domingo, 26 de janeiro de 2025

Acordo para o fim da Guerra da Ucrânia possui riscos jurídicos - Lucas Carlos Lima (FSP)

 

 
 UCRÂNIA

Acordo para o fim da Guerra da Ucrânia possui riscos jurídicos

Negociações enfrentam desafios legais relacionados à soberania, territórios ocupados e garantias internacionais

Lucas Carlos Lima

É professor de direito internacional na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenador do grupo de pesquisa em cortes e tribunais internacionais.

Folha de S. Paulo, 26/01/2025

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/01/acordo-para-o-fim-da-guerra-da-ucrania-possui-riscos-juridicos.shtml

Desde que Donald Trump anunciou a intenção de encerrar rapidamente a Guerra na Ucrânia, muito se tem especulado sobre os termos de um eventual acordo entre Moscou e Kiev. O conflito, iniciado em fevereiro de 2022, está prestes a completar três anos, deixando um saldo trágico de mais de um milhão de baixas entre civis e militares.

O potencial acordo para encerrar o embate possui uma série de elementos geopolíticos que precisam ser cuidadosamente sopesados. Contudo, há pelo menos dois aspectos jurídicosque merecem atenção especial.

A questão fundamental e potencialmente capaz de gerar impasses diz respeito aos territórios já ocupados pela Rússia desde o início do conflito, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014. Desde 1945, o ordenamento jurídico internacional, erigido após a Segunda Guerra Mundial, prevê a proibição do uso da força e a impossibilidade de aquisições territoriais por meios bélicos.

Um acordo que reconheça expressamente os antigos territórios ucranianos —hoje sob ocupação russa— como parte legítima do território russo enfrentaria barreiras significativas no direito internacional. Por isso, discute-se a possibilidade de um acordo que promova o congelamento das fronteiras, estabelecendo-as conforme as atuais linhas de frente entre russos e ucranianos, sem, contudo, reconhecer formalmente a soberania russa sobre as áreas ocupadas.

Uma solução desse tipo aparenta equilibrar as ambições da Ucrânia e da Rússia. Por um lado, o conflito seria encerrado, permitindo que ambos os Estados concentrem seus esforços na estabilização econômica em vez de manterem a militarização. Por outro lado, Kiev e Moscou poderiam apresentar resultados positivos ao público interno e externo.

A Ucrânia poderia alegar que não houve cessão formal de território, enquanto a Federação Russa poderia vangloriar-se de continuar ocupando e controlando efetivamente a Crimeia e as regiões do Donbass. Uma solução também deveria ser pensada em relação aos casos movidos pela Crimeia contra a Rússia em tribunais internacionais.

Um acordo dessa natureza necessitaria de garantias concretas. Isso explica as discussões atuais sobre uma missão de paz supervisionada pela ONU para monitorar e salvaguardar as fronteiras. Entretanto, uma missão de paz só poderia ser mobilizada mediante aprovação do Conselho de Segurança da ONU, que, por sua vez, exigiria consenso entre os membros com direito a veto. Na ausência desse consenso, o Conselho permanece vulnerável à paralisia.

Outro tipo de garantia precisaria ser politicamente negociado: a segurança de que a Ucrânia não será novamente atacada e de que a Otan não continuará com um alegado expansionismo rumo ao Leste Europeu. Esses acordos políticos são difíceis de formalizar em termos jurídicos e poderiam ser incluídos por meio de cláusulas específicas, como compromissos da Ucrânia de não aderir à Otan ou à União Europeia.

Um segundo argumento jurídico poderia ser invocado no futuro, dependendo dos termos do eventual acordo: o argumento da nulidade. De acordo com o direito internacional, "é nulo um tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça ou pelo emprego da força em violação dos princípios de Direito Internacional incorporados na Carta das Nações Unidas". Assim, em um futuro próximo ou distante, a Ucrânia poderia declarar a nulidade do acordo para tentar recuperar os territórios perdidos.

O presidente Trump, para cumprir sua promessa de campanha, enfrentará o desafio de encontrar um equilíbrio entre Moscou, Kiev (e também Bruxelas) e, ao mesmo tempo, construir uma base jurídica sólida para garantir a estabilidade do acordo. Caso tenha sucesso, ele obterá uma significativa vitória no cenário internacional. Mesmo após a formalização de um acordo, novos desafios e riscos inevitavelmente surgiriam numa região historicamente marcada pelo signo do conflito.


Putin tells Russians to expect long war - Olena Mukhina, EuroMaidan (Institute for the Study of War)

ISW: Putin tells Russians to expect long war

25/01/2025

Russian leader dismisses near-term peace prospects while positioning war as broader conflict with West, signaling to domestic audience and elites to prepare for extended campaign.

Russian ruler Vladimir Putin stated during an interview on state television with Kremlin propagandist Pavel Zarubin that Russia is unlikely to participate in peace negotiations anytime soon, according to the Institute for the Study of War.

Putin continues to signal to both domestic and international audiences that he is not interested in peace without the fulfillment of all his demands and remains committed to the idea of the complete capitulation of Ukraine.

Russian leader’s remarks were primarily aimed at conveying to Russian society that the war would continue. He emphasized that Russia is unlikely to engage in peace talks in the near future and framed its military aggression against Ukraine as part of a broader conflict between Russia and the West.

“Putin is likely using his interview with Zarubin on Russian state television to signal to Russian society that Russia is unlikely to participate in peace negotiations in the near future and that the war is unlikely to end soon,” said the ISW experts.

According to them, Putin also sought to influence Russian elites who were eager to see the war end. His message was intended to convince them that no quick paths to peace would be forthcoming.

This statement once again underscores Putin’s consistent stance, promoting the narrative that Ukraine is a puppet of the West and that the war is part of a global confrontation between major powers. Furthermore, the Russian leader believes that negotiations over the war in Ukraine can only be conducted between the US and Russia, excluding Ukraine from the process.


sábado, 25 de janeiro de 2025

Ukraine: vers un nouveau Yalta? - Bernard Chappedelaine

 Não é extamente um novo Yalta, pois não há conferência entre iguais. Estamos, na verdade, no pior dos anos 1930:


Ukraine: vers un nouveau Yalta?

Bernard Chappedelaine

Jan. 24, 2025

 

Les récentes prises de position des thuriféraires du régime russe et de Vladimir Poutine lui-même témoignent d’objectifs inchangés – asservir l’Ukraine et remodeler l’architecture européenne de sécurité – avec en toile de fond l’espoir que le retour de Donald Trump et les divisions des Européens créent les conditions d’un nouveau Yalta, aboutissant à reconnaître à Moscou une sphère d’influence.   

Dressant, le 14 janvier, le bilan de l’année diplomatique écoulée, Sergueï Lavrov affirme que le « problème n’est pas l’Ukraine » mais l’instrumentalisation de ce pays par les Occidentaux afin « d’affaiblir la Russie ». Le responsable de la diplomatie russe rappelle qu’une intégration de l’Ukraine dans l’OTAN demeure « un scenario inacceptable pour la Russie » et que Moscou exige également de la part de Kiev le « rétablissement des droits linguistiques et religieux des Russes qui ont été supprimés par la voie législative en Ukraine » [i]. Dans un entretien publié le même jour par un quotidien russe, Nikolaï Patrouchev réitère cette exigence et se montre menaçant. « Notre principale priorité c’est la défense et le bien-être de nos citoyens et de nos compatriotes dans le monde entier », souligne ce fidèle compagnon du Président Poutine, longtemps secrétaire du conseil de sécurité, et qui demeure membre titulaire de cet organe stratégique du pouvoir russe. « Il faut mettre un terme aux discriminations de la population russe dans plusieurs pays, certainement dans les pays baltes et en Moldavie », déclare encore Nikolaï Patrouchev, qui reproche aux dirigeants de ces pays des « actions irréfléchies » et une « russophobie ». Prenant l’exemple de l’Ukraine, où, selon lui, « le néonazisme et la russophobie ont conduit à l’effondrement du pays », il n’exclut pas que « la politique anti-russe agressive de Chisinau n’aboutisse à ce que la Moldavie soit intégrée dans un autre État » ou bien « cesse totalement d’exister ». Le conseiller de Vladimir Poutine « n’exclut pas » non plus que, cette année, « l’Ukraine cesse d’exister » [ii].

Depuis le début de l’agression russe en Ukraine, il y a près de trois ans, l’idée d’une partition de l’Ukraine, qui s’inscrit dans le processus de réhabilitation du pacte germano-soviétique de 1939, a été intégrée dans le discours russe [iii]. Il y a quelques jours, Vladislav Sourkov, qui fût longtemps l’éminence grise du Kremlin, appelait de ses vœux « un deuxième partage de l’Ukraine (le premier ayant été légalisé avec succès par les accords de Minsk) », annonciateur d’une renaissance des empires (Vladislav Sourkov mentionnait les déclarations de D. Trump sur le Canada, le Groenland et le Panama) [iv]. En novembre dernier, le Service de renseignement extérieur (SVR) russe attribuait aux Occidentaux (Roumanie, Pologne, Allemagne, Royaume-Uni) un « plan d’occupation » de l’Ukraine, sous couvert du déploiement d’une force de paix [v]. Dès avril 2022, le chef du SVR, Sergueï Narychkine, prêtait à la Pologne la volonté de placer sous une tutelle politique et militaire ses « possessions historiques » en Ukraine. En juillet 2023, Vladimir Poutine lui-même faisait siennes ces accusations, estimant que, « si des troupes polonaises devaient être déployées par exemple à Lvov, elles y resteront pour toujours », affirmation réitérée l’année suivante. Il soulignait que les régions occidentales de la Pologne actuelle sont un « cadeau de Staline ». En décembre 2023, le Président russe jugeait opportun de rappeler qu’à l’issue de la seconde guerre mondiale, Staline avait « donné » à l’Ukraine des territoires « enlevés » à la Pologne, à la Roumanie et à la Hongrie, régions que, selon Vladimir Poutine, ces capitales, à commencer par Varsovie, souhaiteraient se voir restituer. C’est pourquoi, affirmait-il, « seule la Russie peut être garante de l’intégrité territoriale de l’Ukraine » (sic). 

L’éventualité d’un gel du conflit sur la ligne de contact, évoquée par les conseillers de D. Trump, a été écartée ces derniers jours à plusieurs reprises par les autorités russes, dont les forces continuent de progresser sur le théâtre des opérations ukrainien et qui ont enregistré des gains territoriaux, limités mais réels, en 2024. Ainsi, au lendemain de la réélection du Président républicain, Sergueï Lavrov rejette l’hypothèse d’un arrêt des combats. Il s’agirait, selon lui, d’un retour aux accords de Minsk « dans un nouvel emballage, et en pire ». Fin novembre 2024, le SVR estime qu’ « en l’absence évidente de toute possibilité d’infliger à la Russie une défaite stratégique sur le champ de bataille, l’OTAN est de plus en plus enclin à un gel du conflit ». Du point de vue occidental, explique le SVR, un tel scenario, aurait pour avantages de permettre la reconstitution des capacités de combat de l’armée ukrainienne, de « bien préparer Kiev à une tentative de revanche » et de faciliter le rétablissement du complexe militaro-industriel ukrainien. S’agissant du format des négociations, Nikolaï Patrouchev, dans l’entretien déjà mentionné, part du principe que des négociations sur l’Ukraine mettront en présence la Russie et les États-Unis « sans la participation d’autres États occidentaux ». « Il n’y a rien à discuter avec Londres et Bruxelles », juge l’ancien secrétaire du conseil de sécurité russe, « les dirigeants européens n’ont pas le droit de parler au nom de plusieurs États membres » et de citer « la Hongrie, la Slovaquie, l’Autriche, la Roumanie et d’autres ». 

Bien qu’il affirme ne pas poser de préalable à l’ouverture de négociations, le Président russe les subordonne bel et bien à plusieurs conditions difficilement acceptables par Kiev. Le 19 décembre dernier, lors de sa conférence de presse annuelle, Vladimir Poutine met une fois encore en cause la légitimité du Président Zelensky, dont le mandat a expiré au printemps dernier, observant que « la constitution ukrainienne ne prévoit pas de disposition permettant de prolonger les pouvoirs du Président, même en situation de guerre ». Volodymyr Zelensky ou quelqu’un d’autre, dit-il, doit recevoir l’onction des urnes pour être accepté comme interlocuteur à Moscou, car « nous ne pourrons signer un texte qu’avec les représentants d’organes légitimes du pouvoir, voilà tout », avertit le Président russe. Sur le fond, il rappelle avoir énoncé la position russe en vue de ces négociations en juin 2024 dans son intervention devant les cadres du MID, « tout y est dit, il n’y a rien à ajouter ». « Nous sommes prêts au dialogue sans conditions préalables, poursuit Vladimir Poutine, mais sur la base de ce que nous avions convenu - je l’ai déjà dit cent fois - lors des négociations d’Istanbul de 2022 et en partant des réalités d’aujourd’hui sur le terrain » [vi]. Une semaine après le Président russe, Sergueï Lavrov réitère la position exposée par lui-même et par les responsables des organes de sécurité (Nikolaï Patrouchev, SVR) selon laquelle « le cessez-le-feu est un chemin qui ne mène nulle part ». « Il nous faut des accords juridiques définitifs » qui traitent « les causes premières de la crise ukrainienne », en premier lieu la « violation de tous les engagements de ne pas élargir l’OTAN vers l’est et ‘l’absorption’ agressive par l’OTAN de tout l’espace géopolitique allant jusqu’à nos frontières », ainsi que « les actions racistes du régime de Kiev après le coup d’État » (ndr - la révolution du Maïdan de 2014) qui, d’après le ministre russe des Affaires étrangères, « cherche à éliminer tout ce qui est russe » (langue, culture, religion) en Ukraine [vii].

À l’instar de Nikolaï Patrouchev, qui laisse désormais planer le doute sur la pérennité de l’Ukraine, et de ses menaces à l’égard des pays étrangers afin d’assurer « la défense et le bien-être de nos citoyens et de nos compatriotes dans le monde entier », Sergueï Lavrov entretient une semaine plus tard, dans sa conférence de presse du 14 janvier, l’incertitude sur l’avenir de l’Ukraine. Il se déclare prêt à discuter de l’octroi de garanties de sécurité à « ce pays, qui s’appelle aujourd’hui l’Ukraine ou à une partie de ce pays, qui, à la différence de la Crimée, du Donbass et la Novorossia, n’a pas encore exercé son droit à l’autodétermination » (« которая пока еще не самоопределилась »). Dans cet entretien, dans lequel il développe une fois encore la thèse selon laquelle les Occidentaux auraient « menti » à la Russie à propos de l’élargissement de l’OTAN à l’est, il réécrit non seulement l’histoire de l’après-guerre froide, mais le droit international. En laissant entendre que d’autres référendums conduisant à l’annexion de régions ukrainiennes pourraient être organisés, il se livre à une interprétation extensive et contestable du principe de « l’autodétermination des peuples » et de la Charte des Nations Unies pour justifier de nouvelles violations de l’intégrité territoriale d’États souverains [viii].

Ces vues radicales sont partagées par un politologue réputé comme Dmitri Trenine, qui s’est rangé derrière le Kremlin au début de l’invasion russe. « L’Ukraine dans ses frontières du 31 décembre 1991 n’existe plus depuis longtemps », écrit-il. Il est possible, selon lui, que d’autres régions et villes d’Ukraine comme Odessa suivent l’exemple de la Crimée et du Donbass et soient rattachées à la Russie. L’exemple de la chute de Bachar al Assad montre aussi qu’un régime prend des risques en laissant hors de son contrôle des régions dissidentes. La « mission historique » de la Russie consiste, selon Dmitri Trenine, à « libérer toute l’Ukraine du régime antirusse héritier de Bandera, de son idéologie néonazie et du poids des influences étrangères, hostiles au Monde russe » [ix]. Beaucoup d’experts russes se montrent pessimistes sur d’éventuels pourparlers dans la mesure où l’objet même des négociations fait débat. Pour Washington et Kiev, explique Vladimir Frolov, il s’agit d’identifier les termes d’un règlement entre la Russie et l’Ukraine, tandis que, pour Moscou, le conflit concerne les relations entre la Russie et l’Occident, l’Ukraine n’étant qu’un sujet parmi d’autres [x]. La Russie tente d’obtenir des États-Unis une révision des structures de la sécurité européenne et d’extraire l’Ukraine de la sphère d’influence occidentale, souligne également Andreï Souchentsov [xi]. Tandis que Trump souhaite une solution rapide, Moscou se prépare à de longues négociations sur un nouvel ordre international. Les dirigeants russes, souligne aussi Vladimir Frolov, ne veulent pas d’un accord qui maintiendrait une grande partie de l’Ukraine sur une trajectoire d’intégration dans les structures politico-militaires occidentales, disposant d’une puissante armée et coopérant avec les industries de défense des pays de l’OTAN. L’objectif russe, selon Vladimir Frolov, c’est « Istanbul + », un accord qui limiterait la souveraineté de l’Ukraine en matière de politique étrangère et de défense et « accorderait à Moscou une influence dominante, incluant la possibilité d’une intervention armée ». 

On peut voir dans les propos tenus, ces dernières semaines, par Vladimir Poutine et ses proches l’expression d’une posture de négociation avant le retour à la Maison blanche de Donald Trump et l’ouverture de pourparlers sur le dossier ukrainien. Il reste que les déclarations de MM. Lavrov et Patrouchev sont empreintes d’un révisionnisme désormais ouvertement affiché et l’expression d’ambitions impériales assumées, franchise à laquelle le retour à la Maison blanche de Donald Trump et les divisions des Européens ont sans doute contribué. Contrairement à ce que prétend le ministre russe des Affaires étrangères, qui recourt à une tactique éprouvée des régimes autoritaires pour inverser la réalité, c’est bien la Russie qui utilise l’Ukraine pour tenter de bouleverser l’ordre européen et obtenir la reconnaissance d’une sphère d’influence. De ce point de vue, les propos tenus ces derniers jours par Donald Trump, qui évoque le caractère « artificiel » de la frontière avec le Canada et annonce, lors de son discours d’investiture, vouloir « étendre le territoire » des États-Unis, interrogent. De même peut inquiéter sa mansuétude à l’égard du refus par la Russie d’une implication de l’OTAN en Ukraine qui, à l’entendre, aurait été « gravé dans le marbre » (« written in stone »). Les Européens auraient tout à craindre d’une négociation qui s’engagerait sur ces bases entre Moscou et Washington, même si on peut penser que Donald Trump et ses conseillers redoutent un résultat qui s’apparenterait plus à celui de la conférence de Munich (1938) qu’aux conclusions de Yalta (1945).  

 

[i] Foreign Minister Sergey Lavrov’s remarks and answers to media questions during a news conference on the performance of Russian diplomacy in 2024, mid.ru, 14 janvier 2025.

[ii] Nikolaï Patrouchev, « Il n’est pas exclu que, cette année, l’Ukraine cesse d’exister » (en russe), kp.ru, 14 janvier 2025.

[iii] Bernard Chappedelaine, « L’actualité du pacte Molotov-Ribbentrop », Telos, 3 septembre 2024.

[iv] Vladislav Sourkov, « la parade des impérialismes » (en russe), actualcomment.ru, 27 décembre 2024.

[v] « L’Occident se prépare à un possible "gel" du conflit ukrainien » (en russe), svr.gov.ru, 29 novembre 2024.

[vi] Results of the Year with Vladimir Putin, en.kremlin.ru, 19 décembre 2024.

Sur l’historique de ces négociations et sur les conditions posées par Vladimir Poutine en juin 2024, voir Bernard Chappedelaine, « Ukraine : les conditions de la paix », Telos, 1er octobre 2024.

[vii] Foreign Minister Sergey Lavrov’s interview with Russian and international news media, mid.ru, 26 décembre 2024. Contrairement à une thèse répandue, y compris en Occident, il n’y a eu aucun engagement écrit de la part de l’OTAN à ne pas intégrer les pays d’Europe centrale et orientale. Voir notamment Mary Elise Sarotte, Not One Inch: America, Russia, and the Making of Post-Cold War Stalemate, Yale University Press, 2021.

[viii] Sur ce point les réflexions de Pietro Pustorino, « Autodétermination du peuple ukrainien et agression russe », Revue européenne du droit, printemps 2023.

[ix] Dmitri Trenine, « Que doit devenir l’Ukraine à l’issue de l’opération spéciale russe » (en russe), profile.ru, 18 décembre 2024.

[x] Vladimir Frolov, « Tentative d’accord : à quoi peuvent ressembler les négociations sur la fin du conflit en Ukraine » (en russe), forbes.ru, 8 janvier 2025.

[xi] Andreï Souchentsov, « La crise ukrainienne en 2025 : pourquoi l’arrivée au pouvoir de Trump ne conduira pas à un règlement », valdaiclub.com, 4 janvier 2025.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

O mensageiro da velha ordem mundial - editorial Revista Será?

O mensageiro da velha ordem mundial - editorial

 Será? ANO XIII 

O presidente Trump reverte acordos globais, reavivando uma ordem mundial antiga marcada por protecionismo e isolacionismo. Ignorando crises climáticas e pandemias, ele privilegia indústrias obsoletas enquanto a China fortalece alianças globais, contrapondo-se à visão ultrapassada de Trump. É este o tema da Opinião da Semana: “O mensageiro da velha ordem mundial”.

Abaixo segue o link para nosso editorial.

https://bit.ly/40t5ZBB

Revista Será?

 Por um diálogo crítico, independente e transformador.

As relações internacionais do Brasil numa era de fragmentação geopolítica - Paulo Roberto de Almeida

 As relações internacionais do Brasil numa era de fragmentação geopolítica


Paulo Roberto de Almeida


A divisão bipolar do planeta durante a Guerra Fria iniciada em 1947 parecia ter sido superada em 1992, quando os presidentes dos Estados Unidos, George Bush, e da Rússia, Boris Ieltsin, proclamaram a emergência de uma “nova ordem mundial”. O otimismo quanto à convergência de interesses entre os grandes atores geopolíticos se manteve durante alguns anos, chamados de “pós-Guerra Fria”, mas depreciativamente caracterizados como sendo de um“momento unipolar”, isto é, da hegemonia dos Estados Unidos. A Rússia de Putin ainda se encontrava empenhada numdifícil reconstrução econômica (e militar) a China, recém-admitida na OMC em 2001, ainda ensaiava sua extraordinária expansão comercial e tecnológica das décadas seguintesque levou se afirmar, em poucos anos, como a segunda maior potência econômica do planeta e a primeira no domínio do comércio mundialEm 2009 ela já tinha substituído os Estados Unidos como primeiro parceiro comercial do Brasil, depois de um domínio americano de mais de 150 anos nos nossos intercâmbios externos.

Analogias históricas são sempre enganosas, mas observa-se uma tendência, entre os analistas internacionais, no sentido de caracterizar o atual cenário geopolítico internacional como sendo o de uma “segunda Guerra Fria”, ao início com características mais econômicas e tecnológicas, no período recente mais marcadamente geopolíticos. Ela coloca, em dois campos opostos, o império americano, de um lado, ainda hegemônico no plano militar, e, de outro, dois novos contendores, Rússia e China, unidos por uma “aliança sem limites” a partir de fevereiro de 2022, pouco antes da invasão da Ucrânia pela Rússia

A similaridade de situações pode não se dar exatamente nos moldes da “primeira” Guerra Fria, quando o que predominou foi o chamado “equilíbrio do terror nuclear; mas eventuais desenvolvimentos, nesta nova fase, podedesembocar num cenário ainda mais preocupante, que foi oque prevaleceu no “Norte Global” dos anos 1930, colocando em confronto aberto as democracias de mercado do Atlântico Norte então com vários pacifistas no comando das principais potências – e as potências fascistas, expansionistas e belicistas, que se opunham a esse poderio geopolítico e que pretendiam contestar pela força das armas essa hegemonia. O confronto desembocou na maior conflagração militar da história, com dezenas de milhões de mortos e a conformação de uma nova ordem global a partir de 1945, um cenário mundial construído principalmente pelos Estados Unidos e que seguiu sendo caracteristicamente ocidental, em virtude da mediocridade econômica do universo comunista e das tribulações internas da China durante maior parte do período.

No pós-guerra, em face da grande divisão do mundo, a da Guerra Fria geopolítica das contendas interimperiais do período 1946-1989o Brasil construiu, com hesitações ao início, uma postura diplomática de neutralidade e de real autonomia na política externa. Isto foi positivo para oobjetivos prioritários da nação, o do crescimento econômico e o do seu desenvolvimento social. Não parece mais ser o caso no período recente, desde quando o candidato Lula, ainda em 2022, e o agora presidente, a partir de 2023,  proclamou várias vezes sua preferência pessoal – ou seja, ainda não uma escolha da diplomacia brasileira – pela construção de uma “nova ordem global multipolar”, nos mesmos termos vagos que vem sendo anunciados pelo presidente russo Vladimir Putin, secundado pelo líder chinês Xi JinpingEsse objetivo pode ser encampado pelo foro Brics, em fase de ampliação para o Brics+, com a incorporação de mais de uma dezena de países associados a partir de 2023.

De maneira já evidente, o que se assiste em 2025 – quando o Brasil responde pela presidência interina do Brics+,acolhendo sua reunião de cúpula – é a uma nova fratura entre as grandes potências, como não se via desde o entre guerras. A preeminência de fato de uma ordem ocidental,construída nos estertores da Segunda Guerra Mundial, vem sendo ativamente contestada pelo novo poderio econômico e militar das duas grandes potências declaradamente adversárias dessa ordemA Rússia de Putin, em especial, parece repetir os descaminhos diplomáticos dos impérios centrais na fase preliminar à Grande Guerra, assim como as aventuras bélicas das potências fascistas agressivas dos anos 1930. Naquela conjuntura, o Brasil tentou manter, tanto quanto conseguiu, sua neutralidade em face dessas disputas imperiais, mas soube escolher o seu campo no momento decisivo, graças ao tirocínio esclarecido de um estadista, Oswaldo Aranha, nutrido nos ensinamentos do barão do Rio Branco e na doutrina jurídica construída pelo jurista Rui Barbosa. 

A fragmentação geopolítica da atual conjuntura internacional, que vem sendo chamada – sem muita originalidade histórica – de “segunda Guerra Fria, ameaça, assim, se converter em guerra quente, talvez em conflagração direta, pela agressividade bélica de uma das duas potências autocráticas, declaradamente opostas à ordem ocidental “hegemônica”. É nesse contexto que o presidente Lula, em clara ruptura com os padrões tradicionais da diplomacia brasileira, de afirmada autonomia em relação às contendas políticas das grandes potências e de neutralidade em face dos conflitos interimperiais, parece ter escolhido o seu “campo”, que é o dos promotores de uma largamente indefinida “nova ordem global multipolarsem que isso constitua, ainda, uma nova doutrina para a diplomacia brasileira.

Se tal orientação se confirmar, enquanto política de Estado, ela pode ser prejudicial ao Brasil, não apenas no contexto dos seus objetivos e interesses nacionais permanentes, de crescimento econômico e desenvolvimento social, mas também no campo dos valores e princípios democráticos e humanistas expressos nas cláusulas de relações internacionais do artigo 4º da Constituição de 1988. No primeiro semestre de 2025, um eventual desvio em relação a essefundamentos conceituais da política externa e da diplomacia brasileira permanecia ainda no terreno das hipóteses. Uma evolução mais conforme à tradicional postura do Brasil nas suas relações internacionais indicaria um desejável retorno à autonomia e à independência de sua política externa e de neutralidade no posicionamentdiplomático em face das contendas interimperiais.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 24 de janeiro de 2025


quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Frases de Winston Churchill - Gabriela Bruschi (First Online)

Winston Churchill, 150 anos desde seu nascimento. As frases icônicas do primeiro-ministro britânico, um grande motivador

https://www.firstonline.info/pt/Winston-Churchill-150-anos-de-seu-nascimento-as-frases-ic%C3%B4nicas-do-grande-motivador-do-primeiro-ministro-brit%C3%A2nico/

As suas palavras, afiadas e cheias de perspicácia, resistiram ao passar dos anos e o seu papel como estrategista e visionário permaneceu intacto através das gerações

Winston Leonard Spencer Churchill, nasceu em 30 de novembro de 1874, há 150 anos, no Palácio de Blenheim, em Woodstock, em Oxfordshire. Foi um líder durante a Segunda Guerra Mundial e uma figura icónica do século XX, deixando um legado significativo. A foto dele com os dedos desenhando o V é um ícone da vitória sobre o nazismo.

Também foi um escritor e um palestrante refinado e prolífico, lembrado por seu eloquência e os agudos reflexões que refletem sua profunda compreensão da humanidade e da política. Isso é senhas, perspicaz e cheio de perspicácia, resistiu ao passar dos anos e o seu papel como estrategista e visionário permaneceu intacto ao longo das gerações. Hoje seria chamado grande motivador.

Há frases que ficam na história

As citações de Churchill destacam a acuidade, a determinação e a sabedoria que transmitiu ao longo da sua vida e que alimentaram a sua perspectiva sobre liderança, resiliência e coragem em tempos difíceis. Aqui estão os mais famosos:

  • “Mudar nem sempre significa melhorar, mas para melhorar é preciso mudar.”
  • “O sucesso é a capacidade de passar de um fracasso a outro sem perder o entusiasmo.”
  • “Não tenho nada a oferecer além de sangue, trabalho, lágrimas e suor.”
  • “A política é quase tão excitante como a guerra e quase tão perigosa. Na guerra só se pode morrer uma vez, na política muitas vezes.”
  • “Ter medo é uma reação. A coragem, por outro lado, é o resultado de uma decisão.”
  • “O poder é perigoso porque corrompe quem o possui e enlouquece quem o deseja.”
  • “O esforço contínuo, e não a força ou a inteligência, é a chave para desbloquear o nosso potencial.”
  • “É sempre bom olhar para frente, mas é difícil olhar além do que podemos.”
  • “A história não será gentil com aqueles que não lutaram pela liberdade.”
  • “Quando as águias ficam em silêncio, os papagaios começam a tagarelar.”
  • “Na guerra, determinação; na derrota, resistência; na vitória, magnanimidade; em paz, benevolência.”
  • “A imaginação consola os homens pelo que eles não podem ser. O humor os consola pelo que eles são.”
  • “Já foi dito que a democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras formas que foram tentadas de tempos em tempos.”
  • “Fanático é alguém que não consegue mudar de ideia e não pretende mudar de assunto.”
  • “A verdade é incontestável. A maldade pode atacá-lo, a ignorância pode zombar dele, mas no final, aí está.”
  • “Nós criamos nossos edifícios e então eles nos moldam.”
  • “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade.”
  • “Todos os homens cometem erros, mas só os grandes aprendem com eles.”


Milanesa, formada, jornalista profissional desde 1986. Depois de colaborar com jornais e revistas sobre diversos temas, iniciou seu aprendizado na Espresso Letras Financeiras com Giuseppe Turani. Em 1987 mudou-se para Milano Finanza, participando de seu nascimento e desenvolvimento. Em 1991, mudou-se para a Reuters Itália, onde permaneceu até 2014 como vice-chefe de serviço da mesa do Tesouro. Competências específicas: financiamento internacional, contas públicas soberanas e locais, relações com as principais instituições (BCE, Banco de Itália, Tesouro), macroeconomia, cenários internacionais, economia real, empresas, bancos, seguradoras.


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