O autor da matéria lamenta que uma cubana, no caso a irmã de Fidel, Juanita, tenha sido recrutada para trabalhar para a CIA por meio da embaixatriz brasileira em Havana, esposa do Embaixador Vasco Leitão da Cunha, de notórias simpatias pró-americanas. Curiosamente, Vasco Leitão assumiu uma posição pró-cubana, ou melhor pró-Fidel, quando Manoel Pio Correia, no Itamaraty, tentava aprovar moção de censura contra a Cuba de Fidel na OEA, como este último relata em seu livro de memórias aqui citado.
Creio que ele está enganado ao dizer que Pio Correa espionou para a CIA: ele sempre foi anti-comunista, honestamente se ouso dizer (pois confessa quase tudo o que fez contra os comunistas em seu livro de memórias), mas não há registro de que tenha trabalhado para a CIA. Cooperou, sim, com os objetivos norte-americanos no âmbito da Guerra Fria, assim como outros diplomatas mantinham simpatias por Cuba e pela União Soviética no mesmo período.
Creio que essa época tem de ser vista com menos paixão e mais isenção, como tentei fazer neste meu trabalho sobre o mesmo período:
Paulo Roberto de Almeida:
“Do alinhamento recalcitrante à colaboração relutante: o Itamaraty em tempos de AI-5” In: Oswaldo Munteal Filho, Adriano de Freixo e Jacqueline Ventapane Freitas (orgs.), “Tempo Negro, temperatura sufocante": Estado e Sociedade no Brasil do AI-5 (Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, Contraponto, 2008; 396 p. ISBN 978-85-7866-002-4; p. 65-89). (ver o livro neste link).
==========
Juanita e o passado sinistro do Itamaraty
Argemiro Ferreira
Carta Maior, 1.11.2009
Há uma particularidade insólita sobre nosso ministério das Relações Exteriores, o velho Itamaraty. Sempre desfrutou de boa imagem, menos por merecê-la do que pela prática nefasta, talvez de muitos anos, de varrer a sujeira para debaixo do tapete. Atravessou, por exemplo, todo o período da ditadura militar como se vivéssemos no melhor dos mundos, enquanto perseguia diplomatas - intelectuais como Antonio Houaiss, Vinícius de Morais, João Cabral de Melo Neto entre muitos. E prestou-se a papéis indignos mesmo antes do golpe de 1964.
Vale a pena lembrar tais coisas embora neste momento o Itamaraty, com o ministro Celso Amorim à frente, conduza com sucesso uma política externa exemplar. O que sugere revisitar a questão é a iniciativa de uma cubana de Miami, 76 anos de idade, notória pelo detalhe de ser irmã de Fidel e Raul Castro, de revelar num prolixo livro de memórias (Fidel y Raúl, Mis Hermanos – La Historia Secreta, 432 páginas), ter sido agente da CIA, central de espionagem dos EUA, graças à diplomacia brasileira.
Juanita Castro não fez a revelação nesses termos, mas o que escreveu (ou o que escreveu para ela a co-autora mexicana Maria Antonieta Collins, especialista em livros de auto-ajuda que ensinam dietas, receitas, como lidar com ex-maridos, livrar-se do vício do cartão de crédito, etc) permite chegar a tal conclusão. Sem atribuir explicitiamente a carreira de espiã à nossa diplomacia, ela diz ter sido recrutada para a atividade pouco nobre através da mulher do embaixador Vasco Leitão da Cunha, que então servia em Havana.
O péssimo exemplo da embaixatriz
É conveniente esclarecer que, entre outras coisas, agora Juanita se diz traída duas vezes - uma pelo irmão Fidel, a outra pela CIA e os EUA. No primeiro caso, a gente entende: como governante Fidel optou por cuidar dos problemas do país, não dos interesses da família. Quanto ao país que a recebeu, queixou-se de que a CIA no governo do presidente Nixon, eleito em 1968, pediu a ela para mudar o discurso e sustar os ataques a Cuba e Fidel - ou seja, dizer o contrário do que dizia até então.
Mas voltemos à diplomacia. Como chefe da missão do Brasil, o embaixador Leitão da Cunha recebera Juanita como asilada em 1958, ainda no governo JK. Ela alegara correr risco por ser irmã de Fidel, então líder dos guerrilheiros que lutavam contra o ditador Fulgencio Batista. Vitoriosa a revolução no primeiro dia de 1959, ela deixou a embaixada. E em 1961, depois do fracasso (em abril) da invasão da CIA (na baía dos Porcos) a embaixatriz Virginia Leitão, ciente da atividade dela contra o governo revolucionário do irmão, chamou-a para uma conversa. E sugeriu que passasse a colaborar “com uns amigos que conhecem seu trabalho (contra o governo) e querem ajudá-la”.
De acordo com a versão, Virginia encarregou-se de promover o encontro de Juanita com um dos “amigos”, Tony Sforza, então usando o codinome “Enrique”, depois de ter atuado um tempo sob o disfarce de jogador e frequentador de cassinos, com o codinome “Frank Stevens”. Logo depois Juanita passava a operar como agente da CIA em território cubano, com o codinome “Donna”. A se acreditar no livro, durante quase três anos (até 1964, quando foi para os EUA), ela “protegia”, inclusive escondendo em sua casa, críticos e opositores da revolução.
As relações promíscuas de diplomatas
Daí em diante Juanita foi usada permanentemente pela CIA como arma de propaganda. A ligação dela com a espionagem americana não era segredo. Já em 1975, no seu livro Inside the Company - CIA Diary, o ex-espião Philip Agee, citou-a como “agente de propaganda da CIA”. E num livro póstumo de 2005, Spymaster - My Life in the CIA, o célebre Ted Schackley, controvertido ex-chefe de operações da agência, revelou publicamente, pela primeira vez, que o contato da CIA com Juanita Castro tinha sido feito através da embaixatriz brasileira Virginia Leitão da Cunha.
Difícil é entender porque o fato ainda era ocultado no Brasil e porque não se tenta saber mais sobre as relações promíscuas de diplomatas e gente direta ou indiretamente ligada ao Itamaraty, dentro e fora do país? O mesmo livro que fizera (em 1975) a primeira referência à relação de Juanita com a CIA também registrara que no Uruguai, na década de 1960, o embaixador brasileiro Manuel Pio Corrêa atuara como espião da CIA.
Mas só em julho de 2007, graças a série de reportagens do Correio Braziliense durante quatro dias seguidos, o país soube a extensão do papel de Corrêa. Depois de passar pelo Uruguai e pela Argentina ele foi premiado com a secretaria geral do Itamaraty e usou o cargo - e os superpoderes recebidos no governo Castello Branco - para criar insólita máquina de espionagem no ministério, com alcance mundial. Um certo Centro de Informações do Exterior (CIEX) dedicava-se a monitorar em toda parte, com a ajuda de nossos diplomatas, os exilados brasileiros e críticos do regime militar.
D. Hélder e a espionagem de Pio Corrêa
Por alguma razão desconhecida a grande mídia do resto do país, cúmplice do golpe de 1964 e beneficiária da ditadura durante 20 anos, preferiu praticamente ignorar o conteúdo daquelas reportagens. Mas um dos efeitos conspícuos da ação do CIEX pode ter sido a campanha mundial orquestrada pela diplomacia brasileira para impedir a concessão do prêmio Nobel da Paz ao arcebispo Hélder Câmara, que denunciava torturas e abusos contra os direitos humanos no Brasil. A maquinação torpe devia ser hoje motivo de estudo e repúdio na formação dos futuros diplomatas.
Mas os segredos do Itamaraty, ao contrário, parecem intocáveis. No seu livro de memórias, O mundo em que vivi, o próprio Pio Corrêa, ao negar perseguição a Vinícius de Moraes (que se desligou, alega ele, num acordo amistoso) vangloriou-se de ter demitido “pederastas”, “vagabundos” e “bêbados”. Houaiss e João Cabral já eram perseguidos antes da ditadura, como alvos de campanha macarthista liderada, ainda no início da guerra fria, pela Tribuna da Imprensa ao tempo de Carlos Lacerda, que os denunciava como subversivos em manchetes de primeira página.
Seria no mínimo saudável arejar esse passado recente e não perpetuar o sigilo. O Itamaraty foi suspeito antes de ocultar seus erros e ainda os gastos elevados, como se fosse uma caixa preta. O fato de alguém como Virginia Leitão da Cunha - cujo marido ocupou altos cargos, foi até ministro do Exterior da ditadura - ter atuado como espiã a serviço de potência estrangeira, dentro da embaixada brasileira, e recrutado agente para serviço de espionagem de outro país, é vergonha que tem de ser exposta à execração pública, para o exemplo nunca ser seguido. E se deixar de ser feita coisa parecida em relação aos Pio Corrêa da vida, a impunidade funcionará como estímulo no futuro ao mesmo comportamento deprimente - que revela subserviência e rebaixa a qualidade de nossa diplomacia.
http://argemiroferreira.wordpress.com/
======
PS Paulo Roberto de Almeida:
Cabe registrar aqui mais um comentário pessoal, baseado em meu parco conhecimento da vida e das posições do Embaixador Vasco Leitão da Cunha, que deixou um livro de memórias, chamado Diplomacia em Alto Mar.
Enquanto foi representante diplomáatico brasileiro, Vasco Leitao abrigou, na Embaixada do Brasil em Havana, muitos opositores de Batista, na fase revolucionaria, e depois muitos opositores de Fidel, após a vitoria da revoluçnao. Ou seja, fez seu trabalho diplomatico, sem olhar ideologias e paixoes revolucionarias, de um lado e de outro.
Pode-se dizer que era um ecletico, ou um gentleman, como muitos se referem a ele. Em todo caso, era um embaixador ao velho estilo, com todos os tiques e trejeitos dos diplomatas punhos de renda, e tambem, um defensor consciente da opcao americana para o Brasil, um conservador sincero e honesto. O pessoal de esquerda pode chama-lo de reacionario, por causa de sua adesao ao movimento militar em 1964, mas isso porque esse pessoal tambem tem uma visao maniqueista do mundo, um pouco como o Pio Correa, um anticomunista profissional...
Cada um tem direito a sua opiniao, e de expo-la livremente, sem esses maniqueismos tao ridiculos como os de Argemiro Ferreira no arquivo abaixo. Como se outros nao tivessem espionado para os sovieticos.
Mas, claro, apenas a CIA é pecaminosa, ilegitima, desrespeitadora da soberania brasileira e interessada em subordinar o Brasil aos interesses americanos. A URSS e a KGB estavam sinceramente comprometidas com o desenvolvimento brasileiro...
Certos maniqueistas só vem o problema de um lado...
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
sábado, 31 de outubro de 2009
1467) De volta ao problema do Estado e da política
Um leitor deste blog formulou um comentário a propósito deste post:
sábado, 31 de outubro de 2009
1462) A volta do Estado?, Não, segundo Mailson da Nobrega
Ele escreveu o seguinte:
Euclides Vega disse...
"As mudanças tinham o apoio do eleitorado, que elegeu e reelegeu os líderes que conduziram as reformas."
Professor, essa é a única coisa que me deixa intrigado: tanto os estatistas como os liberais dizem que suas políticas tem o apoio do eleitorado. Não sei, parece-me que o eleitorado, por mais educado que seja, não é capaz de compreender as tecnicidades do sistema financeiro. Talvez, a economia 'popular' e somente esta, pese no voto, e quanto mais quanto maior for a educação e menores forem as demais questões políticas. Estou sendo por demais óbvio?
Sábado, Outubro 31, 2009 7:07:00
Eu lhe respondi o que segue:
Esta é a questão clássica, que perturbou muitas mentes instintivamente democráticas -- como Tocqueville, por exemplo -- mas que se preocupavam com a qualidade da democracia, ou sua sustentabilidade, em face dos simplismos políticos, da demagogia, dos abusos da liberdade. Não nos esqueçamos que, até o século 18, o conceito de democracia era basicamente depreciativo, ou seja, querendo significar o governo do povinho miudo, das massas ignaras, das turbas manipuláveis e, portanto, um regime condenável.
Para alguns gregos, como Aristóteles, a democracia tinha sempre uma degeneração qualquer.
Muitos escritores do início ainda do século 19 se opunham à "democracia", pois não pretendiam que seus países caíssem nas mãos de populistas e demagogos, dada a tendência do povinho miudo em seguir aqueles que faziam as promessas mais mirabolantes.
De fato, todos os governantes dizem que suas políticas foram previamente sancionadas nas urnas -- posto que eles ganharam por número de votos -- e que portanto eles têm todo o direito de implementar "aquelas" políticas que receberam "consagração" nas urnas.
Sabemos que isso não é verdade, pois que dificilmente você desce a detalhes orçamentários e de organização e funcionamento do Estado durante uma campanha eleitoral, assim como você nunca discute a forma e o conteúdo de muitas politicas setoriais que são apresentadas genericamente durante a campanha.
Portanto, a alegação não se sustenta e você não está sendo óbvio, apenas traduzindo um dilema que é nosso e de todo sistema político.
Nenhum eleitorado, por mais educado que seja, pode dar um voto tão preciso e focado, que alcance as definições técnicas de um sistema financeiro ou mesmo a organização educacional, por exemplo. Isso é impossivel.
Daí que o Parlamento tem um enorme papel e uma grande responsabilidade. Quando os representantes parlamentares são despreparados e corruptos, então a situação se complica. Claro, num país pode existir uma burocracia esclarecida e bem intencionada, mas o papel dos líderes políticos é fundamental.
Não existem soluções simplistas, ou fáceis, a este dilema eterno.
Paulo Roberto de Almeida
31.10.2009
sábado, 31 de outubro de 2009
1462) A volta do Estado?, Não, segundo Mailson da Nobrega
Ele escreveu o seguinte:
Euclides Vega disse...
"As mudanças tinham o apoio do eleitorado, que elegeu e reelegeu os líderes que conduziram as reformas."
Professor, essa é a única coisa que me deixa intrigado: tanto os estatistas como os liberais dizem que suas políticas tem o apoio do eleitorado. Não sei, parece-me que o eleitorado, por mais educado que seja, não é capaz de compreender as tecnicidades do sistema financeiro. Talvez, a economia 'popular' e somente esta, pese no voto, e quanto mais quanto maior for a educação e menores forem as demais questões políticas. Estou sendo por demais óbvio?
Sábado, Outubro 31, 2009 7:07:00
Eu lhe respondi o que segue:
Esta é a questão clássica, que perturbou muitas mentes instintivamente democráticas -- como Tocqueville, por exemplo -- mas que se preocupavam com a qualidade da democracia, ou sua sustentabilidade, em face dos simplismos políticos, da demagogia, dos abusos da liberdade. Não nos esqueçamos que, até o século 18, o conceito de democracia era basicamente depreciativo, ou seja, querendo significar o governo do povinho miudo, das massas ignaras, das turbas manipuláveis e, portanto, um regime condenável.
Para alguns gregos, como Aristóteles, a democracia tinha sempre uma degeneração qualquer.
Muitos escritores do início ainda do século 19 se opunham à "democracia", pois não pretendiam que seus países caíssem nas mãos de populistas e demagogos, dada a tendência do povinho miudo em seguir aqueles que faziam as promessas mais mirabolantes.
De fato, todos os governantes dizem que suas políticas foram previamente sancionadas nas urnas -- posto que eles ganharam por número de votos -- e que portanto eles têm todo o direito de implementar "aquelas" políticas que receberam "consagração" nas urnas.
Sabemos que isso não é verdade, pois que dificilmente você desce a detalhes orçamentários e de organização e funcionamento do Estado durante uma campanha eleitoral, assim como você nunca discute a forma e o conteúdo de muitas politicas setoriais que são apresentadas genericamente durante a campanha.
Portanto, a alegação não se sustenta e você não está sendo óbvio, apenas traduzindo um dilema que é nosso e de todo sistema político.
Nenhum eleitorado, por mais educado que seja, pode dar um voto tão preciso e focado, que alcance as definições técnicas de um sistema financeiro ou mesmo a organização educacional, por exemplo. Isso é impossivel.
Daí que o Parlamento tem um enorme papel e uma grande responsabilidade. Quando os representantes parlamentares são despreparados e corruptos, então a situação se complica. Claro, num país pode existir uma burocracia esclarecida e bem intencionada, mas o papel dos líderes políticos é fundamental.
Não existem soluções simplistas, ou fáceis, a este dilema eterno.
Paulo Roberto de Almeida
31.10.2009
1466) O ranking das universidades brasileiras
Segundo os critérios e a metodologia adotados pela Shanghai Jiao Tong University, Shanghai, China.
Academic Ranking of World Universities – 2009
Brazil
Region: Americas
National Rank - Institution - World Rank - Regional Rank
1 - University of Sao Paulo - 101-151 - 60-77
2 - State University of Campinas - 201-302 - 100-134
3-4 - Federal University of Minas Gerais - 303-401 - 135-162
3-4 - Federal University of Rio de Janeiro - 303-401 - 135-162
5-6 - Federal University of Rio Grande do Sul - 402-501 - 163-184
5-6 - Sao Paulo State University - 402-501 - 163-184
Academic Ranking of World Universities – 2009
Brazil
Region: Americas
National Rank - Institution - World Rank - Regional Rank
1 - University of Sao Paulo - 101-151 - 60-77
2 - State University of Campinas - 201-302 - 100-134
3-4 - Federal University of Minas Gerais - 303-401 - 135-162
3-4 - Federal University of Rio de Janeiro - 303-401 - 135-162
5-6 - Federal University of Rio Grande do Sul - 402-501 - 163-184
5-6 - Sao Paulo State University - 402-501 - 163-184
1465) Academic Ranking in Social Sciences
According to Shanghai Jiao Tong University, Shanghai, China
Available at: http://www.arwu.org/ARWUFIELD2009SOC.jsp
Academic Ranking of World Universities in Social Sciences - 2009
Methodology | Statistics
World Rank Institution* Country Score on Alumni Score on Award Score on HiCi Score on PUB Score on TOP Total Score
1 Harvard University
100 53 100 100 88 100
2 University of Chicago
71 100 79 74 100 95.0
3 Stanford University
29 33 89 74 94 80.1
4 Columbia University
58 72 58 79 84 80.0
5 Massachusetts Institute of Technology (MIT)
96 53 56 60 95 78.3
6 Princeton University
71 63 64 57 92 77.6
7 University of California, Berkeley
50 57 61 79 84 77.4
8 Yale University
71 40 57 65 90 73.9
9 University of Pennsylvania
0 28 74 79 88 72.0
10 New York University
0 32 49 75 95 66.1
11 University of Michigan - Ann Arbor
0 0 63 81 89 64.8
12 University of Minnesota, Twin Cities
41 26 36 70 86 62.5
13 University of California, Los Angeles
41 0 40 74 85 59.7
14 Northwestern University
0 0 56 67 91 59.5
15 Carnegie Mellon University
65 36 28 41 88 57.1
16 University of Cambridge
58 64 16 63 64 56.7
17 Duke University
0 0 46 65 91 56.3
17 University of Maryland, College Park
0 32 32 68 83 56.3
17 University of Oxford
41 20 28 75 71 56.3
20 The University of Texas at Austin
0 0 51 69 82 56.2
21 Pennsylvania State University - University Park
0 0 43 70 87 55.5
22 University of Wisconsin - Madison
0 0 43 71 82 54.5
23 University of North Carolina at Chapel Hill
0 0 40 67 87 54.0
24 University of California, San Diego
0 32 38 47 84 52.5
25 London School of Economics and Political Science
29 0 28 72 76 52.2
25 The Ohio State University - Columbus
0 0 36 69 83 52.2
27 Arizona State University - Tempe
0 23 28 62 82 51.8
28 University of Washington
0 0 32 67 85 51.2
29 University of British Columbia
29 0 28 61 79 50.1
30 Cornell University
41 0 16 67 79 49.7
31 Washington University in St. Louis
0 28 23 51 88 49.6
32 Michigan State University
0 0 28 68 81 49.1
33 Indiana University Bloomington
0 0 28 67 78 48.2
34 The Johns Hopkins University
50 0 23 43 87 48.1
35 Vanderbilt University
0 0 40 53 79 47.5
36 University of Southern California
0 0 28 61 81 47.2
37 University of Rochester
0 0 43 36 90 47.0
38 McMaster University
41 0 28 42 80 46.1
39 University of Illinois at Urbana-Champaign
0 0 23 68 74 45.9
40 Boston University
0 0 34 52 77 45.4
41 University of California, Davis
0 0 16 53 92 44.8
42 George Mason University
0 47 16 48 66 44.0
43 Brown University
0 0 32 39 86 43.9
44 Emory University
0 0 16 47 93 43.4
44 Georgetown University
0 0 16 54 86 43.4
44 Rutgers, The State University of New Jersey - New Brunswick
0 0 32 52 71 43.4
47 University of Pittsburgh
0 0 23 52 80 43.3
48 Dartmouth College
0 0 23 35 97 43.1
49 University of Arizona
0 0 16 53 85 42.7
49 University of Colorado at Boulder
0 0 23 49 81 42.7
49 University of Iowa
0 0 16 49 89 42.7
52-75 California Institute of Technology
41 0 23 31 77
52-75 Florida State University
0 0 16 60 73
52-75 McGill University
0 0 23 47 70
52-75 Purdue University - West Lafayette
0 0 16 52 72
52-75 Rice University
0 0 16 35 87
52-75 State University of New York at Albany
0 0 28 45 77
52-75 Tel Aviv University
0 0 16 45 77
52-75 Texas A&M University - College Station
0 0 16 57 78
52-75 The George Washington University
0 0 0 51 91
52-75 The Hebrew University of Jerusalem
29 32 0 49 72
52-75 The Hong Kong University of Science and Technology
0 0 16 36 88
52-75 The University of Georgia
0 0 16 61 76
52-75 The University of Texas at Dallas
0 0 23 39 86
52-75 University College London
0 0 16 56 79
52-75 University of Amsterdam
0 0 16 60 66
52-75 University of California, Irvine
0 0 16 49 79
52-75 University of California, Santa Barbara
0 23 16 42 75
52-75 University of Copenhagen
0 0 23 41 75
52-75 University of Florida
0 0 16 52 77
52-75 University of Illinois at Chicago
0 0 16 53 71
52-75 University of Toronto
0 0 0 75 76
52-75 University of Utah
0 0 23 41 84
52-75 University of Virginia
0 0 16 49 87
52-75 University of Warwick
0 0 32 57 61
76-100 Catholic University of Louvain
0 0 16 46 69
76-100 Erasmus University
0 14 0 52 77
76-100 London Business School
0 0 0 37 91
76-100 North Carolina State University - Raleigh
0 0 20 42 67
76-100 Queen's University
0 0 16 38 70
76-100 Simon Fraser University
0 0 16 43 73
76-100 State University of New York at Stony Brook
0 0 16 30 88
76-100 The Australian National University
0 0 16 57 62
76-100 The University of Edinburgh
29 0 0 53 65
76-100 The University of Manchester
0 0 0 69 63
76-100 The University of Western Ontario
0 0 11 42 79
76-100 Tilburg University
0 0 0 54 70
76-100 University of Bristol
0 0 16 46 71
76-100 University of East Anglia
0 0 23 36 65
76-100 University of Massachusetts Amherst
0 0 16 36 77
76-100 University of Miami
0 0 23 35 77
76-100 University of Missouri - Columbia
0 0 0 49 77
76-100 University of Montreal
0 0 16 52 66
76-100 University of Nebraska - Lincoln
0 0 16 38 74
76-100 University of Notre Dame
0 0 0 40 89
76-100 University of Nottingham
29 0 0 61 65
76-100 University of Oklahoma - Norman
0 0 16 38 72
76-100 University of Oslo
0 38 0 43 66
76-100 University of South Carolina - Columbia
0 0 16 46 76
76-100 VU University Amsterdam
0 0 0 52 74
Available at: http://www.arwu.org/ARWUFIELD2009SOC.jsp
Academic Ranking of World Universities in Social Sciences - 2009
Methodology | Statistics
World Rank Institution* Country Score on Alumni Score on Award Score on HiCi Score on PUB Score on TOP Total Score
1 Harvard University
100 53 100 100 88 100
2 University of Chicago
71 100 79 74 100 95.0
3 Stanford University
29 33 89 74 94 80.1
4 Columbia University
58 72 58 79 84 80.0
5 Massachusetts Institute of Technology (MIT)
96 53 56 60 95 78.3
6 Princeton University
71 63 64 57 92 77.6
7 University of California, Berkeley
50 57 61 79 84 77.4
8 Yale University
71 40 57 65 90 73.9
9 University of Pennsylvania
0 28 74 79 88 72.0
10 New York University
0 32 49 75 95 66.1
11 University of Michigan - Ann Arbor
0 0 63 81 89 64.8
12 University of Minnesota, Twin Cities
41 26 36 70 86 62.5
13 University of California, Los Angeles
41 0 40 74 85 59.7
14 Northwestern University
0 0 56 67 91 59.5
15 Carnegie Mellon University
65 36 28 41 88 57.1
16 University of Cambridge
58 64 16 63 64 56.7
17 Duke University
0 0 46 65 91 56.3
17 University of Maryland, College Park
0 32 32 68 83 56.3
17 University of Oxford
41 20 28 75 71 56.3
20 The University of Texas at Austin
0 0 51 69 82 56.2
21 Pennsylvania State University - University Park
0 0 43 70 87 55.5
22 University of Wisconsin - Madison
0 0 43 71 82 54.5
23 University of North Carolina at Chapel Hill
0 0 40 67 87 54.0
24 University of California, San Diego
0 32 38 47 84 52.5
25 London School of Economics and Political Science
29 0 28 72 76 52.2
25 The Ohio State University - Columbus
0 0 36 69 83 52.2
27 Arizona State University - Tempe
0 23 28 62 82 51.8
28 University of Washington
0 0 32 67 85 51.2
29 University of British Columbia
29 0 28 61 79 50.1
30 Cornell University
41 0 16 67 79 49.7
31 Washington University in St. Louis
0 28 23 51 88 49.6
32 Michigan State University
0 0 28 68 81 49.1
33 Indiana University Bloomington
0 0 28 67 78 48.2
34 The Johns Hopkins University
50 0 23 43 87 48.1
35 Vanderbilt University
0 0 40 53 79 47.5
36 University of Southern California
0 0 28 61 81 47.2
37 University of Rochester
0 0 43 36 90 47.0
38 McMaster University
41 0 28 42 80 46.1
39 University of Illinois at Urbana-Champaign
0 0 23 68 74 45.9
40 Boston University
0 0 34 52 77 45.4
41 University of California, Davis
0 0 16 53 92 44.8
42 George Mason University
0 47 16 48 66 44.0
43 Brown University
0 0 32 39 86 43.9
44 Emory University
0 0 16 47 93 43.4
44 Georgetown University
0 0 16 54 86 43.4
44 Rutgers, The State University of New Jersey - New Brunswick
0 0 32 52 71 43.4
47 University of Pittsburgh
0 0 23 52 80 43.3
48 Dartmouth College
0 0 23 35 97 43.1
49 University of Arizona
0 0 16 53 85 42.7
49 University of Colorado at Boulder
0 0 23 49 81 42.7
49 University of Iowa
0 0 16 49 89 42.7
52-75 California Institute of Technology
41 0 23 31 77
52-75 Florida State University
0 0 16 60 73
52-75 McGill University
0 0 23 47 70
52-75 Purdue University - West Lafayette
0 0 16 52 72
52-75 Rice University
0 0 16 35 87
52-75 State University of New York at Albany
0 0 28 45 77
52-75 Tel Aviv University
0 0 16 45 77
52-75 Texas A&M University - College Station
0 0 16 57 78
52-75 The George Washington University
0 0 0 51 91
52-75 The Hebrew University of Jerusalem
29 32 0 49 72
52-75 The Hong Kong University of Science and Technology
0 0 16 36 88
52-75 The University of Georgia
0 0 16 61 76
52-75 The University of Texas at Dallas
0 0 23 39 86
52-75 University College London
0 0 16 56 79
52-75 University of Amsterdam
0 0 16 60 66
52-75 University of California, Irvine
0 0 16 49 79
52-75 University of California, Santa Barbara
0 23 16 42 75
52-75 University of Copenhagen
0 0 23 41 75
52-75 University of Florida
0 0 16 52 77
52-75 University of Illinois at Chicago
0 0 16 53 71
52-75 University of Toronto
0 0 0 75 76
52-75 University of Utah
0 0 23 41 84
52-75 University of Virginia
0 0 16 49 87
52-75 University of Warwick
0 0 32 57 61
76-100 Catholic University of Louvain
0 0 16 46 69
76-100 Erasmus University
0 14 0 52 77
76-100 London Business School
0 0 0 37 91
76-100 North Carolina State University - Raleigh
0 0 20 42 67
76-100 Queen's University
0 0 16 38 70
76-100 Simon Fraser University
0 0 16 43 73
76-100 State University of New York at Stony Brook
0 0 16 30 88
76-100 The Australian National University
0 0 16 57 62
76-100 The University of Edinburgh
29 0 0 53 65
76-100 The University of Manchester
0 0 0 69 63
76-100 The University of Western Ontario
0 0 11 42 79
76-100 Tilburg University
0 0 0 54 70
76-100 University of Bristol
0 0 16 46 71
76-100 University of East Anglia
0 0 23 36 65
76-100 University of Massachusetts Amherst
0 0 16 36 77
76-100 University of Miami
0 0 23 35 77
76-100 University of Missouri - Columbia
0 0 0 49 77
76-100 University of Montreal
0 0 16 52 66
76-100 University of Nebraska - Lincoln
0 0 16 38 74
76-100 University of Notre Dame
0 0 0 40 89
76-100 University of Nottingham
29 0 0 61 65
76-100 University of Oklahoma - Norman
0 0 16 38 72
76-100 University of Oslo
0 38 0 43 66
76-100 University of South Carolina - Columbia
0 0 16 46 76
76-100 VU University Amsterdam
0 0 0 52 74
1464) The Story of Academic Rankings - Nian Cai Liu, Shanghai Jiao Tong University
The Story of Academic Rankings
Nian Cai Liu
Professor and Dean of the Graduate School of Education, Shanghai Jiao Tong University, Shanghai, China.
E-mail
Building world-class universities has been the dream of generations of Chinese. At the 100th anniversary of Peking University in May 1998, the then president of China declared that the country should have several world-class universities—resulting in the 985 Project, which is especially for building world-class universities in China.
In 1998, Shanghai Jiao Tong University was selected by the Chinese government to be among the first group of nine universities in the 985 Project. At that time, many top Chinese universities drew up their strategic goals as world-class universities, and most of them set up a timetable. Shanghai Jiao Tong University was no exception. As a professor and vice-dean of the School of Chemistry and Chemical Engineering of the university, I became involved in the strategic planning process of building Shanghai Jiao Tong University into a world-class university.
During the process, I asked myself many questions. What is the definition of a world-class university? How many world-class universities should there be globally? What are the positions of top Chinese universities in the world higher education system? How can top Chinese universities reduce their gap with world-class universities? In order to answer these questions, I started to benchmark top Chinese universities with world-class universities and eventually to rank the world universities.
The Global Position of Chinese Universities
From 1999 to 2001, with Dr. Ying Cheng and two other colleagues, I worked on the project of benchmarking top Chinese universities with four groups of US universities, from the very top to ordinary research universities. The main conclusions include that top Chinese universities were estimated to be in the position of 200 to 300 in the world. The results of these comparisons and analyses were used in the strategic planning process of Shanghai Jiao Tong University. Eventually, a consultation report was written and provided to the Ministry of Education of China.
The publication of the report resulted in numerous positive comments, many of which involved the possibility of making a real ranking of world universities. During the time, many foreign friends, who visited us for other purposes, learned about our study and encouraged us to do world rankings. They reminded us that not only in China but also universities, governments, and other stakeholders in the rest of the world are interested in the ranking of world universities. Therefore, I decided to undertake this project, and with three colleagues spent another two years until the Academic Ranking of World Universities was completed in early 2003.
In June 2003, the ranking was published on our Web site (http://www.arwu.org). Although about 1,200 institutions from all over the world have actually been ranked, only the lists of the top 500 institutions have been published on the Web. Considering the significance of differences in the total scale, the ranking results include groups of 50 institutions in the range of 100 to 200 and groups of 100 institutions in the range of 200 to 500.
Ranking by Broad Subject Fields
Ever since its publication, the ranking has attracted attention from all over the world. Numerous requests have been received, asking us to provide a ranking of world universities by broad subject fields or by schools and colleges. We have tried to respond to these requests and the results were published on our Web site in February 2007. The five broad subject fields include the natural sciences and mathematics, engineering/technology and computer sciences, life and agriculture sciences, clinical medicine and pharmacy, and the social sciences.
Arts and humanities were not ranked because of the technical difficulties in finding internationally comparable indicators with reliable data. Psychology and other cross-disciplinary fields were not included in the ranking because of their interdisciplinary characteristics. Two new indicators were introduced: first, the percentage of articles published in the top 20 percent journals of each broad subject field and, second, the research expenditures (for engineering ranking). The list of top 100 universities in each broad subject field was published.
Ongoing Efforts to Diversify the Ranking
The Academic Ranking of World Universities sought to rank research universities in the world by their academic or research performance based on internationally comparable third-party data that everyone could check. The project was carried out for our academic interests, with potential impact on the strategic planning of Chinese universities.
Methodological problems involve the balance of research with teaching and service in ranking indicators and weights—inclusion of non-English publications, the selection of awards, and the experience of award winners. Technical problems exist in the definition and name given to institutions, data searching and cleanup of databases, and attribution of publications to institutions and broad subject fields. We have been working hard to study all the above-mentioned problems and to improve our ranking.
In addition to the broad subject field ranking, we are surveying the possibilities of providing more diversified ranking lists, particularly rankings based on different types of universities with different functions, disciplinary characteristics, history, size, and budget, as well as other topics. Furthermore, we have been doing theoretical research on ranking in general, seeking to contribute to the understanding of ranking. We have also been actively participating in international societies related to ranking such as the International Ranking Expert Group—International Observatory on Academic Ranking and Excellence (http://www.ireg-observatory.org).
Conclusion
Any ranking is controversial, and no ranking is absolutely objective. Nevertheless, university rankings have become popular in almost all major countries in the world. Whether universities and other stakeholders agree, ranking systems clearly are here to stay. The key issue then becomes how to improve ranking systems and how to use their results properly. Ranking methodologies should always be examined carefully before looking at any ranking lists, and ranking results should be used with caution.
Authors note: For additional information about the Shanghai higher education rankings, see http://www.arwu.org.
[Online] Available: http://www.bc.edu/bc_org/avp/soe/cihe/newsletter/Number54/p2_Liu.htm
Nian Cai Liu
Professor and Dean of the Graduate School of Education, Shanghai Jiao Tong University, Shanghai, China.
Building world-class universities has been the dream of generations of Chinese. At the 100th anniversary of Peking University in May 1998, the then president of China declared that the country should have several world-class universities—resulting in the 985 Project, which is especially for building world-class universities in China.
In 1998, Shanghai Jiao Tong University was selected by the Chinese government to be among the first group of nine universities in the 985 Project. At that time, many top Chinese universities drew up their strategic goals as world-class universities, and most of them set up a timetable. Shanghai Jiao Tong University was no exception. As a professor and vice-dean of the School of Chemistry and Chemical Engineering of the university, I became involved in the strategic planning process of building Shanghai Jiao Tong University into a world-class university.
During the process, I asked myself many questions. What is the definition of a world-class university? How many world-class universities should there be globally? What are the positions of top Chinese universities in the world higher education system? How can top Chinese universities reduce their gap with world-class universities? In order to answer these questions, I started to benchmark top Chinese universities with world-class universities and eventually to rank the world universities.
The Global Position of Chinese Universities
From 1999 to 2001, with Dr. Ying Cheng and two other colleagues, I worked on the project of benchmarking top Chinese universities with four groups of US universities, from the very top to ordinary research universities. The main conclusions include that top Chinese universities were estimated to be in the position of 200 to 300 in the world. The results of these comparisons and analyses were used in the strategic planning process of Shanghai Jiao Tong University. Eventually, a consultation report was written and provided to the Ministry of Education of China.
The publication of the report resulted in numerous positive comments, many of which involved the possibility of making a real ranking of world universities. During the time, many foreign friends, who visited us for other purposes, learned about our study and encouraged us to do world rankings. They reminded us that not only in China but also universities, governments, and other stakeholders in the rest of the world are interested in the ranking of world universities. Therefore, I decided to undertake this project, and with three colleagues spent another two years until the Academic Ranking of World Universities was completed in early 2003.
In June 2003, the ranking was published on our Web site (http://www.arwu.org). Although about 1,200 institutions from all over the world have actually been ranked, only the lists of the top 500 institutions have been published on the Web. Considering the significance of differences in the total scale, the ranking results include groups of 50 institutions in the range of 100 to 200 and groups of 100 institutions in the range of 200 to 500.
Ranking by Broad Subject Fields
Ever since its publication, the ranking has attracted attention from all over the world. Numerous requests have been received, asking us to provide a ranking of world universities by broad subject fields or by schools and colleges. We have tried to respond to these requests and the results were published on our Web site in February 2007. The five broad subject fields include the natural sciences and mathematics, engineering/technology and computer sciences, life and agriculture sciences, clinical medicine and pharmacy, and the social sciences.
Arts and humanities were not ranked because of the technical difficulties in finding internationally comparable indicators with reliable data. Psychology and other cross-disciplinary fields were not included in the ranking because of their interdisciplinary characteristics. Two new indicators were introduced: first, the percentage of articles published in the top 20 percent journals of each broad subject field and, second, the research expenditures (for engineering ranking). The list of top 100 universities in each broad subject field was published.
Ongoing Efforts to Diversify the Ranking
The Academic Ranking of World Universities sought to rank research universities in the world by their academic or research performance based on internationally comparable third-party data that everyone could check. The project was carried out for our academic interests, with potential impact on the strategic planning of Chinese universities.
Methodological problems involve the balance of research with teaching and service in ranking indicators and weights—inclusion of non-English publications, the selection of awards, and the experience of award winners. Technical problems exist in the definition and name given to institutions, data searching and cleanup of databases, and attribution of publications to institutions and broad subject fields. We have been working hard to study all the above-mentioned problems and to improve our ranking.
In addition to the broad subject field ranking, we are surveying the possibilities of providing more diversified ranking lists, particularly rankings based on different types of universities with different functions, disciplinary characteristics, history, size, and budget, as well as other topics. Furthermore, we have been doing theoretical research on ranking in general, seeking to contribute to the understanding of ranking. We have also been actively participating in international societies related to ranking such as the International Ranking Expert Group—International Observatory on Academic Ranking and Excellence (http://www.ireg-observatory.org).
Conclusion
Any ranking is controversial, and no ranking is absolutely objective. Nevertheless, university rankings have become popular in almost all major countries in the world. Whether universities and other stakeholders agree, ranking systems clearly are here to stay. The key issue then becomes how to improve ranking systems and how to use their results properly. Ranking methodologies should always be examined carefully before looking at any ranking lists, and ranking results should be used with caution.
Authors note: For additional information about the Shanghai higher education rankings, see http://www.arwu.org.
[Online] Available: http://www.bc.edu/bc_org/avp/soe/cihe/newsletter/Number54/p2_Liu.htm
1463) Como inviabilizar a industria farmaceutica de um pais em seis meses...
É o que promete - a despeito de protestos em contrario -- o presidente do Equador, ao cancelar patentes e conceder licenciamentos compulsorios de quase duzentos medicamentos.
Ele pensa que os laboratórios nacionais serão capazes de fabricá-los.
Vai descobrir que não, e a população estará em muito pios situação do que antes, tendo de importar, contrabandear, pagar com ágio remédios que desaparecerão das farmácias.
Certas pessoas não aprendem absolutamente nada. Deve ser um virus, mas não se conhecem medicamentos contra estatismo agudo e anticapitalismo galopante.
O estado febril do país tende a se agravar...
L'Equateur défie l'industrie pharmaceutique
Rio de Janeiro Correspondant régional
Le Monde, 30 octobre 2009
L'Equateur vient de décider de produire ou d'importer plus de deux mille médicaments, en passant outre les brevets déposés par les multinationales pharmaceutiques. En annonçant cette décision, confirmée par un décret entré en vigueur le 23 octobre, le président équatorien, Rafael Correa, l'a justifiée, au nom de la santé publique, par la nécessité d'élargir l'accès de la population à des médicaments qui, du fait de cette mesure, seront bien meilleur marché.
Près de la moitié des 14 millions d'Equatoriens vivent sous le seuil de pauvreté. "Plus jamais de médicaments avec brevet, a promis le chef de l'Etat dans son allocution hebdomadaire radiotélévisée. Chaque fois que nous pourrons éliminer les brevets et mettre en place une licence obligatoire, nous le ferons."
La licence obligatoire est une procédure par laquelle un Etat contraint, au nom de l'intérêt public, les propriétaires des brevets à autoriser un tiers à entrer en concurrence avec eux sur le marché, à armes égales. Pour compenser la perte des bénéfices que rapporte la fabrication exclusive des médicaments sous brevet, le pays devra verser aux entreprises lésées "une rémunération adéquate", selon les termes de l'accord de l'Organisation mondiale du commerce (OMC) sur la propriété intellectuelle.
Cette attaque contre les brevets pharmaceutiques s'inscrit dans le processus de radicalisation de la "révolution citoyenne et pacifique", accéléré par le président Correa après sa réélection pour un deuxième mandat, en août 2009. Partisan, à l'instar de son homologue vénézuélien Hugo Chavez, de l'instauration dans son pays d'un "socialisme du XXIe siècle", M. Correa affirme souvent vouloir renforcer "la souveraineté nationale" contre "la voracité du capital".
Sur ce "nouveau champ de bataille", il dit vouloir obliger, par une politique "pionnière", les multinationales à concéder à des entreprises nationales "la production de certains médicaments", ajoutant : "Nous ne croyons pas aux droits de propriété néolibéraux à s'approprier jusqu'à la connaissance, qui est un bien public. Les multinationales font payer très cher les brevets. Ainsi, les gens peuvent, faute d'argent pour se traiter, mourir du cancer ou du sida. Les médicaments ne peuvent être considérés comme une marchandise."
Quito assure que ce mécanisme de substitution des brevets par des licences, loin d'être confiscatoire, est conforme au droit international et prévu en toutes lettres par des dispositions de l'OMC, au bénéfice des pays en situation d'urgence sanitaire.
Cette politique sera mise en oeuvre par l'Institut équatorien de la propriété intellectuelle (IEPI). Son président, Andres Ycaza, a précisé que le décret présidentiel s'appliquait à 2 241 brevets déposés par 177 laboratoires pharmaceutiques.
Selon un rapport du cabinet Etudes Intercontinental Marketing Services, cité par le quotidien El Comercio, 243 entreprises pharmaceutiques opèrent en Equateur, dont 177 étrangères, sur un marché qui représente 720 millions de dollars annuels (485 millions d'euros).
Le chef de l'Etat annonce une "baisse drastique" des prix des médicaments. Reste à savoir quand et comment ? Selon Renato Carlo, responsable de l'Association des laboratoires pharmaceutiques équatoriens (ALFE), la baisse pourrait commencer à se faire sentir "dans six à douze mois".
L'IEPI dit être prêt à concéder les licences une fois qu'il aura reçu la liste des médicaments jugés prioritaires. Les brevets à convertir en licences seraient environ au nombre de deux cents. Ils concerneraient notamment le traitement du cancer, du sida, du diabète, de l'hypertension et de plusieurs maladies moins graves et plus répandues.
Les professionnels prévoient une diminution des importations de médicaments au profit de l'industrie nationale. "Nos ventes vont diminuer, estime Edwin Lucero, administrateur de la société Farmacias Cruz Azul. Dans un premier temps, il y aura une rupture d'approvisionnement car 5 % seulement de nos stocks sont fabriqués dans les laboratoires nationaux."
L'industrie nationale produit à peine 13 % de la totalité des médicaments consommés en Equateur. Le gouvernement se dit persuadé que celle-ci relèvera le défi qui lui est lancé car elle ne tourne actuellement qu'à 40 % de ses capacités. "Elle génère 3 000 emplois directs. Ce chiffre quintuplera, lorsqu'elle fonctionnera à plein rendement", prédit M. Carlo.
Les professionnels du secteur sont plus sceptiques. Ils soulignent que la plupart des laboratoires se cantonnent au conditionnement des médicaments et ne disposent pas des formules chimiques. Antonio Quezada, gérant du groupe Difare souligne : "L'industrie locale n'en est pas au stade de la transformation chimique. Elle devra donc importer les principes actifs - les molécules - de certains médicaments. Ce sera un long processus."
Ele pensa que os laboratórios nacionais serão capazes de fabricá-los.
Vai descobrir que não, e a população estará em muito pios situação do que antes, tendo de importar, contrabandear, pagar com ágio remédios que desaparecerão das farmácias.
Certas pessoas não aprendem absolutamente nada. Deve ser um virus, mas não se conhecem medicamentos contra estatismo agudo e anticapitalismo galopante.
O estado febril do país tende a se agravar...
L'Equateur défie l'industrie pharmaceutique
Rio de Janeiro Correspondant régional
Le Monde, 30 octobre 2009
L'Equateur vient de décider de produire ou d'importer plus de deux mille médicaments, en passant outre les brevets déposés par les multinationales pharmaceutiques. En annonçant cette décision, confirmée par un décret entré en vigueur le 23 octobre, le président équatorien, Rafael Correa, l'a justifiée, au nom de la santé publique, par la nécessité d'élargir l'accès de la population à des médicaments qui, du fait de cette mesure, seront bien meilleur marché.
Près de la moitié des 14 millions d'Equatoriens vivent sous le seuil de pauvreté. "Plus jamais de médicaments avec brevet, a promis le chef de l'Etat dans son allocution hebdomadaire radiotélévisée. Chaque fois que nous pourrons éliminer les brevets et mettre en place une licence obligatoire, nous le ferons."
La licence obligatoire est une procédure par laquelle un Etat contraint, au nom de l'intérêt public, les propriétaires des brevets à autoriser un tiers à entrer en concurrence avec eux sur le marché, à armes égales. Pour compenser la perte des bénéfices que rapporte la fabrication exclusive des médicaments sous brevet, le pays devra verser aux entreprises lésées "une rémunération adéquate", selon les termes de l'accord de l'Organisation mondiale du commerce (OMC) sur la propriété intellectuelle.
Cette attaque contre les brevets pharmaceutiques s'inscrit dans le processus de radicalisation de la "révolution citoyenne et pacifique", accéléré par le président Correa après sa réélection pour un deuxième mandat, en août 2009. Partisan, à l'instar de son homologue vénézuélien Hugo Chavez, de l'instauration dans son pays d'un "socialisme du XXIe siècle", M. Correa affirme souvent vouloir renforcer "la souveraineté nationale" contre "la voracité du capital".
Sur ce "nouveau champ de bataille", il dit vouloir obliger, par une politique "pionnière", les multinationales à concéder à des entreprises nationales "la production de certains médicaments", ajoutant : "Nous ne croyons pas aux droits de propriété néolibéraux à s'approprier jusqu'à la connaissance, qui est un bien public. Les multinationales font payer très cher les brevets. Ainsi, les gens peuvent, faute d'argent pour se traiter, mourir du cancer ou du sida. Les médicaments ne peuvent être considérés comme une marchandise."
Quito assure que ce mécanisme de substitution des brevets par des licences, loin d'être confiscatoire, est conforme au droit international et prévu en toutes lettres par des dispositions de l'OMC, au bénéfice des pays en situation d'urgence sanitaire.
Cette politique sera mise en oeuvre par l'Institut équatorien de la propriété intellectuelle (IEPI). Son président, Andres Ycaza, a précisé que le décret présidentiel s'appliquait à 2 241 brevets déposés par 177 laboratoires pharmaceutiques.
Selon un rapport du cabinet Etudes Intercontinental Marketing Services, cité par le quotidien El Comercio, 243 entreprises pharmaceutiques opèrent en Equateur, dont 177 étrangères, sur un marché qui représente 720 millions de dollars annuels (485 millions d'euros).
Le chef de l'Etat annonce une "baisse drastique" des prix des médicaments. Reste à savoir quand et comment ? Selon Renato Carlo, responsable de l'Association des laboratoires pharmaceutiques équatoriens (ALFE), la baisse pourrait commencer à se faire sentir "dans six à douze mois".
L'IEPI dit être prêt à concéder les licences une fois qu'il aura reçu la liste des médicaments jugés prioritaires. Les brevets à convertir en licences seraient environ au nombre de deux cents. Ils concerneraient notamment le traitement du cancer, du sida, du diabète, de l'hypertension et de plusieurs maladies moins graves et plus répandues.
Les professionnels prévoient une diminution des importations de médicaments au profit de l'industrie nationale. "Nos ventes vont diminuer, estime Edwin Lucero, administrateur de la société Farmacias Cruz Azul. Dans un premier temps, il y aura une rupture d'approvisionnement car 5 % seulement de nos stocks sont fabriqués dans les laboratoires nationaux."
L'industrie nationale produit à peine 13 % de la totalité des médicaments consommés en Equateur. Le gouvernement se dit persuadé que celle-ci relèvera le défi qui lui est lancé car elle ne tourne actuellement qu'à 40 % de ses capacités. "Elle génère 3 000 emplois directs. Ce chiffre quintuplera, lorsqu'elle fonctionnera à plein rendement", prédit M. Carlo.
Les professionnels du secteur sont plus sceptiques. Ils soulignent que la plupart des laboratoires se cantonnent au conditionnement des médicaments et ne disposent pas des formules chimiques. Antonio Quezada, gérant du groupe Difare souligne : "L'industrie locale n'en est pas au stade de la transformation chimique. Elle devra donc importer les principes actifs - les molécules - de certains médicaments. Ce sera un long processus."
1462) A volta do Estado?, Nao, segundo Mailson da Nobrega
O estado voltou?
Maílson da Nóbrega
Veja, 2.11.2009
"Na economia real, nada mudará. É fato que nos países ricos a crise tornou o estado sócio de empresas e bancos, mas depois do temporal a participação reverterá ao setor privado"
Estudos mais recentes sobre as causas da crise financeira começam a desmentir diagnósticos apressados feitos no calor da turbulência. Perde sustentação, por exemplo, a tese que atribui sua origem à desregulação.
Destino semelhante deverá ter a tese que culpa a influência das ideias liberais e daí um suposto endeusamento do mercado. Um fantasma, o "estado mínimo", povoa a mente dos que sonham retomar a intervenção estatal do passado.
É o que diz o coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff, para quem o estado teria voltado. "Ele aparece como a única resposta confiável à irracionalidade econômica para a qual foi conduzida a humanidade pelos mercados." Que exagero!
Não ficou por aí. "As advertências sobre o papel que o estado assumirá na economia a partir de agora não podem servir de biombo para um constrangido conservadorismo que não quer admitir suas responsabilidades na construção da desordem mundial em que se encontra hoje mergulhada a humanidade." Que equívoco!
É verdade que o "estado mínimo" foi defendido, mas por libertários que desprezam o seu papel no capitalismo contemporâneo, como o de regular certas atividades e defender a concorrência. No outro lado também há radicais, como os que ainda pregam o falido comunismo. São minorias sem relevância.
A desregulação ocorreu particularmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, entre os anos 1970 e 1980. Foi uma resposta racional aos excessos da intervenção estatal e seus efeitos negativos. Era fruto da imposição da realidade e não de ideologia.
No campo financeiro, os Estados Unidos revogaram a Regulation Q (1980), que previa o tabelamento de juros das cadernetas de poupança, e o Glass-Steagall Act (1999), que ditava a separação das atividades de banco comercial e de banco de investimento. Eram relíquias da época da Grande Depressão, distanciadas das novas realidades.
Na Inglaterra, o Big Bang (1986) deu fim aos privilégios dos stockjobbers, corretores que detinham a exclusividade de compra e venda de ações na bolsa de valores. Aboliu-se o sistema de comissões fixas. Abriu-se o mercado para instituições estrangeiras.
A desregulação foi uma evolução natural. Os bancos americanos perdiam mercado para os de países onde não havia tais restrições regulatórias. As mudanças tinham o apoio do eleitorado, que elegeu e reelegeu os líderes que conduziram as reformas.
Nos dias atuais, o estado tem exercido dois papéis indelegáveis: evitar o colapso do sistema financeiro e preencher, via gastos, o espaço deixado pela contração do consumo e do investimento privados. São ações temporárias necessárias, e não a volta da intervenção do passado.
Houve falhas de regulação – caso dos derivativos – que permitiram a assunção irresponsável de riscos. Fenômenos novos tornaram obsoletos certos marcos regulatórios, que precisam ser refeitos. Por exemplo, crises sistêmicas podem vir da interconectividade dos mercados. No passado, decorriam de corridas bancárias.
A re-regulação tende a abranger novos níveis de capitalização e limites à alavancagem. É provável que inclua regras para as agências de classificação de risco e a remuneração por desempenho nas instituições financeiras.
Na economia real, nada mudará. É fato que nos países ricos a crise tornou o estado sócio de empresas e bancos, mas depois do temporal a participação reverterá ao setor privado. É o que têm reiterado as autoridades. Nos Estados Unidos, não há apoio social para reviver a intervenção nos mercados de transporte, energia elétrica, de petróleo e telecomunicações.
Não voltarão absurdos como o dos reguladores do Texas, que fixavam horários para o funcionamento dos poços de petróleo. A Inglaterra não restabelecerá os privilégios dosstockjobbers nem a proibição de estrangeiros atuarem na bolsa. O Brasil não verá a volta do monopólio estatal das telecomunicações.
Há avanços que se tornam irreversíveis. Regras que se provam melhores tendem a se manter. Novas crenças prevalecem sobre aquelas que não mais servem aos interesses da sociedade.
Visões estatizantes como as contidas nos projetos de lei do pré-sal representam a volta do velho estado, mas são apenas uma involução insustentável.
Maílson da Nóbrega
Veja, 2.11.2009
"Na economia real, nada mudará. É fato que nos países ricos a crise tornou o estado sócio de empresas e bancos, mas depois do temporal a participação reverterá ao setor privado"
Estudos mais recentes sobre as causas da crise financeira começam a desmentir diagnósticos apressados feitos no calor da turbulência. Perde sustentação, por exemplo, a tese que atribui sua origem à desregulação.
Destino semelhante deverá ter a tese que culpa a influência das ideias liberais e daí um suposto endeusamento do mercado. Um fantasma, o "estado mínimo", povoa a mente dos que sonham retomar a intervenção estatal do passado.
É o que diz o coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff, para quem o estado teria voltado. "Ele aparece como a única resposta confiável à irracionalidade econômica para a qual foi conduzida a humanidade pelos mercados." Que exagero!
Não ficou por aí. "As advertências sobre o papel que o estado assumirá na economia a partir de agora não podem servir de biombo para um constrangido conservadorismo que não quer admitir suas responsabilidades na construção da desordem mundial em que se encontra hoje mergulhada a humanidade." Que equívoco!
É verdade que o "estado mínimo" foi defendido, mas por libertários que desprezam o seu papel no capitalismo contemporâneo, como o de regular certas atividades e defender a concorrência. No outro lado também há radicais, como os que ainda pregam o falido comunismo. São minorias sem relevância.
A desregulação ocorreu particularmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, entre os anos 1970 e 1980. Foi uma resposta racional aos excessos da intervenção estatal e seus efeitos negativos. Era fruto da imposição da realidade e não de ideologia.
No campo financeiro, os Estados Unidos revogaram a Regulation Q (1980), que previa o tabelamento de juros das cadernetas de poupança, e o Glass-Steagall Act (1999), que ditava a separação das atividades de banco comercial e de banco de investimento. Eram relíquias da época da Grande Depressão, distanciadas das novas realidades.
Na Inglaterra, o Big Bang (1986) deu fim aos privilégios dos stockjobbers, corretores que detinham a exclusividade de compra e venda de ações na bolsa de valores. Aboliu-se o sistema de comissões fixas. Abriu-se o mercado para instituições estrangeiras.
A desregulação foi uma evolução natural. Os bancos americanos perdiam mercado para os de países onde não havia tais restrições regulatórias. As mudanças tinham o apoio do eleitorado, que elegeu e reelegeu os líderes que conduziram as reformas.
Nos dias atuais, o estado tem exercido dois papéis indelegáveis: evitar o colapso do sistema financeiro e preencher, via gastos, o espaço deixado pela contração do consumo e do investimento privados. São ações temporárias necessárias, e não a volta da intervenção do passado.
Houve falhas de regulação – caso dos derivativos – que permitiram a assunção irresponsável de riscos. Fenômenos novos tornaram obsoletos certos marcos regulatórios, que precisam ser refeitos. Por exemplo, crises sistêmicas podem vir da interconectividade dos mercados. No passado, decorriam de corridas bancárias.
A re-regulação tende a abranger novos níveis de capitalização e limites à alavancagem. É provável que inclua regras para as agências de classificação de risco e a remuneração por desempenho nas instituições financeiras.
Na economia real, nada mudará. É fato que nos países ricos a crise tornou o estado sócio de empresas e bancos, mas depois do temporal a participação reverterá ao setor privado. É o que têm reiterado as autoridades. Nos Estados Unidos, não há apoio social para reviver a intervenção nos mercados de transporte, energia elétrica, de petróleo e telecomunicações.
Não voltarão absurdos como o dos reguladores do Texas, que fixavam horários para o funcionamento dos poços de petróleo. A Inglaterra não restabelecerá os privilégios dosstockjobbers nem a proibição de estrangeiros atuarem na bolsa. O Brasil não verá a volta do monopólio estatal das telecomunicações.
Há avanços que se tornam irreversíveis. Regras que se provam melhores tendem a se manter. Novas crenças prevalecem sobre aquelas que não mais servem aos interesses da sociedade.
Visões estatizantes como as contidas nos projetos de lei do pré-sal representam a volta do velho estado, mas são apenas uma involução insustentável.
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
FAQ do Candidato a Diplomata por Renato Domith Godinho TEMAS: Concurso do Instituto Rio Branco, Itamaraty, Carreira Diplomática, MRE, Diplom...
-
Liberando um artigo que passou um ano no limbo: Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação Recebo, em 19/12/2025,...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
Homeric Epithets: Famous Titles From 'The Iliad' & 'The Odyssey' Word Genius, Tuesday, November 16, 2021 https://www.w...
-
Quando a desgraça é bem-vinda… Leio, tardiamente, nas notícias do dia, que o segundo chanceler virtual do bolsolavismo diplomático (2019-202...
-
Sobre isto: A presidente Dilma Rousseff empossou nesta quarta-feira, em Brasília, os sete integrantes da Comissão Nacional da Verdade, gr...
-
Textos sobre guerra e paz, numa perspectiva histórica e comparativa Paulo Roberto de Almeida 5136. “A Paz como Projeto e Potência”, Brasília...
-
Minha preparação prévia a um seminário sobre a ordem global, na UnB: 5152. “ A desordem mundial gerada por dois impérios, contemplados por...
-
Stephen Kotkin is a legendary historian, currently at Hoover, previously at Princeton. Best known for his Stalin biographies, his other wor...