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domingo, 19 de setembro de 2021

Trabalhos mais citados de Paulo Roberto de Almeida no Google Scholar (setembro 2021)

Google Scholar: trabalhos mais citados de Paulo Roberto de Almeida 

https://scholar.google.com/citations?hl=en&user=OhRky2MAAAAJ

Levantamento em 19/09/2021

Title
Cited by
Year
Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula
PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 47, 162-184
3142004
Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização
PR de Almeida
Grupo Gen-LTC
2232012
Mercosul: fundamentos e perspectivas
PR Almeida
Grande Oriente do Brasil
1601998
Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internationais contemporâneas
PR de Almeida
Paz e Terra
1012002
O Brasil eo multilateralismo econômico
PR de Almeida
Livraria do Advogado Editora
891999
A política internacional do Partido dos Trabalhadores: da fundação à diplomacia do governo Lula
PR Almeida
Revista de Sociologia e Política, 87-102
872003
Uma nova'arquitetura'diplomática?-Interpretações divergentes sobre a política externa do governo Lula (2003-2006)
PR Almeida
Revista brasileira de política internacional 49, 95-116
842006
O Brasil como ator regional e como emergente global: estratégias de política externa e impacto na nova ordem internacional
PR Almeida
Cena Internacional 9 (1), 7-36
572007
Never before seen in Brazil: Luis Inácio Lula da Silva's grand diplomacy
PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 53, 160-177
552010
A economia internacional no século XX: um ensaio de síntese
PR Almeida
Revista brasileira de política internacional 44, 112-136
532001
Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira
PR de Almeida
UFRGS Editora
502004
Sobre políticas de governo e políticas de Estado: distinções necessárias
PR Almeida
Instituto Millenium
352016
Políticas de integração regional no governo Lula
P Roberto de Almeida
Braz. J. Int'l L. 2, 20
352005
As duas últimas décadas do século XX: fim do socialismo e retomada da globalização
PR de ALMEIDA
Relações internacionais: dois séculos de história: entre a ordem bipolar e o …
351912
Integração Regional: uma introdução
PR de Almeida
Editora Saraiva
342013
A diplomacia do governo Lula em seu primeiro mandato: um balanço e algumas perspectivas
PR de Almeida
Carta internacional 2 (1)
322007
As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80
PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 50, 60-79
322007
O Brasil e o futuro do Mercosul: dilemas e opções
PR De Almeida
271999
The political economy of intellectual property protection: technological protectionism and transfer of revenue among nations
PRD Almeida
International Journal of Technology Management 10 (2-3), 214-229
271995
A estrutura constitucional das relações internacionais e o sistema político brasileiro
PR de Almeida
Contexto Internacional 12 (1), 53
271990
Planejamento no Brasil: memória histórica
PR Almeida
Parcerias estratégicas 9 (18), 157-190
262012
Estratégia Nacional de Defesa: comentários dissidentes
PR De Almeida
Meridiano 47 10 (104), 10
252009
O lugar da América do Sul na nova ordem mundial
MC Lima, PR Almeida
Encontro Internacional
242001
A diplomacia do liberalismo econômico
PR Almeida
Sessenta anos de política externa brasileira (1930-1990). Crescimento …
241996
Estudos de relações internacionais do Brasil: etapas da produção historiográfica brasileira, 1927/1992
PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 36 (1), 11-36
231993
As relações internacionais na ordem constitucional
PR Almeida
Revista de Informação Legislativa, 47-70
231989
Pensamento e ação da diplomacia de Lula: uma visão crítica
PR Almeida
Política
222010
O Brasil e as crises financeiras internacionais, 1929-2001
PR ALMEIDA
Cena Internacional 3 (2), 89-114
222001
A Arte de NÃO fazer a Guerra: novos comentários à Estratégia Nacional de Defesa
PR de Almeida
Revista de Geopolítica 1 (2), 5-20
212016
O Brasil e o MERCOSUL em face do NAFTA
PR Almeida
Política externa 3 (1)
211994
O Brasil e o FMI desde Bretton Woods: 70 anos de história
PR Almeida
Revista direito GV 10, 469-496
182014
O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício analítico (perspectiva histórico-diplomática sobre a emergência de um novo cenário global)
PR Almeida
Brasília: CEPAL
182010
O Brasil e a nanotecnologia: rumo à quarta revolução industrial
PR ALMEIDA
Revista Espaço Acadêmico 5
182005
A dimensão social nos processos de integração
PR Almeida
Mercosul, NAFTA e ALCA: a dimensão social. São Paulo: LTr
181999
Problemas conjunturais e estruturais da integração na América do Sul: a trajetória do Mercosul desde suas origens até 2006
PR Almeida
Meridiano 47, 4-9
172006

A experiência brasileira em planejamento econômico: uma síntese histórica. 2004
PR ALMEIDA
162005
O Brasil e a construção da ordem econômica internacional contemporânea
PR Almeida
Contexto Internacional 26, 7-63
152004
Os estudos sobre o Brasil nos Estados Unidos: a produção brasilianista no pós-Segunda Guerra
PR de Almeida
Revista Estudos Históricos 1 (27), 31-62
152001
Avanços da regionalização nas Américas: cronologia analítica
PR Almeida, Y Chaloult
Revista Brasileira de Política Internacional 42 (2), 145-160
151999
Brasileiros na Guerra Civil Espanhola: combatentes na luta contra o fascismo
PR Almeida
Revista de Sociologia e Política, 35-66
151999
Sovereignty and regional integration in Latin America: a political conundrum?
PR Almeida
Contexto Internacional 35, 471-495
142013
Evolução histórica do regionalismo econômico e político na América do Sul: um balanço das experiências realizadas
PR Almeida
Cena internacional 10 (2), 72-97
142008
Um exercício comparativo de política externa: FHC e Lula em perspectiva
PR De Almeida
Meridiano 47-Boletim de Análise de Conjuntura em Relações Internacionais, 11-14
142004
Relações internacionais
PR Almeida
O que ler na Ciência Social Brasileira (1970-1995): Ciência Política 3, 191-255
141999
A grande fragmentação na América Latina: globalizados, reticentes e bolivarianos
PR Almeida
Carta Internacional 9 (1), 79-93
132014
Relação do Brasil com os EUA: de FHC-Clinton a Lula-Bush
PR Almeida
Reformas no Brasil: Balanço e Agenda, Fábio Giambiagi, José Guilherme Reis e …
132004
Cronologia da integração latino-americana no contexto do sistema econômico internacional
PR Almeida
Boletim de Integração Latino-Americana
131995
Os partidos políticos nas relações internacionais do Brasil, 1930-90
PR de Almeida
Contexto Internacional 14 (2), 161
131992
Mercosul: textos básicos
PR Almeida
Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão
131992
Geoestratégia do Atlântico Sul: uma visão do Sul
PR ALMEIDA
Política e Estratégia, São Paulo 5 (4), 486-495
131987
Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização
PR Almeida
Rio de Janeiro: Lumen Juris
122011
O Brasil como sócio menor da globalização: insuficiente interdependência econômica e pequena participação comercial
PR ALMEIDA
Revista de economia e relações internacionais 1 (2), 05-17
122003
O Brasil e o sistema de Bretton Woods: instituições e políticas em perspectiva histórica, 1944-2002
PR ALMEIDA
MAZZUOLI, Valério de Oliveira; SILVA, Roberto Luiz (Coords.). O Brasil e os …
122003
O Brasil e os blocos regionais: soberania e interdependência
PR Almeida
São Paulo em Perspectiva 16, 3-16
122002
A Política Externa do novo Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva: retrospecto histórico e avaliação programática
PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 45, 229-239
122002
O Brasil e o FMI de 1944 a 2002: um relacionamento feito de altos e baixos
PR de Almeida, E em Washington
Cena Internacional 4, 87-112
122002
A política da política externa: os partidos políticos nas relações internacionais do Brasil, 1930-1990
PR Almeida
Sessenta Anos de Política Externa Brasileira (1930-1990) 4, 381-447
122000
A formação da diplomacia econômica do Brasil
PR Almeida
Lua Nova: Revista de Cultura e Política, 169-195
121999
Uma história do Mercosul (1): do nascimento à crise
PR Almeida
Revista espaço acadêmico 10 (119), 106-114
112011

O nascimento do pensamento econômico brasileiro
PR ALMEIDA
Hipólito José da Costa e o Correio Braziliense. Brasília, São Paulo: Correio …
112002
Partidos políticos e política externa
PR de Almeida
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas
111986
Relações exteriores e constituição
PR Almeida
Revista Brasileira Política Internacional, Brasília, DF 29 (115), 83-90
111986

Sete teses impertinentes sobre o MERCOSUL
PR Almeida
Via Política, 22-04
102007
Uma nova'arquitetura'diplomática
PR Almeida
Interpretações divergentes sobre a
102006
A democratização da sociedade internacional e o Brasil: ensaio sobre uma mutação histórica de longo prazo (1815-1997)
PR Almeida
Revista brasileira de política internacional 40, 76-105
101997
A globalização e seus benefícios: um contraponto ao pessimismo
PR de Almeida
92004
A diplomacia financeira do Brasil no Império
PR Almeida
História Econômica & História de Empresas 4 (1)
92001
A inserção econômica internacional do Brasil em perspectiva histórica
PR Almeida
Cadernos Adenauer 2, 37-56
92000
Propriedade intelectual: os novos desafios para a América Latina
PR Almeida
Estudos avançados 5, 187-203
91991
Brazilian trade policy in historical perspective: constant features, erratic behavior
P Roberto de Almeida
Braz. J. Int'l L. 10, 11
82013
Dilemas atuais e perspectivas futuras do regionalismo sul-americano: convergências e divergências
PR de Almeida
Temas & Matizes 7 (14), 73-95
82008
América do Sul: rumo à desintegração política e à fragmentação econômica?
PR de Almeida
Carta Internacional 1 (2), 6-10
82006
A cultura da esquerda
PR de Almeida
Revista Espaço Acadêmico 4 (47)
82005
Relações Internacionais e política externa do Brasil: uma perspectiva histórica
PR De Almeida
Atas do SimposioBrasil 500
82002
O futuro do Mercosul: Os desafios da agenda interna e da liberalização hemisférica
PRDE Almeida
O Mercosul no limiar do século XXI. São Paulo: Cortez, 17-26
82000
As novas práticas sindicais frente ao NAFTA
D Brunelle
Cahier de recherche 99, 09
81999
Revista Brasileira de Política Internacional: quatro décadas ao serviço da inserção internacional do Brasil
PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 41 (SPE), 42-65
81998
Mercosul e União Européia: vidas paralelas?
PR de ALMEIDA
Boletim de Integração Latino-Americana 14
81994
The'New'Intellectual Property Regime and its Economic Impact on Developing Countries
PR ALMEIDA
Liberalization of Services and Intellectual Property in the Uruguay Round of …
81990
Uma avaliação do governo Lula: a área econômica
PR Almeida
Revista Espaço Acadêmico 10 (113), 38-45
72010
OTAN e o fim da Guerra Fria
PR Almeida
Revista Espaço Acadêmico 1 (09)
72002
Estrutura institucional das relações econômicas internacionais do Brasil: acordos e organizações multilaterais de 1815 a 1997
PR de Almeida
Contexto Internacional 19 (2), 307
71997
A cláusula social no comércio internacional
PR ALMEIDA
RBCE Comércio Exterior 40, 52-60
71994
Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial
PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 58 (1), 127-141
62015
Brazil’s candidacy for major power status
M Diaz, PR Almeida
Stanley Foundation
62008
O Brasil e o processo de formação de blocos econômicos: conceito e história, com aplicação aos casos do Mercosul e da Alca
PR ALMEIDA
Globalização e o comércio internacional no direito da integração. São Pauo …
62005
Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: 50 anos de um grande empreendimento intelectual
PR Almeida
Revista Brasileira de Política Internacional 47 (2), 223-226
62004
O Brasil e o terrorismo
PR Almeida
Revista Espaço Acadêmico 3 (28)
62003
As relações entre o Brasil e os Estados Unidos em perspectiva histórica
PR de Almeida
Hispania, 435-438
62002
Governos, agentes económicos e atores sociais: Riscos e desafios da globalização e da política de blocos
G Dupas
Chaloult e Almeida (orgs.), 132-146
61999
Relações Mercosul, ALCSA, ALCA e papel do estado
Y Chaloult
Yves Chaloult e Paulo Roberto de Almeida. Mercosul, Nafta e Alca: A dimensão …
61999
Uma interpretação econômica da constituição brasileira
PR ALMEIDA
Humanidades 3 (11), 18-26
61986
Mercosul: do otimismo à resignação
PR Almeida
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
52014
O Brasil no novo cenário global: Transformações do jogo diplomático contemporâneo
PR de Almeida
Revista Intellector-ISSN 1807-1260-CENEGRI 5 (09), 01-32
52008
A política externa nas campanhas presidenciais
PR Almeida
Revista Espaço Acadêmico 6 (62)
52006
Finanças internacionais do Brasil: uma perspectiva de meio século (1954-2004)
PR de Almeida
O Crescimento e As Relações Internacionais no Brasil, Instituto Brasileiro …
52005
A indiscutível leveza do neoliberalismo no Brasil: uma avaliação econômica e política da era neoliberal
PR Almeida
Revista Espaço Acadêmico 1 (10)
52002
Articles 1–100

sábado, 18 de setembro de 2021

Oliveira Lima e a longa Independência do Brasil - Lucia Paschoal Guimarães, Teresa Malatian e André Heráclio do Rêgo (YouTube)

Oliveira Lima e a longa Independência do Brasil

https://www.youtube.com/watch?v=Xw3csIpyHkI 

15,5 mil inscritos
Apresentação de Bruno A. de Cerqueira

O canal recebe no próximo sábado, 18.09.2021, às 21h, os historiadores Lucia Paschoal Guimarães, Teresa Malatian e André Heráclio do Rêgo para a 𝓵𝓲𝓿𝓮 Oliveira Lima e a longa Independência do Brasil

Lucia Maria Paschoal Guimarães, carioca, é graduada em História pela UFRJ, mestra em História Social pela mesma Universidade e doutora em História Social pela Usp. Realizou estágios de pós-douramento na Cátedra Jaime Cortesão da FFLCH-USP (2005-6) e de pesquisa sabática na Universidade Nova de Lisboa (2008-9). É professora titular de Teoria da História e Historiografia da Uerj. Coordena o Grupo de Pesquisa “Idéias, cultura e política na formação da nacionalidade brasileira”. Participa como pesquisadora principal do Pronex/CNPq/Faperj "Caminhos da Política no Império do Brasil”, dirigido por Lucia Maria Bastos Pereira das Neves. Publicou livros e trabalhos no Brasil e no exterior, decorrentes de pesquisas que contemplam, sobretudo, os temas: cultura histórica, história e memória, cultura política, intelectuais e poder, IHGB e relações culturais luso-brasileiras. É autora de, entre outros, “História da Ordem dos Advogados do Brasil: criação, primeiros percursos e desafios (1930-1945)” (Editora da OAB, 2003); “Debaixo da imediata proteção imperial: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro” (Annablume, 2011); e organizadora do recém-lançado “Oliveira Lima e a longa história da Independência” (Alameda Editorial, 2021). 

Teresa Maria Malatian, paulista de Itu, é graduada em História pela PUC de Campinas, mestra em História pela PUC-SP e doutora em História Social pela USP, e, ainda, livre-docente em Historiografia. Atuou como professora titular da Unesp por 30 anos, tendo sido coordenadora da Pós-Graduação em História. É autora de “Oliveira Lima e a construção da nacionalidade” (2001); “Império e Missão: um novo monarquismo brasileiro_ (Civilização Brasileira, 2001); “D. Luiz de Orleans e Bragança: peregrino de impérios” (Alameda Editorial, 2010); “O Cavaleiro Negro: Arlindo Veiga dos Santos e a Frente Negra Brasileira” (Alameda Editorial, 2015); “O Príncipe Soldado: a curta e empolgante vida de D. Antonio de Orleans e Bragança” (Linotipo Digital e IDII, 2018); e autora de capítulo no recém-lançado “Oliveira Lima e a longa história da Independência” (Alameda Casa Editorial, 2021). 

André Heráclio do Rêgo, pernambucano do Recife, é graduado em Diplomacia pelo Instituto Rio Branco, mestre em Estudos Ibéricos e Ibero-americanos pela Universidade de Paris X (Nanterre), doutor em Estudos Portugueses, Brasileiros e da África Lusófona pela mesma universidade, além de pós-doutor em História Social na Universidade Católica de Lisboa e pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP). Diplomata de carreira, ocupa atualmente o cargo de ministro de Segunda Classe, e serviu em Bonn, Berlim, Estocolmo, Lisboa e Assunção. Também historiador, tem obras publicadas sobre família e coronelismo e imagem e representação dos sertões. Especialista na vida e obra de Manoel de Oliveira Lima, publicou “Oliveira Lima, um historiador das Américas” (CEPE, 2017) e acaba de organizar com Lúcia Maria Paschoal Guimarães e Lucia Maria Bastos Pereira das Neves o livro “Oliveira Lima e a longa história da Independência” (Alameda Editorial, 2021). Vai lançar em breve volume com ensaios pouco conhecidos do historiador pernambucano, intitulado "O descobrimento do Brasil e outros ensaios" (BBM, 2021).


Ariel Palacios sobre a herança nazista de Bolsonaro

  

O revival tropical de expressões fascistas e nazistas

Nos últimos anos, o presidente Jair Bolsonaro, seus ministros e militantes fizeram deslanchar o uso de uma série de expressões e termos originários do fascismo de Benito Mussolini e do nazismo de Adolf Hitler, além de outras típicas do líder totalitário português Antônio de Oliveira Salazar e do espanhol Francisco Franco. Não existem precedentes para o uso desse tipo de vocabulário por parte de governos eleitos nas urnas no Ocidente desde o fim do regime salazarista em 1974. 

A seguir, uma antologia de algumas expressões utilizadas por Bolsonaro, seus ministros e seguidores na vida real e virtual:

Acordar

No período entre os últimos meses do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a eleição de Bolsonaro, em 2018, centenas de manifestações foram realizadas nas cidades brasileiras com o slogan “Acorda Brasil”. Uma parte significativa dos integrantes dessas manifestações – tudo indica – seriam posteriormente eleitores e seguidores do militar que tomou posse em janeiro de 2019.

O slogan “Acorda Brasil!” é uma espécie de remake do lema que os nazistas utilizaram de forma intensa entre meados dos anos 1920 (quando os seguidores de Adolf Hitler cresciam em volume) e janeiro de 1933 (quando Hitler tomou posse como Reichskanzler, isto é, primeiro-ministro do presidente Paul von Hindenburg): “Deutschland erwache!” 

O lema que os nazistas utilizaram de forma intensa entre meados dos anos 1920.

Evidentemente, esse é o tipo de lema que deixa de ser usado quando a pessoa que lidera o movimento chega ao poder. É que continuar usando um lema de “país X, acorda!” seria contraproducente, pois indicaria que as pessoas deveriam continuar desconfiadas do governante de plantão.

LEIA TAMBÉM: Nos 30 anos do Mercosul, reunião de presidentes escancara divergências e fissuras no bloco

Acima de tudo

O slogan “Brasil acima de tudo”, usado como slogan da campanha presidencial de Bolsonaro (e que continua sendo usado como uma espécie de slogan de governo) é uma versão local do lema “Deutschland über alles” (Alemanha acima de tudo), usado pelos nazistas.

(Alemanha acima de tudo), usado pelos nazistas.

A frase é um verso de um poema, Das Lied der Deutschen (A canção dos alemães), criado em 1841 pelo poeta alemão August Heinrich Hoffmann von Fallersleben

A letra foi embalada por uma melodia criada meio século antes pelo compositor Joseph Haydn para homenagear o imperador Franz II do Sacro-Império Romano-Germânico. A letra de Fallersleben mesclada com a música de Haydn se transformou em hino nacional oficial em 1922.

Hitler, no entanto, usou o hino em grandes cerimônias, como referência de pretensões de supremacia germânica. O slogan também servia para indicar que seu país estava acima de qualquer individualidade.

Deus (e outros poderes celestiais)

O slogan de campanha (e de governo) de Bolsonaro é duplo, já que o “Brasilacima de tudo” se complementa com o “Deus acima de todos”. 

Ao longo da Segunda Guerra Mundial (1939-45), os soldados de Hitler tinham em suas fivelas do cinto a frase “Gott mit uns” (Deus conosco). Hitler acreditava que estava cumprindo uma missão divina – o que mostra o perigo desse tipo de lema. O ditador nazista afirmava: “Acredito que estou agindo em concordância com Deus todo poderoso. Quando combato os judeus, estou fazendo a obra do Senhor!!”.

Detalhe da fivela do cinto dos militares nazistas.

Frases afins também aparecem em obras de ficção sobre regimes totalitários ou distopias. Esse é o caso do comic (transformado em filme) V for vendetta, onde um imaginário regime fascista inglês tem o slogan “Strength through unity, unity through faith” (“Força pela unidade, unidade pela fé”).

Ao longo dos séculos diversos monarcas, ditadores e presidentes afirmaram que haviam sido protegidos por poderes celestiais. Vários desses afirmavam que tinham alguma espécie de missão divina – os líderes fascistas do século 20 fizeram o mesmo. Esse foi o caso do ditador português Antônio de Oliveira Salazar, cujo regime foi inspirado no de Mussolini (com algumas adaptações lusitanas). Entre Salazar e seu sucessor, Marcelo Caetano, o fascismo salazarista governou o país entre 1932 e 1974. Um de seus slogans era “Deus, Pátria e Família”.

Em 1938, para comemorar os 10 anos do regime de Salazar, uma série de sete cartazes intitulada “A Lição de Salazar” (“A Lição de Salazar”) foi distribuída a todas as escolas primárias do país. A imagem de abertura abraça a ideologia do Estado Novo – o slogan “Deus, Pátria, Família” (“Deus, pátria, família”) é reforçado tematicamente ao longo da série. Poster: Martin Barata.

Esse slogan foi copiado várias vezes no Brasil. Os primeiros foram os integrantes da Ação Integralista Brasileira, a versão local do fascismo europeu, que tinha leves adaptações. Os integralistas usaram exatamente o mesmo slogan de Salazar sem modificação alguma. Assim como Bolsonaro, em discurso durante as eleições municipais de 2020. O mesmo dístico estava planejado para ser usado como lema do partido que Bolsonaro pretendia criar, o Aliança pelo Brasil, que, por enquanto, não saiu do papel.

Ainda antes, em maio de 2019, Bolsonaro declarou que seu governo era “uma missão de Deus”. O presidente também admitiu que não era o mais preparado dos candidatos da eleição do ano anterior, mas afirmou que “vocês sabem que Ele não escolhe o mais capacitado, mas capacita os escolhidos”. Isto é, como se os poderes celestiais tivessem feito uma espécie de MBA às pressas com Bolsonaro.

LEIA TAMBÉM: Análise: troca no comando na Petrobras põe fim ao flerte de Bolsonaro com o mercado

Sempre tem razão

O slogan fascista “Mussolini ha sempre ragione!” foi também plagiado no Brasil. Essa frase era parte do Decálogo dos Jovens Fascistas, dos anos 20. Os “followers” de Mussolini (jovens e adultos) a usavam para encerrar qualquer discussão com críticos do regime. Era um apelo passional, na falta de um argumento lógico.

O slogan fascista “Mussolini ha sempre ragione!”.

Os militantes do presidente brasileiro utilizam o hashtag #BolsonaroTemSempreRazao. E com ela os militantes também interrompem qualquer espécie de diálogo lógico. Nos anos 1930, o slogan mussoliniano foi plagiado pelos nazistas alemães sem modificações. Os followers de Adolf Hitler estampavam em cartazes a frase Der Führer hat immer recht. A sentença também era usada nas conversas para sustentar que aquilo que o ditador dizia era uma verdade absoluta.

E daí? (e mais Mussolini)

Bolsonaro tornou a expressão “e daí?” um hit parade para indicar seu desprezo por diversos assuntos. Ela também tem precedentes no fascismo de Mussolini, já que o duce italiano costumava usar a grosseira frase “me ne frego”, equivalente a “e daí?” ou “não estou nem aí” como slogan para indicar que o fascismo e os fascistas não se importavam com nada. Uma espécie de aval do líder ao rompimento das leis para impor sua vontade (além de ser uma forma de expressar seu desprezo pelas formalidades democráticas).

Em maio de 2020, Bolsonaro compartilhou um vídeo no Facebook que ostentava a frase “Melhor um dia como leão do que 100 anos como ovelha!” Exatamente a mesma frase que Mussolini usava: “Meglio vivere un giorno da leone che cent’anni da pecora!

A frase debutou nos discursos de Mussolini no dia 20 de junho de 1928. Na ocasião, ele presidia uma homenagem ao falecido marechal Armando Vittorio Díaz, que ele considerava um “herói” da Primeira Guerra Mundial (1914-18). O ducetambém ordenou que essa frase fosse colocada nas moedas de 20 e 100 liras.

Em 2019, Bolsonaro já havia postado um vídeo na qual ele era representado como um leão que era atacado por um grupo de hienas (representando seus opositores).

Há poucas semanas, o então chanceler brasileiro Ernesto Araújo (filho de um juiz que em 1978 se recusou a extraditar o criminoso de guerra nazista Gustav Wagner pelo crime de genocídio durante a Segunda Guerra Mundial) utilizou a sigla SPQR em uma sessão no Senado em Brasília no meio de seu discurso.

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SPQR é a sigla de Senatus Populusque Romanus (O Senado e o Povo Romano), expressão usada durante a República Romana e o Império Romano há 2 mil anos. Durante o regime de Mussolini, no século 20, foi usada para exaltar as pretensões da supremacia fascista. Entre o fim do século 20 e o início do século 21, a sigla SPQR também foi utilizada por diversos movimentos neofascistas e neonazistas na Europa.

Cartaz de uma confederação de sindicatos de agricultores na época de Mussolini. 

A referência de Araújo causou um escândalo e teria sido a gota d’água para sua retirada do gabinete de Bolsonaro.

Dias antes, um outro escândalo sem precedentes ocorreu. O assessor da presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, foi filmado fazendo um gesto com os dedos igual ao sinal de OK, apropriado desde 2017 pelos Supremacistas Brancos para ilustrar seu slogan “White Power”. Martins afirmou que estava “arrumando a lapela” do paletó.

Captura de tela da TV Senado, e o gesto polêmico de Martins. 

O mesmo gesto foi usado por vários seguidores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump na invasão do Capitólio, em Washington, no início deste ano. Trump é um ídolo dos militantes bolsonaristas.

Apelidos

Os militantes de líderes autoritários e afins costumam utilizar formas curtas e breves (quase sempre são duas sílabas) para chamá-los, especialmente em comícios e concentrações de massa, nas quais essas denominações são gritadas ad nauseam. Isso, por outro lado, não costuma ocorrer com líderes ostensivamente democráticos.

Hitler era chamado de Führer (líder, guia), Mussolini de Duce (líder, chefe), e Francisco Franco, El Caudillo (idem) – mas nas manifestações as massas gritavam seu sobrenome: “Fran-co, Fran-co!” 

O nome de Franco repetido não só pelas massas, mas nos monumentos.

Fidel Castro era chamado de El Comandante, mas nas concentrações populares as pessoas gritavam “Fi-del, Fi-del!”

O dominicano Leónidas Trujillo era El JefeJosef Stalin era o Vozhd (líder). As multidões chamam o norte-coreano Kim Jong-Un de Chongsu (líder supremo). 

E Bolsonaro, bom, é chamado, aos berros, de “Mito”.

Em 1998, em seu artigo Em torno do conceito de mito político, o professor Luis Felipe Miguel já dizia que o “mito” apresenta-se ao público como verdade incontestável, “acima da razão e dos fatos”.

E, é bom lembrar que o fascismo rejeita a tradição racionalista. O fascismo tem a postura de desconfiar da razão e, desta forma, exalta os elementos irracionais das pessoas. O fascismo seria como um parque de diversões dos sentimentos passionais e do fanatismo.

This post was last modified on abril 5, 2021 7:39 am

Ariel Palacios

Journalist and LABS' columnist Ariel Palacios is a correspondent in Buenos Aires for the news channel GloboNews, for which he covers South America. Previously, he worked as a correspondent for the newspaper O Estado de S.Paulo and CBN and Eldorado's radio networks. Ariel graduated in 1987 from the State University of Londrina, Parana State, Brazil, and did the El País' Masters in Journalism in 1993.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

China, para o bem e para o mal, a obsessão de todo mundo - Notícias diversas

 A China é logo ali

Edson Rossi | 17/09/21 - 09h00

Enquanto a diplomacia nacional sob Bolsonaro decidiu transformar em saco de pancadas a China e o governo argentino de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, os dois países estreitam seus laços comerciais. No ano passado, os chineses alcançaram o Brasil como principais exportadores para os países vizinhos. Do total de importações da Argentina, Brasil e China respondem por 20,4% cada. Mas nos primeiros sete meses deste ano, Pequim já passou à dianteira: os argentinos compraram US$ 6,9 bilhões de produtos chineses contra US$ 6,8 bilhões dos brasileiros.

https://www.istoedinheiro.com.br/presentinho-para-flavio/

'Não vai ter invasão de produtos chineses no Brasil', afirma embaixador uruguaio sobre acordo comercial com China
Diplomata usa como exemplo a parceria entre Chile e o país asiático. Segundo ele, nada aconteceu de negativo nas economias da região
Eliane Oliveira | 17/09/2021 - 12:00 / Atualizado em 17/09/2021 - 13:03

Há um ano em Brasília, mas com a experiência de quem participou ativamente das negociações que deram origem ao Mercosul, o embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Valles Galmés, garante que não há razão alguma para temer um acordo de livre comércio entre seu país e a China. Ele costuma comparar o que aconteceu com o Chile, que já tem um tratado comercial há cerca de 15 anos com os chineses.

Chile e China levaram de três a quatro anos para concluir as negociações. O acordo foi assinado em 2006. Em 2017, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet e o presidente chinês Xi Jinping assinaram um novo documento aprofundando os termos do tratado.

— O Chile não é vizinho como o Uruguai, mas é uma economia muito mais potente, tem interesses com o Brasil muito mais profundos e tem um acordo de livre comércio maduro, há muitos anos, com a China. O que aconteceu com o Brasil? Nada. E o que vai acontecer de negativo, se houver um acordo entre a China e o Uruguai? Nada. Não haverá invasão de produtos chineses no Brasil —  disse o embaixador ao GLOBO.

A decisão do Uruguai de buscar acordos em separado dos demais sócios do Mercosul, anunciada em julho deste ano, causou um impasse. Os argentinos protestaram e argumentaram que, pelas regras atuais, tratados de redução de tarifas precisam ser negociados em conjunto.

Mas o governo brasileiro apoia a iniciativa, por considerar que o bloco precisa de flexibilidade e que esse tipo de proibição não encontra respaldo legal. Porém, alguns setores da indústria nacional se mostraram preocupados em perder competitividade para produtos chineses.

Galmés ponderou que as conversas ainda estão no início. As negociações, enfatizou, dependem de um estudo sobre o impacto de um tratado do gênero nas duas economias.

— Ainda não estamos negociando e é uma negociação que é prolongada. Não podemos imaginar cenários catastróficos, nem cenários idílicos. Só agora começamos a conversar — disse o embaixador.

Além de aumentar as exportações de produtos uruguaios — de forma geral, alimentos — o Uruguai poderá receber investimentos chineses, inclusive a instalação de fábricas. Para o diplomata, esse aspecto deve ser visto de forma positiva por todos os sócios do Mercosul, inclusive pelas indústrias locais.

— Hoje, há fábricas chinesas no Brasil. Estão exportando para o Uruguai? Sim. Se estão exportando com tarifa zero, o produto é brasileiro, e não chinês — argumentou.

O embaixador também negou que, com o acordo com a China, o Uruguai passe a receber as chamadas 'maquiladoras' — empresas que importam peças e insumos, sem pagar taxas, para montá-los no país de destino e exportar para outros mercados. Ele enfatizou que há regras de origem no Mercosul, que permitem saber qual a composição do bem formada por partes produzidas exclusivamente pelos países do bloco.

— Com o Uruguai, isso não vai acontecer . Essa ideia de maquiladora não tem fundamento —afirmou.

Os uruguaios foram informados por Pequim, na semana passada,  que a China tem interesse em conversar sobre um acordo comercial. Outro alvo dos vizinhos é o Acordo de Associação Transpacífico (TPP), formado por países da Ásia, da Oceania e das Américas do Norte e do Sul.  Na última quinta-feira, os chineses demonstraram interesse em aderir ao TPP.

https://oglobo.globo.com/economia/nao-vai-ter-invasao-de-produtos-chineses-no-brasil-afirma-embaixador-uruguaio-sobre-acordo-comercial-com-china-25201413

Georgieva, do FMI, é acusada de favorecer China em relatório anual sobre negócios do Banco Mundial
Ela é suspeita de alterar posições do país do ranking do Doing Business. Episódio pode minar autoridade da atual diretora-gerente do Fundo, avaliam especialistas
Bloomberg | 17/09/2021 - 12:25

Kristalina Georgieva corre o risco de ver sua autoridade como diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) minada poucas semanas antes de uma reunião anual de autoridades de finanças globais. Ela foi acusada de favorecer a China no ranking anual de negócios do Banco Mundial (Bird), o Doing Business, quando ainda trabahava na instituição.

As denúncias se referem ao período em que Georgieva era executiva-chefe do banco e supervisionava campanhas para conseguir um aumento de capital para o órgão.

Georgieva disse discordar "fundamentalmente" da acusação, contida em um relatório encomendado pelo Banco Mundial ao escritório de advocacia WilmerHale, de que ela pressionou os funcionários do banco para ajustar a classificação da China no relatório econômico anual.

"Discordo fundamentalmente das conclusões e interpretações da Investigação de Irregularidades de Dados no que se refere à minha função no relatório Doing Business do Banco Mundial de 2018. Já tive um briefing inicial com o Conselho Executivo do FMI sobre este assunto",  disse Georgieva em comunicado.

Na reunião que teve com o conselho do Fundo na quinta-feira, antes de a notícia ser divulgada,  ela afirmou que  iria continuar seu trabalho como de costume, de acordo com fontes a par do assunto.

O relatório da empresa de advocacia concluiu que, na edição de 2018 do Doing Business, a classificação da China foi elevada artificialmente do 85º para o 78º lugar, a mesma do ano anterior, depois que autoridades do governo chinês procuraram o então presidente do Bird, Jim Young Kim, e outros diretores para expressar preocupações de que a classificação do país não refletia as reformas econômicas realizadas.

O documento foi apresentado internamente na quarta-feira e divulgado pelo Conselho do Banco Mundial na quinta.

“Para ser claro, nossa revisão não deve ser interpretada como uma sugestão de que houve qualquer conduta inadequada por parte de qualquer funcionário chinês ou de outro governo”, escreveram no relatório.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse em uma coletiva de imprensa na sexta-feira, em Pequim, que o Banco Mundial deveria “seguir os procedimentos internos de revisão para investigar a questão para melhor proteger o profissionalismo e a autoridade do relatório Doing Business e a reputação do Banco Mundial e seus membros. ”

O governo chinês “atribui grande importância à melhoria do ambiente de negócios e a conquista é testemunhada por todos”, acrescentou Zhao Lijian.

Doing Business: alvo de escândalos
A acusação contra Georgieva foi a última de uma série de escândalos que afetaram o conturbado relatório nos últimos anos. Tão acossada, subjetiva e polêmica é a metodologia do relatório, que mede a facilidade e a transparência de se operar em uma economia, que o Banco Mundial anunciou que vai deixar de publicá-lo. 

Mas, para Georgieva, o escrutínio pode estar apenas começando. O Tesouro dos Estados Unidos vê as acusações como graves e está "analisando o relatório", disse o departamento. Os EUA detêm poder de veto sobre as principais decisões do FMI e do Banco Mundial.

Os legisladores republicanos poderiam usar o caso para renovar as críticas à expansão dos recursos do FMI sob a liderança de Georgieva.

Paul Romer, o ganhador do Nobel que foi o economista-chefe do Banco Mundial até início de 2018, disse em uma entrevista que a China costumava pressionar os funcionários do banco para alterar os relatórios preliminares.

Foi sua crítica de despedida ao processo Doing Business, em entrevista ao Wall Street Journal, que levou à investigação do relatório e da política em torno dele.

Questões sérias
O deputado French Hill, um republicano do Arkansas e um dos maiores críticos da emissão de reservas do FMI no mês passado, disse que o relatório levanta sérias questões sobre as motivações de Georgieva durante seu tempo no Banco Mundial.

— Se essas alegações forem verdadeiras, o conselho do FMI deve avaliar prontamente seu serviço no cargo mais alto do fundo — disse ele.

Hill, membro do comitê de serviços financeiros da Câmara, disse que pediria à secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que avaliasse o relatório e apresentasse essa opinião ao Congresso.

— Os mercados financeiros e os formuladores de políticas contam com a experiência dos credores multilaterais e essa reputação agora está manchada — acrescentou.

Justin Sandefur, pesquisador sênior e observador do Banco Mundial no Center for Global Development, disse que o relatório pode acabar afetando seu relacionamento com os membros do FMI.

— O FMI é responsável por garantir a integridade das estatísticas macroeconômicas internacionais e exigir que os países prestem contas da integridade de seus dados — disse Sandefur em uma entrevista. — Este relatório mostra Georgieva ativamente envolvida na manipulação de dados para fins geopolíticos. Isso parece bastante grave.

O episódio oferece uma rara visão de como a China exerceu influência sobre os líderes das instituições financeiras internacionais nos últimos anos e como esses altos funcionários foram reativos às sensibilidades em Pequim.

https://oglobo.globo.com/economia/georgieva-do-fmi-acusada-de-favorecer-china-em-relatorio-anual-sobre-negocios-do-banco-mundial-25201225


Brasil na ONU: a diplomacia se esforça, mas a política externa atrapalha - notícias diversas

 Bolsonaro diz que levará “verdades” sobre o Brasil em discurso na ONU

Ele só poderá ir ao evento porque a ONU mudou sua própria orientação e não exigirá mais comprovante de vacinação contra a covid-19 das autoridades que estarão presentes no evento
Por Matheus Schuch, Valor — Brasília | 17/09/2021 12h35

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que levará “verdades” sobre o Brasil e o que o país representa para o mundo em seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece na próxima semana.

“Na próxima terça-feira, estarei na ONU, participando no discurso inicial daquele evento. Podem ter certeza, lá teremos verdades, realidade do que é o nosso Brasil e do que nós representamos verdadeiramente para o mundo", disse Bolsonaro, ao encerrar discurso no interior de Minas Gerais, pela manhã.

A ONU confirmou ontem que mudou sua própria orientação e não exigirá mais comprovante de vacinação contra a covid-19 das autoridades que estarão presentes no evento. A medida beneficia Bolsonaro, que não se imunizou e frequentemente coloca em dúvida a segurança e eficácia das vacinas.

Judiciário
Após provocar uma crise institucional com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro defendeu que “tudo pode ser renovado” no país, inclusive o Judiciário. O discurso ocorreu após Bolsonaro dizer que é um que “soldado está na frente de batalha” e reclamar de ataques a membros de sua família.

“Nada me abala”, alegou ele. "Assim seja, nada devemos temer, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna. Vamos vencer essa batalha. Vamos aos poucos mudando o destino do Brasil. Tudo pode ser renovado. Como renova o Executivo, o Legislativo e também o Judiciário".

No caso do STF, os ministros podem ocupar o cargo até completarem 75 anos, limite para aposentadoria compulsória. Durante o atual mandato de Bolsonaro, dois ministros deixaram a Corte por alcançarem a idade. O ministro Celso de Mello foi substituído por Kássio Nunes Marques. Já o outro indicado por Bolsonaro, André Mendonça, que ele pretendia que ocupasse a vaga de Marco Aurélio Mello, tem enfrentado dificuldades para ter seu nome avalizado pelo Senado. A situação é provocada, em parte, pela crise institucional.

Sem citar nomes ou entrar em detalhes sobre o que estava defendendo, Bolsonaro emendou o discurso: "A minha função, chefe do Executivo da nação, é o local onde você passa a reconhecer a amizade, o apoio de boas pessoas, mas também passa a conhecer aqueles que não têm compromisso com a sua nação. Não vamos nominar. Vamos apenas trabalhar. Vamos renovar, vamos acreditar, vamos ter a certeza que nós temos tudo para sermos uma grande nação".

Após elevar a crise institucional ao ápice com discursos em tom golpista no 7 de Setembro, Bolsonaro aceitou a sugestão de conselheiros políticos sobre recuar, assinando uma carta em busca de pacificação. Nos últimos dias, ele havia evitado inflamar os ânimos com o Judiciário.

Bolsonaro cumpre agendas políticas hoje em Minas Gerais e Goiás. Mais cedo, participou do lançamento do projeto “Pró-Águas Urucuia”, em Arinos (MG), que prevê a revitalização de bacias hidrográficas da região.

https://valor.globo.com/politica/noticia/2021/09/17/bolsonaro-diz-que-levara-verdades-sobre-o-brasil-em-discurso-na-onu.ghtml

Bolsonaro faz mistério sobre discurso nas Nações Unidas: 'vão distorcer'
Redação Crusoé | 17.09.21 10:31

O presidente Jair Bolsonaro embarca para Nova York neste fim de semana para discursar na sessão de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, na próxima terça-feira, 21. Tradicionalmente, o Brasil inaugura os pronunciamentos de chefes de estado no evento, antecedendo os Estados Unidos.

Apoiadores de Bolsonaro questionaram o presidente nesta sexta-feira, 17, sobre o teor de seu discurso, mas ele preferiu fazer mistério sobre o pronunciamento. Diplomatas estão preocupados com o que Jair Bolsonaro falará diante dos chefes de Estado.

"Viajo domingo, vou fazer o discurso de abertura, é tradição o Brasil fazer. A imprensa quer saber o que vou falar lá. Que vejam na televisão na terça, agora que não vou mostrar, porque vão distorcer", disse Bolsonaro. 

O fato de o presidente brasileiro ter decidido não tomar a vacina contra a Covid-19 gera mal-estar no Itamaraty. Ainda que Nova York tenha estabelecido uma série de restrições para pessoas não imunizadas, diplomatas acreditam que é pouco provável que chefes de Estado tenham que mostrar comprovante de vacinação. Ainda assim, é grande o temor da repercussão negativa no exterior.

Na ONU, Bolsonaro poderá cruzar pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem tenta articular uma conversa desde o início do ano. O Itamaraty ainda tenta viabilizar um encontro formal de Bolsonaro com Biden - seria a primeira conversa entre os dois. O chefe do Planalto deve se encontrar ainda com Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, e com Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.

https://crusoe.com.br/diario/bolsonaro-faz-misterio-sobre-discurso-na-onu-senao-vao-distorcer

Joe Biden reúne líderes para debater mudança climática e redução de emissão de gases poluentes
Brasil não participou do encontro, que reuniu, entre os líderes latino-americanos, os presidentes da Argentina e do México. A intenção é impulsionar ações antes da COP26, reunião da ONU sobre o clima marcada para novembro. O tema da reunião foi a emissão de metano.
Por G1 | 17/09/2021 10h06  

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, organizou, nesta sexta-feira (17), o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF, na sigla em inglês), on-line, para debater com líderes mundiais os esforços para combater a mudança climática.

A ideia do encontro é tentar criar ímpeto antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano, a COP26, marcada para 1º a 12 de novembro.

O Brasil não participou do encontro – que reuniu, entre os líderes latino-americanos, os presidentes da Argentina e do México (veja detalhes mais abaixo).

No discurso de abertura, Biden falou sobre as emissões de metano.

"Temos que nos comprometer a reduzir o gás metano, reduções em 30% abaixo de 2020 em 2030. Isso vai produzir efeito colateral de melhorar saúde pública e agricultura", afirmou.

Embora tenha vida mais curta e seja menos abundante que dióxido de carbono (CO2), o metano (CH₄) é muito mais poderoso na captura de calor e seu impacto sobre o aquecimento global é mais de 80 vezes maior (que o CO2) a curto prazo.

Os EUA e a União Europeia concordam em tentar cortar as emissões do gás em cerca de um terço até o final desta década e estão pressionando outras grandes economias a se unirem a eles, de acordo com documentos vistos pela Reuters.

Nesta semana, a Casa Branca anunciou que Biden espera usar o fórum de líderes depois da COP26 para continuar pressionando por medidas para combater as mudanças climáticas.

Sem Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro não participou do encontro, mas Alberto Fernández, da Argentina, e Andrés Manuel Lopez Obrador, do México, foram confirmados.

Veja a lista de participantes:
Alberto Fernández, da Argentina
Sheikh Hasina, de Bangladesh
Charles Michel, do Conselho Europeu
Ursula von der Leyen, da União Europeia
Joko Widodo, da Indonésia
Moon Jae-In, da Coreia do Sul
Andres Manuel Lopez Obrador, do México
Boris Johnson, do Reino Unido
António Guterres, da ONU

Países em desenvolvimento
No discurso de abertura, Biden citou duas vezes os países em desenvolvimento. "Estamos também comprometidos em ajudar países em desenvolvimento que querem melhorar o meio ambiente. Demos passos para melhorar empregos, abandonando poços de petróleo e gás" afirmou.

"Temos que apoiar países em desenvolvimento, queremos dobrar nosso financiamento de clima até 2024. Posso garantir que estamos avançando para mobilizar US$ 6 bilhões [cerca de R$ 32 bilhões] por ano para esses países", disse.

Preparação para COP26
A reunião organizada pelos EUA é uma preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deste ano, a COP26. Marcada para novembro em Glasgow, na Escócia, a conferência reúne, anualmente, líderes do mundo inteiro para discutir as mudanças climáticas.

Nesta edição, os governantes vão avaliar os resultados previstos no Acordo de Paris, de 2015, um marco nas negociações internacionais sobre o clima. Isso porque, naquele ano, os países se comprometeram a manter o aumento de temperatura da Terra a no máximo 1,5ºC desde a era pré-industrial.

O progresso feito até agora deveria ter sido avaliado em 2020, mas, por causa da pandemia, a conferência foi adiada para este ano.

Até hoje, o planeta já aqueceu 1,2ºC. No ritmo em que está, o mundo não vai atingir a meta prevista no acordo. Na verdade, as metas anunciadas em Paris resultariam em um aquecimento bem acima de 3ºC até 2100 em comparação com os níveis pré-industriais.

Para conseguir cumprir o acordo, o mundo precisa reduzir as emissões pela metade na próxima década e atingir emissões líquidas zero de carbono até a metade do século se quiser limitar os aumentos da temperatura global a 1,5ºC.

Líderes em emissões
Como parte do Acordo de Paris, todos os países concordaram em comunicar ou atualizar suas metas de redução de emissões – sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) – a cada cinco anos, para refletir sua ambição mais elevada possível e uma progressão ao longo do tempo.

O site da COP26 alerta que "é especialmente importante que os países desenvolvidos e os maiores emissores assumam a liderança".

Em 2019, o Global Carbon Atlas (Atlas Global de Carbono, em tradução livre) divulgou um ranking dos 20 maiores emissores de CO2 do mundo ao longo do tempo. O Brasil aparece em 13º lugar. Veja os outros:
  1. China
  2. EUA
  3. Índia
  4. Rússia
  5. Japão
  6. Irã
  7. Alemanha
  8. Indonésia
  9. Coreia do Sul
  10. Arábia Saudita
  11. Canadá
  12. África do Sul
  13. Brasil
  14. México
  15. Austrália
  16. Turquia
  17. Reino Unido
  18. Itália
  19. França
  20. Polônia
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2021/09/17/biden-reune-lideres-para-debater-mudanca-climatica-presidentes-da-argentina-e-mexico-participam-mas-bolsonaro-nao.ghtml