O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Itamaraty de portas abertas: Wladimir Murtinho e o Palácio do Itamaraty (Correio Braziliense)

 Itamaraty de portas abertas

Correio Braziliense, 08/06/2022 06:00

O Palácio Itamaraty: conheça mais sobre o prédio símbolo da diplomacia  brasileira | Curso Sapientia 

Quando o governo republicano deslocou-se para o Palácio do Catete em 1897, após ter-se abrigado por seus oito primeiros anos no antigo palacete do Conde de Itamaraty, legou ao Ministério das Relações Exteriores a primeira sede da Presidência. O palacete no centro do Rio de Janeiro viria a sediar a pasta por mais de 70 anos e acabaria por atribuir também a alcunha pela qual se tornou conhecida a diplomacia brasileira. Tamanha é a identidade entre o nome e a instituição que, por ocasião da mudança para a nova capital, aquele que Oscar Niemeyer havia batizado "Palácio dos Arcos" consolidou-se como "Palácio Itamaraty", por decreto presidencial, antes mesmo de sua inauguração oficial em 1970.

As novas edificações combinaram a tradição de uma instituição centenária com a modernidade da nova capital. A face conhecida desse feito, Oscar Niemeyer, contou com a colaboração de diversos profissionais e operários que merecem nossa homenagem e gratidão. O responsável por levar o espírito do Itamaraty para a prancheta do arquiteto foi o diplomata Wladimir do Amaral Murtinho, entusiasta da nova capital e presidente da Comissão de Transferência do Itamaraty para Brasília. Murtinho transmitiu ao projetista as necessidades da instituição, as funções, os valores, a história. Envolveu-se direta e ativamente nos trabalhos de ambientação, idealizando verdadeira síntese das artes modernistas a serviço do país.

O diplomata enxergou como ninguém a oportunidade de fazer da nova sede da chancelaria verdadeira vitrine da criatividade, qualidade e produção brasileiras. Materiais, artistas, designers, temas, vegetação, tudo deveria remeter ao Brasil e valorizar o elemento nacional, refletindo a missão institucional. O Ministério das Relações Exteriores representa o Estado brasileiro: os objetos, os móveis, as obras de arte são expressões do país e revestem-se de papel de representação da nacionalidade e da cultura brasileira, para além de seu uso cotidiano.

A influência de Murtinho sobre a nova sede do Itamaraty impactou a paisagem urbana no coração da Esplanada. Ao insistir com Niemeyer que os convidados estrangeiros fossem recebidos em edifício mais imponente do que o originalmente planejado, tornou a sede do Ministério, mais tarde acompanhada pelo Palácio da Justiça, espécie de prelúdio à Praça dos Três Poderes.

Murtinho, contudo, não se preocupava apenas com a apresentação do Brasil para o mundo. Entendia que o patrimônio pertencia ao povo brasileiro, que deveria ter acesso a essa riqueza do país. Em 1967, após os primeiros eventos oficiais na nova sede do Ministério, franqueou o edifício à população de Brasília. Ao fazê-lo, repetia, talvez sem saber, iniciativa de 1930, quando o palacete no Rio de Janeiro foi aberto ao público por quatro domingos, após obras de restauro e a construção de novo edifício para a biblioteca.

Essas iniciativas antecederam a tradição de celebração do patrimônio, desenvolvida nos anos 1980 e 1990, quando diversos países pelo mundo passaram a estabelecer dias de "portas abertas", para a visitação pública de edifícios governamentais representativos. Algumas de nossas embaixadas adotaram a iniciativa e a mantém até hoje, como em Buenos Aires, Madri, Montevidéu e Paris.

Em linha com a intenção de ampliar o acesso aos espaços públicos, o MRE mantém há mais de uma década serviço regular de visitação educativa. Público e convidados têm a oportunidade de conhecer um pouco da história, da arquitetura e das obras de arte do acervo do Palácio Itamaraty. O percurso pelas áreas comuns e de recepção despertam o interesse não só pelos ambientes de trabalho, mas também pelas atividades do órgão e pelo significado da diplomacia para o Estado brasileiro.

Retomando as iniciativas de 1930 e 1967, e no intuito de aproximar cidadãos do cotidiano do Ministério, o Itamaraty abrirá suas portas neste sábado, 11 de junho, data de nascimento do embaixador Murtinho, para visita cívica estendida, que incluirá, além do trajeto tradicional, cerca de oito ambientes normalmente inacessíveis ao público. 

No ano em que o Brasil celebra o bicentenário da independência e o centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo, completam-se também 20 anos do falecimento de Wladimir Murtinho. Parece propício que o Itamaraty lance, nesse dia e neste ano, o que se espera venha a tornar-se nova tradição de Brasília: um dia de portas abertas da sede do Itamaraty, uma ocasião para resgatar, debater e celebrar o patrimônio histórico, artístico e cultural do órgão, da cidade e do país. Esse dia só poderia chamar-se Jornada Wladimir Murtinho.

https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/06/5013709-artigo-itamaraty-de-portas-abertas.html


Livro de Francisco Razzo: Minha contribuição para tornar o mundo um lugar ainda pior (sim, é isso...)

 


"A resposta não está na política e muito menos nos políticos"

Entrevista com o autor: Francisco Razzo

Razzo, que história é essa de contribuir para um mundo ainda pior?

Minha contribuição para tornar o mundo um lugar ainda pior se refere ao título de um texto do livro que, no conjunto, traz uma coletânea de textos que escrevi a partir de um problema que me persegue: a impotência humana diante das incertezas da vida. Trago comigo um princípio ético conjugado com uma visão cosmológica muito particular: é preciso saber agir como um mortal. Tudo no livro gira em torno do reconhecimento dessa condição. No próprio texto Minha contribuição para tornar o mundo um lugar ainda pior, faço uma reflexão a respeito de quão trágica pode ser a pretensão humana em propor, para toda humanidade, justamente o contrário.  

É por isso que você diz que gostaria que este livro fosse um “Tratado sobre as incertezas humanas”? 

Exatamente. Um tratado, em filosofia, diz respeito a um gênero literário que busca cobrir a totalidade dos temas fundamentais de um determinado assunto. Ou seja: o alfa e o ômega de toda abordagem racional. Comparado ao tratado, um gênero objetivo e sistemático, o ensaio aborda o assunto numa perspectiva mais experimental, no limite do pessoal. Portanto, seria quase uma contradição nos termos a ideia de “tratado sobre as incertezas humanas”. Ora, diante das incertezas, sobra apenas a aventura de se arriscar, sem a possibilidade de dar uma palavra final ao problema. Meu desejo de ter escrito um tratado não passa de uma pretensão assumidamente fracassada. Inspiro-me muito no poema Tratado geral das grandezas do ínfimo, do Manoel de Barros. 

Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogio

Você acha, então, que precisamos abandonar essa mania de se procurar salvadores do mundo, com soluções mirabolantes para todos os problemas…

No meu primeiro livro, A imaginação totalitária, estudei os perigos da política como esperança. Para mim, estava claro que o maior problema político é a incapacidade de lidarmos com a nossa natureza humana. A mente totalitária, fruto dos poderes da imaginação, busca corrigir o homem porque não suporta a ideia de viver como mortal. Políticos salvadores são consequências de teologias substitutas. Matamos Deus para cultuar homens ou qualquer outra bobagem – como diria Chesterton. Só há um problema que realmente interessa: encontrar sentido numa realidade aparentemente sem sentido. Fiquei convencido de uma coisa: a resposta a esse problema não está na política e muito menos nos políticos.

Nessas crônicas você está bem mais literário: narra lembranças da vida, fala de redes sociais, dos problemas do mundo e até traz um belo trecho de um romance que você ainda não terminou de escrever… foi difícil organizar os textos ou a coisa se deu de forma espontânea?

Tudo o que escrevi nos meus últimos quatro anos, que é o tempo que cobre a produção dessas crônicas, podem ser colocados em quatro eixos: a alegria e, às vezes, as tristezas das banalidades cotidianas; a destruição do senso de comunidade na era redes sociais; polêmicas diárias e eternamente infrutíferas da nossa sociedade; e onde encontro meu refúgio intelectual e moral: meu trabalho como professor, a experiência estética e a vida filosófica. Também me interesso muito por temas como religião e política, e espero, quem sabe, publicar um livro a respeito. Em Minha contribuição para tornar o mundo um lugar ainda pior, tentei responder a seguinte pergunta: nessa massa multiforme de experiências, é possível encontrar sentido? Mas respondendo a sua pergunta: não, não se deu de forma espontânea! Mas foi bem divertido montar esse quebra-cabeça. 

A impressão ao ler este livro é que se trata de uma espécie de autobiografia em crônicas. Através delas é possível conhecer um pouco de como você foi se formando como escritor e pensador, como você foi depurando suas ideias não apenas por leituras e estudos, mas também pelas experiências de vida… como a tentativa de assalto e o acidente de automóvel que viraram reflexões. Enfim, diga-nos o que o leitor pode esperar desse novo livro? 

Sim, bom resumo. Bom, eu sou muito agostiniano em minha forma de pensar a experiência filosófica – isto significa fazer da narrativa de vida um lugar fundamental para a experiência filosófica. No caso do Agostinho, um caminho pessoal para se colocar diante de Deus. Neste livro, traço um caminho inverso e não pretendo chegar a Deus – pelo menos não será o tema deste livro. Para ser preciso, não gostaria de chegar a lugar nenhum. Hoje, uma filosofia que não promete levar a lugar nenhum talvez seja a melhor forma de evitarmos contribuir para que o mundo se torne um lugar ainda pior. Nesse sentido, espero que o leitor também se divirta com o prazer dessa aventura um pouco pretensiosa de pensar a partir de qualquer lugar e, principalmente, sem o compromisso de encontrar grandes soluções para os problemas do mundo. 


Em que direção a Ásia se move, e qual o seu impacto global?: Parag Khanna (Cebri Online)

 Em que direção a Ásia se move, e qual o seu impacto global?

terça-feira, 7 de junho de 2022

A Colônia Belga e seus Descendentes no Vale do Itajaí: exposição em Ilhota, SC: até novembro 2022

 

 

“O povo que perde a noção de seu passado, isto é, da sua história, das suas crenças, dos seus ideais, perde a sua alma e está fadado à decadência e ao desaparecimento” - Migrante belga Gustavo Lebon, 1845 

Após muitos anos de pesquisas documentais e iconográficas no Brasil e na Bélgica, intercâmbios com historiadoras catarinenses e belgas e muita mobilização das famílias descendentes no Vale do Itajaí, será aberta a exposição "A Colônia Belga e seus Descendentes no Vale do Itajaí" que ficará em cartaz de 13 de junho até 27 de novembro de 2022, de segunda-feira até sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h, no Casarão Belga, Rua Ricardo Paulino Maes 257 em Ilhota, com entrada grátis.

Como sabemos, embora o Brasil seja um país de imigrantes, a imigração belga é pouco conhecida. Mas fruto de um trabalho conjunto, hoje sabemos que em 24 de agosto de 1844, 114 pessoas (agricultoras, trabalhadores jornaleiros, donas de casa, artesãos e alguns sem profissão), a maioria de origem da região flamenga, partiram rumo a Santa Catarina no barco belga “Jean van Eyck” que partiu do porto de Oostende e chegou ao Rio de Janeiro depois de 67 dias.

A razão dessa migração é que nessa época a Bélgica era um país recentemente independente, em plena transformação de uma economia agrícola para a mecanizada. Com as consequências sociais da revolução industrial, sofria com a pobreza, com uma zona rural superpovoada e alta migração para as cidades em busca de trabalho, onde a única opção era viver em cortiços. De um terço à metade da população das províncias Flandres Ocidental e Oriental, na década de 1840, foi obrigada a mendigar ou pedir ajuda do governo para sua sobrevivência. Somou-se a isso, as epidemias de tifo em 1847-1848 e a de cólera, em 1848-1849 que causaram muitas mortes. Devido a essa situação, muitas pessoas optaram por migrar para vários países na busca por trabalho e melhores condições de vida. Estima-se que, entre 1847 e 1914, 5.000 pessoas se mudaram para o Brasil e 23.000 para a Argentina. 

O personagem central da colonização belga em Santa Catarina foi o belga Charles Maximilien Louis Van Lede nascido em Bruges em 1801 e falecido na mesma cidade em 1875. No fim de 1841, a serviço da Sociedade Comercial de Bruges e proprietário da Companhia Belgo-Brasileira de Colonização, ele veio para o Brasil com a ideia de um grande projeto colonizador e para avaliar o solo e as florestas catarinenses para a exploração de ferro, carvão e outros minérios. 

Desta maneira, em novembro de 1844 foi iniciada uma das primeiras colônias belgas no Brasil e no Vale do Itajaí, em Ilhota. As famílias plantavam batata e uma dúvida até hoje é se elas teriam trazido as mudas da Bélgica Plantavam também mandioca, cana de açúcar, arroz e milho, alimentos até então desconhecidos na época no seu país. Essas famílias sofreram com a árdua travessia no Atlântico - e há quem diga que até ataque de piratas – com a mata, as doenças e as inúmeras enchentes do Rio Itajaí.

Mas os descendentes sobreviveram e possuem hoje muitas memórias, algumas delas compartilhadas em vídeo depoimentos que são parte da exposição. Continuam animados para recuperar as suas origens, relembrar tradições dos antepassados, construir quebra cabeças que são as árvores genealógicas, muito felizes de valorizar as suas raízes. Não existem muitos vestígios materiais dessa imigração, mas ela está presente e pode ser comprovada ao caminharmos pelas inúmeras ruas e avenidas do Vale do Itajaí que possuem sobrenomes belgas, tais como: Maes, Hostin, Maba, Castellain, Vilain, Conink, Gevaerd, Sutter, Wan-Dall...

A exposição conta com a curadoria de Marc Storms, como coordenador do "Patrimônio belga no Brasil” e foi produzida com a Associação Ilha Belga. Ela conta com o efetivo apoio do Embaixador da Bélgica, Sr. Patrick Herman, o Cônsul Geral da Bélgica para São Paulo e região Sul, Sr. Matthieu Branders, o Cônsul Sr. Thomas Maes e o Sr. Jeroen Servaes, Cônsul Honorário em Florianópolis (SC). Foi patrocinada por empresas belgas sediadas no Brasil, Bekaert Deslee, Impextraco e Parafix, por meio de projeto aprovado pela Lei Rouanet.

A exposição será doada à Associação Ilha Belga de Ilhota para que continue o trabalho de divulgação, podendo ser montada integral ou parcialmente em outras cidades da região do vale Europeu, no Estado de Santa Catarina e em outros estados brasileiros. 

Para quem não passar por Ilhota até novembro, a exposição poderá ser visitada digitalmente, por meio de textos, áudios e vídeos: Exposição "Colônia Belga e seus Descendentes no Vale do Itajaí". Acompanhe os nossos boletins para saber mais sobre a atividade de abertura  dia 10 de junho e os desdobramentos das atividades educativas!

 

Ótimo presente! 

Presenteie você mesmo ou os seus entes queridos com o livro Sabores Belgas no Brasil. São 128 páginas de diversão e apetite, onde você aprenderá tudo sobre o chocolate belga, as waffles e batatas fritas, bem como quantas diferentes cervejas a Bélgica produz. O livro contém entrevistas com 10 chefs belgas que mexem as suas panelas no Brasil e um capítulo sobre as saudades dos belgas que vivem no Brasil. Um presente ricamente ilustrado para abrir apetites e conhecimentos, por apenas R$ 70,00, com frete incluído no Brasil.

Faça já o seu pedido em http://www.belgianclub.com.br/pt-br/content/comprar-livros para ter certeza de que o livro chegará antes do Natal!!

Apoie o mapeamento histórico e cultural da atuação das empresas belgas no Brasil

Empresas belgas deixaram e ainda deixam traços materiais de suas atividades e criatividade no Brasil. Referimos-nos, entre outros, à pontes, estradas de ferro, estações e material rodante ferroviário, ladrilhos e azulejos, vitrais e esculturas.

Um inventário dessa herança histórica está sendo criado e pode ser visto no site http://www.belgianclub.com.br. Novas descobertas estão constantemente sendo incluídas no site.
Esta iniciativa tem sido apoiada por trabalho voluntário como por exemplo traduções, edições de textos e fotografias, e patrocinadores. Gostaríamos muito de contarmos, em breve, com o nome e logotipo da sua empresa no site. Mais e detalhadas explicações sobre nossa política de patrocínio podem ser encontradas na página http://www.belgianclub.com.br/pt-br/patrocinador.

Meu novo livro: analisando a miragem do Brics: em breve em Kindle Book - Paulo Roberto de Almeida

 O livro já está pronto. Agora entra na "usina de produção", para formatação em e-book, formato Kindle. Esta capa é pura improvisação: quando a correta estiver pronta, vou postar junto com o prefácio. Por enquanto só o sumário: 

A grande ilusão do Brics e o universo paralelo da diplomacia brasileira

Brasília, 6 junho 2022, 191 p. Livro sobre o Brics e os Brics

Índice


 

Prefácio: Brics: uma ideia em busca de algum conteúdo 

1. O papel dos Brics na economia mundial   

    O Bric e os Brics 

A Rússia, um “animal menos igual que os outros”

A China e a Índia  

E o Brasil nesse processo? 

 

2. A fascinação exercida pelo Brics nos meios acadêmicos

Esse obscuro objeto de curiosidade 

O Brasil, como fica no retrato?  

Russia e China: do comunismo a um capitalismo especial 

O fascínio é justificado? 

O que os Brics podem oferecer ao mundo? 

 

3. Radiografia do Bric: indagações a partir do Brasil

Introdução: a caminho da Briclândia

Radiografia dos Brics 

Ficha corrida dos personagens   

De onde vieram, para onde vão?

New kids in the block  

Políticas domésticas  

Políticas econômicas externas 

Impacto dos Brics na economia mundial 

Impacto da economia mundial sobre os Brics 

Consequências geoestratégicas 

O Brasil e os Brics 

Alguma conclusão preventiva? 

 

4. A democracia nos Brics  

A democracia é um critério universal? 

Como se situam os Brics do ponto de vista do critério democrático? 

Alguma chance de o critério democrático ser adotado no âmbito dos Brics?

 

5. Sobre a morte do G8 e a ascensão do Brics   

Sobre um funeral anunciado 

Qualificando o debate 

O que define o G7, e deveria definir também o Brics e o G20

Quais as funções do G7, que deveriam, também, ser cumpridas pelo G20? 

 

6. O Bric e a substituição de hegemonias    

Introdução: por que o Bric e apenas o Bric? 

Bric: uma nova categoria conceitual ou apenas um acrônimo apelativo? 

O Bric na ordem global: um papel relevante, ou apenas uma instância formal?

O Bric e a economia política da nova ordem mundial: contrastes e confrontos

Grandezas e misérias da substituição hegemônica: lições da História 

Conclusão: um acrônimo talvez invertido 

 

7. Os Brics na crise econômica mundial de 2008-2009 

Existe um papel para os Brics na crise econômica? 

Os Brics podem sustentar uma recuperação financeira europeia?

A ascensão dos Brics tornaria o mundo mais multipolar e democrático? 

 

8. O futuro econômico do Brics e dos Brics 

Das distinções necessárias 

O Brics representa uma proposta alternativa à ordem mundial do G7? 

O que teriam os Brics a oferecer de melhor para uma nova ordem mundial? 

O futuro econômico do Brics (se existe um...)  

Existe algum legado a ser deixado pelo Brics? 

 

9. O Brasil no Brics: a dialética de uma ambição 

O Brasil e os principais componentes de sua geoeconomia elementar 

Potencial e limitações da economia brasileira no contexto internacional 

A emergência econômica e a presença política internacional do Brasil 

A política externa brasileira e sua atuação no âmbito do Brics 

O que busca o Brasil nos Brics? O que deveria, talvez, buscar?

 

10. O lugar dos Brics na agenda externa do Brasil   

Uma sigla inventada por um economista de finanças 

Um novo animal no cenário diplomático mundial 

Existe um papel para o Brics na atual configuração de poder? 

Vínculos e efeitos futuros: um exercício especulativo 

 

11. Contra as parcerias estratégicas: um relatório de minoria 

Introdução: o que é um relatório de minoria? 

O que é estratégico numa parceria?  

Quando o estratégico vira simplesmente tático 

Parcerias são sempre assimétricas, estrategicamente desiguais  

A experiência brasileira: parcerias ex-ante, frustração garantida 

A proliferação e o abuso de uma relação não assumida  

 

Indicações bibliográficas  

Nota sobre o autor   


Em breve, aguardem...

Um novo animal na paisagem dos acordos regionais de comércio: o IPEF de Joe Biden - Daniel Berman (AMAC)

 Vcs estão prestando atenção no que os americanos estão fazendo, em matéria de propostas dirigidas à zona Indo-Pacífica.

Os americanos mais erráticos do que cego em tiroteio, enlouquecidos pela sua obsessão em “conter” a China? 

Não conseguiram conter a URSS, que implodiu sozinha, e acham que vão conter um animal que tem DEZ VEZES mais PIB do que a Rússia atual e um comércio gigantesco, um pouco diminuído depois do trumpismo comercial, continuado pelo Biden.

O TPP a 11 não parece agora disposto a integrar a China, e o RCEP parece que vai ficar parado no mesmo lugar.

Enquanto isso, a turma do Guedes se empenha em desmantelar o nosso Mercosul.

Estamos assistindo a uma remodelagem completa dos acordos comerciais regionais?

Paulo Roberto de Almeida


Government Watch / Instagram / Politics

https://amac.us/new-indo-pacific-economic-framework-may-be-the-death-knell-for-globalization/ 

New Indo-Pacific Economic Framework May Be the Death Knell for Globalization

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AMAC Exclusive – By Daniel Berman

 Indo-Pacific Economic Framework

President Joe Biden is the last person we have come to expect boldness from over the past year, yet he sprung something of a surprise when flanked by the Prime Ministers of Japan and India. Biden announced a new Indo-Pacific Economic Framework for Prosperity (IPEF) late last month. The agreement includes 13 countries: the U.S., Japan, India, South Korea, Australia, Indonesia, Thailand, Singapore, Malaysia, the Philippines, Vietnam, New Zealand, and Brunei. The IPEF is, in many ways, a continuation and extension of the Trump Indo-Pacific Strategy, and the announcement represents the fulfillment of the previous administration’s efforts to bring the Indo-Pacific nations into economic alignment with the United States against China.

In launching the initiative, the Biden administration seems to have stumbled onto a different model for economic cooperation, one which does not rely on removing borders and then waiting for capital to do the rest. Furthermore, the participation of so many nations in the region represents a vote of no confidence in China’s willingness or ability to anchor any sort of economic system in which these countries would wish to partake. Of course, all of this is conditional on the Biden administration or a future Republican president turning aspirations into reality.

Let’s first get out of the way what IPEF is not. It is not a revival of the late Trans-Pacific Partnership, the wide-ranging free-trade agreement which emerged as a major issue in the 2016 election, highlighting the disparity between Hillary Clinton’s championing of globalization and Donald Trump’s American economic nationalism. The TPP was in many ways the culmination of the program launched by Bill Clinton in the 1990s of pursuing a globalized economy under which national and regional economies and supply chains would be supplanted by a single global supply chain. This model was based on the assumption that the greatest scale would produce the greatest efficiency.

Already, the defects of that approach were apparent, and Donald Trump’s warnings now appear prescient, given the collapse of global supply chains following COVID-19. The Trans-Pacific Partnership and its premise that eliminating as many borders as possible was the path to economic progress are dead.

The IPEF does not grant members tariff-free access to the U.S. market. In part, this is a concession to political expediency. Joe Biden would likely meet resistance if he opened the US market to the outside competition when Americans were already feeling insecure. But it would be a mistake to call the Framework limited as a result. Rather, the countries involved are trying something different. The Framework suggests that cooperation does not require abandoning national interests or borders. Rather, in a departure from orthodoxy, it suggests that cooperation can occur between protected economies with strong borders—a point that the former president made often in international forums.

At the heart of the Framework is recognizing that there are two types of trade barriers. One type is zero-sum barriers. These include the sort of tariffs and regulations that globalization sought to avoid. Tariffs impose costs and benefits. Lifting tariffs on imported goods might allow Americans to buy manufactured goods more cheaply or Filipinos to have access to cheaper American food, but in turn, put American factory workers and Filipino peasant farmers out of business. By contrast, even if countries decide to protect their domestic workforces, they will still wish to trade some goods and they will still wish to protect the supply of others. That means ensuring that ports are capable of loading and unloading goods, that trade lanes are protected, and energy supplies are secure.

The Framework represents a second approach to international economics—more statist, nationalist, and almost Trumpian. Rather than removing barriers to trade, and then watching as one country specializes, it is interested in security rather than efficiency. At the heart of the framework is a commitment to ensure that within the 13 member states, there is at least one major supplier of every good (one reliable supplier of energy, one reliable supplier of microchips, one reliable supplier of foodstuffs, etc.). The agreement does not try and suggest that there should only be one, nor does it prohibit any member from subsidizing their own producers of these goods, or protecting them from competition from others. Rather, it seeks to ensure that if any member needs to access any product, they will not have to approach a state outside the framework.

This is where the rhetoric about how the Framework is a challenge to China derives from. Each of the agreement’s four pillars – digital trade and trade facilitation, clean energy and decarbonization, supply chain resilience, and anti-corruption and taxes – is a direct challenge to China. The first, digital trade and trade facilitation, targets China’s efforts to take control of ports and extend its digital firewall beyond its borders. The second, clean energy and decarbonization, can either be read as fluff or as a commitment to energy security for member states, something the United States can provide if regulators allow it. The third, supply chain resilience, is self-explanatory. The fourth, anti-corruption and taxes, is a commitment to an integrated financial system to counter the one Russia and China are seeking to construct.

Self-sufficiency from China is not only politically desirable but, after the last few months, increasingly an economic imperative. Rather than exploiting COVID-19 to fill the vacuum left by the West, Xi Jinping’s reliance on domestic vaccines of dubious efficiency combined with a fanatical commitment to zero-COVID has plunged China’s largest cities into lockdown long after the rest of the world has moved on. The results have been catastrophic. For the first time since the 1970s, U.S. GDP growth is predicted to outpace China’s.

There are wider implications, and they lead directly to the Framework. Xi’s mismanagement of COVID-19 has not only harmed the Chinese economy but threatened the security of every country that relies on Chinese manufacturing. With Chinese factories closed, countries that shuttered domestic production on the globalist promise that it would be  cheaper to rely on Chinese goods now find themselves unable to source products. It is not just that they may not want to rely on China for political reasons. They cannot afford to rely on China when the Chinese economy can shut down at any moment. That China’s problems are the result of erratic decisions from leadership, which seems increasingly irrational, is further reason to pull away.

It is significant that the Framework includes not just longstanding American allies such as Australia, Japan, New Zealand, and South Korea, but also Malaysia, Thailand, and the Philippines, which in recent years have drawn closer to Beijing. For them, this is a reversal of nearly a decade of policy, a clear sign that their experience with China has been an unhappy one. It also includes India, which historically has been close to Russia, and, as recently as this past month, was defying the White House by contemplating buying Russian oil. India’s decision to join is a sign that when it comes to long-term supply-chain security, it does not trust either Russian reliability or Chinese industry.

It is possible the Framework will not amount to much. None of the members except for Australia and the United States are energy exporters, and both currently have left-wing governments dedicated to reducing CO2 emissions. Yet, for the Framework to work, Australia and the United States will have to be the ones to supply the other ten with energy, as a failure to do so would force them to look outside the Framework, to Russia or the Middle East, defeating the premise entirely.

It is an odd move for a U.S. administration that killed the Keystone Pipeline to commit to a policy whose success relies on turning the United States into an energy supplier. Yet if Washington is willing to do so – and it may well take a future Republican administration to carry through on the promise – there is potential for a viable regional bloc  to replace the system of globalization. The 13 signatories between them account for over 40% of the world’s GDP. That is a solid base upon which to try and build a new economic order. But it requires following through, not just promises.

Daniel Berman is a frequent commentator and lecturer on foreign policy and political affairs, both nationally and internationally. He holds a Ph.D. in International Relations from the London School of Economics. He also writes as Daniel Roman.


segunda-feira, 6 de junho de 2022

China’s new vassal: Vladimir Putin - Stuart Lau (Politico)

O que eu tinha antecipado anteriormente – a colonização da Rússia pela China em dez anos –, vai se acelerar, depois da desastrosa "operação militar especial" de Putin na Ucrânia, e das severas sanções impostas pelos países ocidentais ao invasor. A Rússia não vai ter tudo o que espera da China, que também teme ser objeto de sanções ocidentais. Ela vai ficar em cima do muro, ajudando um pouco, mas esperando a Rússia enfraquecida cair em seus braços. Triste fim para o outrora império arrogante, que humilhava, como os ocidentais, o Império do Meio, continuou a desprezar a República da China, e tratou Mao Tsetung da pior maneira possível. Como indica o artigo, a China hoje tem DEZ VEZES o PIB da Rússia, que está bem próximo do brasileiro. 

Paulo Roberto de Almeida

China’s new vassal: Vladimir Putin

Xi Jinping now holds the better cards in steering the Moscow-Beijing relationship. 

POLITICO, June 6, 2022 4:00 am 

https://www.politico.eu/article/china-new-vassal-vladimir-putin/

China can now enjoy turning the tables. 

When Chairman Mao Zedong visited Soviet dictator Joseph Stalin in the winter of 1949, he was very much the junior supplicant. Stalin packed him off to wait for weeks in his snow-bound No. 2 dacha, 27 kilometers outside Moscow, where the humiliated and constipated Chinese leader grumbled about everything from the quality of the fish to his uncomfortable mattress. 

When the two Communist leaders did get to business, Stalin bullied his way to a very favorable deal that put Mao on the hook to buy Russian arms and heavy machinery with a loan on which Beijing would have to pay interest. 

As Russia faces a sharply contracting economy under sanctions and an impending oil embargo from Europe, China is the obvious potential benefactor for Putin to turn toward. 

Xi shares Putin’s hostility to the West and NATO, but that doesn’t mean he will be offering unalloyed charity. Xi’s overriding strategic concern is China’s prosperity and security, not saving Russia. Beijing is likely to buy at least some oil diverted from Europe, but only at a hefty discount from global benchmarks. China will only help Russia to the extent that it doesn’t attract sanctions and imperil its own ability to sell goods to rich countries in North America and the EU. 

A very public partnership

Publicly, China is making a big show of political solidarity with Moscow. It has increased overall trade with Russia, essentially abandoned Ukraine, expanded financial transactions without the use of dollars or euros, and doubled down on future cooperation to develop military technology while carrying out joint exercises in the Pacific region. 

Sergey Lavrov, Russia’s foreign minister, has acknowledged that his country’s future lies with China, saying: “Now that the West has taken a ‘dictator’s position,’ our economic ties with China will grow even faster.”

Xi himself also appears to be a strong admirer of Putin on a personal level. Yun Sun, director of the China Program at the Stimson Center, calls this his “Russia complex.” (Since the war broke out, Xi has only spoken by phone with Putin, not his Ukrainian counterpart Volodymyr Zelenskyy.) 

There are very serious limits to these “no limits” relations, however. For now, at least, China is stressing to Western nations that it is not selling weapons or plane parts to Russia. Beijing doesn’t want to fall victim to sanctions itself, so it sets boundaries to the relationship. Even more worryingly for Putin, China is also out to set a high price for support. Beijing, for example, wants to restrict Russia’s highly lucrative arms sales to India, China’s arch-foe across the Himalayas.

“In a reverse from the Cold War pattern, Russia will be the junior partner to a more powerful China. That will irritate Putin,” said Matthew Kroenig, deputy director of the Atlantic Council’s Scowcroft Center for Strategy and Security. 

That second-fiddle role is not a scenario Putin would have envisioned when the Russian president decided to invade Ukraine in February, propelled by a desire to rebuild a bygone glory for his nation.

But all in all, he should have seen it coming. China is a country obsessed by correcting historical humiliations and regaining its position of global leadership. The time when the Soviet Union was ideologically — and economically — superior to Communist China is long gone. Huawei Technologies builds Russia’s 5G networks, while Russia requires Chinese cooperation on everything from aircraft parts to currency swaps. Importantly, it’s also not just the U.S. and Europe imposing sanctions on Moscow, but also three other major Asian economies: Japan, South Korea and Singapore.

Andrey Kortunov, director general of the Kremlin-backed Russian International Affairs Council, doubts that Russia’s elites have much appetite to serve as China’s junior partner. But he sees few alternatives for Moscow. “Since the conflict began, Russia started needing China more than earlier because China remains in many ways the only game in town, with economic ties between Russia and the West curtailed and with sanctions imposed on Russia.”

Crude calculations

Perhaps the single biggest calculation for China is how far it will go to help Putin beat an impending EU embargo on Russian oil. This European ban will drill a significant hole in Russia’s budget unless other big buyers step in. 

Russia and Saudi Arabia are already the two leading suppliers of oil to China. In May, seaborne imports of Russian crude to China reached a two-year high with 1.14 million barrels per day, up from 800,000 barrels per day in 2021, according to data from Vortexa Analytics shared with POLITICO.

Much of the explanation for this is pure hard-headed economics from the Chinese more than a show of political solidarity, however. International sanctions mean traders have been wary of handling Russian crude, creating a mini glut that sees Russia’s oil trading $20 to $30 cheaper than international benchmark prices. 

Given that China imports more than 10 million barrels per day, there’s certainly room to buy more, especially when the economy restarts and lockdown measures are gradually removed in key cities like Shanghai. But Russian sales to the EU have been about 2.4 million bpd. Given China’s own security concerns about overdependence on individual suppliers, it would be highly unlikely for China to suddenly start buying all of Russia’s now-surplus oil. 

Similarly, China holds the cards when it comes to gas. Just before he invaded Ukraine, Putin signed a deal with Xi agreeing to increase natural gas exports to 48 billion cubic metres per year in future, from a humble 4.1 billion cubic meters in 2020. Russia is also planning a new pipeline, Power of Siberia 2, which could see Russian gas exports to Europe more easily switched to China.

“The problem, however, is that China holds all the cards in the negotiations,” Nikos Tsafos, chief energy advisor to the Greek prime minister, wrote in a think tank report in May. “And like the first Power of Siberia line, China will drive a hard bargain. What is unknowable at this point is whether China is ready to make a deal. Russia is likely to offer very attractive terms — if nothing else, due to its desperation. But will China accept them? Will they be tempted by the price, or will they think twice about expanding their dependence on Russia at this moment?”

Watching the weapons

Russia’s need for an ally coincides with China’s growth in assertiveness. The more isolated Moscow becomes, the more it may have to help China further its geopolitical ambition.

For years, Chinese officials have been quietly lobbying their Russian counterparts to cut arms sales to India, which has had a sometimes bloody border dispute with Beijing. 

Between 2017 and 2022, India was the largest arms export market for Russia, followed by China, according to statisticsfrom the Stockholm International Peace Research Institute. Fighting Indian soldiers armed with Russian equipment may not be fun for China, but it’s certainly a lucrative business for Russia.

Before the war, “Russia was very stubborn and [would] say, ‘Oh, you’re not in a position, China, to dictate us our choices to whom we sell weapons. But I think that China will be in this position probably five years down the road,” said Alexander Gabuev, an expert on Russia-China relations with the Carnegie Endowment for International Peace, a think tank.

India, for its part, is trying to keep an open relationship with Putin. New Delhi, like Beijing, is snapping up cheap oil, even though it’s also eager to maintain strong ties with the U.S.

“A Russia weakened by war and sanctions but not chaotic and unstable suits China’s long-term interests,” said Bobo Lo, a former deputy head of the Australian mission in Moscow who now works at the Lowy Institute. “Russia’s isolation will further push it into a position of a junior partner in the relationship, while increasing its economic and strategic dependency on China.”

Today’s power reversal would have looked highly peculiar to those singing L’Internationale in Moscow in the post-war era. 

After all, the USSR and the People’s Republic were on difficult terms for decades, despite their supposed ideological proximity. 

“In the 1950s, it absolutely was the case that the fact that China was the junior partner was very grating, because there was a view in Beijing that Moscow too often as a status quo power cared too much about its relations with the West at the expense of its relations with China,” said Joseph Torigian, author of Prestige, Manipulation, and Coercion, a new book about Stalin and Mao. “When it was Stalin and Mao, Stalin was a teacher, he was the titan of the communist movement. When Stalin died, Mao looked down on Khrushchev, as someone who didn’t understand ideology. When Deng Xiaoping met Gorbachev, Deng by all accounts thought Gorbachev was an idiot.”

While Xi and Putin share a better personal rapport than their predecessors, they also have very different considerations for the future of their countries’ role in the world. 

Xi’s full focus is on securing the presidency for a third time, armed with an appeal to make China — a market deeply embedded with the West — more prosperous, eventually overtaking the U.S. to become the world’s No 1 economy. Sanctions would wreck that playbook.

Putin, meanwhile, is in a tougher bind. He would be happy to take whatever he can from China given his country’s current distress — even if that means Russia is seen as a junior partner to China.

“Being in China’s pocket is kind of less feared, because the focus is really on fighting the U.S.,” he said. “If China provides the necessary resources — and at the same time doesn’t seem to interfere in Russia’s domestic affairs — that’s the price that he’s accepting to pay in order to continue his fight with the U.S.”

Victor Jack and America Hernandez contributed to the report.