento do acordo sugere o envolvimento da empresa e de gente muito graúda em esquemas gigantescos de corrupção. Dificilmente o Ministério Público Federal concordaria em celebrar um acordo que isentasse grandes corruptos e corruptores.
Neste cenário, a super delação da Odebrecht pode arrastar para Curitiba toda a cúpula do Partido dos Trabalhadores, incluindo o ex-presidente Lula, a presidente afastada, Dilma Rousseff, o presidente do partido, Rui Falcão e vários senadores, deputados e ex-ministros dos governos petistas.
Esta semana, a Odebrecht entregou à força-tarefa da Lava Jato um livro no qual constam todos os apelidos dados a políticos e o respectivo nome de parlamentares e governadores que receberam dinheiro oficial e de caixa 2 nas últimas campanhas eleitorais. A medida faz parte do acordo de delação premiada firmado entre a empreiteira e o Ministério Público Federal (MPF).
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Programa europeu em integracao regional, estudos comparativos - oportunidade de bolsa (ate 15/09)
Fellowship Call for Application DEADLINE: September 15th 2016 – 17.00 CET
Complete info: http://gem-stones.eu/pdf/GEM-STONES-ERS9.pdf
COMPARING COMPETING FORMS OF REGIONALISM AND THEIR IMPACT ON EU INTERREGIONALISM (ESR9)
Early Stage Researcher 9:
Universitaet Hamburg (DE)
Université Libre de Bruxelles (BE)
Internship: German Institute of Global and Area Studies (DE)
RESEARCH PROJECT ENVIRONMENT
This research fellowship is offered within the framework of the GEM-STONES research project on the capacity of the EU to contribute to purposeful complex regime management. It is an integrated research project involving 15 partners institutions, 30 senior academics and 15 newly hired early stage researchers – for further information see www.gem-stones.eu
This project will be part of a Work Package bringing together various strands of political science allowing for a better understanding of the capacity of multilevel governance to see multiplying forms of regionalisms amount to constructive competition rather than destructive fragmentation. It will comparatively highlight:
(1) interplays between EU regional and inter-regional dynamics;
(2) overlapping regional security institutions; and
(3) competing regionally embedded foreign policy norms.
Each of the 3 associated ESRs will:
- Explore the EU’s relative capacity to shape other regional organizations;
- Empirical input to the structured Data Set drawn from the fuzzy-data sets associated with Comparative Regionalism
- Analyse the EU’s relative capacity to manage complexity from either a causal or appropriateness perspective
- Mobilise process-tracing & QCA methods to produce heuristic categorisations of regional organisations -
- Demonstrate the theoretical implications of a growing drive towards competing forms of regional cooperation -
- Jointly produce an edited volume collecting contribution from all 3 ESRs and their supervisors (GEM book series)
OBJECTIVES
ESR 9 will focus on theoretical and methodological issues related to the growing importance of the regional dimension in the management of complex regimes. Inter-regional dynamics will be assessed through comparative analysis of qualitative case studies combining QCA and process-tracing.
The selected regional case study, Latin America, will reflect an empirical setting where the EU seeks to interface with a variety of endogenously driven regional initiative.
EXPECTED RESULTS
ESR 9 will:
1. Successfully accomplish all necessary doctoral training both at the local and GEM-STONES consortium wide levels;
2. Produce an updated typology of interregional institutions linking the EU and Latin-America; as well as a contribution focussed on the EU-LAC inter-regionalism to the GEM-STONES shared data set;
3. Write an original PhD dissertation providing an analytical description of EU-LAC institutional interactions in light of evolving political systems on either side of the relationship; and a contrasted analysis of the relative impact of competing regional arrangements in Latin America on the EU’s interregional strategy.
CO-SUPERVISORS
Pr. Detlef Nolte
E-mail: detlef.nolte@giga-hamburg.de
Website: https://www.giga-hamburg.de/de/team/nolte
Pr. Frédéric Louault
E-mail: flouault@ulb.ac.be
Website: http://philoscsoc.ulb.be/fr/users/flouault
HOST INSTITUTIONS
Universitaet Hamburg (DE) - PhD PROGRAMME PhD in Political Science
Université Libre de Bruxelles (BE) - PhD in Political Science
Complete info: http://gem-stones.eu/pdf/GEM-STONES-ERS9.pdf
Caio Prado Jr, em 1967, ou seria em 2016?: excertos de seu discurso Juca Pato
Será que o Brasil não mudou nada em meio século?
Pode ser que algumas coisas sejam imanente, intratáveis, persistentes, como a corrupção, por exemplo, ou a péssima qualidade da educação.
Selecionei alguns trechos de seu discurso, cujo teor completo figura na postagem anterior (http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/09/caio-prado-jr-biografo-luiz-bernardo.html).
Paulo Roberto de Almeida
Leia o discurso de Caio Prado Junior no recebimento do prêmio Juca Pato em 1967
(...)
“Não somos apenas “subdesenvolvidos”, ou se preferirem, e como querem alguns economistas e sociólogos que procuram disfarçar com palavras a realidade, não somos apenas um país “em desenvolvimento”. Não é só quantitativamente que nos distinguimos dos países e povos que se acham na vanguarda do mundo contemporâneo. A diferença é também, e sobretudo, “qualitativa”.
E tanto isso é verdade que, relativamente, e em termos comparativos, não estamos avançando, mas antes recuando. Há cinqüenta anos ainda poderíamos figurar, muito modestamente embora, no concerto das nações civilizadas, isto é, vivendo no nível da cultura então atingida. Hoje é difícil afirmá-lo. Já não nos enquadramos mais nesse mundo da cibernética, da automação, da libertação progressiva do homem de todo esforço físico e mesmo de boa parte do mental.
Temos uma fachada, não há dúvida, que apresenta certo brilhantismo. Mas é uma tênue fachada apenas, que disfarça muito mal, para quem procura verdadeiramente enxergar, e não tenta iludir-se, o que vai por detrás dela neste imenso país de desnutridos, doentes e analfabetos. E, quando muito, semi-analfabetos que vegetam, mais que vivem, em padrões materiais e culturais que a parcela da Humanidade realmente civilizada já há muito não conhece mais.
Todos aqueles que não ignoram o Brasil, o verdadeiro Brasil da grande, da imensa maioria, que não é este dos principais centros urbanos, e direi mesmo, de alguns setores apenas destes grandes centros, todos estes sabem que não exagero. E não preciso insistir em dados estatísticos e outros índices bastante conhecidos, para situar o Brasil naquela parte da humanidade que tão longinquamente se aparta do que constitui os verdadeiros padrões de civilização contemporânea. Não serão por certo esses pobres arremedos de indústria moderna, das comunicações – correios, telégrafos e telefones que não funcionam –, estas nossas metrópoles que são inundadas e se desmancham com a chuva de todos os anos; e no terreno da cultura, estes espectros que são as Universidades e nosso pobre aparelhamento de ensino e de pesquisa em geral, não é isso certamente que nos concederá foros de país no nível dos grandes centros modernos ou deles se aproximando.
Para nos considerarmos da mesma ordem de grandeza, e tão somente “mais atrasados e menos desenvolvidos”, mas não qualitativamente diferentes, para isso precisamos de muito mais e, essencialmente, de uma sólida base sobre que assentar nossa nacionalidade, e que vem a ser uma população liberta da miséria física e cultural, e capacitada, no seu conjunto, para usufruir alguma coisa do conforto e bem-estar que a ciência moderna proporciona.
(...)
A corrupção, em especial, é da essência do nosso regime. Quando, como se dá entre nós, a riqueza é elevada ao plano do mais alto e prezado valor social, e que tudo justifica, como impedir que a aquisição dessa riqueza se faça por todos os meios e modos possíveis, sejam eles quais forem, e inclusive pela corrupção? Numa sociedade como a nossa em que a corrupção e a ausência de princípios éticos se acham institucionalizadas e entronizadas nas relações privadas, porque elas são, podemos dizer, da essência do “negócio” que regula essas relações, como impedir, pergunto, que elas contaminem também as relações públicas? Entre negócio e negociata não há nenhuma separação absoluta; e sim, entre os extremos, um terreno indefinido e neutro onde se faz muitas vezes extremamente difícil, e frequentemente impossível, distinguir entre lícito e ilícito.
(...)
Caio Prado Júnior, 28 de março de 1967.
Caio Prado Jr.: biografo Luiz Bernardo Pericas premiado com o Juca Pato 2016
Visita do Professor A. A. Cancado Trindade, juiz da CIJ, a Funag-IPRI (8/09/2016)
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
A longa batalha da democracia contra seus detratores - Augusto de Franco
Um manifesto da oposição popular ao PT
Augusto de Franco
DAGOBAH
NL 0021 - 02/09/2016
Muitos nesta hora gostariam de seguir adiante e esquecer o passado, agora que Dilma não é mais presidente.
Alguns (os legalistas conservadores) pensaram em pendurar as chuteiras e terceirizar tudo para "as instituições".
Outros (os liberais de manual) até imaginaram deixar de lado os protestos de rua e abraçar candidaturas para lutar "por dentro do sistema".
Mas a impunidade de Dilma, conquistada pelo golpe Renan-Lewandowski e o seu discurso de despedida, prometendo confronto, mostram que nossos problemas não estão resolvidos.
Se Temer começar a realizar, para valer, as tarefas da transição democrática, teremos pela frente uma guerra civil fria de longa duração (que ele não poderá enfrentar sem a ajuda da cidadania).
Se Temer abrir mão de realizar tais tarefas, ficando refém de Renan e da ala mais fisiológica do seu próprio partido que negocia por baixo do pano com Lula e sua máfia (que continua organizada), teremos um governo medíocre, inepto e desmoralizado, abrindo caminho para a volta do PT em 2018.
O golpe Renan-Lewandowski não foi apenas para sagrar a impunidade de Dilma. Foi para sujeitar o governo Temer aos bandidos da sua base.
Por isso a oposição popular ao PT, que emergiu das ruas, não pode morrer. E a resistência democrática não pode ser coisa do passado. Ela deve continuar.
Ou as ruas reagem, ou tudo que foi feito em 15 de março, 12 de abril, 16 de agosto de 2015 e 13 de março de 2016 terá sido em vão.
Para que tudo não tenha sido em vão é necessário retomar os três pontos principais da pauta original desses grandes protestos de 2015-2016:
Fora Dilma,
Prisão de Lula,
Fim do PT.
Sem isso, a sociedade que se mobilizou contra o velho sistema político que apodreceu ficará na defensiva e o PT voltará (ou, na verdade, não sairá).
Sim, eles não saíram. Só as ruas poderão tirá-los.
Europa em tempos de crise - Jornadas europeias, Fac. Direito USP, SP, 19-21/09/2016
“Europa em tempos de crise”.
Abordará a crise na Europa e da União Europeia em suas muitas facetas, tais como a crise econômica e financeira, as consequências econômicas, políticas e jurídicas do 'Brexit', a crise de refugiados, questões de identidade e integração, as ameaças à democracia, desafios da governança ambiental e o futuro do modelo europeu.
As Jornadas Europeias serão compostas de palestras de professores (entre eles, vários convidados externos) na parte da manhã e oficinas com participação de alunos e professores na parte da tarde. Responsável pela organização são Sven Korzilius, professor visitante no Departamento de Direito Internacional e Comparado (DIN) da Faculdade de Direito da USP (FD-USP), e Brigitte Weiffen, titular da Cátedra Martius de Estudos Alemães e Europeus (FFLCH-USP). O evento é patrocinado pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) e o Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo (DWIH-SP).
As inscrições podem ser realizadas em https://goo.gl/forms/qenV8wKjXVIKlo1s2
Mais informações e inscrições pelo e-mail jornadas.europeias@gmail.com ou pela página https://www.facebook.com/events/1712503825690250/