Este blog não é nem contra, nem favor, muito pelo contrário, como reza um ditado irônico muito apropriado.
Ele é apenas pela verdade dos fatos, e pela honestidade intelectual, ou seja, trazer evidências para cada um dos argumentos apresentados pelas partes.
O governo já possui uma imensa máquina de propaganda -- paga com o nosso dinheiro -- e viveu durante oito ano na base do "nunca antes...".
Bem, eu sinceramente espero que nunca mais tenhamos de ouvir tamanha estupidez.
O artigo de opinião, abaixo, procura justamente separar os fatos das versões, e eu concordo com seu autor em que, ao lado das conquistas sociais dos últimos anos -- na verdade mais baseadas na distribuição dos estoques existentes, ou seja, a renda da classe média e o lucro das empresas, e no crescimento suscitado pela demanda externa, e o Brasil mais se deixou comprar do que vendeu, como provam as estatísticas de aumento de exportações, mais apoiadas em valor, de commodities, do que em volume de manufaturados --, ao lado dessas conquistas, portanto, menos conquistas do que benesses distribuídas, existem sérias preocupações quanto ao estado de saúde de nossas instituições políticas, que nunca antes neste país foram tão aviltadas quanto neste governo.
Existe, sim, uma deterioração sensível de certas instituições, sobretudo do Congresso, como qualquer um pode perceber.
Falar a verdade faz bem, e não ofende a inteligência como certos discursos grandiloquentes, e mentirosos, que se ouvem por aí.
Paulo Roberto de Almeida
Opinião
O legado de Lula
Percival Puggina
Opinião e Notícia, 3/01/2011
Não escrevo para desconsiderar o que andou bem no governo Lula, mas não posso deixar de expor o que vi de sórdido em seu modo de fazer política.
Acabou! Não há bem que sempre dure (na perspectiva dos 87% que gostaram), nem mal que não acabe (segundo a ótica dos 13% descontentes). Faço parte do pequeno grupo que não se deixa seduzir por conversa fiada, publicidade enganosa e não sente atração pelos salões e cofres do poder.
Lula chega ao fim de seu mandato em meio a um paradoxo que cobra explicações: a política e os que a ela se dedicam despencaram na confiança popular para um índice de rejeição de 92%! Ora, como entender que os políticos valham tão pouco perante a opinião pública enquanto o grande senhor, o chefe, o mandante, o comandante da política, surfa nas ondas de uma popularidade messiânica? Ouço miados nessa tuba. Como pode? Quanto mais crescia a popularidade do presidente mais decrescia o prestígio da política! E ele nada tem a ver? Chefiou durante quase uma década o Estado, o governo, a administração, uma fornida maioria parlamentar, o numeroso bloco de partidos integrantes de sua base de apoio, nomeou 8 dos 11 ministros do STF, estendeu seu braço protetor sobre as piores figuras da cena nacional e é a virgem do lupanar?
Eu aprecio os governantes realistas. Sei que o realismo se inclui entre as características de todos os estadistas. Seja como homem do governo, seja como chefe de Estado, o estadista lida com os fatos. Ideais elevados e pés no chão. Causas e consequências, problemas e soluções. Realismo. Isso me agrada. Mas há um realismo cínico, desprovido de caráter, que desconhece limites éticos, que se abraça com o demônio se ele puder ser útil. A história está cheia de líderes assim e apenas os olfatos mais sensíveis parecem capazes de perceber o cheiro de enxofre que exalam.
Há uma relação de causa e efeito entre a degradação da política brasileira e a ação do presidente Lula. Ele a deteriorou e comprometeu a democracia através do aparelhamento de tudo, da cooptação, da compra de votos com favores, do fracionamento e da descaracterização dos partidos. Assim como atuam os desmanches de automóveis, assim operou a política presidencial com os pedaços dos partidos nacionais, comprados das fontes mais suspeitas e pelos piores meios.
Quer dizer, senhores e senhoras arrebatados pela retórica lulista, que a democracia perdeu importância e pode ser uma coisa qualquer, apoiada por qualquer arremedo de política? Não se exige mais, de quem governa, um padrão mínimo de dignidade? De coerência e respeito? Não! Pelo jeito, basta encher o bolso dos ricos e distribuir esmolas aos pobres para que surja um novo São Francisco em Garanhuns.
Ah, Puggina! Mas com ele a economia cresceu, o número de miseráveis diminuiu e se realizaram obras importantes. Vá que seja. Mas convenhamos: era preciso muita incompetência para que a economia ficasse travada em meio a um ciclo mundial extremamente favorável. Pergunto: não estavam diligentemente postas pelos antecessores as condições (privatizações, estabilidade monetária e jurídica, integração ao comércio mundial, credibilidade externa, responsabilidade fiscal e estímulo ao agronegócio)?
Estavam, sim. Faltava o que Lula teve a partir de 2005: dinheiro jorrando, comprador e investidor, no mercado internacional. E ainda assim, entre 2002 e 2009, o crescimento do PIB per capita do Brasil teve um desempenho medíocre comparado com outros emergentes e, mesmo, com a maior parte dos países da América Latina.
O Partido dos Trabalhadores se construiu mediante três estratégias convergentes. Primeiro, a rigorosa adoção da cartilha gramsciana, assenhoreando-se dos meios de formação da cultura nacional, sem esquecer-se de qualquer deles – igrejas, sindicatos, movimentos sociais, universidades, meios de comunicação, material didático, música popular.
Segundo, combatendo tudo, mas tudo mesmo, que os governos anteriores buscavam implementar como condição para que o país retomasse o crescimento: Plano Real, abertura da economia, privatizações, cumprimento de contratos, pagamento da dívida, responsabilidade fiscal, busca de superávits, agronegócio e Proer. Tudo era denunciado como maligno, perverso, antinacional, corrupto.
Terceiro, destruindo de modo sistemático a imagem de quem se interpusesse no seu caminho para o poder, até restar, do imaginário de muitos, como a grande reserva moral da pátria. Dois anos no poder bastaram para que os véus do templo se rasgassem de alto abaixo e os muitos petistas bem intencionados arrancassem os cabelos num maremoto de escândalos.
Somente alguém totalmente irresponsável ou com desmedida ganância pelo poder haveria de desejar para a nação um governo social e economicamente desastroso. Não é e nunca foi meu caso. Não escrevo estas linhas para desconsiderar o que andou bem no governo do presidente Lula. Mas não posso deixar de expor o que vi – e como vi! – de sórdido e prejudicial em seu modo de fazer política.
Para concluir, temperando os exageros de uma publicidade que custou ao país, na média dos últimos três anos, R$ 900 milhões por ano, considero sensata a observação a seguir. Quando Lula assumiu, em 2003, os principais problemas do Brasil situavam-se nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública. Passados oito anos, haverá quem tenha coragem de afirmar que não persistem os problemas da Educação e que não se agravaram os da Saúde e da Segurança Pública? Haverá 87% de brasileiros dispostos a se declarar satisfeitos com a situação nacional nesses três pilares de uma vida social digna?
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Clausula democratica: African style...
De quantas divisões dispõe o papa?, perguntava Stalin, ao que parece, ignorando completamente a força moral do Vaticano, que aliás foi decisivo na derrocada e queda final do poder soviético nos países do leste europeu, em especial na Polônia, segundo John Lewis Gaddis (Cold War: A New History, que recomendo).
De quantas divisões dispõe a OEA?, alguns podem se perguntar hoje.
Sim, porque se, por exemplo, certo caudilho se recusar a sair do poder, em 2012, mesmo perdendo as eleições, a OEA teria de ter algumas divisões, para implementar sua "cláusula democrática", African style...
Até que para a história da África, não parece mau...
Paulo Roberto de Almeida
Oposição da Costa do Marfim diz que mediação africana fracassou
Por Tim Cocks
Reuters, terça-feira, 4 de janeiro de 2011
ABIDJÃ (Reuters) - As conversações entre líderes africanos e o presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, fracassaram na tentativa de resolver uma disputa eleitoral, por isso a força é a única opção que resta para removê-lo do poder, disse nesta terça-feira um porta-voz do líder oposicionista Alassane Ouattara.
Dirigentes de países africanos encerraram na segunda-feira reuniões na Costa do Marfim com o objetivo de convencer Gbagbo a entregar o poder a Ouattara, que é amplamente reconhecido como o vencedor da eleição presidencial de 28 de novembro.
"Não, acho que não houve progresso algum. Estamos no mesmo ponto em que estávamos da última vez, ou seja, ele se recusa a partir," afirmou o porta-voz do governo paralelo formado por Ouattara, Patrick Achi.
"Eles não o persuadiram e acabaram de partir, mas tinham de fazer isso para dar à paz uma última chance. A única coisa que restou é... a preparação militar," acrescentou.
O lado de Gbagbo não comentou a situação.
Quatro líderes representando o bloco Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e a União Africana se reuniram com Gbagbo por várias horas na tarde de segunda-feira, antes de se encontrarem com Ouattara num hotel onde ele está entrincheirado sob a guarda de forças de paz da ONU.
Rebeldes que ainda controlam o norte do país --que eles tomaram durante a guerra civil de 2002-2003 e que dividiu a nação-- apoiam Ouattara. A Cedeao também alertou antes das reuniões que está preparada para usar "força legítima" para destituir Gbagbo se ele não deixar o poder.
"A próxima ação diplomática pode ser adotada depois que a Cedeao posicionar previamente alguma forte demonstração de força militar nas imediações e Gbagbo sabe disso," declarou um diplomata.
A Cedeao já enviou tropas para conflitos na Libéria e Serra Leoa. No entanto, tinham sido solicitadas por governos locais. As nações do oeste da África temem, neste caso, serem arrastadas para uma luta com os soldados que se alinham com Gbagbo.
Também têm outras preocupações, como as eleições na Nigéria, em abril, e o receio de represálias contra milhões de cidadãos de seus países que vivem na Costa do Marfim.
A visita de segunda-feira foi a segunda de três chefes de Estado do oeste da África --Boni Yayi, do Benin; Ernest Bai Koroma, de Serra Leoa; e Pedro Pires, de Cabo Verde-- que se reuniram com Gbagbo na semana passada. O primeiro-ministro do Quênia, Raila Odinga, representou a União Africana.
Enquanto prosseguia a mediação, conflitos armados entre grupos da tribo Gurer, vistos como pró-Gbagbo, e da tribo Dioula, pró-Ouattara, irromperam no oeste do país, deixando pelo menos três mortos e muitos feridos, disseram testemunhas e uma autoridade do setor de segurança. Não ficou claro se os confrontos estão relacionados coma eleição.
Mais de 170 pessoas morreram desde as eleições que tinham como objetivo reunificar o país e garantir estabilidade econômica.
© Thomson Reuters 2011. All rights reserved.
De quantas divisões dispõe a OEA?, alguns podem se perguntar hoje.
Sim, porque se, por exemplo, certo caudilho se recusar a sair do poder, em 2012, mesmo perdendo as eleições, a OEA teria de ter algumas divisões, para implementar sua "cláusula democrática", African style...
Até que para a história da África, não parece mau...
Paulo Roberto de Almeida
Oposição da Costa do Marfim diz que mediação africana fracassou
Por Tim Cocks
Reuters, terça-feira, 4 de janeiro de 2011
ABIDJÃ (Reuters) - As conversações entre líderes africanos e o presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, fracassaram na tentativa de resolver uma disputa eleitoral, por isso a força é a única opção que resta para removê-lo do poder, disse nesta terça-feira um porta-voz do líder oposicionista Alassane Ouattara.
Dirigentes de países africanos encerraram na segunda-feira reuniões na Costa do Marfim com o objetivo de convencer Gbagbo a entregar o poder a Ouattara, que é amplamente reconhecido como o vencedor da eleição presidencial de 28 de novembro.
"Não, acho que não houve progresso algum. Estamos no mesmo ponto em que estávamos da última vez, ou seja, ele se recusa a partir," afirmou o porta-voz do governo paralelo formado por Ouattara, Patrick Achi.
"Eles não o persuadiram e acabaram de partir, mas tinham de fazer isso para dar à paz uma última chance. A única coisa que restou é... a preparação militar," acrescentou.
O lado de Gbagbo não comentou a situação.
Quatro líderes representando o bloco Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e a União Africana se reuniram com Gbagbo por várias horas na tarde de segunda-feira, antes de se encontrarem com Ouattara num hotel onde ele está entrincheirado sob a guarda de forças de paz da ONU.
Rebeldes que ainda controlam o norte do país --que eles tomaram durante a guerra civil de 2002-2003 e que dividiu a nação-- apoiam Ouattara. A Cedeao também alertou antes das reuniões que está preparada para usar "força legítima" para destituir Gbagbo se ele não deixar o poder.
"A próxima ação diplomática pode ser adotada depois que a Cedeao posicionar previamente alguma forte demonstração de força militar nas imediações e Gbagbo sabe disso," declarou um diplomata.
A Cedeao já enviou tropas para conflitos na Libéria e Serra Leoa. No entanto, tinham sido solicitadas por governos locais. As nações do oeste da África temem, neste caso, serem arrastadas para uma luta com os soldados que se alinham com Gbagbo.
Também têm outras preocupações, como as eleições na Nigéria, em abril, e o receio de represálias contra milhões de cidadãos de seus países que vivem na Costa do Marfim.
A visita de segunda-feira foi a segunda de três chefes de Estado do oeste da África --Boni Yayi, do Benin; Ernest Bai Koroma, de Serra Leoa; e Pedro Pires, de Cabo Verde-- que se reuniram com Gbagbo na semana passada. O primeiro-ministro do Quênia, Raila Odinga, representou a União Africana.
Enquanto prosseguia a mediação, conflitos armados entre grupos da tribo Gurer, vistos como pró-Gbagbo, e da tribo Dioula, pró-Ouattara, irromperam no oeste do país, deixando pelo menos três mortos e muitos feridos, disseram testemunhas e uma autoridade do setor de segurança. Não ficou claro se os confrontos estão relacionados coma eleição.
Mais de 170 pessoas morreram desde as eleições que tinham como objetivo reunificar o país e garantir estabilidade econômica.
© Thomson Reuters 2011. All rights reserved.
Wikileaks: Brasil anti-americano? Pas du tout...
Apenas fofocas americanas e colombianas...
O resto é paranoia e exageros...
Necessidade neurótica de ser igual aos EUA'
José Meirelles Passos
O Globo, 04/01/2011
Para diplomatas, Brasil não confia nos americanos e ainda vê a Casa Branca como ameaça à sua liderança regional
O governo brasileiro advertiu que não poderia ignorar "as sérias implicações" da presença dos EUA na estabilidade da região
Documentos agora revelados pelo WikiLeaks mostram, claramente, que apesar das declarações formais de ambas as partes - reafirmando um relacionamento bilateral cada dia mais amistoso - ainda existe uma carga enorme de suspeição nas relações entre os Estados Unidos e o Brasil.
"O Brasil tem uma necessidade quase neurótica de ser igual aos Estados Unidos, e de ser visto assim, e leva muito a sério mensagens dos EUA considerando o Brasil como o líder regional que procuramos para resolver problemas na América do Sul", diz um telegrama enviado pela embaixada americana em Brasília ao Departamento de Estado, em 30 de outubro de 2009, caracterizando o sentimento brasileiro.
"Chancelaria brasileira ciumenta e anti-ianque"
A análise diz, ainda, que o Brasil "não confia nas intenções dos EUA, em particular com relação à Amazônia, aos esforços do Brasil pela integração regional e, mais recentemente, às descobertas de petróleo em seu litoral". E arremata: "Por um lado, o governo do Brasil vê a presença dos EUA como usurpação de sua área, uma ameaça à sua liderança e à sua segurança, tanto diretamente, por causa das tensões criadas com a Venezuela, como indiretamente. Por outro lado, o Brasil se sente traído pela falha do governo dos EUA em reconhecer a primazia brasileira na região, deixando de consultar com antecipação sobre nossas atividades na América do Sul, e especialmente aquelas com implicações de segurança nacional".
Os comentários surgem ao final de uma série de oito telegramas, entre julho de 2006 e outubro de 2009, referentes especificamente às reações contrárias do Brasil ao, então recentemente firmado, Acordo de Cooperação de Defesa EUA-Colômbia - com a implantação de bases americanas naquele país. O então embaixador colombiano em Brasília, Tony Jozame, em conversa com diplomatas americanos, atribuiu o repúdio brasileiro a três fatores: "Jozame compartilhou sua visão pessoal sobre por que os brasileiros tiveram uma reação inicial tão negativa, dizendo que a maior parte do problema é causada pelo Ministério de Relações Exteriores que é esquerdista, anti-ianque, e ciumento da liderança de qualquer outro país na região".
Mais adiante, a encarregada de negócios da Embaixada dos EUA, Lisa Kubiske, registrou: "Jozame disse que a liderança no Ministério de Relações Exteriores (do Brasil) é muito esquerdista e, por isso, eles não apoiam uma cooperação maior entre a Colômbia e os Estados Unidos. Além disso, ele acredita que o Brasil tem ciúmes porque não gosta que assuntos sejam negociados ou discutidos sem que o Brasil apareça num papel de liderança". Jozame chegou a dizer que Marco Aurélio Garcia, o assessor especial de política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e que continua no cargo no governo de Dilma Rousseff - "é conhecido como simpatizante das Farc" (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O embaixador Marcel Biato, outro conselheiro de política externa de Lula, explicou aos americanos que, embora reconhecendo o direito soberano da Colômbia de negociar um acordo militar com os EUA, o Brasil não poderia ignorar "as sérias implicações" disso para a estabilidade na região. E completou: "Enquanto os EUA mantiverem uma presença na região, essa será uma difícil e nevrálgica questão que ressurgirá periodicamente e exigirá uma administração constante. Ao mesmo tempo em que o Brasil entende as razões para uma presença dos EUA na Colômbia, a meta do governo brasileiro é trabalhar para remover as condições que fazem necessária tal presença".
Temor de abalo nas relações bilaterais com o Brasil
Segundo a embaixada americana, ao informar sobre o acordo militar entre EUA e Colômbia, a mídia brasileira foi "sensacionalista e se baseou pouco nos fatos", caracterizando a iniciativa como a criação de bases americanas no país vizinho. "Ao mesmo tempo, o incidente pesou profunda e amplamente nas suspeições das intenções dos EUA na América do Sul, com base na leitura do Brasil de anteriores intervenções americanas na região", diz um dos telegramas sugerindo, a seguir, que em certa medida isso poderia vir a travar as relações bilaterais.
"Juntando isso com as preocupações do Brasil sobre a Quarta Frota (dos EUA, atuando na região) e as velhas preocupações sobre perder a Amazônia, esse último incidente traz à tona o baixo nível de confiança que muitos brasileiros têm nos EUA, o que é algo a considerar essencialmente à medida em que buscamos expandir nossa parceria bilateral".
O resto é paranoia e exageros...
Necessidade neurótica de ser igual aos EUA'
José Meirelles Passos
O Globo, 04/01/2011
Para diplomatas, Brasil não confia nos americanos e ainda vê a Casa Branca como ameaça à sua liderança regional
O governo brasileiro advertiu que não poderia ignorar "as sérias implicações" da presença dos EUA na estabilidade da região
Documentos agora revelados pelo WikiLeaks mostram, claramente, que apesar das declarações formais de ambas as partes - reafirmando um relacionamento bilateral cada dia mais amistoso - ainda existe uma carga enorme de suspeição nas relações entre os Estados Unidos e o Brasil.
"O Brasil tem uma necessidade quase neurótica de ser igual aos Estados Unidos, e de ser visto assim, e leva muito a sério mensagens dos EUA considerando o Brasil como o líder regional que procuramos para resolver problemas na América do Sul", diz um telegrama enviado pela embaixada americana em Brasília ao Departamento de Estado, em 30 de outubro de 2009, caracterizando o sentimento brasileiro.
"Chancelaria brasileira ciumenta e anti-ianque"
A análise diz, ainda, que o Brasil "não confia nas intenções dos EUA, em particular com relação à Amazônia, aos esforços do Brasil pela integração regional e, mais recentemente, às descobertas de petróleo em seu litoral". E arremata: "Por um lado, o governo do Brasil vê a presença dos EUA como usurpação de sua área, uma ameaça à sua liderança e à sua segurança, tanto diretamente, por causa das tensões criadas com a Venezuela, como indiretamente. Por outro lado, o Brasil se sente traído pela falha do governo dos EUA em reconhecer a primazia brasileira na região, deixando de consultar com antecipação sobre nossas atividades na América do Sul, e especialmente aquelas com implicações de segurança nacional".
Os comentários surgem ao final de uma série de oito telegramas, entre julho de 2006 e outubro de 2009, referentes especificamente às reações contrárias do Brasil ao, então recentemente firmado, Acordo de Cooperação de Defesa EUA-Colômbia - com a implantação de bases americanas naquele país. O então embaixador colombiano em Brasília, Tony Jozame, em conversa com diplomatas americanos, atribuiu o repúdio brasileiro a três fatores: "Jozame compartilhou sua visão pessoal sobre por que os brasileiros tiveram uma reação inicial tão negativa, dizendo que a maior parte do problema é causada pelo Ministério de Relações Exteriores que é esquerdista, anti-ianque, e ciumento da liderança de qualquer outro país na região".
Mais adiante, a encarregada de negócios da Embaixada dos EUA, Lisa Kubiske, registrou: "Jozame disse que a liderança no Ministério de Relações Exteriores (do Brasil) é muito esquerdista e, por isso, eles não apoiam uma cooperação maior entre a Colômbia e os Estados Unidos. Além disso, ele acredita que o Brasil tem ciúmes porque não gosta que assuntos sejam negociados ou discutidos sem que o Brasil apareça num papel de liderança". Jozame chegou a dizer que Marco Aurélio Garcia, o assessor especial de política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e que continua no cargo no governo de Dilma Rousseff - "é conhecido como simpatizante das Farc" (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O embaixador Marcel Biato, outro conselheiro de política externa de Lula, explicou aos americanos que, embora reconhecendo o direito soberano da Colômbia de negociar um acordo militar com os EUA, o Brasil não poderia ignorar "as sérias implicações" disso para a estabilidade na região. E completou: "Enquanto os EUA mantiverem uma presença na região, essa será uma difícil e nevrálgica questão que ressurgirá periodicamente e exigirá uma administração constante. Ao mesmo tempo em que o Brasil entende as razões para uma presença dos EUA na Colômbia, a meta do governo brasileiro é trabalhar para remover as condições que fazem necessária tal presença".
Temor de abalo nas relações bilaterais com o Brasil
Segundo a embaixada americana, ao informar sobre o acordo militar entre EUA e Colômbia, a mídia brasileira foi "sensacionalista e se baseou pouco nos fatos", caracterizando a iniciativa como a criação de bases americanas no país vizinho. "Ao mesmo tempo, o incidente pesou profunda e amplamente nas suspeições das intenções dos EUA na América do Sul, com base na leitura do Brasil de anteriores intervenções americanas na região", diz um dos telegramas sugerindo, a seguir, que em certa medida isso poderia vir a travar as relações bilaterais.
"Juntando isso com as preocupações do Brasil sobre a Quarta Frota (dos EUA, atuando na região) e as velhas preocupações sobre perder a Amazônia, esse último incidente traz à tona o baixo nível de confiança que muitos brasileiros têm nos EUA, o que é algo a considerar essencialmente à medida em que buscamos expandir nossa parceria bilateral".
The End of the Dollar? Pas encore...
Ainda não é o fim do dólar, mas talvez ele tenha mais passado do que futuro.
Em todo caso, vale conferir os artigos deste boletim:
The Journal of Globalization and Development (JGD)
Symposium
Introduction: Is the Era of the Dollar Over?
John Williamson
Towards A New Global Reserve System
Joseph E. Stiglitz and Bruce Greenwald
Does the SDR Have a Future?
Richard N. Cooper
The New Politics of Global Reserve Reform
Eric Helleiner
An SDR Based Reserve System
Peter Kenen
Building an SDR-Based Global Reserve System
José Antonio Ocampo
The Future of the Reserve System
John Williamson
Is the Era of the Dollar Over?
Charles Wyplosz
Em todo caso, vale conferir os artigos deste boletim:
The Journal of Globalization and Development (JGD)
Symposium
Introduction: Is the Era of the Dollar Over?
John Williamson
Towards A New Global Reserve System
Joseph E. Stiglitz and Bruce Greenwald
Does the SDR Have a Future?
Richard N. Cooper
The New Politics of Global Reserve Reform
Eric Helleiner
An SDR Based Reserve System
Peter Kenen
Building an SDR-Based Global Reserve System
José Antonio Ocampo
The Future of the Reserve System
John Williamson
Is the Era of the Dollar Over?
Charles Wyplosz
O advogado como "transferidor" de renda...
Advogado, como diria Marx, não produz valor, de uso ou de troca. Ele vive apenas de transferir renda de um lado para o outro, de preferência de particulares e do Estado (ou seja, de todos nós) para o seu próprio bolso.
Alguns diriam que são hienas, outros que são piranhas, com todo o respeito que merecem esses animais "ecológicos", ou seja, que "limpam" a natureza.
Advogados também limpam os bolsos dos outros, ou os caixas das empresas.
São espertalhões, mas eu não queria ser advogado, embora eu reconheça que eles criam valor, um valor muito especial...
Paulo Roberto de Almeida
Advogado que perdeu arquivos deve ser indenizado em R$ 10 mil pela Apple
Por Ludmila Santos
Revista Consultor Jurídico, 3 de janeiro de 2011
A 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve, por unanimidade, a decisão que condenou a Apple do Brasil a pagar indenização por dano moral no valor de R$ 10 mil ao advogado Luiz Henrique Assunção Guerson. Por conta de um problema técnico em seu MacBook, o advogado perdeu os arquivos armazenados na memória do equipamento, o que, para os desembargadores do TJ-RJ, significou a perda de horas e horas de trabalho. Cabe recurso.
A Apple também foi condenada a pagar R$ 4.068, referentes ao valor do produto e de um software adquirido pelo advogado. Isso porque, segundo o acórdão, a empresa não solucionou o problema apresentado no MacBook nem trocou o equipamento por outro.
O caso, segundo o relator da apelação, desembargador Horácio dos Santos Ribeiro Neto, configura ofensa a dignidade do advogado, uma vez que a falta de uma solução para o problema no computador atrapalhou sua vida profissional. "Não há dúvida de que o apelado teve sua incolumidade psíquica abalada, com ofensa à sua dignidade humana. O apelado, advogado, adquiriu microcomputador para fins profissionais, sendo este essencial à vida moderna. Quem adquire um microcomputador para facilitar-lhe a vida não quer receber um que apresente vício".
Consta nos autos que Guerson comprou um MacBook 13.3, no valor de R$ 3.799, e um Microsoft Office, no valor de R$ 299, no dia 2 de junho de 2008. Após duas atualizações, o computador parou de funcionar, ficando apenas um ponto de interrogação na tela. No dia 14 de agosto de 2009, ele procurou a assistência técnica, porém, três dias depois, foi informado que a garantia do produto expirou no dia 2 de junho de 2009. O advogado pagou R$ 830 no conserto do computador e nas horas técnicas calculadas após a execução do serviço.
Ao recorrer à Justiça, o advogado alegou que o produto ainda estava na garantia, considerando as garantias legal e contratual. Ele pediu a restituição do valor do MacBook, do software e a indenização por dano moral. O juiz da 24ª Vara Cível do Rio, Marcelo Almeida de Moraes Marinho, condenou a Apple, a revelia, considerando como verdadeiros todos os fatos narrados na inicial, em especial quanto à negligência da empresa em reparar o aparelho, bem como na existência dos danos morais.
As justificativas A Apple do Brasil recorreu ao TJ-RJ. Argumentou que a citação para a audiência em primeira instância é nula, pois foi recebida na portaria do edifício da empresa por pessoa desconhecida, que não tinha poderes para receber a citação. A empresa alegou, ainda, que a falta de contestação ou revelia não leva à presunção automática de veracidade dos fatos narrados na inicial.
Os desembargadores aplicaram a Súmula 118 do TJ-RJ, que diz que "a citação postal comprovadamente entregue à pessoa física, bem assim na sede ou filial da pessoa jurídica, faz presumir o conhecimento e a validade do ato". Dessa maneira, não há nulidade da citação, pois a carta foi direcionada ao endereço da sede da apelante e recebida por pessoa identificável. O desembargador Horácio dos Santos Ribeiro Neto citou em seu voto jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que diz ainda que é possível a citação da pessoa jurídica pelos Correios, desde que entregue no domicílio da ré e recebida por funcionário, ainda que sem poderes expressos para isso.
O relator considerou ainda que, como a Apple não mandou representante para a audiência de conciliação e resposta, a apelante é revel, ou seja, não cumpriu a citação para comparecimento em juízo, presumindo-se, portanto, verdadeiros os fatos alegados contra ela. "Apesar de ser relativa a aludida presunção [do advogado], não menos certo que se encontra em harmonia com a prova documental acostada juntamente com a inicial, onde se destacam os documentos de fls. 54/57, que comprovam o vício do produto".
O desembargador reconheceu a conjugação das garantias legal e contratual e que é cabível a sentença que condenou o fabricante a devolver o preço pago pelo produto e pelo software, já que a Apple não atendeu ao artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, que estabelece alternativas para os casos de vício em produto. Com essas justificativas, os desembargadores da 15ª Câmara Cível negaram a apelação da Apple.
Apelação 0222407-96.2009.8.19.0001
Ludmila Santos é repórter da revista Consultor Jurídico.
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PS.: Acho que não vou aceitar comentários, para não ser apedrejado por adevogados...
Alguns diriam que são hienas, outros que são piranhas, com todo o respeito que merecem esses animais "ecológicos", ou seja, que "limpam" a natureza.
Advogados também limpam os bolsos dos outros, ou os caixas das empresas.
São espertalhões, mas eu não queria ser advogado, embora eu reconheça que eles criam valor, um valor muito especial...
Paulo Roberto de Almeida
Advogado que perdeu arquivos deve ser indenizado em R$ 10 mil pela Apple
Por Ludmila Santos
Revista Consultor Jurídico, 3 de janeiro de 2011
A 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve, por unanimidade, a decisão que condenou a Apple do Brasil a pagar indenização por dano moral no valor de R$ 10 mil ao advogado Luiz Henrique Assunção Guerson. Por conta de um problema técnico em seu MacBook, o advogado perdeu os arquivos armazenados na memória do equipamento, o que, para os desembargadores do TJ-RJ, significou a perda de horas e horas de trabalho. Cabe recurso.
A Apple também foi condenada a pagar R$ 4.068, referentes ao valor do produto e de um software adquirido pelo advogado. Isso porque, segundo o acórdão, a empresa não solucionou o problema apresentado no MacBook nem trocou o equipamento por outro.
O caso, segundo o relator da apelação, desembargador Horácio dos Santos Ribeiro Neto, configura ofensa a dignidade do advogado, uma vez que a falta de uma solução para o problema no computador atrapalhou sua vida profissional. "Não há dúvida de que o apelado teve sua incolumidade psíquica abalada, com ofensa à sua dignidade humana. O apelado, advogado, adquiriu microcomputador para fins profissionais, sendo este essencial à vida moderna. Quem adquire um microcomputador para facilitar-lhe a vida não quer receber um que apresente vício".
Consta nos autos que Guerson comprou um MacBook 13.3, no valor de R$ 3.799, e um Microsoft Office, no valor de R$ 299, no dia 2 de junho de 2008. Após duas atualizações, o computador parou de funcionar, ficando apenas um ponto de interrogação na tela. No dia 14 de agosto de 2009, ele procurou a assistência técnica, porém, três dias depois, foi informado que a garantia do produto expirou no dia 2 de junho de 2009. O advogado pagou R$ 830 no conserto do computador e nas horas técnicas calculadas após a execução do serviço.
Ao recorrer à Justiça, o advogado alegou que o produto ainda estava na garantia, considerando as garantias legal e contratual. Ele pediu a restituição do valor do MacBook, do software e a indenização por dano moral. O juiz da 24ª Vara Cível do Rio, Marcelo Almeida de Moraes Marinho, condenou a Apple, a revelia, considerando como verdadeiros todos os fatos narrados na inicial, em especial quanto à negligência da empresa em reparar o aparelho, bem como na existência dos danos morais.
As justificativas A Apple do Brasil recorreu ao TJ-RJ. Argumentou que a citação para a audiência em primeira instância é nula, pois foi recebida na portaria do edifício da empresa por pessoa desconhecida, que não tinha poderes para receber a citação. A empresa alegou, ainda, que a falta de contestação ou revelia não leva à presunção automática de veracidade dos fatos narrados na inicial.
Os desembargadores aplicaram a Súmula 118 do TJ-RJ, que diz que "a citação postal comprovadamente entregue à pessoa física, bem assim na sede ou filial da pessoa jurídica, faz presumir o conhecimento e a validade do ato". Dessa maneira, não há nulidade da citação, pois a carta foi direcionada ao endereço da sede da apelante e recebida por pessoa identificável. O desembargador Horácio dos Santos Ribeiro Neto citou em seu voto jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que diz ainda que é possível a citação da pessoa jurídica pelos Correios, desde que entregue no domicílio da ré e recebida por funcionário, ainda que sem poderes expressos para isso.
O relator considerou ainda que, como a Apple não mandou representante para a audiência de conciliação e resposta, a apelante é revel, ou seja, não cumpriu a citação para comparecimento em juízo, presumindo-se, portanto, verdadeiros os fatos alegados contra ela. "Apesar de ser relativa a aludida presunção [do advogado], não menos certo que se encontra em harmonia com a prova documental acostada juntamente com a inicial, onde se destacam os documentos de fls. 54/57, que comprovam o vício do produto".
O desembargador reconheceu a conjugação das garantias legal e contratual e que é cabível a sentença que condenou o fabricante a devolver o preço pago pelo produto e pelo software, já que a Apple não atendeu ao artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, que estabelece alternativas para os casos de vício em produto. Com essas justificativas, os desembargadores da 15ª Câmara Cível negaram a apelação da Apple.
Apelação 0222407-96.2009.8.19.0001
Ludmila Santos é repórter da revista Consultor Jurídico.
=========
PS.: Acho que não vou aceitar comentários, para não ser apedrejado por adevogados...
Colaboracoes PRA: Revista Espaco da Sophia
Colaboro, desde algum tempo, com a revista acadêmica Espaço da Sophia, cujo site conheceu muitas mudanças nos últimos tempos.
Um ou outro visitante de meu site, ao tentar acessar alguns de meus artigos nessa revista, pelos links registrados em minhas listas de trabalhos publicados, não o conseguiram, em virtude dessas modificações na disposição, estrutura e linkagem dos materiais.
Não terei tempo, agora, de relinkar (ugh!) cada um dos trabalhos, mas permito-me, pelo menos informar o "link do autor" e depois transcrever os sumários de alguns dos artigos que apareceram (sem ordem aparente) na janela em questão:
http://www.revistaespacodasophia.com.br/no-39-agoset-2010/itemlist/user/65-paulorobertodealmeida.html
Eis o que apareceu em 4/01/2011, primeira página de 4 páginas:
Sex, 01 de Junho de 2007 13:49
Estaria a imbecilidade humana aumentando? (uma pergunta que espero não constrangedora...)
Com o perdão daqueles mais sensíveis à crueza da questão-título, respondo diretamente à pergunta. E a resposta é, ao mesmo tempo: sim e não! Explico um pouco melhor aqui abaixo.
Sim, infelizmente pode-se constatar empiricamente – mas isto poderia ser confirmado por alguma investigação “científica” – que está aumentando, para cifras nunca antes registradas nos meios de comunicação, o número de imbecis, idiotas ou simples energúmenos, cujas opiniões, elocubrações ou meras manifestações de “pensamento” conseguem ser captadas por esses meios de comunicação, encontrando assim um eco mais amplo nos veículos impressos e audiovisuais.
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Qua, 01 de Agosto de 2007 11:21
Já não se fazem mais marxistas como antigamente
Percorrendo o mundo dos blogs (e que mundo...), encontrei um que transcrevia uma frase do inesquecível dramaturgo Nelson Rodrigues, o que me levou de volta ao tempo da juventude (e da primeira maturidade também), período no qual, como muitos outros jovens da minha geração, devotei-me ao socialismo. A frase tem a ver com as características “especiais” do marxismo no Brasil. Reproduzo-a aqui abaixo:
“No Brasil, o marxismo adquiriu uma forma difusa, volatizada, atmosférica. É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, apenas respirando.” Nelson Rodrigues (não havia, no blog, menção de data ou da fonte originais).
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Sáb, 01 de Setembro de 2007 11:02
Teses para uma revolução partidária: sugestões (não solicitadas) para o congresso de um grande partido
Não, não se trata de um conjunto de tarefas revolucionárias destinadas a enfrentar uma situação de guerra, de crise ou de transição entre regimes políticos opostos, como propunha, em abril de 1917, a um punhado de militantes minoritários – mas que tinham a pretensão de ser majoritários – um líder recém chegado do exílio. Ninguém no Brasil – salvo um pequeno bando de sonhadores neobolcheviques – está pensando em derrubar o capitalismo, nacionalizar os bancos, estatizar as propriedades fundiárias, dissolver o exército, expropriar a burguesia, abolir o regime parlamentar ou fundar uma nova Internacional.
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Seg, 01 de Outubro de 2007 10:39
Crônica do petismo universitário: dissolução de uma redundância?
Referir-se ao “petismo universitário” soa, de fato, quase como uma redundância, tantas são as superposições entre o conceito e este seu adjetivo (que poderiam ser intercambiáveis, diga-se de passagem). Trata-se, em todo caso, de um lugar comum na cultura universitária das últimas duas décadas, pelo menos explicitamente (e talvez implicitamente e por um período mais longo, se de verdade for possível considerar essa identidade como típica do mores universitário, operando um tipo de “retroprojeção histórica” desde algumas décadas). Ou seja, o petismo universitário ou, inversamente, o universitário petista estão tão casados e identificados um ao outro, no plano conceitual, quanto, por exemplo, identificar a “nova Roma” com a “arrogância imperial” do único hiperpoder unilateral de nossos dias, quanto referir-se ao “capitalismo mafioso” da transição russa do socialismo ao capitalismo, ou ainda apostar na desonestidade congenital de políticos italianos, japoneses e de algumas outras nacionalidades também.
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Qui, 01 de Novembro de 2007 09:15
Expansão Econômica Mundial: 100 anos de uma obra pioneira
Cem anos atrás, o Brasil era o café e o café era o Brasil, ou pouco mais do que isso: nossa diplomacia e a própria política econômica estavam centradas na “defesa do café”, como atestam o Convênio de Taubaté e as garantias oficiais aos empréstimos contraídos no exterior para financiar a estocagem do produto, como forma de forçar a alta dos preços nos mercados mundiais. A elite política tinha consciência do atraso da Nação, resquício da ordem escravocrata do século XIX, e muitos dos seus representantes exibiam idéias políticas e econômicas avançadas, em contradição com os parcos esforços efetivamente feitos para colocá-las em prática, de molde a diminuir a distância que nos separava das potências da época.
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Sáb, 01 de Dezembro de 2007 08:48
História virtual do Brasil: um exercício intelectual
Questões metodológicas relativas à história virtual
Parece trivial, e sem maiores conseqüências práticas, fazer conjecturas em direção do passado, já que a linha contínua do tempo não nos permite operar qualquer mudança no curso efetivo da história, com a ajuda de alguma máquina do tempo imaginária. Especular é contudo possível em direção do passado, sendo em todo caso menos perigoso do que fazê-lo no presente e ainda menos arriscado do que “contra” o futuro. Um famoso historiador europeu, Johan Huizinga, chegou mesmo a afirmar que o historiador deveria se colocar de um ponto de vista que o permitisse considerar fatos conhecidos como podendo conduzir a resultados diferentes: e se os persas tivessem vencido em Salamina?; e se Napoleão tivesse fracassado em seu 18 Brumário?
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Ter, 01 de Janeiro de 2008 12:25
Uma proposta modesta: a reforma do Brasil
Monteiro Lobato, num de seus livros da série do Sítio do Pica-Pau Amarelo, atribuiu à personagem Emília a tarefa de fazer a “reforma da Natureza”: coisa pequena, apenas corrigir alguns mal-feitos do Criador e consertar o que parecia errado aos olhos de retrós de uma boneca de pano. Dotada provisoriamente de poderes originais, a boneca logo instalou a confusão no sítio, com o que o seu mandato foi cassado e o equilíbrio anterior voltou a reinar.
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Sex, 01 de Fevereiro de 2008 11:55
Políticas econômicas nacionais no contexto da globalização: a questão do desenvolvimento
O presente texto discute alguns dos condicionantes econômicos de caráter estrutural, em grande medida derivados do contexto internacional contemporâneo, que têm influenciado a formulação e a execução das políticas macroeconômicas nacionais, que na atualidade, e para todos os efeitos, atuam crescentemente de forma relacional ou integrada, como revelado na experiência do G-7 (hoje G-8) e em outros foros de coordenação econômica global (como a OCDE ou os organismos de Bretton Woods). A despeito das diferenças tradicionais entre, de um lado, as escolas vinculadas às correntes keynesianas de pensamento econômico – que admitem e até preconizam certa latitude de intervencionismo estatal – e, de outro lado, as escolas mais identificadas com o pensamento liberal em economia – que preferem enfatizar a importância das relações de mercado –, 2 observa-se uma crescente convergência, senão em teoria, pelo menos na prática, entre essas diferentes correntes, sobretudo quando confrontadas aos desafios da globalização. De modo geral, movimentos políticos de inspiração socialdemocrática, que no passado seriam levados a praticar graus diversos de intervencionismo estatal, têm sido guiados, uma vez no exercício do poder, pela preocupação de não afetar, de modo decisivo, os principais fundamentos das políticas econômicas correntes, feitas de combate sem leniência à inflação, responsabilidade fiscal e orçamentária, oposição moderada ao protecionismo comercial e abertura cautelosa aos impactos da globalização financeira.
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Sáb, 01 de Março de 2008 11:27
A herança portuguesa e a obra brasileira: um balanço e uma avaliação de dois séculos
1. O que, exatamente, deve ser comemorado?
Em janeiro de 2008, Brasil e Portugal começaram a “festejar” – se o verbo se aplica – os 200 anos da vinda da família real para o Brasil. Alguns se atêm ao ato da “fuga”, outros celebram a “genial estratégia” do Príncipe Regente, o único a ter enganado Napoleão, nas palavras do próprio, como já fomos lembrados. Apreciações positivas e negativas são inevitáveis, em ambos os lados do Atlântico, uma vez que a controvérsia sobre decisões de tanta gravidade faz parte da trama da história, e não apenas entre historiadores. O fato determinado é que a partida (por certo precipitada), em novembro de 1807, e a chegada a Bahia, em janeiro de 2008, imediatamente seguida do famoso Alvará régio de abertura dos portos, se impunham como necessidades absolutas, à falta, cada uma, de melhores alternativas.
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Ter, 01 de Abril de 2008 21:41
O fetiche do Capital
Alerto, desde o inicio, que o Capital a que me refiro no título (em itálico, por favor) é mesmo a obra preferida de marxistas e marxianos, o magnum opus de Karl Marx, tão cultuado quanto pouco lido desde sua edição original (em 1863). A pergunta se coloca: por que voltar agora a essa obra vetusta, quase gótica, stricto et lato sensi, objeto de controvérsias desde sua primeira versão, que coroa e anuncia as teorias da mais-valia, sobre as quais Marx trabalhou durante anos seguidos, sem jamais dar forma final à obra que ele estimava – como seus seguidores e admiradores – como o desvendamento definitivo do funcionamento do modo de produção capitalista?
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Um ou outro visitante de meu site, ao tentar acessar alguns de meus artigos nessa revista, pelos links registrados em minhas listas de trabalhos publicados, não o conseguiram, em virtude dessas modificações na disposição, estrutura e linkagem dos materiais.
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Estaria a imbecilidade humana aumentando? (uma pergunta que espero não constrangedora...)
Com o perdão daqueles mais sensíveis à crueza da questão-título, respondo diretamente à pergunta. E a resposta é, ao mesmo tempo: sim e não! Explico um pouco melhor aqui abaixo.
Sim, infelizmente pode-se constatar empiricamente – mas isto poderia ser confirmado por alguma investigação “científica” – que está aumentando, para cifras nunca antes registradas nos meios de comunicação, o número de imbecis, idiotas ou simples energúmenos, cujas opiniões, elocubrações ou meras manifestações de “pensamento” conseguem ser captadas por esses meios de comunicação, encontrando assim um eco mais amplo nos veículos impressos e audiovisuais.
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Qua, 01 de Agosto de 2007 11:21
Já não se fazem mais marxistas como antigamente
Percorrendo o mundo dos blogs (e que mundo...), encontrei um que transcrevia uma frase do inesquecível dramaturgo Nelson Rodrigues, o que me levou de volta ao tempo da juventude (e da primeira maturidade também), período no qual, como muitos outros jovens da minha geração, devotei-me ao socialismo. A frase tem a ver com as características “especiais” do marxismo no Brasil. Reproduzo-a aqui abaixo:
“No Brasil, o marxismo adquiriu uma forma difusa, volatizada, atmosférica. É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, apenas respirando.” Nelson Rodrigues (não havia, no blog, menção de data ou da fonte originais).
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Sáb, 01 de Setembro de 2007 11:02
Teses para uma revolução partidária: sugestões (não solicitadas) para o congresso de um grande partido
Não, não se trata de um conjunto de tarefas revolucionárias destinadas a enfrentar uma situação de guerra, de crise ou de transição entre regimes políticos opostos, como propunha, em abril de 1917, a um punhado de militantes minoritários – mas que tinham a pretensão de ser majoritários – um líder recém chegado do exílio. Ninguém no Brasil – salvo um pequeno bando de sonhadores neobolcheviques – está pensando em derrubar o capitalismo, nacionalizar os bancos, estatizar as propriedades fundiárias, dissolver o exército, expropriar a burguesia, abolir o regime parlamentar ou fundar uma nova Internacional.
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Seg, 01 de Outubro de 2007 10:39
Crônica do petismo universitário: dissolução de uma redundância?
Referir-se ao “petismo universitário” soa, de fato, quase como uma redundância, tantas são as superposições entre o conceito e este seu adjetivo (que poderiam ser intercambiáveis, diga-se de passagem). Trata-se, em todo caso, de um lugar comum na cultura universitária das últimas duas décadas, pelo menos explicitamente (e talvez implicitamente e por um período mais longo, se de verdade for possível considerar essa identidade como típica do mores universitário, operando um tipo de “retroprojeção histórica” desde algumas décadas). Ou seja, o petismo universitário ou, inversamente, o universitário petista estão tão casados e identificados um ao outro, no plano conceitual, quanto, por exemplo, identificar a “nova Roma” com a “arrogância imperial” do único hiperpoder unilateral de nossos dias, quanto referir-se ao “capitalismo mafioso” da transição russa do socialismo ao capitalismo, ou ainda apostar na desonestidade congenital de políticos italianos, japoneses e de algumas outras nacionalidades também.
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Expansão Econômica Mundial: 100 anos de uma obra pioneira
Cem anos atrás, o Brasil era o café e o café era o Brasil, ou pouco mais do que isso: nossa diplomacia e a própria política econômica estavam centradas na “defesa do café”, como atestam o Convênio de Taubaté e as garantias oficiais aos empréstimos contraídos no exterior para financiar a estocagem do produto, como forma de forçar a alta dos preços nos mercados mundiais. A elite política tinha consciência do atraso da Nação, resquício da ordem escravocrata do século XIX, e muitos dos seus representantes exibiam idéias políticas e econômicas avançadas, em contradição com os parcos esforços efetivamente feitos para colocá-las em prática, de molde a diminuir a distância que nos separava das potências da época.
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Sáb, 01 de Dezembro de 2007 08:48
História virtual do Brasil: um exercício intelectual
Questões metodológicas relativas à história virtual
Parece trivial, e sem maiores conseqüências práticas, fazer conjecturas em direção do passado, já que a linha contínua do tempo não nos permite operar qualquer mudança no curso efetivo da história, com a ajuda de alguma máquina do tempo imaginária. Especular é contudo possível em direção do passado, sendo em todo caso menos perigoso do que fazê-lo no presente e ainda menos arriscado do que “contra” o futuro. Um famoso historiador europeu, Johan Huizinga, chegou mesmo a afirmar que o historiador deveria se colocar de um ponto de vista que o permitisse considerar fatos conhecidos como podendo conduzir a resultados diferentes: e se os persas tivessem vencido em Salamina?; e se Napoleão tivesse fracassado em seu 18 Brumário?
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Uma proposta modesta: a reforma do Brasil
Monteiro Lobato, num de seus livros da série do Sítio do Pica-Pau Amarelo, atribuiu à personagem Emília a tarefa de fazer a “reforma da Natureza”: coisa pequena, apenas corrigir alguns mal-feitos do Criador e consertar o que parecia errado aos olhos de retrós de uma boneca de pano. Dotada provisoriamente de poderes originais, a boneca logo instalou a confusão no sítio, com o que o seu mandato foi cassado e o equilíbrio anterior voltou a reinar.
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Políticas econômicas nacionais no contexto da globalização: a questão do desenvolvimento
O presente texto discute alguns dos condicionantes econômicos de caráter estrutural, em grande medida derivados do contexto internacional contemporâneo, que têm influenciado a formulação e a execução das políticas macroeconômicas nacionais, que na atualidade, e para todos os efeitos, atuam crescentemente de forma relacional ou integrada, como revelado na experiência do G-7 (hoje G-8) e em outros foros de coordenação econômica global (como a OCDE ou os organismos de Bretton Woods). A despeito das diferenças tradicionais entre, de um lado, as escolas vinculadas às correntes keynesianas de pensamento econômico – que admitem e até preconizam certa latitude de intervencionismo estatal – e, de outro lado, as escolas mais identificadas com o pensamento liberal em economia – que preferem enfatizar a importância das relações de mercado –, 2 observa-se uma crescente convergência, senão em teoria, pelo menos na prática, entre essas diferentes correntes, sobretudo quando confrontadas aos desafios da globalização. De modo geral, movimentos políticos de inspiração socialdemocrática, que no passado seriam levados a praticar graus diversos de intervencionismo estatal, têm sido guiados, uma vez no exercício do poder, pela preocupação de não afetar, de modo decisivo, os principais fundamentos das políticas econômicas correntes, feitas de combate sem leniência à inflação, responsabilidade fiscal e orçamentária, oposição moderada ao protecionismo comercial e abertura cautelosa aos impactos da globalização financeira.
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Sáb, 01 de Março de 2008 11:27
A herança portuguesa e a obra brasileira: um balanço e uma avaliação de dois séculos
1. O que, exatamente, deve ser comemorado?
Em janeiro de 2008, Brasil e Portugal começaram a “festejar” – se o verbo se aplica – os 200 anos da vinda da família real para o Brasil. Alguns se atêm ao ato da “fuga”, outros celebram a “genial estratégia” do Príncipe Regente, o único a ter enganado Napoleão, nas palavras do próprio, como já fomos lembrados. Apreciações positivas e negativas são inevitáveis, em ambos os lados do Atlântico, uma vez que a controvérsia sobre decisões de tanta gravidade faz parte da trama da história, e não apenas entre historiadores. O fato determinado é que a partida (por certo precipitada), em novembro de 1807, e a chegada a Bahia, em janeiro de 2008, imediatamente seguida do famoso Alvará régio de abertura dos portos, se impunham como necessidades absolutas, à falta, cada uma, de melhores alternativas.
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O fetiche do Capital
Alerto, desde o inicio, que o Capital a que me refiro no título (em itálico, por favor) é mesmo a obra preferida de marxistas e marxianos, o magnum opus de Karl Marx, tão cultuado quanto pouco lido desde sua edição original (em 1863). A pergunta se coloca: por que voltar agora a essa obra vetusta, quase gótica, stricto et lato sensi, objeto de controvérsias desde sua primeira versão, que coroa e anuncia as teorias da mais-valia, sobre as quais Marx trabalhou durante anos seguidos, sem jamais dar forma final à obra que ele estimava – como seus seguidores e admiradores – como o desvendamento definitivo do funcionamento do modo de produção capitalista?
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Um Principe da literatura: Mario Vargas Llosa, Nobel Prize Lecture
Estou ouvindo, e recomendo que todos ouçam, a alocução, uma aula inteira, de Mario Vargas Llosa, ao receber seu prêmio Nobel:
http://nobelprize.org/mediaplayer/index.php?id=1416
O prêmio, na verdade, importa pouco, pois o que vale mesmo é sua aula sobre a literatura universal.
Nobel Lecture by Mario Vargas Llosa(54 minutes)
Mario Vargas Llosa delivered his Nobel Lecture, 7 December 2010, at the Swedish Academy, Stockholm. He was introduced by Peter Englund, Permanent Secretary of the Swedish Academy. The lecture was delivered in Spanish.
Credits: Sveriges Television AB (production)
Copyright © Nobel Media AB 2010
http://nobelprize.org/mediaplayer/index.php?id=1416
O prêmio, na verdade, importa pouco, pois o que vale mesmo é sua aula sobre a literatura universal.
Nobel Lecture by Mario Vargas Llosa(54 minutes)
Mario Vargas Llosa delivered his Nobel Lecture, 7 December 2010, at the Swedish Academy, Stockholm. He was introduced by Peter Englund, Permanent Secretary of the Swedish Academy. The lecture was delivered in Spanish.
Credits: Sveriges Television AB (production)
Copyright © Nobel Media AB 2010
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