segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Carta a mim mesmo, 20 anos à frente - Paulo Roberto de Almeida


Carta a mim mesmo, 20 anos à frente

Paulo Roberto de Almeida 

(Anywhere), 27 de Agosto de 2032


Bom dia Paulê,
Estou lhe escrevendo vinte anos à frente do seu tempo, no que é, obviamente, apenas um recurso literário para falar de várias coisas destas últimas duas décadas, como uma espécie de balanço, e de especulação sobre o futuro, o que todos temos o direito de fazer. Como você vai receber, vai ler, ou reler, esta carta daqui a exatas duas décadas (vou ajustar minha agenda eletrônica para isso, como uma garrafa atirada ao mar, e programada para chegar ao seu porto, à sua praia, na data exata que vai acima), posso esquecer as questões do presente e me concentrar no que será o seu mundo em 2032. Feita esta introdução técnica, vamos ao que interessa.

Bom dia, portanto!
Em 2032, você já está aposentado há mais de dez anos e suponho que você ainda esteja vivo, se a medicina e a sua saúde assim o permitirem. Enfim, esta carta só tem sentido se você estiver vivo e com plena capacidade de trabalho ainda, a despeito da idade avançada. Se não fosse assim, eu teria feito esta carta apenas uma década mais à frente, quando o Brasil estiver completando dois séculos de independência, e você tendo se aposentado apenas dois anos atrás. Não importa, vamos manter a ficção de que sua boa disposição para o trabalho e as tecnologias médicas o permitirão chegar a 2032 e que ali começa nossa aventura prospectiva. O que serão, como serão o mundo, a América Latina e o Brasil, vinte anos mais a frente, e o que eu terei feito, em face e no contexto dessa interação, no intervalo que nos separa do ponto de destino?
Sei que minhas capacidades prospectivas são limitadas, ou até deficientes, a julgar pelo que pude “prever” nos últimos dez anos. Mas vou tentar mesmo assim. Em 2002, por exemplo, eu tinha absoluta certeza de que os companheiros que então chegavam no poder iriam praticar uma política econômica conservadora, ou de corte neoliberal, como eles depreciativamente se referiam às orientações então em curso no governo anterior. Não estou inventando nada agora: está tudo documentado em meu livro A Grande Mudança e não mudaria uma palavra do que escrevi ainda antes da eleição de Lula (ver aqui: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/58GrdeMudanca.html). Nisso fui presciente, embora esperasse alguma deterioração maior da posição fiscal, em vista dos previsíveis gastos sociais. Não esperava, está claro, a amplitude dos “investimentos” sociais, embora esperasse todos os benefícios feitos a banqueiros, industriais e outros membros da elite (velhas e novas, oportunistas ou não), e já previa, de certa forma, o aumento da carga fiscal, via tributos diretos ou indiretos. Meu grande erro – mas creio que esse foi de todos – foi acreditar que as alegações sobre a “ética na política” eram verdadeiras, e nisso pratiquei a mesma ingenuidade de muitos observadores: o governo dos companheiros revelou-se o mais corrupto já conhecido na história do Brasil, e isso porque o partido – habituado a velhas práticas bolcheviques da pior espécie – já era inerentemente corrupto em sua formação e em suas práticas políticas.
Independentemente dessas previsões, mais ou menos certas, o fato é que o Brasil conheceu certos progressos sociais, mais à custa de redistribuição de renda e de estímulo ao consumo do que de investimentos produtivos, e uma grande involução política, institucional e educacional, com um aumento inédito da corrupção em todas as esferas, e uma deterioração sensível das instituições públicas, a despeito mesmo da relativa profissionalização das carreiras de Estado (mas convertidas numa classe de mandarins que se apossou do Estado como coisa própria). Os mesmos dez anos que vão de 2002 a 2012 foram minha travessia do deserto, em todo caso muito produtivas em termos de diversos trabalhos acadêmicos, alguns livros e muitos artigos publicados, sem contar as centenas de working files, aguardando uma oportunidade para emergir do pipeline da produção intelectual. Os dez anos seguintes, até 2022, foram os mais felizes no plano pessoal, com uma produção ainda mais intensa, embora o Brasil tenha avançado muito pouco, em termos educacionais e institucionais, para grande tristeza minha.
E o que fiz depois, até chegar neste momento, vinte anos à frente desta carta, dez anos além de meu retiro profissional, e bastante mais maduro e satisfeito comigo mesmo? Fiz aquilo que sempre fiz, em toda minha vida, talvez em maior volume e extensão, sempre quando possível: li, intensamente; escrevi, compulsivamente; publiquei, no ritmo possível, dado pelas editoras ou permitido pelas novas formas de comunicação; ensinei, bastante, o tempo todo, diretamente e à distância, para apenas um punhado de alunos presenciais, a cada vez, mas provavelmente para milhares de outros, desconhecidos, à distância, sem sequer saber quem tomava conhecimento de meus materiais didáticos, dispersos nas correntes sempre multiplicadas da internet; viajei, a cada oportunidade oferecida pelos compromissos acadêmicos e visitei dezenas de novos lugares, por puro interesse cultural e curiosidade propriamente turística; também pratiquei gastronomia, das melhores, sempre acompanhando as viagens e desfrutando de novas cidades, grandes e pequenas, nos mais diversos cantos do planeta, que percorri como poucos que conheço.

Chegamos, pois, a 2032, Paulê, e você faz agora a reconsideração dos anos que se passaram, e passa a explicar, ao seu alter ego de 2012, como o mundo, a região, o Brasil se encontram, no estado que é o deles, o que eles são, neste período que já assiste ao meu ocaso. Vou tentar ser apenas sugestivo, uma vez que trabalho com tendências, não com certezas ou determinações obrigatórias.
O mundo não é muito diferente do que era no tempo em que foi pensada esta carta, embora ele certamente seja mais rico, mais seguro e mais estável, no plano da segurança e da paz internacionais. Os EUA e China, e as potências menores (ou seja Rússia e o que sobrou das grandes do século 20) jamais vieram a se enfrentar numa guerra, que necessariamente seria ou global, ou por atores interpostos (ou seja, local, ou “setorial”). Eles sempre mantiveram muitos pontos de conflito entre eles, e continuaram a gastar enormes somas com sua preparação militar, mas foram gastos inúteis, pelo menos no cenário traçado pelos seus estrategistas. Todo esse equipamento foi usado contra “vilões pés-de-chinelo”, se ouso dizer, ou seja, os ditadores remanescentes do planeta, uma espécie em quase extinção, pelo menos aqueles realmente malvados, não os ditadores de opereta, como os temos na América Latina, ou aqueles ridicularizados por Sacha Cohen no cinema. A própria China já enfrentou crises políticas, nos últimos 20 anos, e se encaminhou muito lentamente para um tipo de “democracia”, muito deficiente, é verdade, mas ainda assim, não mais o monopólio absoluto do PCC (enfim, um pouco parecida com aquela “democracia de fachada” que Max Weber apontava no caso do governo provisório saído da revolução de fevereiro de 1917, na Rússia).
Os países da América Latina terão melhorado um pouco, não muito: políticos corruptos, bandidos, traficantes, continuarão a frequentar o cenário, mas não mais dominarão países inteiros, como ainda ocorre atualmente. Infelizmente, a educação e a equalização de chances terão progredido muito lentamente em certos países, entre eles o Brasil, graças às políticas absolutamente erradas que adotamos durante o reinado dos companheiros (que pode se prolongar bem mais do que o desejável, em virtude da mediocridade da oposição política, ou seja, das forças centristas, para lidar com um partido neobolchevique a vocação totalitária).

Não se iluda, portanto, Paulê, você terá passado os vinte anos que o separam desta data exatamente na posição em que estava em 2012: em minoria absoluta no país e na região, lutando contra a mediocridade intelectual, contra a erosão da moralidade na vida política, contra a indigência intelectual (acho que o segundo termo não se aplica) na academia, contra os mandarins do Estado extorsivo, ou seja, em verdadeiro bunker isolado, em uma espécie de quilombo de resistência contra os novos bárbaros. Não fique triste, Paulê, seu trabalho será reconhecido por alguns poucos, um pequeno bando de libertários que acredita naqueles velhos valores que não mais prevalecem – talvez nunca tenham prevalecido – entre nós, o da honestidade intelectual, o da tolerância política, o da democracia sem adjetivos, o da responsabilidade individual, do mérito e do esforço próprio. Tudo isso vai ser muito difícil de defender, mas eles acabarão prevalecendo, um dia... Talvez não para que você possa contemplar uma sociedade que você gostaria de ver implantada no Brasil, mas vai ocorrer. Seu trabalho é o de não desistir, persistir, lutar, resistir, continuar...
Os vinte anos decorridos desde então terão sido os melhores de sua vida, Paulê, e você estará orgulhará disso, mesmo sem glórias e sem vitórias. A paz com sua consciência, o fato de estar bem consigo mesmo, a certeza de que você estará lutando pelas boas causas são suas maiores recompensas.
Fique tranquilo e trabalhe. Até 2032, quando você abrir esta carta novamente...

Paulo Roberto de Almeida
[Brasília, 27 de agosto de 2012; revisto em 30/09/2012]

Um debate sobre Brics e o mundo como ele é...

Recebi, de um leitor atento, a mensagem abaixo, como comentário a este post: 

O grupo Brics no contexto da crise econômica mundial - Paulo Roberto de Almeida




Augusto Leal Rinaldi deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O grupo Brics no contexto da crise econômica mundi...": 

Professor Paulo, em primeiro lugar gostaria de elogiar esse espaço em que o senhor contribui de maneira democrática para elucidar questões tão importantes como as que são postadas diariamente. Acompanho seu blog há algum tempo e sempre faço questão de acolher seus comentários, sempre me atentando aos argumentos e fazendo uma leitura crítica de seus textos. 

Com relação ao texto dos Brics, concordo que na verdade há uma falta de convergência no discurso produzido pelo bloco no que se refere aos principais temas da agenda internacional. Numa crise de governança global que o sistema atual enfrenta, a interlocução política entre os países poderia fazer a diferença. O grupo dos países emergentes, nesse sentido, tem deixado de aproveitar essa oportunidade para estreitar o diálogo entre eles e afinar um discurso comum que demonstre à comunidade internacional a intenção de assumir maiores responsabilidades na condução de temas que antes eram conduzidos pelas grandes potências. 
Pelo o que acompanho das reuniões ministeriais do grupo, o Brasil me parece ser o único país realmente interessado no avanço das negociações e que tem assumido uma postura relativamente mais ativa que seus pares, principalmente em relação à China e Rússia, que não conseguem se harmonizar em praticamente nenhum tema. Dessa forma, o senhor não acredita que o papel do Brics não está sendo comprometido pela baixa expectativa que países como Rússia e China têm em relação a assunção de um papel mais pró-ativo na condução dos grandes temas da agenda internacional? E, se isso for verdadeiro, será que a China, candidata à grande potência, não estaria perdendo uma oportunidade de demonstrar à comunidade internacional que ela tem meios e recursos disponíveis para assumir posição de autoridade no mundo?

Um abraço,
Augusto Leal Rinaldi - bacharel em Relações Internacionais (UNESP) e mestrando em Ciência Política pela UFSCar.

Meus comentários às questões colocadas: 

Caro Augusto Rinaldi,
Quero, em primeiro lugar, agradecer seus comentários atentos e inteligentes, que muito distinguem este blog.
Creio que você tem razão em vários pontos, mas creio que, de modo geral, você considera o Brics, e os emergentes em geral capazes de articular uma resposta coerente, uniforme ou útil, em relação aos principais pontos da agenda mundial, o que não me parece credível, realizável ou possível, de modo amplo. 
Você parece acreditar, sobretudo, que os Brics sejam capazes de atuar conjuntamente em questões concretas da agenda mundial, quando eu acredito que eles só possam fazê-lo em questões muito determinadas, de interesses deles, conjuntamente, ou do interesse de um dos dois mais poderosos, China e Rússia, nessa ordem, depois seguidos pela Índia e pelo Brasil, e finalmente pela África do Sul, com importância bem menor.
Eu diria, muito objetivamente, que os Brics, ou seja, tanto o grupo quanto os países nele inseridos, foram oversold, como se diz em linguagem de marketing, ou seja, supervalorizados, acima, muito acima de seu valor real de mercado, tanto para o grupo, quanto para os países, com a possível exceção da China, que tem condições de impor sua vontade (com alguns limites), o que não parece ser o caso de qualquer um dos demais. Mesmo assim, a China tem enormes problemas, e estes não são os da oposição dos EUA, ou de outros países, à sua projeção de poder, e sim problemas internos, de caráter político e social, que ela terá de resolver, contra a sua vontade, ou seja, contra a vontade do PCC, do grupo dirigente, que verá manifestações escapando de seu controle.
Mas esse é um outro problema.
O que nos concerne aqui é o Brics, e seus integrantes.

 Não partilho de sua ideia de que há uma crise de governança global, pois esta não existe, de fato. Nunca existiu uma governança global, mas apenas arranjos ad hoc, que vão mudando conforme as circunstâncias. A ONU é a parte menos importante dessa pretensa governança, pois de fato  ela não tem qualquer poder, além daquele conferido pelos países mais importantes do mundo, ou seja, os P5, os cinco permanentes, sendo que a ordem de poder, em percentuais, seria esta: EUA: 50%, China, 20%, Rússia 15%, Reino Unido 10%, França 5%. Enfim, talvez se possa fazer variações com esses percentuais, mas o poder mundial está com esses países, e, justamente, não existe governança entre eles.
Por que haveria uma "governança" própria aos Brics?
Por que os Brics teriam melhor coordenação entre eles do que exibem, por exemplo, os países da OCDE, do G7, da OTAN? 
Os Brics não podem afinar um discurso, uma ação conjunta, pois essa possibilidade é muito remota. Os entendimentos se fazem de maneira muito ad hoc, geralmente em reação a pontos da agenda mundial, em reação defensiva ou contrária, de modo geral. 
Existem demandas comuns, vinculados a maior representatividade nos organismos internacionais, ou para defender posições de seu interesse nos foros apropriados.
Mas quero crer que não existe uma agenda positiva e propositiva, própria aos Brics, que seja realmente o que se espera de uma governança mundial, ou de assunção de maiores responsabilidades (em relação a que, exatamente?).
A interlocução política, entre os Brics, ou entre eles e os demais atores relevantes, não faz nenhuma diferença, pois o que vale, de fato, são os interesses individuais de cada um dos países, isoladamente. Nesse contexto, e admitindo-se que a "anarquia" mundial das soberanias ainda prevalece, cada um vai agir por si, Estado nacional acima de tudo.
Mas, entre os membros do G7 existe uma pequena concordância sobre o que é prioritário: as economia de mercado, as democracias, os direitos humanos, enfim, esse conjunto de valores que deveria prevalecer no mundo moderno.
Nada disso existe entre os Brics, ou muito pouco: talvez Índia e Brasil sejam países formalmente democráticos, mas democracias de fachada, com extrema má qualidade nas instituições e seu funcionamento. Os dois outros grandes do Brics, os dois do CSNU nem isso podem ser, nem querem ostentar. Existe uma enorme descoordenação, de fato e de direito, entre todos, mas a descoordenação dos Brics é muito maior.
Ou seja, não devemos ter ilusões quanto a governança e sobretudo quanto a agenda conjunta dos Brics, um grupo eminentemente artificial e de circunstância política. 
O mundo é muito mais complicado do que as elaborações acadêmicas.
Mas esse é o mundo como ele é, como diria Nelson Rodrigues...
Paulo Roberto de Almeida 

Uma esposa maravilhosa, um neto, um companheiro (verdadeiro...)

O que mais posso dizer, o que mais posso querer?
Carmen Lícia, tão amada e tão presente, em todos os momentos de minha vida (depois dos 28 anos), a que mais lê, a que mais sabe, a que mais guia, orienta e conforta, sempre atenta e carinhosa...
Gabriel, o que mais promete, olhos atentos, curiosos, mente preparada para falar e nos encantar, vai ser um neto maravilhoso, amado, protegido, enriquecido intelectualmente, a felicidade dos próximos anos...
Yuri, o melhor companheiro de passeios e reflexões, independente, como deve ser, corajoso (sobretudo contra os que são maiores e poderosos), comanda o tempo de sair, o tempo de voltar, o tempo de brincar...
Três tesouros em minha vida...
O que mais posso querer?

domingo, 26 de agosto de 2012

Padrao Ouro e Economia Austriaca: Barry Eichengreen desmonta a defesa

O economista Barry Eichengreen é muito conhecido para ser apresentado. Autor de Globalizing Capital (com edição brasileira) é um dos especialistas mais conhecidos em sistemas monetários.
Neste longo artigo para a revista americana National Interest, ele critica os defensores da volta ao padrão ouro (Ron Paul e os adeptos da economia austríaca em geral), dizendo que não há garantias de que uma política monetária baseada no ouro, em moedas concorrentes, na ausência de bancos centrais seria mais eficiente, ou causaria menos crises e recessões do que a situação atual, de intervencionismo monetário.
Vale a pena a ler seu artigo, que começa aqui e se prolonga em sete outras partes...
Paulo Roberto de Almeida

A Critique of Pure Gold

National Interest 
  •  
    issue
    GOLD IS back, what with libertarians the country over looking to force the government out of the business of monetary-policy making. How? Well, by bringing back the gold standard of course.
    There’s no better place to see just how real this oddball proposal is than in Iowa, with its caucuses just a few months away. In June, prospective voters were entertained not just by the candidates but also by the spectacle of an eighteen-day, multicity bus tour cosponsored by the Iowa Tea Party and American Principles in Action, or APIA. (The bus was actually a giant RV with a banner on the side featuring images of the U.S. Constitution, the American flag and the web addresswww.teapartybustour.com.) APIA is the nonprofit 501(c)(4) arm of the American Principles Project, the parent group of Gold Standard 2012. Gold Standard 2012 “works to reach out to lawmakers to advance legislation that will put the U.S. back on the gold standard” (quoting its blog). The goal of the bus tour, according to Jeff Bell, policy director of APIA and former Reagan aide, was to interest potential caucus voters in the idea that the United States should return to the gold standard, in the expectation that vote-hungry candidates for the Republican nomination would respond to a public groundswell.
    The candidates, for their part, were cautious. Businessman Herman Cain, having backed the gold standard in earlier speeches, acknowledged a change of heart on the grounds that “one of my economic advisers said that it’s going to be more difficult than practical.” Minnesota congresswoman Michele Bachmann averred only that she would “take a close look at the gold standard issue.” Such caution did not, however, prevent Cain and Bachmann, along with former Minnesota governor Tim Pawlenty, former Pennsylvania senator Rick Santorum, former New Mexico governor Gary Johnson and former House Speaker Newt Gingrich from joining up with APIA’s magical mystery tour.
    Nor did it prevent state legislators from attempting to move ahead on their own. A Montana measure voted down by a narrow margin of fifty-two to forty-eight in March would have required wholesalers to pay state tobacco taxes in gold. A proposal introduced in the Georgia legislature would have called for the state to accept only gold and silver for all payments, including taxes, and to use the metals when making payments on the state’s debt.
    In May, Utah became the first state to actually adopt such a policy. Gold and silver coins minted by the U.S. government were made legal tender under a measure signed into law by Governor Gary Herbert. Given the difficulty of paying for a tank of gas with a $50 American eagle coin worth some $1,500 at current market prices, entrepreneurs then floated the idea of establishing private depositories that would hold the coin and issue debit cards loaded up with its current dollar value. It is unlikely this will appeal to the average motorist contemplating a trip to the gas station since the dollar value of the balance would fluctuate along with the current market price of gold. It would be the equivalent of holding one’s savings in the form of volatile gold-mining stocks.
    Historically, societies attracted to using gold as legal tender have dealt with this problem by empowering their governments to fix its price in domestic-currency terms (in the U.S. case, in dollars). But the idea that government should legislate the price of a particular commodity, be it gold, milk or gasoline, sits uneasily with conservative Republicanism’s commitment to letting market forces work, much less with Tea Party–esque libertarianism. Surely a believer in the free market would argue that if there is an increase in the demand for gold, whatever the reason, then the price should be allowed to rise, giving the gold-mining industry an incentive to produce more, eventually bringing that price back down. Thus, the notion that the U.S. government should peg the price, as in gold standards past, is curious at the least. More curious still is the belief that putting the United States on a gold standard would somehow guarantee balanced budgets, low taxes, small government and a healthy economy. Most curious of all is the contention that under twenty-first-century circumstances going back to the gold standard is even possible.
    FOR THIS libertarian infatuation with the gold standard, one is tempted to credit, or blame, the godfather of the Tea Party movement, Texas’s Ron Paul. (The Tea Party has its own spontaneous origins, to be sure, and Paul is reluctant to claim credit for its existence. But his success in using new media to raise $6 million for his 2007 presidential bid on the anniversary of the Boston Tea Party by appealing to hot-button issues like debt, taxes and government infringement on personal liberties provided the template for the movement’s subsequent growth.) Paul has been campaigning for returning to the gold standard longer than any of his rivals for the Republican nomination—in fact, since he first entered politics in the 1970s.
      Começa aqui e se prolonga: 

    Bondades la, e aqui...: Exercito salvando pessoas

    Tem gente que acha que o Exército brasileiro deveria dispensar o mesmo tipo de atenção com os brasileiros humildes, quando acontece este tipo de tragédia no próprio Brasil...


    Tropas brasileiras socorrem vítimas de tempestade no Haiti

    Haiti – BBC – 26/08/2012.

    Desabrigados fogem de áreas alagadas pela tempestade tropical Isaac em Porto Príncipe
    Tropas brasileiras em missão de paz no Haiti já identificaram mais de 1.200 pessoas em situação de emergência em Porto Príncipe, devido à passagem da tempestade tropical Issac pelo Haiti.
    Bases do Brasil no Campo Charlie – a maior instalação militar da ONU no mundo – e em Cité Soleil foram parcialmente destelhadas e perderam boa parte de sua capacidade de comunicação devido a ventos cuja velocidade ultrapassa 100 km/h.
    “Caíram muitas árvores e postes de luz. Algumas portas dos alojamentos foram danificadas, uma foi até arrancada, e houve muito destelhamento. Estamos agora reinstalando as antenas de rádio para retomar as comunicações. A internet não está funcionando”, afirmou à BBC Brasil o tenente-coronel Rubens Costa Neto, porta-voz do Brabatt 1, um dos batalhões brasileiros no país.
    O pico da tempestade ocorreu na madrugada, quando era possível transitar pela cidade apenas em blindados anfíbios. Apesar dos estragos nas bases brasileiras, segundo ele, as tropas continuam em condições de atuar e inciaram na manhã deste sábado um processo de identificação das regiões mais atingidas.
    Após o levantamento, operações de socorro devem ser iniciadas sob o comando das agências de ajuda humanitária da ONU e do governo haitiano.
    Até a tarde de sábado, ao menos quatro mortes foram notificadas à organização britânica Oxfam. Apenas uma delas foi confirmada, a de uma menina soterrada no desabamento de um muro.
    Segundo Costa Neto, parte de uma companhia de engenharia brasileria chegou a ser despachada para Les Cayes, a cidade no sul do país onde esperava-se os maiores danos. Contudo, eles não se confirmaram.
    Aproximadamente 400 mil pessoas ainda vivem em tendas e acampamentos improvisados no país após terem perdido suas casas no terremoto de janeiro de 2010, que matou cerca de 300 mil pessoas.
    Há dois dias, quando a tempestade Isaac se aproximava, a ONU levou cerca de 80% dos moradores de acampamentos para abrigos de tempestade feitos de alvenaria, segundo a entidade.
    Áreas afetadas
    Mas, segundo Costa Neto, cerca de 700 novos desabrigados foram identificados na favela de Cité Soleil e 500 no bairro industrial de Sonapi. “Muitas construções foram afetadas nessas regiões. Os moradores estão em situação de calamidade”, disse
    “Na sexta-feira todos foram orientados a não deixarem suas casas. O tempo melhorou na manhã de hoje (sábado) mas voltou a piorar agora de tarde. Está chovendo muito forte as áreas alagadas devem aumentar”, afirmou.
    Segundo ele, a tempestade começa a deixar o país, mas a chuva continua forte. Diversas regiões da capital estão alagadas.
    A Comissão de Ajuda Humanitária e Proteção Civil da União Europeia monitora a situação e deve acionar equipes de socorro. A entidade afirmou que os ventos chegaram à velocidade de 375 km/h no centro da tempestade.
    A comunidade internacional deve ajudar o governo do Haiti no socorro aos desabrigados. Há reserva de alimentos para 300 mil pessoas, estoque de água para 400 mil e abrigos de emergência para atender 70 mil famílias.
    Além das equipes das agências humanitárias, 5.700 fuzileiros estão de prontidão nas bases da ONU aguardando o fim da tempestade. Eles devem garantir a segurança das equipes de socorro e impedir eventuais ações criminosas nas áreas mais afetadas.
    A tempestade Isaac agora se dirige para Cuba. Especialistas estimam que em seguida ela atinja a Flórida, nos Estados Unidos.
    Disponível em:

    O grande salto para tras da America Latina - Paulo R. Almeida

    Mais recente trabalho publicado, mas no original francês: 


    BJIR – Brazilian Journal of International Relations
    (vol. 1, n. 2, 2012, p. 8-37; ISSN: 2237-7743).
    Relação de Originais n. 2381.
    Relação de Publicados n. 1071.

    Conférence plénière au Colloque organisé par le Creda et Rita :
    Dépasser les dichotomies : penser autrement les Amériques ? (Paris, 3-4 mai 2012)

    Sommaire :
    Les raisons d’un titre : petit récit intellectuel sur le sens de l’histoire
    Retour vers l’avenir : et si les choses s’étaient passées différemment ?
    Prisonnière du passé ?; la malédiction de l’éternel retour ?
    Qu’est-ce qui retient l’Amérique Latine ?; qu’est-ce qui l’empêche d’avancer ?
    L’inflation, cette maladie infantile du développement latino-américain
    Une petite typologie sur les cas les plus idéal-typiques dans la région
    Un continent qui ne perd aucune opportunité de perdre des opportunités
    Les Mondialisés ; Les Réticents ; Les Bolivariens
    Somme toute, qui a avancé, qui a reculé ?
    Stabilité macroéconomique ; Une microéconomie compétitive ; Bonne gouvernance, institutions solides, règles stables ; Haute qualité des ressources humaines, via éducation générale et spécialisée ; Ouverture au commerce international et aux investissements étrangers
    Que faut-il conclure de tout cela ?

    Résumé : Essai libre sur l’évolution générale de l’Amérique Latine depuis le dernier demi-siècle, en retenant surtout, quoique sélectivement, les facteurs de retard relatif et de blocage à son développement inclusif, surtout par rapport aux pays émergents d’Asie ; examen de quelques éléments responsables pour les lenteurs cumulées ; typologie des cas les plus fréquents, divisés entre pays mondialisés, réticents et bolivariens ; courte discussion finale des performances enregistrées sous des critères macro et microéconomiques, gouvernance, ressources humaines et ouverture à l’extérieur.
    Mots-clés : Amérique Latine ; retards de développement ; analyse historique ; typologie des cas typiques ; Argentine ; Brésil ; Chili ; Mexique ; Venezuela.

    Postagem em destaque

    Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

    Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...