O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Brasil: o estatismo ganhou - Mary Anastasia O'Grady (Instituto Mises)

O Brasil optou por mais estatismo - a visão dos estrangeiros
por , Instituto Mises Brasil, terça-feira, 28 de outubro de 2014



militontos.jpgRecessão econômica, inflação de preços acumulada em 6,7% nos últimos 12 meses, e um audacioso esquema de corrupção na estatal Petrobras não foram suficientes para negar à presidente Dilma Rousseff, do PT, a reeleição para um segundo mandato.  Ela derrotou seu desafiante Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira, por 51,63% a 48,36%. A campanha de Dilma baseou-se em uma plataforma anti-mercado e pró-assistencialismo, o que ajuda a explicar por que ela se saiu muito melhor nas regiões mais pobres e dependentes de auxílios do governo do que nas regiões prósperas voltadas para o agronegócio, como o sul e o centro-oeste, e na maior cidade brasileira, onde a economia se baseia majoritariamente no setor de serviços e em indústrias de alto valor agregado.
Assim como nos EUA, o Brasil também possui uma classe alta formada por eleitores urbanos de esquerda, que se sentem virtuosos em defender a intervenção estatal na vida de outras pessoas e em ajudar a ditadura cubana.  Porém, existe também um Brasil mais ambicioso, o qual é formado por empreendedores que se arriscam, por agropecuaristas competitivos globalmente e por uma ascendente classe média que anseia enormemente por uma maior integração com o resto do mundo.  Esses brasileiros queriam desesperadamente uma mudança para mais mercado e mais capitalismo, e viram no candidato Aécio Neves um representante mais próximo dessa mudança.  Foram esses brasileiros que fizeram com que as eleições presidenciais do último domingo fossem a mais apertada da história do Brasil.
Com esse resultado apertado, Dilma tem agora de descobrir o que fará com seus próximos quatro anos.  De um lado, ela pode imaginar ser possível consolidar o poder do PT — seu objetivo supremo — dando continuidade às políticas que utilizou até agora, não importa os custos para a economia.  Alternativamente, ela pode optar por fazer ajustes econômicos pragmáticos com o objetivo de restaurar a confiança e o crescimento.
Essa última opção é até possível, mas é bem improvável, pois os militantes do seu partido, que ganharam poderes e engordaram suas contas bancárias durante os governos do PT, querem ainda mais poder, e não menos.  Dilma pode até fazer algumas declarações aparentemente conciliatórias e, no curto prazo, implantar algumas medidas em prol de um pouco mais de liberdade econômica, como fez seu mentor Lula nos primeiros anos de seu governo, quando ele tinha o objetivo de acalmar os mercados que estavam em queda por temor de seu novo governo.  Uma vez alcançado esse objetivo, no entanto, Lula voltou para a esquerda.
As chances são de que Dilma fará o mesmo, assegurando por mais quatro anos a já tradicional reputação do Brasil para a mediocridade.  Somente se uma investigação criminal comprovar que Dilma e Lula sabiam sobre o esquema de corrupção na Petrobras é que as coisas podem se alterar substantivamente.
A grande ironia da campanha eleitoral é que, enquanto Dilma e Lula reivindicavam todo o crédito pelo crescimento econômico que o Brasil vivenciou na década de 2000, ambos se opuseram às reformas estruturais ocorridas na década de 1990.  A privatização de empresas estatais, a abertura (ainda que limitada) da economia brasileira à concorrência estrangeira, e a reforma monetária de 1994, que criou o real e acabou com a hiperinflação — todas essas medidas estimularam o desenvolvimento e, devido a essa geração de riqueza, possibilitaram a criação de programas assistencialistas mais generosos, os quais são a marca registrada do PT. 
Não fossem essas reformas da década de 1990 — às quais o PT se opôs —, não haveria chances de sucesso para os subsequentes governos do PT na década de 2000.
O problema é que o PT não quis aprofundar essas reformas, e a consequência é que o "milagre brasileiro" morreu no berço.  Na mais generosa das avaliações, o país é visto hoje como apenas mais um entre vários países em desenvolvimento; já na maioria das vezes, ele é visto lá no fim da fila.
Nem Lula e nem Dilma parecem se preocupar com desenvolvimento econômico.  De acordo com um relatório do Goldman Sachs, de 2004 a 2013, os gastos do governo cresceram a um ritmo de 8% ao ano, em termos reais, o que representou um crescimento mais de duas vezes maior do que o crescimento do PIB.  A inflação de preços está hoje em quase 7% ao ano para aqueles bens e serviços cujos preços não são controlados pelo governo.  E quando se considera apenas o setor de serviços, a inflação de preços está em 8,6% ao ano.  Para piorar, as expectativas quanto à inflação futura estão se deteriorando.
Dilma imaginou que poderia conter a carestia congelando o preço da gasolina, a qual é ofertada pela Petrobras, e o preço do etanol, o qual é ofertado por usineiros locais e utilizado por carros flexíveis em combustível.  No entanto, dado que os custos de produção continuaram aumentando (por causa da inflação crescente), a Petrobras e o setor sucroalcooleiro estão incorrendo em severos prejuízos.  Várias usinas de álcool já faliram e várias outras estão por falir.  Elas não sobreviverão caso essa política de congelamento de preços continue.
O PT se gaba de ajudar os pobres com políticas assistencialistas, mas a mesma mão que dá é aquela que tira — e a mão que tira é a mais pesada.  O aumento do protecionismo, os pesados encargos sociais e trabalhistas que oneram a folha de pagamento das empresas, os altos impostos sobre o consumo, uma infraestrutura em frangalhos, e as inflexíveis leis trabalhistas geram custos que impedem o aumento dos salários e que fazem com que o padrão de vida dos brasileiros esteja muito aquém do seu potencial.
Ainda mais preocupante é o estrago que o PT pode fazer com as instituições e com o estado de direito ao longo dos próximos 48 meses.  A sociedade civil brasileira é uma forte defensora das liberdades civis e do pluralismo.  No entanto, como um sagaz empresário me confidenciou, "Estamos vivenciando, passo a passo, uma tendência rumo à Argentina, à Bolívia e ao Equador".  Um exemplo é o decreto de maio, assinado por Dilma, que cria os "conselhos populares", os quais criariam um modelo semelhante ao que já existe na Venezuela.  Até o momento, o Congresso vem oferecendo resistência.  Porém, se o tradicional esquema de compra de votos ocorrer, ele pode capitular.
Trata-se de uma perspectiva pavorosa para qualquer pessoa que conheça um pouco de história.  Como já havia observado no século XVIII o filósofo David Hume: "A liberdade não é abolida de uma só vez; o processo ocorre em etapas." 
Hoje, Dilma é apenas uma política que ganhou uma eleição.  No futuro, os brasileiros podem aprender que o governo de um partido só e regras indefinidas são os verdadeiros projetos de longo prazo do PT.

Mary Anastasia O’Grady é editora do The Wall Street Journal e faz a cobertura de eventos da América Latina.

Separatismo: contra os idiotas da secessao regional - Reinaldo Azevedo

Essa conversa sobre separatismo no Brasil é asquerosa, é revoltante. Foi inventada por Lula, e, claro!, os porta-vozes do PT na imprensa logo aderiram à tese, atribuindo a adversários do PT o rancor separatista.

Ainda voltarei ao assunto, sim. Não! Não foram Norte e Nordeste que deram a vitória a Dilma porque há lá, se me desculpam a tautologia, muitos nortistas e nordestinos. A questão é de outra natureza: está relacionada à pobreza, que se concentra, como se sabe, no Norte e Nordeste do país — onde, de fato, está o maior número de pessoas atendidas pelo Bolsa Família. A questão é bem mais séria. Um programa social, que tem apenas o condão de tirar as pessoas da miséria e da indigência social e econômica, transformou-se numa máquina de produzir votos — e isso, sim, é imoral.

A população pobre, além de vítima das circunstâncias, não pode agora ser responsabilizada por um resultado eleitoral que eu também acho ruim para o Brasil. Vou escrever sobre tudo isso com mais vagar. De imediato, acho que é hora de a gente rechaçar essas teses de Nordeste contra Sudeste, não importa quem a advogue, sejam os petistas, obedecendo à orientação de Lula, sejam os seus adversários.

Aliás, Lula, ele mesmo, deveria ter vergonha de investir nessa história: afinal, é um nordestino que se tornou a maior liderança nacional no Sudeste. Durante um bom tempo, diga-se, ele despertava temores extremos justamente na população do… Nordeste!

Rebatam essa besteira. Esse negócio de falar em separatismo é um atentado à inteligência, ao bom senso e até à decência. Voltarei a esse assunto neste blog e falarei a respeito na minha coluna de amanhã, na Folha.

Quem fala em separar o Sudeste e o Sul do resto do Brasil, lamento!, não entendeu nada. Ao contrário: precisamos é somar esforços com os pobres do Brasil, do Nordeste ou não, para que eles se libertem da caridade que hoje os escraviza e os torna alvos fáceis do terrorismo de um partido político.

Mensalao: jornal do Stalin Sem Gulag insiste em chamar o processo de farsa

Acho que deveriam arrumar um Gulag só para ele...
O jornal já começa mentindo desde a primeira linha...
O jornal poderia perguntar a ele por que é (ou de quem) que ele tinha medo de morrer...
Seria do ministro Joaquim Barbosa?
Só pode ser...
Paulo Roberto de Almeida

Farsa do ‘mensalão’ cai por terra após libertação de Pizzolato

Correio do Brasil,  29/10/2014 Por Redação, com colaboradores - de Brasília, Rio de Janeiro e Roma

Pizzolato foi libertado, após um tribunal italiano julgá-lo inocente das acusações
Pizzolato foi libertado, após um tribunal italiano julgá-lo inocente das acusações
A farsa montada no maior julgamento de exceção já visto no país, desde o enforcamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ainda no Brasil Colônia, caiu por terra na Itália, nesta quarta-feira, após a libertação do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. A Ação Penal (AP) 470, batizada de ‘mensalão’ pela mídia conservadora, não serviu ao seu objetivo primário, de promover o impedimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que governou por dois mandatos, nem atrapalhar a eleição da presidenta Dilma Rousseff, em 2010. Agora em 2014, reconduzida a atual mandatária a um segundo período no Palácio do Planalto, a peça jurídica fundada em um amontoado de mentiras é desmontada e deixa exposta a sua origem golpista. Um novo capítulo começa a ser escrito na Justiça brasileira.
Pizzolato, a exemplo dos demais réus no processo do ‘mensalão’, teve seu nome arrastado na lama. Ao contrário dos demais, que cumprem penas em diferenciados regimes, no país, ele preferiu apelar à Justiça da Itália, seu segundo país natal, onde o processo foi reexaminado à luz do direito, e não da política de extrema direita, com base nos autos produzidos nas dependências do Judiciário brasileiro e no relatório que usou em sua defesa.
– Eu não fugi, eu salvei minha vida. Você não acha que salvar a vida não vale a pena? – disse ao deixar a prisão, nesta manhã.
Petista histórico, Pizzolato reafirmou sua inocência:
– Tenho a consciência tranquila. Nunca perdi uma noite de sono. Fiz meu trabalho no banco, o banco não encontrou nenhum erro no meu trabalho. O banco sempre disse que não sumiu um centavo. Não é um banco pequeno, é o maior banco da América Latina, é um banco que tem um enorme sistema de controle – afirmou.
Condenado no Brasil a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato chegou à Itália em setembro do ano passado e foi preso em Maranello em fevereiro deste ano. A Corte de Apelação de Bolonha negou o pedido de extradição do governo brasileiro e ele foi libertado. Segundo Alessandro Sivelli, advogado do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, a “situação das cadeias brasileiras” foi decisiva para que a justiça italiana negasse a extradição.
Tribunal de exceção
Segundo o relatório que Pizzolato apresentou, em sua defesa, na corte italiana, um tribunal de exceção foi montado no Brasil com o único objetivo de desmoralizar o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma clara tentativa de apeá-lo do poder antes do tempo. Embora o estratagema tenha funcionado ao contrário, com mais um mandato popular surgido das urnas ao líder petista, que em seguida elegeu a sucessora, Dilma Rousseff, o STF seguiu adiante e conseguiu que o ex-ministro José Dirceu e o deputado José Genoino (PT-SP) fossem conduzidos à prisão.
Pizzolato relata, em detalhes, as operações realizadas na campanha política de 2002 e suas ações na diretoria de Marketing do Banco do Brasil. No dossiê, ele contesta os documentos acatados como verdadeiros na AP 470.
“Observem bem a data em que foi escrita a carta mentirosa do “tucano” (Antonio Luiz Rios, ex-presidente da Visanet que hoje trabalha como consultor para a Rede Globo de Televisão) e dirigida aos peritos da PF, foi em 02 de fevereiro de 2006, período em que os advogados não tinham acesso a nenhum documento. E esta carta mentirosa do “tucano” ditou, influenciou e/ou moldou todos os pareceres, perícias e fundamentalmente a própria “denúncia” da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público Federal (PGR/MPF), bem como a argumentação do relator Joaquim Barbosa que por sua vez “convenceu” o plenário do STF. Ninguém, repito, absolutamente ninguém, nem o PGR/MPF e nem o relator, deram-se ao trabalho de observar a regra básica de uma relação de mercado, o respeito ao contrato. Pois existia um contrato que normatizava a relação da Visanet com seus sócios, os diversos bancos, sendo o maior acionista da VISANET, o Bradesco”.
Em nove capítulos, Pizzolato também revela que, em março de 2006, quando ainda presidia o STF o ministro Nelson Jobim, a CPMI dos Correios divulgou um relatório preliminar pedindo o indiciamento de 126 pessoas. Dez dias depois, em 30 de março de 2006, o procurador-geral da República já estava convencido da culpa de 40 deles. A base das duas acusações era desvio de dinheiro público (que era da bandeira Visa Internacional, mas foi considerado público, por uma licença jurídica não muito clara) do Fundo de Incentivo Visanet para o Partido dos Trabalhadores, que teria corrompido a sua base aliada com esse dinheiro. Era vital para essa tese, que transformava o dinheiro da Visa Internacional, aplicado em publicidade do BB e de mais 24 bancos entre 2001 e 2005, em dinheiro público, ter um petista no meio. Pizzolato era do PT e foi diretor de Marketing de 2003 a 2005.
Barbosa decretou segredo de Justiça para o processo da primeira instância, que ficou lá, desconhecido de todos, até 31 de outubro do ano passado. Faltavam poucos dias para a definição da pena dos condenados, entre eles Pizzolato, e seu advogado dependia de Barbosa para que o juiz da 12ª Vara desse acesso aos autos do processo, já que foi o ministro do STF que decretou o sigilo.
O relator da AP 470 interrompera o julgamento para ir à Alemanha, para tratamento de saúde. Na sua ausência, o requerimento do advogado teria que ser analisado pelo revisor da ação, Ricardo Lewandowski. Barbosa não deixou. Por telefone, deu ordens à sua assessoria que analisaria o pedido quando voltasse. Quando voltou, Barbosa não respondeu ao pedido. Continuou o julgamento. No dia 21 de novembro, Pizzolato recebeu a pena, sem que seu advogado conseguisse ter acesso ao processo que, pelo simples fato de existir, provava que o ex-diretor do BB não tomou decisões sozinho – e essa, afinal, foi a base da argumentação de todo o processo de mensalão (um petista dentro de um banco público desvia dinheiro para suprir um esquema de compra de votos no Congresso feito pelo seu partido).
No dia 17 de dezembro, quando o STF fazia as últimas reuniões do julgamento para decidir a pena dos condenados, Barbosa foi obrigado a dar ciência ao plenário de um agravo regimental do advogado de Pizzolato. No meio da sessão, anunciou “pequenos problemas a resolver” e mencionou um “agravo regimental do réu Henrique Pizzolato que já resolvemos”. No final da sessão, voltou ao assunto, informando que decidira sozinho indeferir o pedido, já que “ele (Pizzolato) pediu vistas a um processo que não tramita no Supremo”.
“Pois é”
O único ministro que questionou o assunto, por não acreditar ser o assunto tão banal quanto falava Barbosa, foi Marco Aurélio Mello.
Mello: “O incidente (que motivou o agravo) diz respeito a que processo? Ao revelador da Ação Penal nº 470?”
Barbosa: “Não”.
Mello: “É um processo que ainda está em curso, é isso?”
Barbosa: “São desdobramentos desta Ação Penal. Há inúmeros procedimentos em curso.”
Mello: “Pois é, mas teríamos que apregoar esse outro processo que ainda está em curso, porque o julgamento da Ação Penal nº 470 está praticamente encerrado, não é?”
Barbosa: “É, eu acredito que isso deve ser tido como motivação…”
Mello: “Receio que a inserção dessa decisão no julgamento da Ação Penal nº 470 acabe motivando a interposição de embargos declaratórios.”
Barbosa: “Pois é. Mas enfim, eu estou indeferindo.”
Segue-se uma tentativa de Marco Aurélio de obter mais informações sobre o processo, e de prevenir o ministro Barbosa que ele abria brechas para embargos futuros, se o tema fosse relacionado. Barbosa reitera sempre com um “indeferi”, “neguei”. O agravo foi negado monocraticamente por Barbosa, sob o argumento de que quem deveria abrir o sigilo de justiça era o juiz da 12ª Vara. O advogado apenas consegui vistas ao processo no DF no dia 29 de abril, quando já não havia mais prazo recursório.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Economia brasileira: cenarios para investidores, poupadores e trabalhadores

Cenário da Dilma 2.0
28/10.2014

 A Dilma não tem como voltar atrás nos gastos sociais ou no aumento do tamanho do Estado, então a situação fiscal do governo só tende a piorar. Isso significa que muito dinheiro dos investidores internacionais vai sair do Brasil, e pouco vai entrar.

O empresário nacional vai investir muito pouco, provavelmente apenas para aumentar a produtividade, reduzir custos e demitir funcionários. Por isso, o PIB vai continuar como está. A inflação vai subir um pouco no ano que vem, mas não deve passar de 8%. O dólar vai subir muito nos próximos 6 meses.

 Cuidado com o seu emprego:
Se você trabalha em uma empresa que importa muito, seja para vender aqui ou como insumo produtivo, melhor procurar outro emprego. Se sua empresa é industrial, a situação deve continuar ruim - pode ser que você não perca seu emprego, mas analise bem sua situação na empresa. Se sua empresa depende muito do consumo das pessoas, não espere promoções ou aumentos. Agora, se sua empresa exporta muito, ou você trabalha com concessionária de serviços públicos, você estará mais seguro nos próximos 4 anos. Não seja pego “de calças curtas”. Analise sua situação e faça alguma coisa sobre isso.

Suas economias:
Se você não sabe muito de finanças, deixe seu dinheiro no CDI. Tente gastar menos e economizar – você pode precisar. Se você entende mais de finanças e gosta de riscos, aplique em empresas exportadoras na bolsa (Klabin ou Suzano, por exemplo). Comprar um imóvel a um bom preço (vão ter muitos ano que vem), 80% financiado pela Caixa, também pode ser um bom negócio, porque a taxa é abaixo do CDI, o custo do empréstimo não sobe tanto por ser indexado à TR, e com uma inflação e incerteza maiores, o preço dos ativos reais pode subir em um segundo momento. Mas escolha um imóvel de 2 quartos até R$500 mil – taxa de juros menor, mais fácil de alugar e mais liquidez na venda. Agora, se você está devendo no “cheque especial”, venda o que for preciso para quitar essa dívida o mais rápido possível – com o aumento da inflação e inadimplência, os juros normais de bancos também vão subir.

 Sobre o Brasil virar uma Venezuela ou confiscarem nosso dinheiro: Muito improvável, porque vai ser muito difícil o PT passar qualquer mudança estrutural de legislação no Congresso (para o bem ou para o mal) nesses próximos 4 anos. Primeiro porque perdeu muitos deputados e governadores nessa eleição. Segundo, porque vai estar muito ocupado se defendendo das acusações de corrupção pra conseguir “pagar” pelo apoio da base aliada

Economia brasileira: o custo PT prejudicando o crescimento

12:02 \ Economia

Agora, já era
Dilma: mais quatro anos

De acordo com alguns bancos de investimentos, entre cinco e dez operações de abertura de capital  aconteceriam até o fim do ano se Aécio Neves tivesse vencido a eleição. Com a vitória de Dilma Rousseff, empresas e bancos vão se sentar à mesa para rediscutir os planos.

Por Lauro Jardim
(Veja)

Por que o Brasil nao avança? (petistas a parte, mas eles tambem) - Marcos Lisboa e Carlos Eduardo Gonçalves

O espantalho da crítica heterodoxa
Marcos Lisboa e Carlos Eduardo Gonçalves
Valor Econômico, 27/10/2014

Há países ricos que possuem sistemas de bem-estar social generosos, como os nórdicos; há países ricos com sistemas de bem-estar pouco generosos, como os EUA. Mas o que definitivamente não existe são países ricos com políticas macro e microeconômicas de viés heterodoxo com a extensão adotada no Brasil nos últimos cinco anos.
A receita dos que conseguiram saltar a difícil barreira do crescimento sustentável – conhecida como armadilha da renda média – é conhecida: plena liberdade política e econômica para amplos setores da sociedade, rigor na condução da área fiscal, estabilidade monetária e financeira, regras e regulamentação estáveis e, finalmente, investimento público eficiente em capital humano (saúde e educação) e infraestrutura.

Há saudável controvérsia sobre o efetivo papel desempenhado por políticas desenvolvimentistas em alguns casos de sucesso, como, por exemplo, as políticas industriais adotadas pelos Tigres Asiáticos, há cerca de três décadas. De um lado alega-se que essas políticas foram cruciais para que eles desenvolvessem parques industriais importantes. De outro, argumenta-se que elas foram irrelevantes, e o que de fato os teria levado aos atuais patamares de renda por habitante foram os investimentos maciços em capital humano. A verdade, possivelmente, está no meio do caminho. Contudo, frise-se que esses casos de sucesso são contrabalançados por um número muito maior de casos de fracasso, como na maioria dos experimentos levados a cabo na América Latina, por exemplo. Por estas bandas, fizemos bastante política industrial, mas não conseguimos os mesmos resultados.
Não avançamos na educação por má governança no setor público e incertezas regulatórias
Políticas de proteção existem, de fato, em muitos países, mas o que nos soa mais significativo é que os detalhes das políticas desenvolvimentistas mais bem sucedidas apresentam diferenças marcantes com a política industrial “à brasileira”, como, por exemplo, a fixação de metas claras de desempenho e a natureza temporária da proteção. O Brasil recente destoa pela extensão da intervenção pública, pela sua longevidade e pela falta de transparência dos benefícios concedidos sem avaliação de resultados.
Voltando à nossa lista de condições necessárias ao desenvolvimento, existe liberdade política no Brasil, mas a nossa democracia ainda é carente de controles sobre a concessão pública de benefícios a grupos escolhidos, além de sujeita a recorrentes casos de corrupção. Tudo isso, claro, afetando a produtividade final da economia. Adicionalmente, são enormes as barreiras burocráticas à entrada nos mercados de bens por parte de empresas novas, fato que, em conjunto com a política de escolha de vencedores via crédito público, restringe o que chamamos de liberdades econômicas.

O rigor fiscal, duramente conquistado após 2000, foi abandonado. O superávit primário real nesse ano, por exemplo, está para perto de 0% do PIB, ou menos. Além disso, os mecanismos criativos reduziram a transparência e a credibilidade da política fiscal, marcos da LRF de 1999. Por sua vez, a condução equivocada da política monetária, reduzindo o juro na base do voluntarismo, resultou em inflação resiliente e em desancoragem das expectativas.
Seguindo na lista: o aumento das restrições ao comércio exterior, por meio de barreiras tarifárias e não tarifárias, isolou ainda mais a economia brasileira do comércio internacional. E as intervenções discricionárias, como no caso da energia, fragilizaram empresas, prejudicaram a produtividade e comprometeram o ambiente de negócios. Por fim, não conseguimos avançar na educação e na infraestrutura por má governança no setor público e incertezas regulatórias.
O resumo é que a produtividade estagnou, o que compromete nosso crescimento econômico sustentado, e a nova matriz macroeconômica resultou apenas em um legado de inflação alta num mundo de inflação baixa, além de graves desequilíbrios fiscais a serem enfrentados nos próximos anos.

Como reagem alguns dos economistas heterodoxos, direta ou indiretamente ligados ao governo, a essa crítica? Criando um argumento-espantalho. A invencionice vai na seguinte linha: os economistas que pregam rigor fiscal e reformas querem na verdade desfazer as conquistas sociais, estão contra a redução de desigualdade, alcançada via programas governamentais como o Bolsa-Família.

Não é verdade, é cortina de fumaça. Não defendemos o fim de programas sociais eficientes para redução da pobreza, nem algo que se assemelhe a “Estado Mínimo”, nem impostos mais baixos para os mais ricos, ou coisas do tipo. Essa tentativa de desqualificação da divergência é instrumento utilizado pelo baixo clero do debate intelectual. Inventam-se pretensos argumentos para rejeitar outros pontos levantados pelos críticos. Inventa-se, enfim, um espantalho.
Defendemos políticas sociais focalizadas nos mais necessitados; a maior qualidade da política pública em educação e saúde por meio da melhora da gestão e do reconhecimento meritocrático, permitindo melhores resultados com os recursos já disponíveis; a volta do rigor fiscal e do combate à inflação; transparência dos subsídios e proteção setoriais, que preferencialmente deveriam ser horizontais e submetidos a constante avaliação de resultados, para que não joguemos mais dinheiro público em empresas ineficientes; maior abertura econômica, que favoreça o consumidor brasileiro e diversas empresas que usam insumos importados, aumentando nossa inserção nas cadeias produtivas globais e, portanto, alavancando a produtividade.

Ser crítico dos equívocos da política econômica dos últimos anos não tem nada a ver com defender o fim das conquistas sociais alcançadas desde 1990. Argumentar nessa direção é fugir do debate sobre a condução da economia nos últimos anos. O espantalho pode ser eficaz para afastar os corvos. O debate, porém, merece mais. O país também.

Decreto Bolivariano dos Sovietes Petistas: sorry petralhas, nao se podeganhar todas...

Dois dias depois da eleição, Câmara derruba decreto bolivariano de Dilma

Projeto era destinado a criar conselhos populares em órgãos da administração

Marcela Mattos, de Brasília
Veja.com, 28/10/2014
Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília
Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (Zeca Ribeiro/ABr/VEJA)
A Câmara dos Deputados reagiu e, enfim, derrubou nesta terça-feira o decreto bolivariano da presidente Dilma Rousseff, destinado a criar conselhos populares em órgãos da administração pública. A matéria foi assinada no final de maio em uma canetada da presidente e foi alvo decríticas de juristas e parlamentares. O Senado ainda tem de avaliar o projeto de decreto legislativo para que a determinação do Planalto seja suspensa. 
A derrubada da matéria é uma reivindicação antiga da oposição e se deu dois dias após as eleições, indicando a turbulência que Dilma encontrará no Congresso no novo mandato. “Essa derrota é para mostrar que o discurso de conversa com o Congresso não poder ficar só na teoria”, resumiu o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Reinaldo Azevedo: Decreto é bolivariano, sim!
Tão logo foi apresentado, no início de julho, o projeto que sustava o texto palaciano teve adesão maciça de partidos de oposição e da base, contando inclusive com o apoio do PMDB, maior aliado do governo. Na Câmara, a matéria ganhou regime de urgência, o que permitiu que fosse direto ao plenário antes de tramitar pelas comissões. O projeto de decreto legislativo que pedia a suspensão da canetada de Dilma foi pautado nesta terça por Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Casa que saiu derrotado na disputa ao governo do Rio Grande do Norte. Alves credita sua derrota à falta de apoio da presidente Dilma e ao fato de que o ex-presidente Lula chegou a participar da propaganda eleitoral do adversário Robinson Faria (PSD), eleito para o governo potiguar. Durante a sessão, o presidente convocou os deputados para que se mantivessem no plenário e garantissem a aprovação do texto. A derrubada do decreto foi aprovada em votação simbólica. 
'Sociedade civil' – O decreto número 8.243/2014 foi criado sob o pretexto de instaurar a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS). Mas, na prática, prevê a implantação de “conselhos populares”, formados por integrantes de movimentos sociais, vinculados a órgãos públicos. A matéria instituiu a participação de “integrantes da sociedade civil” em todos os órgãos da administração pública. Porém, ao trazer uma definição restritiva de sociedade civil, representa um assombroso ataque à democracia representativa e à igualdade dos cidadãos ao privilegiar grupos alinhados ao governo.
O decreto do Palácio do Planalto é explícito ao justificar sua finalidade: “consolidar a participação social como método de governo”. Um dos artigos estabelece, em linhas perigosas, o que é a sociedade civil: “I – sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas organizações”. Ou seja, segundo o texto assinado por Dilma, os movimentos sociais – historicamente ligados ao PT – são a representação da sociedade no Estado Democrático de Direito.
A votação, que se arrastou por mais de duas horas, foi marcada por debates acalorados. “Numa democracia, quem escolhe o representante é o cidadão, é o povo. Com esse decreto, a presidente quer que essa escolha seja feita pelo próprio PT. Isso é um regime autoritário”, afirmou o líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA). “A Casa tem de se pronunciar. Não há espaço para que haja uma omissão do Parlamento brasileiro tendo em vista um quadro tão grave. A presidente Dilma prega dialogar, chama a nação para uma ampla negociação, mas impõe, via decreto presidencial, um modelo de consulta à população que é definido pelo Poder Executivo. É uma forma autocrática, autoritária, passando por cima do Congresso Nacional. Esse é um decreto bolivariano que realmente afronta o Poder Legislativo”, continuou o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).
O PT tentou evitar a derrota a todo custo. Sabendo que não funcionaria no diálogo, o partido apresentou uma série de requerimentos, entre eles para adiar a sessão e retirar a matéria de pauta, mas todos foram rejeitados. 

Politica Externa: a Bolivia, ah, a Bolivia, e seu embaixador falador...

Maquiavel

Bolívia desistiu de processar VEJA, diz embaixador

Jerjes Justiniano, embaixador da Bolívia no Brasil, e Evo Morales, presidente da Bolívia
Jerjes Justiniano, embaixador da Bolívia no Brasil, e Evo Morales, presidente da Bolívia (Freddy Zarco/VEJA)
Em 2012, Jerjes Justiniano assumiu o posto de embaixador da Bolívia no Brasil trazendo um estranho item na pauta de exportação de seu governo: a intimidação dos meios de comunicação. VEJA havia acabado de revelar os vínculos do narcotráfico com integrantes do governo boliviano e com pessoas próximas ao presidente Evo Morales ("A república da cocaína", de 11 julho de 2012). Apesar de não ter formação de diplomata, Justiniano já desembarcou com pleno domínio da linguagem estudada e cheia de reticências que caracteriza as relações exteriores: disse que pretendia "meter a mão" em VEJA. Para isso, faria gestões junto ao Itamaraty para obrigá-la a se retratar — acreditando, ao que parece, que liberdade de imprensa não é um direito democrático, mas um favor concedido pelo poder. Ameaçava também processar a revista. Não se sabe se Justiniano continua importunando o Itamaraty. Nesta terça-feira, contudo, o embaixador anunciou ter renunciado ao propósito de levar VEJA à Justiça. A decisão, disse ele, foi respaldada pelo presidente Morales. Justiniano deu duas justificativas. Primeiro, os preços dos serviços legais no Brasil o deixaram estarrecido. Um escritório de advocacia teria querido cobrar 500 000 dólares. O mais barateiro, 200 000. Também lhe disseram que seria impossível ganhar a ação.

Politica Externa: mais do mesmo e muito menos do mais - Veja

Em 12 anos anos de poder, o PT se alinhou à escória internacional. Com Dilma, a situação se tornou ainda pior, já que ela não demonstra nenhum interesse - apenas acumula equívocos. Não há sinais de que dispensará o pseudo-diplomata Marco Aurélio Garcia, amigo das ditaduras latino-americanas:

Veja.com, 28/10/2014

Ao longo dos quase doze anos do PT no poder, a política externa brasileira priorizou relações com países que não fazem parte do eixo Estados Unidos – União Europeia. Essa diretriz, aliada à politização do discurso diplomático, levou as relações externas do país a acumular equívocos. A lista de episódios em que a diplomacia brasileira se apequenou é extensa. Inclui a condescendência e a passividade nas relações com governos autoritários; o empréstimo de dinheiro público para financiar obras em ditaduras; e a concordância em fazer do Mercosul mais um palanque do que uma união aduaneira.

Mais recentemente, também foram destaques negativos o silêncio sobre as atrocidades cometidas por Vladimir Putin na Ucrânia, a condenação de Israel pelo "uso desproporcional da força" na guerra com o Hamas, e adesastrada declaração da presidente na sede das Nações Unidas, em Nova York, quando disse “lamentar” os bombardeios americanos contra os terroristas do Estado Islâmico. Depois, Dilma disse que sua fala foi distorcida e que ela não defende o diálogo com terroristas, mas sim critica a ineficácia dos ataques aéreos. Seja por inépcia ou pela sintaxe canhestra do "dilmês", o estrago já estava feito.

Com menos apetite para a pauta externa do que seu antecessor, Dilma relegou um papel menor ao Itamaraty. E não há indícios de que esse cenário vá sofrer alterações no novo mandato. “Eu acho muito difícil ter uma mudança na política externa, pois a Dilma não tem nenhum interesse pela área. Não se trata apenas da diplomacia com letra maiúscula, mas ela nem sequer recebe embaixadores para que lhe entreguem suas credenciais diplomáticas. É uma atitude de absoluto descaso que ela dá a toda área diplomática”, lamentou Rubens Ricupero, ex-embaixador em Washington (1991-1993) e ex-ministro da Fazenda durante o período de implantação do Plano Real.

A entrega das credencias ao presidente em exercício é o procedimento diplomático habitual para tornar os embaixadores oficialmente representantes de seus respectivos países no Brasil. Pelo menos 28 esperam há meses serem recebidos pela presidente. “Eu nunca vi isso em nenhum país do mundo”, ressalta Ricupero.

O desagrado atingiu também o público interno, levando um grupo de diplomatas a romper até mesmo com sua tradição de absoluta disciplina e discrição e entregar uma carta de reivindicações – tendo como principal reclamação o represamento de promoções – ao chanceler Luiz Alberto Figueiredo. 

Relação com os EUA – No campo da diplomacia com letra maiúscula, uma viagem crucial do segundo mandato terá como destino a capital americana, Washington. A visita deveria ter ocorrido em outubro de 2013, mas foi cancelada depois da revelação de que o governo americano havia espionado o brasileiro. A questão da espionagem foi o ponto visível de um distanciamento entre Brasil e Estados Unidos, alimentado também pelo antiamericanismo que passou a dominar as relações exteriores desde o governo Lula. As relações estremecidas entre uma potência e um país emergente são muito mais prejudiciais para o lado mais fraco da parceria. Assim, o Brasil precisa retomar o diálogo para fazer avançar parcerias diplomáticas (que prevê o fim dos vistos) e comerciais (Brasília e Washington têm disputas em andamento na área agrícola), entre outras. 

O Wall Street Journal, de Nova York, fez uma previsão desanimadora para o segundo período em reportagem publicada sobre a vitória de Dilma: “Para os Estados Unidos, a reeleição da senhora Rousseff vai provavelmente prolongar um período de relações estagnadas com a maior economia da América Latina, um jogador proeminente em uma região onde líderes de esquerda com visões ambivalentes dos EUA venceram eleições nos anos recentes”.

No entanto, a visita do vice-presidente Joe Biden ao Brasil durante a Copa do Mundo e o acordo do contencioso sobre o algodão, firmado em outubro, são vistos por Ricupero como sinais positivos. “São fatos que indicam que o cenário está montado para retomar a visita aos EUA. É preciso voltar a tratar de temas comerciais. O acordo do algodão foi um indício sugestivo de boa vontade dos dois lados”.

Nesta terça, o presidente Barack Obama telefonou para Dilma para parabenizá-la pela reeleição. Na conversa, ele enfatizou o valor estratégico da parceria bilateral e “reforçou seu comprometimento em aprofundar a cooperação em áreas como comércio, energia, e outras questões bilaterais prioritárias”. Segundo a Casa Branca, Dilma afirmou que o “fortalecimento dos laços com os Estados Unidos são uma prioridade para o Brasil”. Os dois mandatários devem se encontrar em novembro, na reunião do G-20, na Austrália.

Outro ponto importante das relações exteriores é a agenda dos acordos comerciais, que andam em marcha lenta. Hoje, o país só tem três acordos plenos, com Egito, Israel e Autoridade Palestina, e está à mercê de intrincadas negociações multilaterais envolvendo órgãos como o Mercosul e a Organização Mundial do Comércio (OMC). A título de comparação, o Chile, com uma diplomacia muito mais ágil, não faz parte do Mercosul e tem um acordo de livre-comércio com a União Europeia. Em vigor desde 2003, o pacto possibilitou o fim de uma série de processos burocráticos para os exportadores, facilitou os investimentos estrangeiros e liberou o fluxo financeiro entre o país e o mercado europeu, entre outros benefícios. As discussões do Mercosul com a União Europeia estão travadas desde 2001.

É justamente na área comercial que o governo Dilma pode tentar a começar a trilhar um caminho mais pragmático para se redimir na condução da política externa. “Tem uma interessante aproximação do Mercosul com a Aliança do Pacífico, uma iniciativa chilena que foi muito bem recebida por todos os envolvidos. Aí temos campo para alguma coisa concreta”, apontou Ricupero. O Mercosul já tem acordos de interação comercial com o Chile, Bolívia e Peru, mas está atrasado em desburocratizar e desonerar o comércio com Colômbia e México.

Bolívia – Para além das questões comerciais, um importante assunto envolvendo o Ministério das Relações Exteriores ainda está por resolver: o caso do senador boliviano Roger Pinto Molina. Opositor perseguido pelo governo Evo Morales, ele estava refugiado na embaixada brasileira em La Paz desde maio de 2012. Em agosto do ano passado, fugiu de carro para o Brasil com a ajuda de dois diplomatas brasileiros. O episódio ainda não foi totalmente esclarecido e, segundo o ex-embaixador, ainda não está digerido no Itamaraty(Veja.com).



Política

Oito meses depois de comandar fuga de Molina, diplomata amarga o ostracismo

Eduardo Saboia protagonizou um dos mais marcantes episódios da diplomacia brasileira. E até agora o caso não teve desfecho

Marcela Mattos, de Brasília
O diplomata Eduardo Saboia foi afastado de suas funções por tempo indeterminado por ter conduzido a operação que trouxe ao Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina
O diplomata Eduardo Saboia foi afastado de suas funções por tempo indeterminado por ter conduzido a operação que trouxe ao Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina (Alan Marques/Folhapress/VEJA)
Protagonista de uma história com roteiro cinematográfico, com direito a fuga e ameaças, o diplomata Eduardo Saboia vive em um limbo desde que trouxe ao Brasil o senador bolivianoRoger Pinto Molina. O ex-parlamentar de oposição era perseguido pelo governo de Evo Morales e ficou asilado, com o aval do governo brasileiro, por 455 dias na Embaixada do Brasil na Bolívia. Servidor de carreira, Saboia é ministro-conselheiro do Ministério das Relações Exteriores. Após a epopeia com a fuga de Molina para o Brasil, ele se tornou alvo de processo disciplinar que se arrasta há oito meses na comissão de sindicância do Itamaraty – e não tem prazo para ser concluído. Na última quarta-feira, o colegiado voltou a empurrar a decisão se ele deve ou não ser punido pelo episódio: prorrogou os trabalhos por mais 30 dias, como vem ocorrendo sucessivamente desde outubro. Enquanto aguarda uma deliberação sobre o caso, Saboia foi deixado na geladeira e lotado em uma função administrativa. Constrangido, ele pediu licença do cargo no dia 8.
Ex-encarregado de Negócios na Embaixada brasileira, Saboia tem 46 anos, metade deles vividos no Itamaraty. A atuação do diplomata era considerada impecável pelo Ministério das Relações Exteriores e lhe rendeu, inclusive, uma condecoração pelo ex-presidente Lula com a medalha da Ordem do Rio Branco. No entanto, a carreira foi interrompida após, diante da inoperância do governo brasileiro, ajudar o senador a escapar das ameaças da tropa comandada por Morales. Molina denunciou o envolvimento de autoridades bolivianas com o tráfico de drogas. 
Logo ao chegar ao Brasil, no final de agosto, Saboia foi afastado de suas funções e tornou-se objeto de investigações de uma sindicância interna do órgão. Um relatório final, que deve ser elaborado por uma comissão, decidirá se o diplomata deve ou não ser punido. As medidas disciplinares aplicáveis vão desde uma advertência à demissão do cargo.  
Com o futuro incerto, o diplomata foi realocado no cargo secundário de assessor no departamento de Assuntos Financeiros e de Serviços do Itamaraty – uma função administrativa, sem status de chefia nem gratificações que tinha como ministro. “Isso é um assédio moral do ponto de vista de não conceder qualquer atividade na altura do que ele possa exercer. Hoje ele está sentado em uma cadeira sem fazer nada”, afirma a defesa de Saboia, o advogado Ophir Cavalcante.
Saboia, por outro lado, evita tecer comentários sobre o posto. Mas reclama da demora em ter o caso solucionado: “Hoje eu faço o trabalho que me passam. Lá dentro eu virei aquele cara que tem uma sindicância e que, por isso, é constantemente julgado. Eu já estou sendo punido”, disse, em entrevista ao site de VEJA concedida em uma confeitaria de Brasília. Antes de conversar com a reportagem, Saboia tomou um chá com o senador Molina. A defesa do boliviano o orienta a não dar entrevistas. 
Ao longo de conversa de uma hora, o diplomata explicou que decidiu pedir licença de suas funções por três meses, que pode ser prorrogada pelo mesmo período - benefício concedido por tempo de serviço a servidores públicos -, e planeja usar o tempo para avaliar “outras possibilidades” para a carreira. Na última segunda-feira, Saboia esteve no evento que selou a chapa de Eduardo Campos e Marina Silva para a disputa eleitoral deste ano. Ele nega, porém, ter pretensões políticas ou ser filiado a algum partido, mas não descarta participar da campanha: “Eu quero contar a minha história nessas eleições”.  
A fuga - Alegando ser perseguido politicamente, o senador boliviano Molina conseguiu asilo na embaixada brasileira, onde permaneceu por 15 meses em condições degradantes: viva em um pequeno quarto improvisado, sem direito a banho de sol e com permissão apenas para receber visitas esporádicas de familiares e do advogado. O governo brasileiro sabia da situação de Molina, mas não tomou providências ao longo de todo o período.
Depois de mais de um ano nessa condição, o senador entrou em depressão e teve a saúde debilitada. Em agosto de 2013, Saboia, que à época ocupava o cargo de embaixador interino, decidiu resolver o problema com as próprias mãos: em um carro oficial escoltado por fuzileiros navais brasileiros, ele e Molina viajaram por 22 horas entre La Paz e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e depois seguiram para Brasília em um avião obtido pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). A ação não foi previamente informada ao governo brasileiro.
A presidente Dilma Rousseff classificou o episódio como uma “quebra de hierarquia” e disse que a embaixada brasileira na Bolívia é “extremamente confortável”. Do outro lado, Saboia alegou que, por “questões humanitárias”, não poderia deixar uma pessoa viver daquela forma em uma dependência do Brasil. O diplomata ainda alegou que informou o Itamaraty somente após o episódio por motivos de segurança. Como consequência, o então ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, foi exonerado.
“O governo brasileiro deixou que o instituto do asilo se transformasse em uma situação de violação da dignidade de uma pessoa que estava sob os nossos cuidados. Isso é muito sério e é algo que deveria ser investigado: quem é o responsável ter deixado isso chegar até esse ponto?”, questiona Saboia. “Eu não tive outra opção além daquela para preservar a vida de uma pessoa e a imagem do meu país.”  
Assim como Saboia, o senador boliviano ainda não teve a situação definida. Molina espera aval do governo Dilma para morar legalmente no Brasil enquanto está abrigado, de favor, na casa do senador Sérgio Petecão (PSD-AC), em Brasília – hoje ele pode permanecer no país graças ao refúgio provisório concedido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).   
Questionada pela reportagem sobre o motivo da demora para a conclusão dos trabalhos da sindicância e o cargo incompatível exercido por Saboia, a assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que não iria comentar o caso.

A lendária Terra Brasiliensis - Edmar Bacha

A lendária Terra Brasiliensis
Um conclave de sábios foi convocado para propor uma alternativa à situação desesperançada do país
POR RAMDE AHCAB
O GLOBO, 28/10/2014

Há cem anos, no início do século XXI, realizaram-se renhidas eleições presidenciais que deixaram o país irremediavelmente dividido e polarizado entre distintas crenças e preferências políticas. As regiões ricas reclamavam das transferências fiscais às regiões pobres. Essas, por sua vez, reclamavam dos preços surreais que pagavam pelos produtos que consumiam das regiões ricas. Constatava-se também que havia anos estava o país preso na armadilha da renda média, incapaz de seguir uma trajetória de crescimento que o levasse para o nível de renda dos países que eram então os mais avançados do mundo.
Um conclave de sábios foi então convocado para propor uma alternativa à situação desesperançada em que o país vivia. Os sábios propuseram, os políticos relutaram, mas em plebiscito a população acolheu a proposta de abandonar o caráter unitário da nação e constituir uma confederação de regiões independentes, unidas entre si por um tratado para garantir a paz e o livre trânsito de bens, serviços e pessoas entre elas. Manteve-se o Real como uma moeda comum, gerida por um banco central independente, e criou-se um regime fiscal simples e unificado.
Sete unidades independentes foram constituídas a partir do antigo país:
Ao sul, criou-se a República Gaúcha, formada pelos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A eles, em tempo, se associou o Uruguai, havendo concordância em fazer de Montevidéu a capital da nova unidade. Como as facções peronistas cada uma puxava para um lado, a Argentina acabou ficando de fora.
Subindo a costa, constituiu-se a Pauliceia Desvairada, ali onde se localizava o Estado de São Paulo. Em plebiscito, a população do Paraná optou por juntar-se à Pauliceia e não aos Gaúchos.
Na costa leste, formou-se o Reino do Samba, composto por Rio de Janeiro e Bahia, levando de roldão o Espírito Santo. Fiel à sua tradição imperial, essa região constituiu-se como uma monarquia constitucional, elegendo Fernando Gabeira para exercer o Poder Moderador.
Adentrando a região leste, formou-se a República do Grande Sertão Veredas, com capital em Belo Horizonte, e incorporando, além de Minas Gerais, os estados de Goiás e Tocantins.
Na direção da fronteira oeste, formou-se a república do Pantanal Brasiliense, compreendida por Mato Grosso do Sul e do Norte e Rondônia, e incluindo a antiga capital do país, onde ficaram confinados os políticos do ancien régime.
Retornando à costa leste, na fronteira norte do reino do samba e indo na direção noroeste até a fronteira com a floresta amazônica, foi criada a República do Engenho e Arte. Membros do Partido dos Tradicionalistas passaram a chamar essa região de Maquiladora Nordestina, pois ela foi a primeira a realizar tratados de livre comércio com os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Integrou-se, assim, às cadeias produtivas internacionais e se transformou numa verdadeira potência econômica, o que permitiu não só que dispensasse bolsas e transferências fiscais como se tornasse credora do regime fiscal compartilhado da confederação.
Finalmente, ao norte, foi constituído o Parque Ecossustentável do Amazonas, que recebeu uma grande doação dos países nórdicos. Com esses recursos, foi possível redirecionar a Zona Franca de Manaus para a exportação de produtos florestais ambientalmente corretos, tornando a região um exemplo de desenvolvimento sustentável e um símbolo da paz entre os povos.
Foi assim que há cem anos se constituiu a confederação Terra Brasiliensis, que logo passou a crescer harmonicamente, com equidade e sustentabilidade, para se tornar a região mais próspera e feliz do mundo neste início do século XXII.
Ramde Ahcab recebeu este artigo no ano de 2115 da Era Cristã, de um tataraneto de Edmar Bacha, autor da expressão “Belíndia”, para designar um país em que se misturam a Bélgica e a Índia

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Quinto Congresso Latino-Americano de História Econômica (CLADHE V) - São Paulo, 19-21/07/2016

QUINTO CONGRESSO LATINOAMERICANO DE HISTÓRIA ECONÔMICA (CLADHE V)
Universidade de São Paulo, São Paulo (Brasil)
Julho 19 – 21 de 2016

Primeira Circular
O Quinto Congresso Latino-Americano de História Econômica (CLADHE V) se realizará na cidade de São Paulo, Brasil, entre os dias 19 e 21 de Julho de 2016. As instituições organizadoras são as associações de História Econômica da Argentina, do Brasil, do Chile, do Caribe, da Colômbia, do México, do Peru e do Uruguai, assim como da Espanha e de Portugal, como convidadas. A Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica – ABPHE – e a Faculdade de Economia, da Universidade de São Paulo – FEA/USP, com sede na cidade de São Paulo, são as instituições anfitriãs.
Seguindo a tradição dos congressos anteriores realizados desde 2007, o CLADHE V é um espaço acadêmico para debater as recentes pesquisas de história econômica da América Latina, assim como para abordar as perspectivas globais e comparativas com outras regiões. A organização do CLADHE busca incentivar a participação conjunta de pesquisadores dos países latino-americanos e de outras partes do mundo para difundir e discutir seus trabalhos bem como estabelecer agendas de pesquisa comuns. Pesquisadores de História Econômica e áreas afins são convidados a apresentar suas pesquisas.
Os idiomas oficiais do CLADHE V serão o espanhol e o português; entretanto, são bem-vindos também trabalhos em inglês. O congresso será organizado por meio de simpósios, mesas redondas e conferências.

CHAMADA PARA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE SIMPÓSIOS
As propostas de simpósios temáticos serão recebidas entre 1 de Julho e 15 de agosto de 2015 no seguinte endereço eletrônico: cladhe5@gmail.com
Com a finalidade de promover a participação conjunta dos colegas de diversos países e regiões do mundo, cada simpósio deverá contar com ao menos (2) coordenadores de nacionalidades distintas (com no máximo três coordenadores).
A proposta de simpósio temático deverá ser encaminhada com os seguintes documentos:
 Um resumo com justificativa da proposta do simpósio;
 Um curriculum vitae breve dos coordenadores: devem demostrar uma trajetória acadêmica reconhecida relacionada ao tema proposto;
 Uma lista dos potenciais participantes e possíveis comentaristas, especificando em cada caso a filiação institucional.

As sessões devem contar com a participação de apresentadores de diversos países, com no máximo 50% procedente de um mesmo país e os simpósios deverão conter entre 10 e 18 apresentadores.
A aprovação dos simpósios ficará a cargo do Comitê Organizador Internacional (COI) e será comunicada por meio de email aos coordenadores conforme as datas especificadas. A aprovação deverá ser ratificada com a recepção dos trabalhos completos, atendendo ao número máximo e mínimo previsto. Os prazos devem ser cumpridos para que a publicação dos artigos possa ser realizada na página do evento.
Os coordenadores dos simpósios temáticos serão os responsáveis pela avaliação do conteúdo e da qualidade dos textos, bem como da organização dos simpósios. O Comitê Organizador Local deve receber a lista dos apresentadores e de seus artigos, assim como o cronograma de apresentação do Simpósio para publicação no site e no material do congresso.

A INSTITUIÇÃO PROMOTORA: ABPHE
A Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE), fundada em 10 de setembro de 1993, é uma sociedade civil que congrega economistas, historiadores, cientistas sociais e outros estudiosos da história econômica e disciplinas afins (história de empresas, história do pensamento, etc.). A ABPHE é a principal organização científica brasileira em sua área de atuação, promovendo estudos de história econômica por meio de revista especializada (História Econômica & História de Empresas, HE&HE ISSN 1519-3314), publicação de livros e realização de encontros regulares, nos quais a comunidade acadêmica debate artigos e paradigmas de interpretação, tem contato com pesquisas em andamento e dialoga com pesquisadores de outros países.
Entre os sócios honorários da ABPHE encontram-se pesquisadores e estudiosos que trouxeram significativas contribuições ao conhecimento da História Econômica do Brasil, como Alice Canabrava, Annibal Villanova Villela, Charles Ralph Boxer, Eulália Maria Lahmeyer Lobo, Frédéric Mauro, Nelson Werneck Sodré, Celso Furtado e Roberto Cortés Conde. Atualmente a ABPHE conta com cerca de 200 associados que representam profissionais com atuação em diferentes regiões e estados do Brasil.
A ABPHE comemorou no X Congresso Nacional de História Econômica e na XI Conferência Internacional de História de Empresas, em setembro de 2013 em Juiz de Fora/MG, os seus 20 anos de existência com eventos regulares – o Congresso de História Econômica e a Conferência Internacional de História de Empresas. Além disso, desde 2002 tem realizado regularmente o Encontro de Pós-Graduação em História Econômica que reúne mestrandos e doutorandos com pesquisas no campo da História Econômica.
Atualmente a ABPHE é integrante da Associação Latino-Americana de História Econômica (CLADHE) e da Associação Internacional de História Econômica (WEHC). A ABPHE filiou-se à Associação Internacional de História Econômica em 1996 e tem desenvolvido atividades com as associações latino-americanas. Em dezembro de 2007, participou da realização do I Congresso Latino-Americano de História Econômica – CLADHE I, que teve lugar em Montevidéu (Uruguai); em 2010 participou do CLADHE II organizado na Cidade do México (México); em 2012 participou do CLADHE III organizado em Bariloche (Argentina); e, em 2014, esteve no CLADHE IV, organizado na cidade de Bogotá (Colômbia).
A SEDE DO CONGRESSO A sede do congresso será a Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade da USP (FEA). Faculdade criada em 1946, atualmente oferece os cursos de graduação de Administração de Empresas, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e Atuária, e de pós-graduação em Economia, implantado em 1966, e de Administração e de Ciências Contábeis, ambos fundados em 1970. A FEA fica no campus da Universidade de São Paulo, na Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária. Para outras informações: http://www.fea.usp.br/ Diretoria da ABPHE (2013-2015) Presidente: Angelo Alves Carrara (Universidade Federal de Juiz de Fora) Vice-Presidente: Alexandre Macchione Saes (Universidade de São Paulo) Primeiro Secretário: Thiago Fontelas Rosado Gambi (Universidade Federal de Alfenas) Segundo Secretário: Felipe Pereira Loureiro (Universidade de São Paulo) Primeiro Tesoureiro: Afonso Alencastro de Graça Filho (Univ.Federal de São João Del Rei) Segundo Tesoureira: Cláudia Tessari (Universidade Federal de São Paulo).

Comitê Organizador Internacional (COI)
Integrado pelos Presidentes e Vicepresidentes ou Secretários das Associações
Roberto Schmit (AAHE)
Guillermo Banzato (AAHE)
Angelo Alves Carrara (ABPHE)
Alexandre Macchione Saes (ABPHE)
Salomón Kalmanovitz (ACHE)
Edwin Rivera López (ACHE)
Fabián Almonacid (AChHE)
Cesar Yáñez (AChHE)
Carlos Contreras Carranza (APHE)
Bruno Seminario de Marzi (APHE)
Johanna Von Grafenstein (AHEC)
José Antonio Piqueras (AHEC)
Sandra Kuntz (AMHE)
Yovana Celaya (AMHE)
Reto Bertoni (AUDHE)
Javier Rodríguez (AUDHE)

Associações Convidadas
Pablo Martín Aceña (AEHE)
José Miguel Martínez Carrión (AEHE)
José Alvaro Ferreira da Silva (APHES)
Comitê Organizador Local
Alexandre Macchione Saes (Universidade de São Paulo)
Angelo Alves Carrara (Universidade Federal de Juiz de Fora)
Cláudia Tessari (Universidade Federal de São Paulo)
Daniel Feldman (Universidade Federal de São Paulo)
Fábio Alexandre dos Santos (Universidade Federal de São Paulo)
Felipe Pereira Loureiro (Universidade de São Paulo)
Guilherme Grandi (Universidade de São Paulo)
Leonardo Weller (Fundação Getúlio Vargas-SP)
Luciana Suarez Lopes (Universidade de São Paulo)

Rodrigo Ricupero (Universidade de São Paulo)
Thiago Fontelas Rosado Gambi (Universidade Federal de Alfenas)
Vera do Amaral Ferlini (Universidade de São Paulo)

Comitê Acadêmico Internacional (CAI)
Albert Broder (Université de Paris Est‐Créteil, França)
Albert Carreras (Universitat Pompeu Fabra, Espanha)
Andrés Regalsky (Universidad Nacional de Luján e Universidad Nacional de Tres de Febrero, Argentina)
Antonio Ibarra (Universidad Nacional Autónoma de México, México)
Armando Dalla Costa (Universidade Federal do Paraná, Brasil)
Benjamín Nahum (Universidad de la República, Uruguai)
Carlos Dávila (Universidad de los Andes, Colômbia)
Carlos Gabriel Guimaraes (Universidade Federal Fluminense, Brasil)
Carlos Marichal (El Colegio de México, México)
Carlos S. Assadourian (El Colegio de México, México)
César Yáñez (Universidad de Valparaíso, Chile y Universidad de Barcelona, Espanha)
Colin Lewis (London School of Economics, Grã-Bretanha)
Daniel Díaz Fuentes (Universidad de Cantabria, Espanha)
Eduardo Cavieres (Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, Chile)
Eduardo Míguez (Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires e Universidad Nacional de Mar del Plata, Argentina)
Enrique Cárdenas (Centro de Estudios Espinosa Yglesias, México)
Enrique Semo (Universidad Nacional Autónoma de México, México)
Fernanda Olival (Universidade de Évora, Portugal)
Guy Pierre (Universidad Autónoma Ciudad de México e Universidad Quisqueya, Haiti)
Héctor Pérez Brignoli (Universidad de Costa Rica, Costa Rica)
Henry Willebald (Universidad de la República, Uruguai)
Jaime Reis (Universidade de Lisboa, Portugal)
John Coatsworth (Columbia University, Estados Unidos)
Jordi Maluquer (Universitat Autònoma de Barcelona, Espanha)
Jorge Gelman (Universidad de Buenos Aires, Argentina)
José Antonio Ocampo (New York University, Colômbia)
José Luis Cardoso (Universidade de Lisboa, Portugal)
José Miguel Martínez Carrión (Universidad de Murcia, Espanha)
Josué Modesto dos Passos Subrinho (Universidade Federal de Sergipe, Brasil)
Leandro Prados de la Escosura (Universidad Carlos III de Madrid, Espanha)
Luis Bértola (Universidad de la República, Uruguai)
Luis Jáuregui (Instituto de Investigaciones Dr. José María Luis Mora, México)
Maria Lúcia Lamounier (Universidade de São Paulo, Brasil)
María Camou (Universidad de la República, Uruguai)
María Inés Moraes (Universidad de la República, Uruguai)
María Teresa Pérez Picazo (+) (Universidad de Murcia, Espanha)
Mario Cerruti (Universidad Autónoma de Nuevo León, México)
Nicolás Sánchez Albornoz (New York University, Espanha)
Noemí Girbal (Universidad Nacional de Quilmes, Argentina)

Óscar Zanetti (Universidad de La Habana, Cuba)
Pablo Martín Aceña (Universidad de Alcalá, Espanha)
Paola Azar (Universidad de la República, Uruguai)
Pedro Paulo Zahluth Bastos (Universidade Estadual de Campinas, Brasil)
Raúl Jacob (Universidad de la República, Uruguai)
Roberto Cortés Conde (Universidad de San Andrés, Argentina)
Rosemary Thorp (Oxford University, Grã-Bretanha)
Salomón Kalmanovitz (Universidad Jorge Tadeo Lozano, Colômbia)
Sandra Kuntz (El Colegio de México, México)
Stephen Haber (Stanford University, Estados Unidos)
Susana Bandieri (Universidad Nacional del Comahue, Argentina)
Tamás Szmrecsányi (+) (Universidade Estadual de Campinas, Brasil)
Victor Bulmer‐Thomas (Oxford University, Grã-Bretanha)
Wilson Suzigan (Universidade Estadual de Campinas, Brasil)

A frase da semana: com quem faremos a revolucao? - Roberto Arlt

Com quem faremos a revolução? — escreveu Roberto Arlt.
Com os jovens. São estúpidos e entusiastas.

via Janer Cristaldo, A Força dos Mitos
(crônicas escritas em 1975 e 1976, publicadas em ebook em 2013)
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/forcamitos.html

E já que estamos falando do Janer Cristaldo, aqui uma frase dele, que consta do livro
Crônicas da Guerra Fria
"...apesar sua experiência milenar, a Igreja romana ainda não aprendeu que todo index prohibitorum é contraproducente: só serve para vender o que pretendem proibir."
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/cronicasdaguerrafria.html