Colaboro, desde algum tempo, com a revista acadêmica Espaço da Sophia, cujo site conheceu muitas mudanças nos últimos tempos.
Um ou outro visitante de meu site, ao tentar acessar alguns de meus artigos nessa revista, pelos links registrados em minhas listas de trabalhos publicados, não o conseguiram, em virtude dessas modificações na disposição, estrutura e linkagem dos materiais.
Não terei tempo, agora, de relinkar (ugh!) cada um dos trabalhos, mas permito-me, pelo menos informar o "link do autor" e depois transcrever os sumários de alguns dos artigos que apareceram (sem ordem aparente) na janela em questão:
http://www.revistaespacodasophia.com.br/no-39-agoset-2010/itemlist/user/65-paulorobertodealmeida.html
Eis o que apareceu em 4/01/2011, primeira página de 4 páginas:
Sex, 01 de Junho de 2007 13:49
Estaria a imbecilidade humana aumentando? (uma pergunta que espero não constrangedora...)
Com o perdão daqueles mais sensíveis à crueza da questão-título, respondo diretamente à pergunta. E a resposta é, ao mesmo tempo: sim e não! Explico um pouco melhor aqui abaixo.
Sim, infelizmente pode-se constatar empiricamente – mas isto poderia ser confirmado por alguma investigação “científica” – que está aumentando, para cifras nunca antes registradas nos meios de comunicação, o número de imbecis, idiotas ou simples energúmenos, cujas opiniões, elocubrações ou meras manifestações de “pensamento” conseguem ser captadas por esses meios de comunicação, encontrando assim um eco mais amplo nos veículos impressos e audiovisuais.
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Qua, 01 de Agosto de 2007 11:21
Já não se fazem mais marxistas como antigamente
Percorrendo o mundo dos blogs (e que mundo...), encontrei um que transcrevia uma frase do inesquecível dramaturgo Nelson Rodrigues, o que me levou de volta ao tempo da juventude (e da primeira maturidade também), período no qual, como muitos outros jovens da minha geração, devotei-me ao socialismo. A frase tem a ver com as características “especiais” do marxismo no Brasil. Reproduzo-a aqui abaixo:
“No Brasil, o marxismo adquiriu uma forma difusa, volatizada, atmosférica. É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, apenas respirando.” Nelson Rodrigues (não havia, no blog, menção de data ou da fonte originais).
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Sáb, 01 de Setembro de 2007 11:02
Teses para uma revolução partidária: sugestões (não solicitadas) para o congresso de um grande partido
Não, não se trata de um conjunto de tarefas revolucionárias destinadas a enfrentar uma situação de guerra, de crise ou de transição entre regimes políticos opostos, como propunha, em abril de 1917, a um punhado de militantes minoritários – mas que tinham a pretensão de ser majoritários – um líder recém chegado do exílio. Ninguém no Brasil – salvo um pequeno bando de sonhadores neobolcheviques – está pensando em derrubar o capitalismo, nacionalizar os bancos, estatizar as propriedades fundiárias, dissolver o exército, expropriar a burguesia, abolir o regime parlamentar ou fundar uma nova Internacional.
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Seg, 01 de Outubro de 2007 10:39
Crônica do petismo universitário: dissolução de uma redundância?
Referir-se ao “petismo universitário” soa, de fato, quase como uma redundância, tantas são as superposições entre o conceito e este seu adjetivo (que poderiam ser intercambiáveis, diga-se de passagem). Trata-se, em todo caso, de um lugar comum na cultura universitária das últimas duas décadas, pelo menos explicitamente (e talvez implicitamente e por um período mais longo, se de verdade for possível considerar essa identidade como típica do mores universitário, operando um tipo de “retroprojeção histórica” desde algumas décadas). Ou seja, o petismo universitário ou, inversamente, o universitário petista estão tão casados e identificados um ao outro, no plano conceitual, quanto, por exemplo, identificar a “nova Roma” com a “arrogância imperial” do único hiperpoder unilateral de nossos dias, quanto referir-se ao “capitalismo mafioso” da transição russa do socialismo ao capitalismo, ou ainda apostar na desonestidade congenital de políticos italianos, japoneses e de algumas outras nacionalidades também.
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Qui, 01 de Novembro de 2007 09:15
Expansão Econômica Mundial: 100 anos de uma obra pioneira
Cem anos atrás, o Brasil era o café e o café era o Brasil, ou pouco mais do que isso: nossa diplomacia e a própria política econômica estavam centradas na “defesa do café”, como atestam o Convênio de Taubaté e as garantias oficiais aos empréstimos contraídos no exterior para financiar a estocagem do produto, como forma de forçar a alta dos preços nos mercados mundiais. A elite política tinha consciência do atraso da Nação, resquício da ordem escravocrata do século XIX, e muitos dos seus representantes exibiam idéias políticas e econômicas avançadas, em contradição com os parcos esforços efetivamente feitos para colocá-las em prática, de molde a diminuir a distância que nos separava das potências da época.
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Sáb, 01 de Dezembro de 2007 08:48
História virtual do Brasil: um exercício intelectual
Questões metodológicas relativas à história virtual
Parece trivial, e sem maiores conseqüências práticas, fazer conjecturas em direção do passado, já que a linha contínua do tempo não nos permite operar qualquer mudança no curso efetivo da história, com a ajuda de alguma máquina do tempo imaginária. Especular é contudo possível em direção do passado, sendo em todo caso menos perigoso do que fazê-lo no presente e ainda menos arriscado do que “contra” o futuro. Um famoso historiador europeu, Johan Huizinga, chegou mesmo a afirmar que o historiador deveria se colocar de um ponto de vista que o permitisse considerar fatos conhecidos como podendo conduzir a resultados diferentes: e se os persas tivessem vencido em Salamina?; e se Napoleão tivesse fracassado em seu 18 Brumário?
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Ter, 01 de Janeiro de 2008 12:25
Uma proposta modesta: a reforma do Brasil
Monteiro Lobato, num de seus livros da série do Sítio do Pica-Pau Amarelo, atribuiu à personagem Emília a tarefa de fazer a “reforma da Natureza”: coisa pequena, apenas corrigir alguns mal-feitos do Criador e consertar o que parecia errado aos olhos de retrós de uma boneca de pano. Dotada provisoriamente de poderes originais, a boneca logo instalou a confusão no sítio, com o que o seu mandato foi cassado e o equilíbrio anterior voltou a reinar.
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Sex, 01 de Fevereiro de 2008 11:55
Políticas econômicas nacionais no contexto da globalização: a questão do desenvolvimento
O presente texto discute alguns dos condicionantes econômicos de caráter estrutural, em grande medida derivados do contexto internacional contemporâneo, que têm influenciado a formulação e a execução das políticas macroeconômicas nacionais, que na atualidade, e para todos os efeitos, atuam crescentemente de forma relacional ou integrada, como revelado na experiência do G-7 (hoje G-8) e em outros foros de coordenação econômica global (como a OCDE ou os organismos de Bretton Woods). A despeito das diferenças tradicionais entre, de um lado, as escolas vinculadas às correntes keynesianas de pensamento econômico – que admitem e até preconizam certa latitude de intervencionismo estatal – e, de outro lado, as escolas mais identificadas com o pensamento liberal em economia – que preferem enfatizar a importância das relações de mercado –, 2 observa-se uma crescente convergência, senão em teoria, pelo menos na prática, entre essas diferentes correntes, sobretudo quando confrontadas aos desafios da globalização. De modo geral, movimentos políticos de inspiração socialdemocrática, que no passado seriam levados a praticar graus diversos de intervencionismo estatal, têm sido guiados, uma vez no exercício do poder, pela preocupação de não afetar, de modo decisivo, os principais fundamentos das políticas econômicas correntes, feitas de combate sem leniência à inflação, responsabilidade fiscal e orçamentária, oposição moderada ao protecionismo comercial e abertura cautelosa aos impactos da globalização financeira.
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Sáb, 01 de Março de 2008 11:27
A herança portuguesa e a obra brasileira: um balanço e uma avaliação de dois séculos
1. O que, exatamente, deve ser comemorado?
Em janeiro de 2008, Brasil e Portugal começaram a “festejar” – se o verbo se aplica – os 200 anos da vinda da família real para o Brasil. Alguns se atêm ao ato da “fuga”, outros celebram a “genial estratégia” do Príncipe Regente, o único a ter enganado Napoleão, nas palavras do próprio, como já fomos lembrados. Apreciações positivas e negativas são inevitáveis, em ambos os lados do Atlântico, uma vez que a controvérsia sobre decisões de tanta gravidade faz parte da trama da história, e não apenas entre historiadores. O fato determinado é que a partida (por certo precipitada), em novembro de 1807, e a chegada a Bahia, em janeiro de 2008, imediatamente seguida do famoso Alvará régio de abertura dos portos, se impunham como necessidades absolutas, à falta, cada uma, de melhores alternativas.
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Ter, 01 de Abril de 2008 21:41
O fetiche do Capital
Alerto, desde o inicio, que o Capital a que me refiro no título (em itálico, por favor) é mesmo a obra preferida de marxistas e marxianos, o magnum opus de Karl Marx, tão cultuado quanto pouco lido desde sua edição original (em 1863). A pergunta se coloca: por que voltar agora a essa obra vetusta, quase gótica, stricto et lato sensi, objeto de controvérsias desde sua primeira versão, que coroa e anuncia as teorias da mais-valia, sobre as quais Marx trabalhou durante anos seguidos, sem jamais dar forma final à obra que ele estimava – como seus seguidores e admiradores – como o desvendamento definitivo do funcionamento do modo de produção capitalista?
Publicado em Colunistas
Seja o primeiro a comentar! Leia mais...
Início
Anterior
1
2
3
4
Próximo
Fim
Página 1 de 4
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Um Principe da literatura: Mario Vargas Llosa, Nobel Prize Lecture
Estou ouvindo, e recomendo que todos ouçam, a alocução, uma aula inteira, de Mario Vargas Llosa, ao receber seu prêmio Nobel:
http://nobelprize.org/mediaplayer/index.php?id=1416
O prêmio, na verdade, importa pouco, pois o que vale mesmo é sua aula sobre a literatura universal.
Nobel Lecture by Mario Vargas Llosa(54 minutes)
Mario Vargas Llosa delivered his Nobel Lecture, 7 December 2010, at the Swedish Academy, Stockholm. He was introduced by Peter Englund, Permanent Secretary of the Swedish Academy. The lecture was delivered in Spanish.
Credits: Sveriges Television AB (production)
Copyright © Nobel Media AB 2010
http://nobelprize.org/mediaplayer/index.php?id=1416
O prêmio, na verdade, importa pouco, pois o que vale mesmo é sua aula sobre a literatura universal.
Nobel Lecture by Mario Vargas Llosa(54 minutes)
Mario Vargas Llosa delivered his Nobel Lecture, 7 December 2010, at the Swedish Academy, Stockholm. He was introduced by Peter Englund, Permanent Secretary of the Swedish Academy. The lecture was delivered in Spanish.
Credits: Sveriges Television AB (production)
Copyright © Nobel Media AB 2010
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
O Moderno Principe (Maquiavel revisitado) - Sumario
O MODERNO PRÍNCIPE
(MAQUIAVEL REVISITADO)
Paulo Roberto de Almeida
Doutor em ciências sociais.
Mestre em economia internacional.
Diplomata.
(Edições do Senado Federal, volume 147
Brasília, Senado Federal, 2010, 195 p.
Sumário
Prefácio
pág. 13
Dedicatória
pág. 19
1. Dos regimes políticos:
os democráticos e os outros
pág. 27
2. Das velhas oligarquias
e do Estado de direito
pág. 31
3. Da variedade de estados capitalistas
pág. 36
4. Do governo pelos homens e
do governo pelas leis
pág. 45
5. Da transição política nos
regimes democráticos
pág. 51
6. Da conquista do poder:
a liderança política
pág. 58
7. Da eficácia do comando e
da manutenção do poder
pág. 72
8. Da ilegitimidade política:
da demagogia e da força
pág. 79
9. Das repúblicas democráticas
e sua base econômica
pág. 87
10. Das forças armadas e das
alianças militares
pág. 94
11. Do estado laico e da
força das religiões
pág. 104
12. Da profissionalização
das forças militares
pág. 111
13. Dos gastos com defesa e
da soberania política
pág. 116
14. Da preparação estratégica
do líder político
pág. 119
15. Do exercício da autoridade
pág. 123
16. Da administração econômica
da prosperidade
pág. 126
17. Do uso da força em política
pág. 130
18. Da mentira e da sinceridade
em política
pág. 134
19. Da dissimulação como forma de arte
pág. 139
20. Da dissuasão e da defesa do estado
pág. 143
21. Da construção da imagem:
verdade e propaganda
pág. 148
22. Dos ministros e secretários
de estado
pág. 154
23. Dos aduladores e dos
verdadeiros conselheiros
pág. 160
24. Da arte pouco nobre de
arruinar um estado
pág. 163
25. Do acaso e da necessidade em política
pág. 167
26. Da defesa do Estado contra
os novos bárbaros
pág. 172
Carta a Niccolò Machiavelli
pág. 182
Recomendação de leituras
pág. 187
Livros de Paulo Roberto de Almeida
pág. 191
(MAQUIAVEL REVISITADO)
Paulo Roberto de Almeida
Doutor em ciências sociais.
Mestre em economia internacional.
Diplomata.
(Edições do Senado Federal, volume 147
Brasília, Senado Federal, 2010, 195 p.
Sumário
Prefácio
pág. 13
Dedicatória
pág. 19
1. Dos regimes políticos:
os democráticos e os outros
pág. 27
2. Das velhas oligarquias
e do Estado de direito
pág. 31
3. Da variedade de estados capitalistas
pág. 36
4. Do governo pelos homens e
do governo pelas leis
pág. 45
5. Da transição política nos
regimes democráticos
pág. 51
6. Da conquista do poder:
a liderança política
pág. 58
7. Da eficácia do comando e
da manutenção do poder
pág. 72
8. Da ilegitimidade política:
da demagogia e da força
pág. 79
9. Das repúblicas democráticas
e sua base econômica
pág. 87
10. Das forças armadas e das
alianças militares
pág. 94
11. Do estado laico e da
força das religiões
pág. 104
12. Da profissionalização
das forças militares
pág. 111
13. Dos gastos com defesa e
da soberania política
pág. 116
14. Da preparação estratégica
do líder político
pág. 119
15. Do exercício da autoridade
pág. 123
16. Da administração econômica
da prosperidade
pág. 126
17. Do uso da força em política
pág. 130
18. Da mentira e da sinceridade
em política
pág. 134
19. Da dissimulação como forma de arte
pág. 139
20. Da dissuasão e da defesa do estado
pág. 143
21. Da construção da imagem:
verdade e propaganda
pág. 148
22. Dos ministros e secretários
de estado
pág. 154
23. Dos aduladores e dos
verdadeiros conselheiros
pág. 160
24. Da arte pouco nobre de
arruinar um estado
pág. 163
25. Do acaso e da necessidade em política
pág. 167
26. Da defesa do Estado contra
os novos bárbaros
pág. 172
Carta a Niccolò Machiavelli
pág. 182
Recomendação de leituras
pág. 187
Livros de Paulo Roberto de Almeida
pág. 191
O Moderno Principe (Maquiavel revisitado) - Paulo R. Almeida
Finalmente, de surpresa, acabou saindo, em novembro último, nas edições do Senado Federal, meu livro sobre -- eu até diria, de, em pelo menos 30% -- Maquiavel, adaptado aos tempos modernos. Procedi a uma releitura do seu clássico sobre o Príncipe, na minha série de "clássicos revisitados", mas colocando o cidadão, não o Estado, no centro da análise.
A capa, um Maquiavel de terno e gravata, sobre o modelo original de um óleo de Santi di Tito (ca. 1560-1600), a partir de um arquivo iconográfico Corbis, foi feita por meu próprio filho, Pedro Paulo, um Maquiavel do pincel e do lápis, sempre pronto a espantar os súditos e cidadãos com seu domínio das artes; infelizmente, e contrariamente a minhas recomendações, esta edição do Senado não lhe prestou o devido copyright, deixando de mencionar sua obra de arte, que pode ser mais admirada em clichê que vou postar aqui, em post seguinte, o que pretendo corrigir numa segunda edição.
O resumo abaixo, preparado no Senado, enquanto eu me encontrava na terra dos chins, foi feito a partir de algumas frases minhas, mas não discordo dele no essencial.
Eu teria colocado, também nesta edição, o texto original que preparei para servir de orelhas, que segue mais abaixo.
Aos que desejarem a ficha deste livro, e a informação sobre a maneira de obtê-lo, aqui segue de imediato:
O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado)
versão impressa: edições do Senado Federal volume 147: Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010, 195 p.; ISBN: 978-85-7018-343-9; disponível: http://www.senado.gov.br/publicacoes/conselho/asp/publicacao.asp?COD_PUBLICACAO=1209).
Relação de Originais n. 1804; Relação de Publicados n. 1013.
Cinco séculos depois que Maquiavel escreveu sua obra, o diplomata e cientista político Paulo Roberto de Almeida segue os passos do "segretario diplomatico" da República de Florença para atualizar "O Príncipe". A partir da constatação de que a obra permanece atual, o autor utiliza a mesma estrutura e até títulos da obra do florentino para estudar as estruturas políticas e a ciência de governar nos dias de hoje. Nesta obra singular por sua natureza de original pastiche e, ao mesmo tempo, de independência de pensamento, Paulo Roberto de Almeida dialoga com o genial pensador, segue seus passos naquelas recomendações que continuam aparentemente válidas para a política atual, mas oferece um elenco de inquietações sobre cenários contemporâneos para os velhos problemas de administração dos homens. Maquiavel preocupou-se com a estrutura de um Estado moderno, enquanto Paulo Roberto de Almeida busca defender os direitos dos cidadãos, justamente contra a intrusão e a prepotência dos Estados.
A capa, um Maquiavel de terno e gravata, sobre o modelo original de um óleo de Santi di Tito (ca. 1560-1600), a partir de um arquivo iconográfico Corbis, foi feita por meu próprio filho, Pedro Paulo, um Maquiavel do pincel e do lápis, sempre pronto a espantar os súditos e cidadãos com seu domínio das artes; infelizmente, e contrariamente a minhas recomendações, esta edição do Senado não lhe prestou o devido copyright, deixando de mencionar sua obra de arte, que pode ser mais admirada em clichê que vou postar aqui, em post seguinte, o que pretendo corrigir numa segunda edição.
O resumo abaixo, preparado no Senado, enquanto eu me encontrava na terra dos chins, foi feito a partir de algumas frases minhas, mas não discordo dele no essencial.
Eu teria colocado, também nesta edição, o texto original que preparei para servir de orelhas, que segue mais abaixo.
Aos que desejarem a ficha deste livro, e a informação sobre a maneira de obtê-lo, aqui segue de imediato:
O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado)
versão impressa: edições do Senado Federal volume 147: Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010, 195 p.; ISBN: 978-85-7018-343-9; disponível: http://www.senado.gov.br/publicacoes/conselho/asp/publicacao.asp?COD_PUBLICACAO=1209).
Relação de Originais n. 1804; Relação de Publicados n. 1013.
Cinco séculos depois que Maquiavel escreveu sua obra, o diplomata e cientista político Paulo Roberto de Almeida segue os passos do "segretario diplomatico" da República de Florença para atualizar "O Príncipe". A partir da constatação de que a obra permanece atual, o autor utiliza a mesma estrutura e até títulos da obra do florentino para estudar as estruturas políticas e a ciência de governar nos dias de hoje. Nesta obra singular por sua natureza de original pastiche e, ao mesmo tempo, de independência de pensamento, Paulo Roberto de Almeida dialoga com o genial pensador, segue seus passos naquelas recomendações que continuam aparentemente válidas para a política atual, mas oferece um elenco de inquietações sobre cenários contemporâneos para os velhos problemas de administração dos homens. Maquiavel preocupou-se com a estrutura de um Estado moderno, enquanto Paulo Roberto de Almeida busca defender os direitos dos cidadãos, justamente contra a intrusão e a prepotência dos Estados.
O que nos separa de Maquiavel?
Paulo Roberto de Almeida
Se, por alguma fortuna histórica, Maquiavel retornasse, hoje, ao nosso convívio, com as suas virtudes de pensador prático, quase meio milênio depois de redigida sua obra mais famosa, como reescreveria ele o seu manual “hiperrealista” de governança política? Seriam os estados modernos muito diversos dos principados do final da Idade Média?
Este Maquiavel revisitado, voltado para a política contemporânea, dialoga com o genial pensador florentino, segue seus passos naquelas “recomendações” que continuam aparentemente válidas para a política atual, mas não hesita em oferecer novas respostas para velhos problemas de administração dos homens. Aqui, como em outros aspectos, a constância dos “príncipes” nos desacertos é notável. Ela não parece ter evoluído muito, desde então.
De fato, Maquiavel permanece surpreendentemente atual – com o que concordariam os filósofos e cientistas políticos da atualidade –, mesmo (talvez sobretudo) nos traços malévolos exibidos pelos condottieri contemporâneos e pelos cappi dei uomine. Ainda que envenenamentos encomendados e assassinatos por adagas, tão comuns no Renascimento italiano, não estejam mais na moda – pelo menos fora do âmbito dos serviços secretos –, e que eles tenham sido substituídos por outros métodos para se desembaraçar de concorrentes e de adversários políticos, as técnicas para se apossar do poder e para mantê-lo exibem uma notável continuidade com aquelas descritas pelo experiente diplomata da repubblica fiorentina do Quattrocento.
O que pode estar ultrapassado, no seu “manual” de 1513, é meramente acessório, pois a essência da arte de comandar os homens revela-se plenamente adequada aos dias que correm, confirmando assim as finas virtudes de psicólogo político – avant la lettre – do perspicaz pensador do Cinquecento.
Este Príncipe Moderno representa, antes de tudo, uma singela homenagem ao diplomata italiano que “inventou” a ciência política, ainda que ele o tenha feito nas difíceis circunstâncias do ostracismo, na sua condição de funcionário de Estado “cassado” pelos novos donos do poder em Florença. Obra de um momento político – talvez não muito diverso daqueles tempos vividos pelo segretario de cancelleria –, este novo Príncipe, que se pretende tão universal em seu escopo e motivações quanto seu modelo de cinco séculos atrás, oferece novos argumentos em torno dos velhos problemas da administração estatal. A bem refletir sobre a política contemporânea, pouco nos separa de Maquiavel, se não é algum desenvolvimento institucional e uma maior rapidez nas comunicações. Quanto aos homens, tanto os condottieri quanto o popolo, eles não parecem ter mudado muito...
Paulo Roberto de Almeida é cientista social e diplomata, com obras publicadas sobre temas de história diplomática, de relações internacionais e de política externa do Brasil, desfrutando atualmente de um “sabático” dedicado à redação de novos livros.
Haiti: um estado falido exemplar - Ricardo Seitenfus
O título deste post é meu, não do entrevistado, Ricardo Seitenfus, que se desempenhou, nos últimos dois anos como representante da OEA naquele país infeliz.
Não creio que a culpa principal deve ser atribuída à comunidade internacional, pois a responsabilidade maior cabe às elites haitianas, que como várias outras pelo mundo (em países tão ou mais "falidos" do que o Haiti), falham terrivelmente em suas tarefas de liderar o país, nos bons e nos maus momentos.
O problema é que o Haiti enfrenta 200 anos de maus momentos...
Paulo Roberto de Almeida
Muitos países doadores não enviaram recursos para reconstruir o Haiti
Ricardo Seitenfus, representante da Organização dos Estados Americanos (OEA)para o Haiti
Osny Tavares
Gazeta do Povo (Porto Alegre, RS), 03/01/2011
No próximo dia 12 de janeiro, o terremoto no Haiti completa 1 ano. Às vésperas da data, a mobilização internacional em prol do país está sendo duramente criticada pelo diplomata brasileiro Ricardo Seitenfus, representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o Haiti.
Em entrevista recente ao jornal suíço Le Temps, Seitenfus ques tionou o papel da Missão de Paz da ONU, a responsabilidade dos países doadores, o desempenho das organizações não governa men tais (ONGs) e a influência dos Es tados Unidos na gestão da crise. Dias depois, o diplomata ganhou férias compulsórias e teve de retornar ao Brasil. Ele mesmo acredita que não retornará ao cargo na OEA, que ocupa há dois anos e cujo mandato expira em março.
De Brasília, onde estava para acompanhar a posse da presidente Dilma Rousseff, Seitenfus concedeu entrevista por telefone à Gazeta do Povo. Leia abaixo:
Os organismos internacionais estão conseguindo gerir apropriadamente a reconstrução do país?
Eu creio que não. O auxílio de ur gência foi simplesmente extraordinário, apesar de nos primeiros dias os socorros terem alcançado essencialmente os estrangeiros que estavam soterrados. Os haitianos ficaram por conta própria, tentando resgatar seus familiares com as mãos nuas. Mas depois que se constatou a destruição de dezenas de milhares de edificações e 1,5 milhão de pessoas desabrigadas, se organizou uma ajuda internacional com a ajuda das ONGs e dos governos. Foi um trabalho muito positivo no sentido de dar a eles alimentação, remédios, água, e isso continuou assim nos primeiros meses.
No entanto, a fase da reconstrução ainda não começou. No dia 31 de março de 2010, em Nova York, os países prometeram doações de até centenas de milhões de dólares. A reconstrução das áreas atingidas demandaria US$ 11 bilhões, dos quais US$ 5 bilhões nos dois primeiros anos. Esses recursos não chegaram.
Por solicitação da comunidade internacional, foi montada uma Comissão Provisória para a Reconstrução do Haiti, da qual eu fiz parte representando a Organização dos Estados Americanos (OEA). Fizemos análises, mas eram apenas intenções de projetos porque não haviam recursos financeiros para implementá-los.
Muito dinheiro foi destinado ao Haiti via ONGs, mas que ficaram com as organizações. Há um estudo norte-americano mostrando que somente 27% dos recursos doados pelo mundo chegaram ao país. Houve uma espécie de contradição: o mundo se mostrou tão generoso, mas as doações ficaram no meio do caminho e o povo haitiano não vê a sua situação mudar.
O Estado brasileiro foi um dos que mais se comprometeram a ajudar, tanto com recursos fi nancei ros quanto de infraestrutura e pes soal. O Brasil está honrando suas promessas?
Acho que o Brasil, em termos financeiros, não foi o estado que mais se comprometeu. Entretanto, na contabilidade da Comissão Provisória havia depósitos de so mente dois países: da Noruega e do Brasil, somando US$ 150 milhões. O Brasil, não somente com apoio orçamentário, mas também com dinheiro vivo para a re construção, honrou o que havia prometido. Mas outros possíveis doadores não fizeram o depósito.
Em declarações recentes, o senhor criticou a presença da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) no processo de pacificação após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide.
Mas, com o terremoto, a presença das forças de paz não passou a ser obrigatória?
Durante o segundo semestre de 2009, nós estávamos analisando modelos de saída de crise, porque nós sentimos que a situação estava muito melhor em relação àquilo que havíamos encontrado em 2004 (quando iniciou a crise política). No entanto, o terremoto de 12 de janeiro de 2010 jogou por terra essa projeção.
Antes do desastre, a presença das tropas era vista como uma missão de paz, talvez com demasiada in sistência na questão da segurança e com pouco envolvimento na questão socioeconômica. A partir do terremoto, essa constatação (de que o país tinha graves problemas sociais) se tornou flagrante. Tornou-se algo inquestionável. Porém a comunidade internacional não soube fazer uma avaliação pós-terremoto, para dar um outro rumo à sua participação no Haiti. E pior: enviou mais 2 mil soldados. O divórcio que existia entre as necessidades do país e o perfil de uma operação de paz se tornou ainda maior depois do desastre. A contradição é ainda mais gritante.
A minha sugestão sempre foi pa rar um pouco, fazer um balanço do trabalho realizado e analisar o que é necessário, dialogando com o governo haitiano. E propor um outro modelo, que não fosse a Minustah.
O Haiti não é uma ameaça à paz, nem internacional, nem regional. É um país desesperado, com uma miséria que atinge mais de 50% da população. Em vez de ser analisado pelo Conselho de Segurança, o Haiti deveria ser responsabilidade do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da ONU.
O sr. afirmou que o país “paga pela sua proximidade com os EUA”. O país está sendo usado co mo campo de operações de disputas geopolíticas?
A história de todos os países está atrelada à sua geografia, e com o Haiti não é diferente. O país foi colônia norte-americana de 1917 a 1934, e os EUA sempre tiveram uma influência muito forte no país caribenho. É necessário convencer Washington de que é preciso outro enfoque para as questões haitianas. Isso, baseado na experiência histórica do Haiti e as difíceis relações com os países que o circundam.
O Caribe é um mar de influência da grande potência norte-americana desde o século 19, e especialmente a partir da 2.ª Guerra Mun dial. De certa forma, o Haiti não somente é uma vítima de sua geografia, mas também de um Caribe muito dividido, com Cuba de um lado e os países pró-americanos do outro.
Esse corte deve ser levado em consideração. A imprensa brasileira e internacional não fala muito disso, mas há uma presença cubana extraordinária no Haiti, com 1,3 mil médicos. Uma das sugestões que eu fiz como membro da Co missão Provisória para a Re cons trução do Haiti foi convidar Cuba e a República Dominicana para integrarem a comissão, ao menos como observadores.
No final de dezembro, tivemos a confirmação de que o segundo turno das eleições foi adiado. Politicamente, o Haiti caminha para a estabilidade após o fim do processo, ou mesmo depois de eleições legitimadas o país vai continuar com debilidade institucional?
Encontrar o caminho da democracia está sendo um parto muito doloroso para o povo haitiano. O Haiti está nessa busca desde 1986, o que levanta uma questão essencial: a democracia pode ser im plantada com apoio externo ou deve ser uma vontade coletiva interna? É uma série de questões que o pequeno Haiti, que em princípio é marginal no sistema internacional, está emparelhado com Iraque e Afeganistão. São casos distintos, mas é também o desafio de implantar o sistema democrático. Será que um país com uma exclusão social e uma miséria tão aguda consegue adotar este regime? São várias perguntas que o Haiti coloca a nós, observadores internacionais. Não se pode imaginar um país estável politicamente se 70% de sua população não tem os bens mínimos de sobrevivência.
Não creio que a culpa principal deve ser atribuída à comunidade internacional, pois a responsabilidade maior cabe às elites haitianas, que como várias outras pelo mundo (em países tão ou mais "falidos" do que o Haiti), falham terrivelmente em suas tarefas de liderar o país, nos bons e nos maus momentos.
O problema é que o Haiti enfrenta 200 anos de maus momentos...
Paulo Roberto de Almeida
Muitos países doadores não enviaram recursos para reconstruir o Haiti
Ricardo Seitenfus, representante da Organização dos Estados Americanos (OEA)para o Haiti
Osny Tavares
Gazeta do Povo (Porto Alegre, RS), 03/01/2011
No próximo dia 12 de janeiro, o terremoto no Haiti completa 1 ano. Às vésperas da data, a mobilização internacional em prol do país está sendo duramente criticada pelo diplomata brasileiro Ricardo Seitenfus, representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o Haiti.
Em entrevista recente ao jornal suíço Le Temps, Seitenfus ques tionou o papel da Missão de Paz da ONU, a responsabilidade dos países doadores, o desempenho das organizações não governa men tais (ONGs) e a influência dos Es tados Unidos na gestão da crise. Dias depois, o diplomata ganhou férias compulsórias e teve de retornar ao Brasil. Ele mesmo acredita que não retornará ao cargo na OEA, que ocupa há dois anos e cujo mandato expira em março.
De Brasília, onde estava para acompanhar a posse da presidente Dilma Rousseff, Seitenfus concedeu entrevista por telefone à Gazeta do Povo. Leia abaixo:
Os organismos internacionais estão conseguindo gerir apropriadamente a reconstrução do país?
Eu creio que não. O auxílio de ur gência foi simplesmente extraordinário, apesar de nos primeiros dias os socorros terem alcançado essencialmente os estrangeiros que estavam soterrados. Os haitianos ficaram por conta própria, tentando resgatar seus familiares com as mãos nuas. Mas depois que se constatou a destruição de dezenas de milhares de edificações e 1,5 milhão de pessoas desabrigadas, se organizou uma ajuda internacional com a ajuda das ONGs e dos governos. Foi um trabalho muito positivo no sentido de dar a eles alimentação, remédios, água, e isso continuou assim nos primeiros meses.
No entanto, a fase da reconstrução ainda não começou. No dia 31 de março de 2010, em Nova York, os países prometeram doações de até centenas de milhões de dólares. A reconstrução das áreas atingidas demandaria US$ 11 bilhões, dos quais US$ 5 bilhões nos dois primeiros anos. Esses recursos não chegaram.
Por solicitação da comunidade internacional, foi montada uma Comissão Provisória para a Reconstrução do Haiti, da qual eu fiz parte representando a Organização dos Estados Americanos (OEA). Fizemos análises, mas eram apenas intenções de projetos porque não haviam recursos financeiros para implementá-los.
Muito dinheiro foi destinado ao Haiti via ONGs, mas que ficaram com as organizações. Há um estudo norte-americano mostrando que somente 27% dos recursos doados pelo mundo chegaram ao país. Houve uma espécie de contradição: o mundo se mostrou tão generoso, mas as doações ficaram no meio do caminho e o povo haitiano não vê a sua situação mudar.
O Estado brasileiro foi um dos que mais se comprometeram a ajudar, tanto com recursos fi nancei ros quanto de infraestrutura e pes soal. O Brasil está honrando suas promessas?
Acho que o Brasil, em termos financeiros, não foi o estado que mais se comprometeu. Entretanto, na contabilidade da Comissão Provisória havia depósitos de so mente dois países: da Noruega e do Brasil, somando US$ 150 milhões. O Brasil, não somente com apoio orçamentário, mas também com dinheiro vivo para a re construção, honrou o que havia prometido. Mas outros possíveis doadores não fizeram o depósito.
Em declarações recentes, o senhor criticou a presença da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) no processo de pacificação após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide.
Mas, com o terremoto, a presença das forças de paz não passou a ser obrigatória?
Durante o segundo semestre de 2009, nós estávamos analisando modelos de saída de crise, porque nós sentimos que a situação estava muito melhor em relação àquilo que havíamos encontrado em 2004 (quando iniciou a crise política). No entanto, o terremoto de 12 de janeiro de 2010 jogou por terra essa projeção.
Antes do desastre, a presença das tropas era vista como uma missão de paz, talvez com demasiada in sistência na questão da segurança e com pouco envolvimento na questão socioeconômica. A partir do terremoto, essa constatação (de que o país tinha graves problemas sociais) se tornou flagrante. Tornou-se algo inquestionável. Porém a comunidade internacional não soube fazer uma avaliação pós-terremoto, para dar um outro rumo à sua participação no Haiti. E pior: enviou mais 2 mil soldados. O divórcio que existia entre as necessidades do país e o perfil de uma operação de paz se tornou ainda maior depois do desastre. A contradição é ainda mais gritante.
A minha sugestão sempre foi pa rar um pouco, fazer um balanço do trabalho realizado e analisar o que é necessário, dialogando com o governo haitiano. E propor um outro modelo, que não fosse a Minustah.
O Haiti não é uma ameaça à paz, nem internacional, nem regional. É um país desesperado, com uma miséria que atinge mais de 50% da população. Em vez de ser analisado pelo Conselho de Segurança, o Haiti deveria ser responsabilidade do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da ONU.
O sr. afirmou que o país “paga pela sua proximidade com os EUA”. O país está sendo usado co mo campo de operações de disputas geopolíticas?
A história de todos os países está atrelada à sua geografia, e com o Haiti não é diferente. O país foi colônia norte-americana de 1917 a 1934, e os EUA sempre tiveram uma influência muito forte no país caribenho. É necessário convencer Washington de que é preciso outro enfoque para as questões haitianas. Isso, baseado na experiência histórica do Haiti e as difíceis relações com os países que o circundam.
O Caribe é um mar de influência da grande potência norte-americana desde o século 19, e especialmente a partir da 2.ª Guerra Mun dial. De certa forma, o Haiti não somente é uma vítima de sua geografia, mas também de um Caribe muito dividido, com Cuba de um lado e os países pró-americanos do outro.
Esse corte deve ser levado em consideração. A imprensa brasileira e internacional não fala muito disso, mas há uma presença cubana extraordinária no Haiti, com 1,3 mil médicos. Uma das sugestões que eu fiz como membro da Co missão Provisória para a Re cons trução do Haiti foi convidar Cuba e a República Dominicana para integrarem a comissão, ao menos como observadores.
No final de dezembro, tivemos a confirmação de que o segundo turno das eleições foi adiado. Politicamente, o Haiti caminha para a estabilidade após o fim do processo, ou mesmo depois de eleições legitimadas o país vai continuar com debilidade institucional?
Encontrar o caminho da democracia está sendo um parto muito doloroso para o povo haitiano. O Haiti está nessa busca desde 1986, o que levanta uma questão essencial: a democracia pode ser im plantada com apoio externo ou deve ser uma vontade coletiva interna? É uma série de questões que o pequeno Haiti, que em princípio é marginal no sistema internacional, está emparelhado com Iraque e Afeganistão. São casos distintos, mas é também o desafio de implantar o sistema democrático. Será que um país com uma exclusão social e uma miséria tão aguda consegue adotar este regime? São várias perguntas que o Haiti coloca a nós, observadores internacionais. Não se pode imaginar um país estável politicamente se 70% de sua população não tem os bens mínimos de sobrevivência.
Servico de utilidade publica: informacoes gratis...
Este site também de vez em quando serve para algo prático, além de todos esses materiais chatos que supostamente são para o enriquecimento cultural, intelectual e espiritual dos que aqui aparecem.
Por vezes surgem coisas prosaicas, dessas que recebemos pela internet, que achamos muito úteis, mas que nunca lembramos de buscar quando precisamos de alguma coisa. Invariavelmente vamos no Google.
Enfim, mais uma dessas inutilidades que podem servir para alguma coisa...
Divirtam-se (e não se esqueçam de me avisar se funcionou...)
Paulo Roberto de Almeida
01. Quando for comprar qualquer coisa não deixe de consultar o site Gastarpouco.
www.gastarpouco.com
02. Serviço dos cartórios de todo o Brasil, que permite solicitar documentos via internet:
www.cartorio24horas.com.br/index.php
03. Site de procura e reserva de hotéis em todo o Brasil,por cidade, por faixa de preços, reservas etc.:
www.hotelinsite.com.br
04. Site que permite encontrar o transporte terrestre entre duas cidades, a transportadora, preços e horários:
https://appweb.antt.gov.br/transp/secao_duas_localidades.asp'
05. Encontre a Legislação Federal e Estadual por assunto ou por número, além de súmulas dos STF, STJ e TST:
www.soleis.adv.br
06. Tenha a telinha do aeroporto de sua cidade em sua casa,chegadas e partidas:
www.infraero.gov.br/pls/sivnet/voo_top3v.inip_cd_aeroporto_ini=
07. Encontre a melhor operadora para utilizar em suas chamadas telefônicas:
http://sistemas.anatel.gov.br/sipt/Atualizacao/Importanteaspp'
08. Encontre a melhor rota entre dois locais em uma mesma cidade ou entre duas cidades, sua distância, além de localizar a rua de sua cidade:
www.mapafacil.com.br
09. Encontre o mapa da rua das cidades, além de localizar cidades:
http://mapas.terra.com.br/Callejero/home.asp
10 Confira as condições das estradas do Brasil, além da distância entre as cidades:
www.dnit.gov.br
11. Caso tenha seu veiculo furtado, antes mesmo de registrar ocorrência na polícia, informe neste site o furto.O comunicado às viaturas da DPRF é imediato:
www..dprf.gov.br/ver.cfmlink==form_alerta
12. Tenha o catálogo telefônico do Brasil inteiro em sua casa. Procure o telefone daquele amigo que estudou contigo no colégio:
www.102web.com.br
13. Confira os melhores cruzeiros,datas, duração,preços, roteiros, etc.:
www.bestpricecruises.com/default.asp
14. Vacina anti-câncer (pele e rins). OBS: ESTA VACINA DEVE SER SOLICITADA PELO MÉDICO ONCOLOGISTA:
www.vacinacontraocancer.com.br/hybricell/home.html
15. Indexador de imagens do Google - captura tudo que é foto e filme de dentro de seu computador e os agrupa, como você desejar:
www.picasa.com
16. Semelhante ao Internet Explorer , porem muito mais rápido e eficiente, e lhe permite adicionar os botões que desejar, ou seja, manipulado como você o desejar:
www.mozilla.org.br/firefox
17. Site de procura, semelhante ao GOOGLE:
www.gurunet.com
18. Site que lhe dá as horas em qualquer lugar do mundo:
www.timeticker.com/main.htm
19. Site que lhe permite fazer pesquisas dentro de livros:
www.a9.com
20. Site que lhe diz tudo do Brasil desde o descobrimento por Cabral:
www.historiadobrasil.com.br
21. Site que o ajuda a conjugar verbos em 102 Idiomas:
www.verbix.com
22. Site de conversão de Unidades:
www.webcalc.com.br/conversoes/area.html
23. Site para envio de e-mails pesados, acima de 50Mb:
www.dropload.com
24. Site para envio de e-mails pesados, sem limite de capacidade:
www.sendthisfile.com
25. Site que calcula qualquer correção desde 1940 até hoje, informando todos os índices disponíveis no mercado financeiro.. Grátis para Pessoa Física:
www.debit.com.br
26. Site que lhe permite falar e ver pela internet com outros computadores,ou LHE PERMITE FALAR DE SEU COMPUTADOR COM TELEFONES FIXOS E CELULARES EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO GRÁTIS -Decomputador paracomputador, voz + imagem. De computador para telefone fixo ou celular:
www.skype.com
27. Site que lhe permite ler jornais e revistas de todo o mundo.
www.indekx.com/index.htm
28. Site de câmaras virtuais, funcionando 24 hs por dia ao redor do mundo:
www.earthcam.com
Por vezes surgem coisas prosaicas, dessas que recebemos pela internet, que achamos muito úteis, mas que nunca lembramos de buscar quando precisamos de alguma coisa. Invariavelmente vamos no Google.
Enfim, mais uma dessas inutilidades que podem servir para alguma coisa...
Divirtam-se (e não se esqueçam de me avisar se funcionou...)
Paulo Roberto de Almeida
01. Quando for comprar qualquer coisa não deixe de consultar o site Gastarpouco.
www.gastarpouco.com
02. Serviço dos cartórios de todo o Brasil, que permite solicitar documentos via internet:
www.cartorio24horas.com.br/index.php
03. Site de procura e reserva de hotéis em todo o Brasil,por cidade, por faixa de preços, reservas etc.:
www.hotelinsite.com.br
04. Site que permite encontrar o transporte terrestre entre duas cidades, a transportadora, preços e horários:
https://appweb.antt.gov.br/transp/secao_duas_localidades.asp'
05. Encontre a Legislação Federal e Estadual por assunto ou por número, além de súmulas dos STF, STJ e TST:
www.soleis.adv.br
06. Tenha a telinha do aeroporto de sua cidade em sua casa,chegadas e partidas:
www.infraero.gov.br/pls/sivnet/voo_top3v.inip_cd_aeroporto_ini=
07. Encontre a melhor operadora para utilizar em suas chamadas telefônicas:
http://sistemas.anatel.gov.br/sipt/Atualizacao/Importanteaspp'
08. Encontre a melhor rota entre dois locais em uma mesma cidade ou entre duas cidades, sua distância, além de localizar a rua de sua cidade:
www.mapafacil.com.br
09. Encontre o mapa da rua das cidades, além de localizar cidades:
http://mapas.terra.com.br/Callejero/home.asp
10 Confira as condições das estradas do Brasil, além da distância entre as cidades:
www.dnit.gov.br
11. Caso tenha seu veiculo furtado, antes mesmo de registrar ocorrência na polícia, informe neste site o furto.O comunicado às viaturas da DPRF é imediato:
www..dprf.gov.br/ver.cfmlink==form_alerta
12. Tenha o catálogo telefônico do Brasil inteiro em sua casa. Procure o telefone daquele amigo que estudou contigo no colégio:
www.102web.com.br
13. Confira os melhores cruzeiros,datas, duração,preços, roteiros, etc.:
www.bestpricecruises.com/default.asp
14. Vacina anti-câncer (pele e rins). OBS: ESTA VACINA DEVE SER SOLICITADA PELO MÉDICO ONCOLOGISTA:
www.vacinacontraocancer.com.br/hybricell/home.html
15. Indexador de imagens do Google - captura tudo que é foto e filme de dentro de seu computador e os agrupa, como você desejar:
www.picasa.com
16. Semelhante ao Internet Explorer , porem muito mais rápido e eficiente, e lhe permite adicionar os botões que desejar, ou seja, manipulado como você o desejar:
www.mozilla.org.br/firefox
17. Site de procura, semelhante ao GOOGLE:
www.gurunet.com
18. Site que lhe dá as horas em qualquer lugar do mundo:
www.timeticker.com/main.htm
19. Site que lhe permite fazer pesquisas dentro de livros:
www.a9.com
20. Site que lhe diz tudo do Brasil desde o descobrimento por Cabral:
www.historiadobrasil.com.br
21. Site que o ajuda a conjugar verbos em 102 Idiomas:
www.verbix.com
22. Site de conversão de Unidades:
www.webcalc.com.br/conversoes/area.html
23. Site para envio de e-mails pesados, acima de 50Mb:
www.dropload.com
24. Site para envio de e-mails pesados, sem limite de capacidade:
www.sendthisfile.com
25. Site que calcula qualquer correção desde 1940 até hoje, informando todos os índices disponíveis no mercado financeiro.. Grátis para Pessoa Física:
www.debit.com.br
26. Site que lhe permite falar e ver pela internet com outros computadores,ou LHE PERMITE FALAR DE SEU COMPUTADOR COM TELEFONES FIXOS E CELULARES EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO GRÁTIS -Decomputador paracomputador, voz + imagem. De computador para telefone fixo ou celular:
www.skype.com
27. Site que lhe permite ler jornais e revistas de todo o mundo.
www.indekx.com/index.htm
28. Site de câmaras virtuais, funcionando 24 hs por dia ao redor do mundo:
www.earthcam.com
Diplomatas colaboracionistas: tempos miseraveis...
Não, não estou me referindo a Wikileaks ou casos presentes, felizmente (mas nunca se sabe: um dia sempre podem surgir revelações embaraçosas, aqui também, provavelmente mais de colaboracionismo com ditaduras supostamente de "esquerda").
Estou me referindo aos tempos sombrios do nazismo, e a colaboração que a ele prestaram, inclusive na nefanda política de exterminação de judeus, por diplomatas alemãos do III Reich.
Paulo Roberto de Almeida
REPORTAJE: NAZISMO
La oscura diplomacia del Tercer Reich
LAURA LUCCHINI
El País, 02/01/2011
Un nuevo libro implica a los embajadores de la Alemania nazi en las deportaciones y la eliminación de judíos. El mito del distanciamiento de los diplomáticos del Reich se derrumba
La historia reciente de Alemania es una fuente inagotable de sorpresas. La última la ha provocado un libro que derriba el mito sobre la supuesta oposición silenciosa que el Ministerio de Exteriores mantuvo frente al ideario nazi. Das Amt und Die Vergangenheit (El ministerio y el pasado), ediciones Blessing, redactado por una comisión de historiadores guiada por el profesor Eckart Conze, describe a los diplomáticos del Reich como una "organización criminal". La conclusión es contundente: "Los diplomáticos estaban al tanto de la política contra los judíos y tomaron parte activa en ella. (...) La cooperación en el exterminio en masa era una de las áreas de actividad del ministerio en toda Europa".
El canciller Willy Brandt trabajó con Ernst Achenbach, ex oficial del Führer encargado de rastrear judíos en Francia
Pero no solo eso. Después de 1945, el Ministerio de Exteriores de la República Federal ocultó a los ex criminales nazis. Sucedió entre 1951 y 1955, etapa en la que Konrad Adenauer era canciller. Adenauer permitió que ex miembros del NSDAP (Partido Nacionalsocialista Obrero Alemán) se quedaran en el equipo ministerial como diplomáticos, que ocuparon puestos en las Embajadas de países árabes o latinoamericanos, donde era difícil que tuvieran que enfrentarse a ninguna persecución. Las cosas no cambiaron con Willy Brandt. A pesar de haber sido un firme opositor a Hitler, Brandt, una vez elegido canciller, siguió trabajando con Ernst Achenbach, ex oficial del Führer encargado de rastrear judíos en la Francis ocupada. Fue Joschka Eischer, al frente del Ministerio de Exteriores, quien creó en 2005 una comisión para investigar hasta qué fecha el departamento había ocultado su pasado nazi. Hasta la llegada de Fischer, muchos documentos habían permanecido secretos.
El estudio fue publicado el mes pasado y al acto de presentación asistieron los últimos responsables de la diplomacia alemana, Fischer, Frank Walter Steinmeier y el actual responsable de esta cartera, Guido Westerwelle, aunque en distintos eventos. Los cables liberados a través de este trabajo se leen como una Wikileaks histórica que involucra a los diplomáticos alemanes en la persecución de los judíos en Serbia, Francia, Suiza, Italia...
Los informes de los enviados del departamento de Exteriores fueron leídos y archivados cuidadosamente por empleados a las órdenes de Constantin Freiherr von Neurath y, más tarde, de Joachim Ribbentrop, titulares de esta cartera durante los Gobiernos de Hitler. Franz Rademacher, "responsable de los judíos", fue enviado en octubre de 1941 a Serbia, donde coordinó deportaciones y ejecuciones en masa. A su vuelta escribió un informe: "Los judíos varones serán fusilados este fin de semana, así que el problema queda solucionado tal y como relata la Embajada en un comunicado". Los costes de su viaje están registrados en un documento como: "Liquidación de judíos en Belgrado". Ulrich von Hassell, embajador en Roma, estaba encantado en 1933 con la nueva etapa antijudía y escribió claramente que quería "ser un luchador activo, es decir, participar" en la eliminación de judíos. Por su parte, Ernst von Weizsäcker, diplomático en Berna, en 1933, anotaba preocupado que "en el exterior falta una comprensión de la acción antijudía, porque quizá la influencia judía no ha manchado todavía sus almas".
La necesidad de iluminar los bajos fondos del Ministerio de Exteriores alemán comenzó con una carta que Marga Hensler, ex traductora del departamento, de 92 años, envió a Joschka Fischer quejándose de un elogioso obituario del diplomático Franz Nüsslein publicado en el año 2003 en una revista oficial. Nüsslein fue cónsul general de Alemania en Barcelona entre 1962 y 1974, y durante la Segunda Guerra Mundial fue fiscal en la Checoslovaquia ocupada, donde firmó miles de sentencias de muerte contra presuntos miembros de la resistencia. Fischer, sorprendido y preocupado por la polémica que había generado la carta de Hensler, decidió poner en pie una comisión de investigación: "Este es el obituario que este señor se merece", dijo. Después de la publicación del libro, Guido Westerwelle mandó una circular a las delegaciones diplomáticas alemanas en el mundo recomendando que descolgaran de las paredes todos los retratos de embajadores germanos anteriores a 1951. Instó también a las embajadas a investigar cualquier acusación de nazismo contra sus antiguos representantes. Estos detalles y el apoyo de tres ministros de Exteriores han elevado el interés del libro a los ojos del público. Y la obra se ha convertido en un superventas en las librerías. Se han vendido 80.000 ejemplares entre noviembre y diciembre pasados. También ha generado un sinnúmero de artículos o entrevistas de otros historiadores que han ido analizando las 880 páginas y 2.000 notas en búsqueda de incongruencias y superficialidades. El asunto está que arde, y la polémica, servida. Hans Mommsen, célebre experto del Tercer Reich, explicó la semana pasada que el libro le causó "horror" y que, en su opinión, está lleno de "errores enormes". Jöhannes Hürter, del Instituto de Historia Contemporánea de Múnich, dijo que no tiene "fundamento". Su colega de Fráncfort Sönke Neitzel dijo que se trata de "pornografía histórica". Se critica en particular la superficialidad y la falta de método científico por mezclar documentos inéditos con otros ya publicados. A pesar de esto, muchos políticos, Fischer y Westerwelle entre ellos, están convencidos de que la obra cambiará para siempre la imagen de la diplomacia alemana. Lo mismo piensan los supervivientes del Holocausto. La actitud de Westerwelle "demuestra que la Alemania actual es muy seria en su intención de confrontarse honesta y dolorosamente con su oscuro pasado", dijo Elan Steinberg, vicepresidente de la Unión Americana de Supervivientes Judíos.
Estou me referindo aos tempos sombrios do nazismo, e a colaboração que a ele prestaram, inclusive na nefanda política de exterminação de judeus, por diplomatas alemãos do III Reich.
Paulo Roberto de Almeida
REPORTAJE: NAZISMO
La oscura diplomacia del Tercer Reich
LAURA LUCCHINI
El País, 02/01/2011
Un nuevo libro implica a los embajadores de la Alemania nazi en las deportaciones y la eliminación de judíos. El mito del distanciamiento de los diplomáticos del Reich se derrumba
La historia reciente de Alemania es una fuente inagotable de sorpresas. La última la ha provocado un libro que derriba el mito sobre la supuesta oposición silenciosa que el Ministerio de Exteriores mantuvo frente al ideario nazi. Das Amt und Die Vergangenheit (El ministerio y el pasado), ediciones Blessing, redactado por una comisión de historiadores guiada por el profesor Eckart Conze, describe a los diplomáticos del Reich como una "organización criminal". La conclusión es contundente: "Los diplomáticos estaban al tanto de la política contra los judíos y tomaron parte activa en ella. (...) La cooperación en el exterminio en masa era una de las áreas de actividad del ministerio en toda Europa".
El canciller Willy Brandt trabajó con Ernst Achenbach, ex oficial del Führer encargado de rastrear judíos en Francia
Pero no solo eso. Después de 1945, el Ministerio de Exteriores de la República Federal ocultó a los ex criminales nazis. Sucedió entre 1951 y 1955, etapa en la que Konrad Adenauer era canciller. Adenauer permitió que ex miembros del NSDAP (Partido Nacionalsocialista Obrero Alemán) se quedaran en el equipo ministerial como diplomáticos, que ocuparon puestos en las Embajadas de países árabes o latinoamericanos, donde era difícil que tuvieran que enfrentarse a ninguna persecución. Las cosas no cambiaron con Willy Brandt. A pesar de haber sido un firme opositor a Hitler, Brandt, una vez elegido canciller, siguió trabajando con Ernst Achenbach, ex oficial del Führer encargado de rastrear judíos en la Francis ocupada. Fue Joschka Eischer, al frente del Ministerio de Exteriores, quien creó en 2005 una comisión para investigar hasta qué fecha el departamento había ocultado su pasado nazi. Hasta la llegada de Fischer, muchos documentos habían permanecido secretos.
El estudio fue publicado el mes pasado y al acto de presentación asistieron los últimos responsables de la diplomacia alemana, Fischer, Frank Walter Steinmeier y el actual responsable de esta cartera, Guido Westerwelle, aunque en distintos eventos. Los cables liberados a través de este trabajo se leen como una Wikileaks histórica que involucra a los diplomáticos alemanes en la persecución de los judíos en Serbia, Francia, Suiza, Italia...
Los informes de los enviados del departamento de Exteriores fueron leídos y archivados cuidadosamente por empleados a las órdenes de Constantin Freiherr von Neurath y, más tarde, de Joachim Ribbentrop, titulares de esta cartera durante los Gobiernos de Hitler. Franz Rademacher, "responsable de los judíos", fue enviado en octubre de 1941 a Serbia, donde coordinó deportaciones y ejecuciones en masa. A su vuelta escribió un informe: "Los judíos varones serán fusilados este fin de semana, así que el problema queda solucionado tal y como relata la Embajada en un comunicado". Los costes de su viaje están registrados en un documento como: "Liquidación de judíos en Belgrado". Ulrich von Hassell, embajador en Roma, estaba encantado en 1933 con la nueva etapa antijudía y escribió claramente que quería "ser un luchador activo, es decir, participar" en la eliminación de judíos. Por su parte, Ernst von Weizsäcker, diplomático en Berna, en 1933, anotaba preocupado que "en el exterior falta una comprensión de la acción antijudía, porque quizá la influencia judía no ha manchado todavía sus almas".
La necesidad de iluminar los bajos fondos del Ministerio de Exteriores alemán comenzó con una carta que Marga Hensler, ex traductora del departamento, de 92 años, envió a Joschka Fischer quejándose de un elogioso obituario del diplomático Franz Nüsslein publicado en el año 2003 en una revista oficial. Nüsslein fue cónsul general de Alemania en Barcelona entre 1962 y 1974, y durante la Segunda Guerra Mundial fue fiscal en la Checoslovaquia ocupada, donde firmó miles de sentencias de muerte contra presuntos miembros de la resistencia. Fischer, sorprendido y preocupado por la polémica que había generado la carta de Hensler, decidió poner en pie una comisión de investigación: "Este es el obituario que este señor se merece", dijo. Después de la publicación del libro, Guido Westerwelle mandó una circular a las delegaciones diplomáticas alemanas en el mundo recomendando que descolgaran de las paredes todos los retratos de embajadores germanos anteriores a 1951. Instó también a las embajadas a investigar cualquier acusación de nazismo contra sus antiguos representantes. Estos detalles y el apoyo de tres ministros de Exteriores han elevado el interés del libro a los ojos del público. Y la obra se ha convertido en un superventas en las librerías. Se han vendido 80.000 ejemplares entre noviembre y diciembre pasados. También ha generado un sinnúmero de artículos o entrevistas de otros historiadores que han ido analizando las 880 páginas y 2.000 notas en búsqueda de incongruencias y superficialidades. El asunto está que arde, y la polémica, servida. Hans Mommsen, célebre experto del Tercer Reich, explicó la semana pasada que el libro le causó "horror" y que, en su opinión, está lleno de "errores enormes". Jöhannes Hürter, del Instituto de Historia Contemporánea de Múnich, dijo que no tiene "fundamento". Su colega de Fráncfort Sönke Neitzel dijo que se trata de "pornografía histórica". Se critica en particular la superficialidad y la falta de método científico por mezclar documentos inéditos con otros ya publicados. A pesar de esto, muchos políticos, Fischer y Westerwelle entre ellos, están convencidos de que la obra cambiará para siempre la imagen de la diplomacia alemana. Lo mismo piensan los supervivientes del Holocausto. La actitud de Westerwelle "demuestra que la Alemania actual es muy seria en su intención de confrontarse honesta y dolorosamente con su oscuro pasado", dijo Elan Steinberg, vicepresidente de la Unión Americana de Supervivientes Judíos.
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
FAQ do Candidato a Diplomata por Renato Domith Godinho TEMAS: Concurso do Instituto Rio Branco, Itamaraty, Carreira Diplomática, MRE, Diplom...
-
Países de Maior Acesso aos textos PRA em Academia.edu (apenas os superiores a 100 acessos) Compilação Paulo Roberto de Almeida (15/12/2025) ...
-
Mercado Comum da Guerra? O Mercosul deveria ser, em princípio, uma zona de livre comércio e também uma zona de paz, entre seus próprios memb...
-
Reproduzo novamente uma postagem minha de 2020, quando foi publicado o livro de Dennys Xavier sobre Thomas Sowell quarta-feira, 4 de março...
-
Itamaraty 'Memórias', do embaixador Marcos Azambuja, é uma aula de diplomacia Embaixador foi um grande contador de histórias, ...
-
Israel Products in India: Check the Complete list of Israeli Brands! Several Israeli companies have established themselves in the Indian m...
-
Pequeno manual prático da decadência (recomendável em caráter preventivo...) Paulo Roberto de Almeida Colaboração a número especial da rev...
-
O Brics vai de vento em popa, ao que parece. Como eu nunca fui de tomar as coisas pelo seu valor de face, nunca deixei de expressar meu pen...

