Divulgando:
54. Congresso Internacional de Americanistas
Construindo o diálogo nas Américas
Viena, Austria - 15-20 de julho de 2012
Prezados,
o 54º ICA de 15 a 20 de julho de 2012 em Viena, Áustria, está com suas inscrições abertas para palestras nos Simpósios Temáticos, no período de 15 de abril a 31 de agosto de 2011.
Estamos divulgando o Simpósio Temático na área de História
893 - A Análise dos Sistemas-Mundo e América Latina
Coordenador: Vieira Rosângela - Universidade Estadual Paulista - Brazil
Co-Coordenador: Vieira, Pedro Antonio – Universidade Federal de Santa Catarina - Brazil
O Moderno Sistema-Mundial e a América Latina surgiram praticamente no mesmo momento histórico (século XVI) e foram se desenvolvendo juntos ao longo destes 500 anos. Nesta perspectiva, a história da economia-mundo capitalista e de uma de suas regiões, a América Latina, não podem ser entendidas separadamente. Apesar de todas as mudanças ocorridas tanto no todo (a economia-mundo) como na parte (a América Latina), o que chama atenção é uma permanência ou continuidade: a condição periférica da América Latina e a impossibilidade da região aumentar sua participação relativa distribuição mundial do poder e da riqueza, em que pese toda a contribuição que desde o período colonial América Latina tem dado ao desenvolvimento da economia-mundo. Na atual conjuntura de crise (terminal?) do sistema-mundo e quando em alguns países da América Latina (Bolívia, Equador, Venezuela, Brasil) renovam-se as esperanças de alterar as respectivas posições na hierarquia mundial, a análise dos sistemas-mundo parece ser particularmente útil para situar estas experiências na conjuntura do sistema mundial e, a partir daí, chegar a uma avaliação mais precisa das possibilidades de sucessos destas novas experiências. Nesta ordem de idéias, a proposta deste seminário é reunir pesquisadores interessados em analisar a América Latina sob esse prisma, colaborando na construção de uma compreensão mais profunda das relações da América Latina com a Economia-Mundo capitalista, tanto no passado como na atual conjuntura. Deve ser destacado, por último, que esta compreensão parece ser absolutamente importante, num momento que as ciências sociais do século XIX se revelam incapazes de captar as peculiaridades da atual fase do sistema-mundo e, como conseqüência, de uma de suas partes, a América Latina.
Palavras-chaves: Economia-Mundo, América Latina, História
Para inscrever-se use o endereço abaixo
http://ica2012.univie.ac.at/pt/submissao-de-palestras/como-submeter-uma-proposta/
Outras informações
http://ica2012.univie.ac.at/pt/inicio/
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Ministros do Supremo vao oficializar racismo no Brasil (e justificar o Apartheid oficial sendo criado...)
Desculpem a crueza do título e a acusação premonitária, mas é o que eu acho que vai ocorrer proximamente no Brasil: racismo oficial, legal, legítimo e estimulado pelos poderes públicos, um novo Apartheid sendo instituído com toda a sanção legal dos supremos magistrados da nação (tudo com letra minúscula, claro) e para regojizo dos novos racistas, brancos, pretos, ou de qualquer outra cor...
Tenho certeza de que com a atual composição do STF -- ministros que mostraram o que pensam (ou não) em julgamentos recentes, notórios, para dizer o mínimo -- a corte suprema deste país que já não é o meu vai decidir que praticar racismo é, sim, legal e legítimo, desde que seja para reparar injustiças históricas advindas de uma situação secular de opressão de toda uma categoria de pessoas que, mesmo não tendo sido escravizadas, padecem ainda hoje de algum mal incurável que faz com que o Estado tenha de vir em seu socorro com esse tipo de medida discriminatória.
Não tenho nenhuma dúvida de que esses ministros que aí estão -- com algumas exceções, que me parecem ser a daqueles que foram indicados antes da era do Guia Genial do Povos -- votarão a favor do racismo no Brasil. Não só isso: eles justificarão, por meio de alguma argumentação abstrusa cuja fundamentação filosófica desconheço agora, mas que saberei dentro em pouco, a sua tomada de decisão como um meio, entre outros, de reparar essas injustiças históricas. Só desejo que eles durmam em paz depois de votarem. Claro, um ou outro podem sempre pensar se não estão se dobrando às conveniências do momento, ao "clamor das ruas", ao Zeitgeist, seja lá o que for, mas acredito que os preclaros ministros dessa corte algo bizarra ratificarão, em sua maioria o regime de cotas raciais, que se encaixa perfeitamente no Estatuto da (Des)Igualdade Racial já aprovado no parlamento (também com letras minúsculas), e que visa as mesmas coisas: ou seja, a construção do racismo no Brasil e a legalização do Apartheid.
Nessas horas sempre penso na minha avó italiana, que veio ao Brasil muito pequena para substituir os escravos de origem africana (alguns já nascidos no Brasil, é verdade) nas fazendas de café, cujas condições de trabalho não diferiam muito daquelas dos seus predecessores. Ela morreu analfabeta, mas tinha orgulho de meus estudos, e sempre me dizia para estudar bastante para "ficar inteligente".
Não tenho certeza, mas acho que alguns ministros do supremo não estudaram bastante...
Paulo Roberto de Almeida
A lei dos juízes
Demétrio Magnoli
O Estado de S.Paulo, 4 de agosto de 2011
Franschhoek, cidade de vinhedos e alta cozinha na província sul-africana do Cabo Ocidental, é o núcleo cultural dos descendentes dos huguenotes franceses que emigraram para a Colônia do Cabo após a revogação do Edito de Nantes, em 1685. Esses refugiados da perseguição religiosa se somaram aos também calvinistas holandeses estabelecidos na região para configurar a colonização bôer na África do Sul. Eles adquiriram escravos, se insurgiram contra a abolição da escravidão promovida pelos britânicos em 1833, participaram do Grand Trek que resultou na fundação das colônias africânderes do interior e ajudaram a sustentar as leis do apartheid, introduzidas a partir de 1949. Desde 1789, até hoje, Franschhoek celebra a Revolução Francesa, que derrubou a monarquia católica dos Bourbons.
Liberdade, para eles, significava as liberdades de falar com Deus segundo suas próprias regras e de possuir escravos. Igualdade significava, exclusivamente, o estatuto de equivalência de direitos religiosos com os católicos consagrado pelo Edito de Nantes. Não se tratava da igualdade dos indivíduos perante a lei, mas da igualdade de direitos entre distintas comunidades religiosas cristãs. Nessa acepção, a igualdade pressupunha a diferença: os nativos africanos não teriam prerrogativas de cidadania, pois não eram cristãos.
Igualdade significa coisas diversas em sociedades diferentes. Breve, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará uma ação contra o programa de cotas raciais na Universidade de Brasília (UnB). O veredicto terá repercussões que transbordam largamente os limites do sistema de seleção de candidatos à UnB: estará em jogo o significado do princípio da igualdade no Brasil. A Constituição é cristalina, traduzindo a igualdade como equivalência de direitos de cidadania, independentemente de cor, raça, sexo ou crença. O sistema de cotas raciais implica a negação disso e sua substituição por um conceito de igualdade entre comunidades raciais inventadas. Mas há indícios consistentes de que o tribunal pode votar pela anulação de um dos pilares estruturais da Constituição.
O regime do apartheid costuma ser descrito como um Estado policial semifascista devotado a promover a exclusão política dos negros. De fato, ele também foi isso, mas seu traço essencial era outro. Os fundamentos doutrinários do apartheid emanaram do pensamento dos liberais Wyk Louw e G. B. Gerdener, da Universidade de Stellenbosch, que propugnaram a segregação de raças como imperativo para a manutenção da liberdade dos brancos e das culturas dos nativos. Louw e Gerdener conferiram forma acadêmica às ideias de Jan Smuts, comandante das forças africânderes na Guerra dos Bôeres de 1899-1902. Smuts promoveu a reconciliação entre os africânderes e os britânicos, antes de se tornar primeiro-ministro do país unificado. Em 1929, numa conferência proferida em Oxford, ele delineou o sentido da "missão civilizatória" dos brancos na África Austral: "O Império Britânico não simboliza a assimilação dos povos num tipo único, não simboliza a padronização, mas o desenvolvimento mais pleno e livre dos povos segundo suas próprias linhas específicas".
Louw e Gerdener devem ser vistos como precursores do multiculturalismo. Eles criticavam as propostas de criação de uma sociedade de indivíduos iguais perante a lei, que representaria a "assimilação dos povos". No lugar da "padronização" política e jurídica, sustentavam a ideia de direitos iguais para grupos raciais separados. O grupo, a comunidade racial, não o indivíduo, figuraria como componente básico da nação. É precisamente esse conceito que alicerça o sistema de cotas raciais.
Na UnB, um candidato definido administrativamente como "negro" por uma comissão universitária tem o privilégio de concorrer às vagas reservadas no sistema de cotas. Mesmo se proveniente de família de alta renda, tendo cursado colégio particular e cursinho pré-vestibular, o candidato "negro" precisa de menos pontos para obtenção de vaga do que um candidato definido como "branco", mas oriundo de família pobre e escola pública. Na lógica da UnB, indivíduos reais não existem: o que existe são representantes imaginários de comunidades raciais. O jovem "negro" funciona como representante dos antigos escravos (mesmo que seus ancestrais fossem traficantes de escravos). O jovem "branco" funciona como representante dos antigos proprietários de escravos (mesmo que seus ancestrais tenham chegado ao Brasil após a Abolição). Se o STF ornar tal programa com seu selo, estará derrubando o princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei.
O apartheid fincava raízes nas diferenças de língua e cultura entre os grupos populacionais sul-africanos. A classificação étnica dos indivíduos, seu requisito indispensável, derivava de realidades inscritas no passado e refletidas na consciência das pessoas. O projeto da "igualdade racial" no Brasil, cujo instrumento são os programas de cotas, exige uma fabricação acelerada de comunidades étnicas. As pessoas precisam ser transformadas em "brancos" ou "negros", a golpes de estatutos administrativos impostos por órgãos públicos e universidades. Todo o empreendimento desafia a letra da Constituição, que recusa a distinção racial dos cidadãos. O STF está perto de escancarar as portas para o esbulho constitucional generalizado.
Seria o STF capaz de corromper escancaradamente o princípio da igualdade dos indivíduos perante a lei? A Corte Suprema é um tribunal político, no sentido de que sua composição reflete as tendências políticas de longo prazo da Nação. Há oito anos o lulismo aponta os novos integrantes da Corte. O STF rejeitou a mera abertura de processo contra Antônio Palocci, que, como agora reconhece a Caixa Econômica Federal, deu ordem para a violação do sigilo bancário de Francenildo Costa. Os intérpretes da Constituição não parecem preocupados com a preservação do princípio da igualdade.
Tenho certeza de que com a atual composição do STF -- ministros que mostraram o que pensam (ou não) em julgamentos recentes, notórios, para dizer o mínimo -- a corte suprema deste país que já não é o meu vai decidir que praticar racismo é, sim, legal e legítimo, desde que seja para reparar injustiças históricas advindas de uma situação secular de opressão de toda uma categoria de pessoas que, mesmo não tendo sido escravizadas, padecem ainda hoje de algum mal incurável que faz com que o Estado tenha de vir em seu socorro com esse tipo de medida discriminatória.
Não tenho nenhuma dúvida de que esses ministros que aí estão -- com algumas exceções, que me parecem ser a daqueles que foram indicados antes da era do Guia Genial do Povos -- votarão a favor do racismo no Brasil. Não só isso: eles justificarão, por meio de alguma argumentação abstrusa cuja fundamentação filosófica desconheço agora, mas que saberei dentro em pouco, a sua tomada de decisão como um meio, entre outros, de reparar essas injustiças históricas. Só desejo que eles durmam em paz depois de votarem. Claro, um ou outro podem sempre pensar se não estão se dobrando às conveniências do momento, ao "clamor das ruas", ao Zeitgeist, seja lá o que for, mas acredito que os preclaros ministros dessa corte algo bizarra ratificarão, em sua maioria o regime de cotas raciais, que se encaixa perfeitamente no Estatuto da (Des)Igualdade Racial já aprovado no parlamento (também com letras minúsculas), e que visa as mesmas coisas: ou seja, a construção do racismo no Brasil e a legalização do Apartheid.
Nessas horas sempre penso na minha avó italiana, que veio ao Brasil muito pequena para substituir os escravos de origem africana (alguns já nascidos no Brasil, é verdade) nas fazendas de café, cujas condições de trabalho não diferiam muito daquelas dos seus predecessores. Ela morreu analfabeta, mas tinha orgulho de meus estudos, e sempre me dizia para estudar bastante para "ficar inteligente".
Não tenho certeza, mas acho que alguns ministros do supremo não estudaram bastante...
Paulo Roberto de Almeida
A lei dos juízes
Demétrio Magnoli
O Estado de S.Paulo, 4 de agosto de 2011
Franschhoek, cidade de vinhedos e alta cozinha na província sul-africana do Cabo Ocidental, é o núcleo cultural dos descendentes dos huguenotes franceses que emigraram para a Colônia do Cabo após a revogação do Edito de Nantes, em 1685. Esses refugiados da perseguição religiosa se somaram aos também calvinistas holandeses estabelecidos na região para configurar a colonização bôer na África do Sul. Eles adquiriram escravos, se insurgiram contra a abolição da escravidão promovida pelos britânicos em 1833, participaram do Grand Trek que resultou na fundação das colônias africânderes do interior e ajudaram a sustentar as leis do apartheid, introduzidas a partir de 1949. Desde 1789, até hoje, Franschhoek celebra a Revolução Francesa, que derrubou a monarquia católica dos Bourbons.
Liberdade, para eles, significava as liberdades de falar com Deus segundo suas próprias regras e de possuir escravos. Igualdade significava, exclusivamente, o estatuto de equivalência de direitos religiosos com os católicos consagrado pelo Edito de Nantes. Não se tratava da igualdade dos indivíduos perante a lei, mas da igualdade de direitos entre distintas comunidades religiosas cristãs. Nessa acepção, a igualdade pressupunha a diferença: os nativos africanos não teriam prerrogativas de cidadania, pois não eram cristãos.
Igualdade significa coisas diversas em sociedades diferentes. Breve, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará uma ação contra o programa de cotas raciais na Universidade de Brasília (UnB). O veredicto terá repercussões que transbordam largamente os limites do sistema de seleção de candidatos à UnB: estará em jogo o significado do princípio da igualdade no Brasil. A Constituição é cristalina, traduzindo a igualdade como equivalência de direitos de cidadania, independentemente de cor, raça, sexo ou crença. O sistema de cotas raciais implica a negação disso e sua substituição por um conceito de igualdade entre comunidades raciais inventadas. Mas há indícios consistentes de que o tribunal pode votar pela anulação de um dos pilares estruturais da Constituição.
O regime do apartheid costuma ser descrito como um Estado policial semifascista devotado a promover a exclusão política dos negros. De fato, ele também foi isso, mas seu traço essencial era outro. Os fundamentos doutrinários do apartheid emanaram do pensamento dos liberais Wyk Louw e G. B. Gerdener, da Universidade de Stellenbosch, que propugnaram a segregação de raças como imperativo para a manutenção da liberdade dos brancos e das culturas dos nativos. Louw e Gerdener conferiram forma acadêmica às ideias de Jan Smuts, comandante das forças africânderes na Guerra dos Bôeres de 1899-1902. Smuts promoveu a reconciliação entre os africânderes e os britânicos, antes de se tornar primeiro-ministro do país unificado. Em 1929, numa conferência proferida em Oxford, ele delineou o sentido da "missão civilizatória" dos brancos na África Austral: "O Império Britânico não simboliza a assimilação dos povos num tipo único, não simboliza a padronização, mas o desenvolvimento mais pleno e livre dos povos segundo suas próprias linhas específicas".
Louw e Gerdener devem ser vistos como precursores do multiculturalismo. Eles criticavam as propostas de criação de uma sociedade de indivíduos iguais perante a lei, que representaria a "assimilação dos povos". No lugar da "padronização" política e jurídica, sustentavam a ideia de direitos iguais para grupos raciais separados. O grupo, a comunidade racial, não o indivíduo, figuraria como componente básico da nação. É precisamente esse conceito que alicerça o sistema de cotas raciais.
Na UnB, um candidato definido administrativamente como "negro" por uma comissão universitária tem o privilégio de concorrer às vagas reservadas no sistema de cotas. Mesmo se proveniente de família de alta renda, tendo cursado colégio particular e cursinho pré-vestibular, o candidato "negro" precisa de menos pontos para obtenção de vaga do que um candidato definido como "branco", mas oriundo de família pobre e escola pública. Na lógica da UnB, indivíduos reais não existem: o que existe são representantes imaginários de comunidades raciais. O jovem "negro" funciona como representante dos antigos escravos (mesmo que seus ancestrais fossem traficantes de escravos). O jovem "branco" funciona como representante dos antigos proprietários de escravos (mesmo que seus ancestrais tenham chegado ao Brasil após a Abolição). Se o STF ornar tal programa com seu selo, estará derrubando o princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei.
O apartheid fincava raízes nas diferenças de língua e cultura entre os grupos populacionais sul-africanos. A classificação étnica dos indivíduos, seu requisito indispensável, derivava de realidades inscritas no passado e refletidas na consciência das pessoas. O projeto da "igualdade racial" no Brasil, cujo instrumento são os programas de cotas, exige uma fabricação acelerada de comunidades étnicas. As pessoas precisam ser transformadas em "brancos" ou "negros", a golpes de estatutos administrativos impostos por órgãos públicos e universidades. Todo o empreendimento desafia a letra da Constituição, que recusa a distinção racial dos cidadãos. O STF está perto de escancarar as portas para o esbulho constitucional generalizado.
Seria o STF capaz de corromper escancaradamente o princípio da igualdade dos indivíduos perante a lei? A Corte Suprema é um tribunal político, no sentido de que sua composição reflete as tendências políticas de longo prazo da Nação. Há oito anos o lulismo aponta os novos integrantes da Corte. O STF rejeitou a mera abertura de processo contra Antônio Palocci, que, como agora reconhece a Caixa Econômica Federal, deu ordem para a violação do sigilo bancário de Francenildo Costa. Os intérpretes da Constituição não parecem preocupados com a preservação do princípio da igualdade.
Novo concurso público: medir circunferencias de ministras (talvez alguns ministros, tambem..)
Está aberta nova estação de vida saudável no cerrado central: medir circunferência, e peso, das ministras em função.
Eu pessoalmente acho que seria bem mais interessante do que certos "debates" no parlamente e mesmo no Executivo:
Ministro da Defesa Jobim chamou colega das Relações Institucionais de 'fraquinha' em entrevista à 'Piauí'
'Ideli é fraquinha', disse Jobim
'A Ideli não é fraquinha, é bem gordinha', diz Sarney
Agora precisamos iniciar outros debates relevantes: sobre se o ministro da Pesca anda pescando no litoral de Santa Catarina ou em Mangaratiba, por exemplo...
Eu pessoalmente acho que seria bem mais interessante do que certos "debates" no parlamente e mesmo no Executivo:
Ministro da Defesa Jobim chamou colega das Relações Institucionais de 'fraquinha' em entrevista à 'Piauí'
'Ideli é fraquinha', disse Jobim
'A Ideli não é fraquinha, é bem gordinha', diz Sarney
Agora precisamos iniciar outros debates relevantes: sobre se o ministro da Pesca anda pescando no litoral de Santa Catarina ou em Mangaratiba, por exemplo...
Ministro da Fazenda do Brasil justifica discriminacao argentina contra produtos brasileiros
Sim, repito: o Ministro Mantega está legitimando o protecionismo argentino e dizendo que eles podem, sim, continuar, e até expandir, o protecionismo que atualmente é exercido no mercado argentino contra produtos brasileiros.
Para o ministro Mantega, a Argentina pode e deve continuar a praticar as mesmas políticas que vem adotando desde vários anos para proteger o mercado argentino contra os aventureiros brasileiros que invadem o seu mercado com produtos mais baratos, prejudicando a indústria local, destruindo empregos e provocando déficit comercial.
Desculpem, leitores, não foi bem isso que disse o ministro da Fazenda do Brasil, mas é isso que se deduz logicamente de suas palavras, se aplicadas a um outro contexto.
Certas pessoas não pensam antes de falar. Aliás, existem pessoas que não pensam, ponto.
Paulo Roberto de Almeida
Mantega quer mercado em mãos brasileiras
Agência Estado, 3/08/2011
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que "o mercado brasileiro deve ser usufruído pela indústria brasileira, não por aventureiros", durante anúncio do programa "Brasil Maior".
Mantega afirmou que o programa é um conjunto de medidas para fortalecer a indústria nacional no momento em que o mundo está em dificuldades.
"A crise se arrasta há mais de dois anos e países avançados não dão sinais de resolução de problemas, ao contrário: os EUA estão à beira de um default, algo histórico", disse o ministro.
Para Mantega, este cenário internacional prejudica o setor manufatureiro brasileiro, que está em crise desde 2008.
"Houve uma compressão dos mercados. Os emergentes que saíram da crise dependem das exportações para cumprirem as metas de seu Produto Interno Bruto [PIB]. A indústria manufatureira está buscando mercado a qualquer custo. Eu diria que a concorrência é predatória", afirmou Mantega, em solenidade no Palácio do Planalto.
O ministro acrescentou que o mercado brasileiro está sendo apropriado por produtos importados em função da guerra cambial promovida por países que manipulam o câmbio.
"O dólar é a moeda que mais se desvalorizou nos últimos meses, e com isso os EUA estão tentando resolver sua crise para fora, por meio de exportações", analisou.
Para Mantega, o governo tem adotado medidas para evitar que o dólar ficasse abaixo deR$ 1,50 no Brasil. "Não aconteceu, mas sabemos que é uma luta difícil", afirmou.
Para o ministro, os países avançados continuarão com as mesmas políticas. Por isso, o Brasil deve adotar medidas para proteger o mercado nacional.
Para o ministro Mantega, a Argentina pode e deve continuar a praticar as mesmas políticas que vem adotando desde vários anos para proteger o mercado argentino contra os aventureiros brasileiros que invadem o seu mercado com produtos mais baratos, prejudicando a indústria local, destruindo empregos e provocando déficit comercial.
Desculpem, leitores, não foi bem isso que disse o ministro da Fazenda do Brasil, mas é isso que se deduz logicamente de suas palavras, se aplicadas a um outro contexto.
Certas pessoas não pensam antes de falar. Aliás, existem pessoas que não pensam, ponto.
Paulo Roberto de Almeida
Mantega quer mercado em mãos brasileiras
Agência Estado, 3/08/2011
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que "o mercado brasileiro deve ser usufruído pela indústria brasileira, não por aventureiros", durante anúncio do programa "Brasil Maior".
Mantega afirmou que o programa é um conjunto de medidas para fortalecer a indústria nacional no momento em que o mundo está em dificuldades.
"A crise se arrasta há mais de dois anos e países avançados não dão sinais de resolução de problemas, ao contrário: os EUA estão à beira de um default, algo histórico", disse o ministro.
Para Mantega, este cenário internacional prejudica o setor manufatureiro brasileiro, que está em crise desde 2008.
"Houve uma compressão dos mercados. Os emergentes que saíram da crise dependem das exportações para cumprirem as metas de seu Produto Interno Bruto [PIB]. A indústria manufatureira está buscando mercado a qualquer custo. Eu diria que a concorrência é predatória", afirmou Mantega, em solenidade no Palácio do Planalto.
O ministro acrescentou que o mercado brasileiro está sendo apropriado por produtos importados em função da guerra cambial promovida por países que manipulam o câmbio.
"O dólar é a moeda que mais se desvalorizou nos últimos meses, e com isso os EUA estão tentando resolver sua crise para fora, por meio de exportações", analisou.
Para Mantega, o governo tem adotado medidas para evitar que o dólar ficasse abaixo deR$ 1,50 no Brasil. "Não aconteceu, mas sabemos que é uma luta difícil", afirmou.
Para o ministro, os países avançados continuarão com as mesmas políticas. Por isso, o Brasil deve adotar medidas para proteger o mercado nacional.
Pacote industrial decepciona - editorial Estadao
Pacote industrial decepciona
Editorial - O Estado de S.Paulo
03 de agosto de 2011
Corajoso, ousado e audaz foram os adjetivos impropriamente escolhidos pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para qualificar a política industrial lançada nessa terça-feira pela presidente Dilma Rousseff. Bem ao contrário, a política industrial anunciada pela presidente Dilma Rousseff é caracterizada principalmente pela timidez das medidas fiscais, algumas provisórias e até em regime de teste.
O pacote inclui políticas de apoio setorial já testadas e já reprovadas em outras circunstâncias, como a concessão de benefícios ao setor automobilístico em troca de investimentos, inovação tecnológica e geração de empregos. Além de tudo, o chamado Plano Brasil Maior tem um forte viés defensivo, embora o real desafio para o produtor nacional seja competir em todos os mercados. Enfrentar o concorrente estrangeiro no mercado interno é apenas uma parte do problema - agravada pela forte perda de competitividade num cenário global especialmente desfavorável.
A desoneração da folha de pagamentos foi apresentada como experiência piloto por tempo limitado - até dezembro de 2012 - e beneficiará poucos setores. O material divulgado pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério do Desenvolvimento menciona somente as indústrias de confecções, calçados, móveis e software. Os quatro segmentos foram escolhidos como representativos dos setores com uso intensivo de mão de obra. Como contrapartida, será cobrada uma contribuição sobre o faturamento, com alíquota "a partir de 1,5% de acordo com o setor". O governo se absteve de maiores esclarecimentos. Se houver perdas para a Previdência, o Tesouro cuidará da compensação.
A timidez é ostensiva em todo o pacote. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado nas compras de máquinas e equipamentos, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves será estendida por 12 meses. Ou seja, um incentivo já em vigor será simplesmente prorrogado, sem se tornar um componente de uma política industrial de longo prazo. Mas também isso é facilmente explicável: política industrial ou de competitividade, no Brasil, é força de expressão.
A desoneração de exportações, tal como apresentada, é quase uma brincadeira. O governo promete apressar o pagamento de créditos devidos a exportadores e acumulados há vários anos. Essa dívida equivale a uns R$ 24 bilhões e as empresas têm levado até cinco anos para receber o dinheiro - quando conseguem vencer os obstáculos burocráticos. Em outras palavras, cumprir a obrigação de pagar dívidas virou item de política industrial. As novas bondades incluirão "maior agilidade" no atendimento aos 116 maiores exportadores.
Mas o pacote inclui um mimo adicional - a restituição de 0,5% do valor da exportação de manufaturados a empresas até agora sem direito à recuperação de impostos pagos em etapas anteriores da produção. A presidente da República poderá elevar a alíquota a até 4%. O benefício, avisa o governo, é compatível com as normas internacionais. O aviso é feito, obviamente, porque o governo se julga exposto à contestação.
As medidas para o setor automobilístico "ainda estão em estudo", segundo a informação oficial, mas a indústria deverá atender a certas condições para merecer o benefício. Políticas desse tipo já foram tentadas e resultaram mais em privilégios do que em benefícios para o País.
O resto é pr0messa de crédito por meio de bancos oficiais. Nos últimos anos, os bancos oficiais foram usados amplamente para beneficiar empresas estatais e grandes companhias privadas escolhidas arbitrariamente.
A política defensiva inclui medidas normais de política comercial, até agora mal aplicadas por incompetência administrativa. Trata-se, mais uma vez, de cumprir a obrigação. Além disso, será concedida preferência de preço de até 25% a empresas brasileiras, em certas concorrências. Muito melhor e mais seguro para todos seria adotar uma efetiva política de competitividade - algo mais sério que o Plano Brasil Maior.
Mas isso envolveria mudanças fiscais para valer - com redução da gastança - e melhor aplicação do dinheiro público. Tudo isso está fora de cogitação.
Editorial - O Estado de S.Paulo
03 de agosto de 2011
Corajoso, ousado e audaz foram os adjetivos impropriamente escolhidos pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para qualificar a política industrial lançada nessa terça-feira pela presidente Dilma Rousseff. Bem ao contrário, a política industrial anunciada pela presidente Dilma Rousseff é caracterizada principalmente pela timidez das medidas fiscais, algumas provisórias e até em regime de teste.
O pacote inclui políticas de apoio setorial já testadas e já reprovadas em outras circunstâncias, como a concessão de benefícios ao setor automobilístico em troca de investimentos, inovação tecnológica e geração de empregos. Além de tudo, o chamado Plano Brasil Maior tem um forte viés defensivo, embora o real desafio para o produtor nacional seja competir em todos os mercados. Enfrentar o concorrente estrangeiro no mercado interno é apenas uma parte do problema - agravada pela forte perda de competitividade num cenário global especialmente desfavorável.
A desoneração da folha de pagamentos foi apresentada como experiência piloto por tempo limitado - até dezembro de 2012 - e beneficiará poucos setores. O material divulgado pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério do Desenvolvimento menciona somente as indústrias de confecções, calçados, móveis e software. Os quatro segmentos foram escolhidos como representativos dos setores com uso intensivo de mão de obra. Como contrapartida, será cobrada uma contribuição sobre o faturamento, com alíquota "a partir de 1,5% de acordo com o setor". O governo se absteve de maiores esclarecimentos. Se houver perdas para a Previdência, o Tesouro cuidará da compensação.
A timidez é ostensiva em todo o pacote. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado nas compras de máquinas e equipamentos, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves será estendida por 12 meses. Ou seja, um incentivo já em vigor será simplesmente prorrogado, sem se tornar um componente de uma política industrial de longo prazo. Mas também isso é facilmente explicável: política industrial ou de competitividade, no Brasil, é força de expressão.
A desoneração de exportações, tal como apresentada, é quase uma brincadeira. O governo promete apressar o pagamento de créditos devidos a exportadores e acumulados há vários anos. Essa dívida equivale a uns R$ 24 bilhões e as empresas têm levado até cinco anos para receber o dinheiro - quando conseguem vencer os obstáculos burocráticos. Em outras palavras, cumprir a obrigação de pagar dívidas virou item de política industrial. As novas bondades incluirão "maior agilidade" no atendimento aos 116 maiores exportadores.
Mas o pacote inclui um mimo adicional - a restituição de 0,5% do valor da exportação de manufaturados a empresas até agora sem direito à recuperação de impostos pagos em etapas anteriores da produção. A presidente da República poderá elevar a alíquota a até 4%. O benefício, avisa o governo, é compatível com as normas internacionais. O aviso é feito, obviamente, porque o governo se julga exposto à contestação.
As medidas para o setor automobilístico "ainda estão em estudo", segundo a informação oficial, mas a indústria deverá atender a certas condições para merecer o benefício. Políticas desse tipo já foram tentadas e resultaram mais em privilégios do que em benefícios para o País.
O resto é pr0messa de crédito por meio de bancos oficiais. Nos últimos anos, os bancos oficiais foram usados amplamente para beneficiar empresas estatais e grandes companhias privadas escolhidas arbitrariamente.
A política defensiva inclui medidas normais de política comercial, até agora mal aplicadas por incompetência administrativa. Trata-se, mais uma vez, de cumprir a obrigação. Além disso, será concedida preferência de preço de até 25% a empresas brasileiras, em certas concorrências. Muito melhor e mais seguro para todos seria adotar uma efetiva política de competitividade - algo mais sério que o Plano Brasil Maior.
Mas isso envolveria mudanças fiscais para valer - com redução da gastança - e melhor aplicação do dinheiro público. Tudo isso está fora de cogitação.
FMI preocupado com a atividade economica no Brasil
Brasil: FMI ve señales de recalentamiento en el país
Infolatam/Reuters
Sao Paulo, 3 de agosto de 2011
Las claves
El FMI señaló que Brasil necesita mantener "una mayor vigilancia contra los riesgos financieros, dado el ritmo de crecimiento del crédito y la continua dependencia de los préstamos del exterior".
Reafirmó su previsión de un crecimiento del PIB de Brasil del 4,1 por ciento en 2011 y proyectó que los precios al consumidor se acelerarían a un 6,3 por ciento este año.
La economía de Brasil está mostrando señales de recalentamiento pese a una perspectiva ampliamente favorable, lo que aumenta la necesidad de una precisa mezcla de políticas económicas, dijo el miércoles el Fondo Monetario Internacional (FMI).
En su revisión anual de la mayor economía de Latinoamérica, el FMI también instó a las autoridades a reducir el gasto público para ayudar a mantener la inflación a raya sin elevar la ya alta tasa de interés del país.
El FMI también notó que, pese a las señales de solidez financiera, Brasil necesita mantener “una mayor vigilancia contra los riesgos financieros, dado el ritmo de crecimiento del crédito y la continua dependencia de los préstamos del exterior”.
La entidad mundial reafirmó su previsión de un crecimiento del Producto Interno Bruto (PIB) de Brasil del 4,1 por ciento en el 2011 y proyectó que los precios al consumidor se acelerarían a un 6,3 por ciento este año, cerca del techo del rango meta del Gobierno.
La inflación ha sido una gran preocupación para la presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, ya que ha amenazado con deteriorar su imagen pública en su base de votantes de menores ingresos.
Los precios al consumidor en Brasil se aceleraron a un 6,75 por ciento en los 12 meses hasta julio, por sobre la meta del Banco Central de un 4,5 por ciento anual con una tolerancia de más o menos dos puntos porcentuales.
Debido a eso, el Banco Central ya ha elevado la tasa de interés referencial, Selic, en las cinco reuniones que ha tenido el Comité de Política Monetaria (Copom) durante la presidencia de Alexandre Tombini.
La tasa Selic, de un 12,50 por ciento, es una de las más altas entre las grandes economías.
Rousseff ha prometido un recorte de alrededor de 30.000 millones de dólares del presupuesto del 2011 para ayudar a enfriar la economía sin tener que depender de la tasa de interés como herramienta para combatir la inflación.
Analistas afirman que el alto gasto público de Brasil pone más presión sobre la tasa de interés para mantenga equilibrada a la economía.
El Banco Central y el Gobierno también han aumentado el uso de medidas macroprudenciales, herramientas diseñadas para estabilizar al sistema financiero, como obligar a los bancos a reservar una mayor porción de depósitos en vez de que otorguen ese dinero en préstamo.
Algunos directores del FMI observaron que podría ser necesario que las medidas macroprudenciales sean “aplicadas más ampliamente para ganar fuerza”, según el informe.
En cuanto a las preocupaciones de Brasil con el tipo de cambio, el FMI calificó de “apropiado” el uso de medidas de flujos de capital.
El real brasileño se ha fortalecido cerca de un 6 por ciento en lo que va del año y alcanzó su mayor nivel frente al dólar en 12 años la semana pasada, lo que llevó al Gobierno a aplicar un impuesto sobre transacciones con derivados cambiarios.
La apreciación de la moneda ha sido una gran preocupación para la industria, que está compitiendo con una ola de importaciones baratas, principalmente desde China.
La producción industrial de Brasil cayó un 1,6 por ciento en junio, más de lo esperado por los analistas, mostraron datos oficiales divulgados el martes, y los expertos apuntaron como culpable al tipo de cambio.
Infolatam/Reuters
Sao Paulo, 3 de agosto de 2011
Las claves
El FMI señaló que Brasil necesita mantener "una mayor vigilancia contra los riesgos financieros, dado el ritmo de crecimiento del crédito y la continua dependencia de los préstamos del exterior".
Reafirmó su previsión de un crecimiento del PIB de Brasil del 4,1 por ciento en 2011 y proyectó que los precios al consumidor se acelerarían a un 6,3 por ciento este año.
La economía de Brasil está mostrando señales de recalentamiento pese a una perspectiva ampliamente favorable, lo que aumenta la necesidad de una precisa mezcla de políticas económicas, dijo el miércoles el Fondo Monetario Internacional (FMI).
En su revisión anual de la mayor economía de Latinoamérica, el FMI también instó a las autoridades a reducir el gasto público para ayudar a mantener la inflación a raya sin elevar la ya alta tasa de interés del país.
El FMI también notó que, pese a las señales de solidez financiera, Brasil necesita mantener “una mayor vigilancia contra los riesgos financieros, dado el ritmo de crecimiento del crédito y la continua dependencia de los préstamos del exterior”.
La entidad mundial reafirmó su previsión de un crecimiento del Producto Interno Bruto (PIB) de Brasil del 4,1 por ciento en el 2011 y proyectó que los precios al consumidor se acelerarían a un 6,3 por ciento este año, cerca del techo del rango meta del Gobierno.
La inflación ha sido una gran preocupación para la presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, ya que ha amenazado con deteriorar su imagen pública en su base de votantes de menores ingresos.
Los precios al consumidor en Brasil se aceleraron a un 6,75 por ciento en los 12 meses hasta julio, por sobre la meta del Banco Central de un 4,5 por ciento anual con una tolerancia de más o menos dos puntos porcentuales.
Debido a eso, el Banco Central ya ha elevado la tasa de interés referencial, Selic, en las cinco reuniones que ha tenido el Comité de Política Monetaria (Copom) durante la presidencia de Alexandre Tombini.
La tasa Selic, de un 12,50 por ciento, es una de las más altas entre las grandes economías.
Rousseff ha prometido un recorte de alrededor de 30.000 millones de dólares del presupuesto del 2011 para ayudar a enfriar la economía sin tener que depender de la tasa de interés como herramienta para combatir la inflación.
Analistas afirman que el alto gasto público de Brasil pone más presión sobre la tasa de interés para mantenga equilibrada a la economía.
El Banco Central y el Gobierno también han aumentado el uso de medidas macroprudenciales, herramientas diseñadas para estabilizar al sistema financiero, como obligar a los bancos a reservar una mayor porción de depósitos en vez de que otorguen ese dinero en préstamo.
Algunos directores del FMI observaron que podría ser necesario que las medidas macroprudenciales sean “aplicadas más ampliamente para ganar fuerza”, según el informe.
En cuanto a las preocupaciones de Brasil con el tipo de cambio, el FMI calificó de “apropiado” el uso de medidas de flujos de capital.
El real brasileño se ha fortalecido cerca de un 6 por ciento en lo que va del año y alcanzó su mayor nivel frente al dólar en 12 años la semana pasada, lo que llevó al Gobierno a aplicar un impuesto sobre transacciones con derivados cambiarios.
La apreciación de la moneda ha sido una gran preocupación para la industria, que está compitiendo con una ola de importaciones baratas, principalmente desde China.
La producción industrial de Brasil cayó un 1,6 por ciento en junio, más de lo esperado por los analistas, mostraron datos oficiales divulgados el martes, y los expertos apuntaron como culpable al tipo de cambio.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Um pequeno retrato da "educacao" (ops) brasileira, ou carioca...
Escola com Criança Esperança e AfroReggae é a pior do Rio. É óbvio: criança precisa aprender matemática; ela já sabe bater lata
Reinaldo Azevedo, 3/08/2011
Escola boa ministra português, matemática, ciências etc, num ambiente de disciplina, de ordem, em que o professor ensina, e o aluno aprende. Trata-se de uma obviedade, de uma tautologia. Mas esse conteúdo tem de ser repetido dia após dia porque poucas áreas estão tão sujeitas à feitiçaria entre modernosa e esquerdopata como a educação. As crianças são pilotos de prova de ONGs que nem sequer são especializadas na área. A reportagem abaixo é um tanto chocante, especialmente porque toca numa das vacas sagradas dos descolados do morro e do asfalto: a tal AfroReggae. Estamos diante de um daqueles casos em que se pode até chutar o traseiro de Jesus Cristo, mas não ouse questionar o “intelectual” e “pensador” José Jr, o chefão da ONG. Ele opinou até sobre os assassinatos no Pará…
Sabem por que a escola em que funcionam o Criança Esperança e o AfroReggae é a pior do Rio? Eu explico: criança precisa aprender português, matemática e ciências. Ela não precisa aprender a bater lata e a dançar. Isso ela faz sozinha, sem a ajuda do professor. Experiências como a que há lá só servem à exibição turística e contentam a tese de alguns descolados. Escola não pode ser campo de concentração, mas também não é clube de recreação. A inversão de valores é tal no Morro do Cantagalo, como vocês verão, que há alunos por lá que acham tudo uma maravilha; só a escola é que atrapalha um pouco…
Por Raphael Gomide:
O Complexo Rubem Braga, no Morro do Cantagalo, em Ipanema, abriga o Espaço Criança Esperança, da Rede Globo, o AffroReggae, o projeto Dançando para não Dançar e o Ciep Presidente João Goulart, da Secretaria Municipal de Educação. Já visitaram o local, inúmeras vezes, o prefeito Eduardo Paes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral. A primeira-dama da França, Carla Bruni já esteve no complexo, que recebe visitas diárias de turistas estrangeiros. O conjunto de favelas Cantagalo/Pavão-Pavãozinho recebeu R$ 71 milhões em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um elevador panorâmico que virou ponto turístico e uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), instalada em 2009.
Paradoxalmente, apesar da permanente atividade cultural, da estrutura, da projeção e da atenção política, a escola municipal de Ipanema foi a que teve pior desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre as 970 avaliadas da rede municipal do Rio, 1,8 nos anos finais do Ensino Fundamental. No ano anterior, a nota havia sido 3,7. Na Prova Rio, feita em 2010, o resultado também foi ruim: 3,6, deixando a João Goulart em 683º, ainda no pior terço das escolas municipais. Nos anos iniciais do Ideb, resultado também decepcionante: é a segunda pior nota, 3,1, entre os colégios do município; no Ide-Rio (Índice de Desenvolvimento de Educação Rio), teve a 960ª posição, com 3,4.
“Os professores não passam muito as coisas. Não me surpreende em nada essa nota. É ruim. Os alunos não prestam atenção, por isso não sabemos nada. Os professores saem da sala quando os alunos estão fazendo bagunça. Só às vezes tem dever de casa. A aula é boa, mas os alunos bagunçam. Depois da refeição, todo mundo joga tangerina, fruta, um no outro, jogam comida debaixo da mesa, pegam a colher e a fazem de catapulta para jogar arroz…”, conta Joice Santos.
A entrada da João Goulart é uma porta de vidro, ladeada por uma bandeira do Brasil em um mastro. Dali, vêem-se uma escada com corrimão e, à direita, andaimes, carrinhos de transporte de material de obra, uma escada desmontável e tapumes - provavelmente restos de uma obra recente. A cinco metros da porta da escola está o projeto Criança Esperança, da Rede Globo; a outros 10 metros, o projeto Dançando para não Dançar; no andar de baixo, o grupo cultural Affroreaggae. Na sexta-feira (29), um grupo de cerca de 30 estrangeiros estava no local, rotina quase diária desde a instalação do elevador.
Caroline Corrêa, 14 anos, estudou na escola João Goulart até a 3ª série, mas saiu porque “não estava aprendendo nada”. Foi para a Escola Municipal Roma, uma das mais bem colocadas no município, com Ideb de 5,4 nos anos finais, o triplo da nota do ex-colégio. “É muita diferença”, disse Caroline.
“É curioso, mas nem tão surpreendente. Há muito preconceito no Brasil, muita desigualdade. O governo não está nem aí para a educação. Se a economia está bem, então está tudo ótimo. Mas educação é chave para um país. Parecem estar fazendo o mesmo que a Austrália: evitam educar os aborígenes para não perderem poder”, disse Ruth Hienna, de origem afro-aborígene.
A secretária de Educação, Cláudia Costin, afirmou ao iG que o mau resultado da João Goulart, divulgado em julho de 2010, também deixou todos no órgão “chocados”, por conta do “ambiente cultural rico” que cerca a escola. A secretaria mudou a direção e a coordenação pedagógica da escola este ano e instituiu uma série de programas de reforço e estendeu o horário de funcionamento para sete horas diárias.
Reinaldo Azevedo, 3/08/2011
Escola boa ministra português, matemática, ciências etc, num ambiente de disciplina, de ordem, em que o professor ensina, e o aluno aprende. Trata-se de uma obviedade, de uma tautologia. Mas esse conteúdo tem de ser repetido dia após dia porque poucas áreas estão tão sujeitas à feitiçaria entre modernosa e esquerdopata como a educação. As crianças são pilotos de prova de ONGs que nem sequer são especializadas na área. A reportagem abaixo é um tanto chocante, especialmente porque toca numa das vacas sagradas dos descolados do morro e do asfalto: a tal AfroReggae. Estamos diante de um daqueles casos em que se pode até chutar o traseiro de Jesus Cristo, mas não ouse questionar o “intelectual” e “pensador” José Jr, o chefão da ONG. Ele opinou até sobre os assassinatos no Pará…
Sabem por que a escola em que funcionam o Criança Esperança e o AfroReggae é a pior do Rio? Eu explico: criança precisa aprender português, matemática e ciências. Ela não precisa aprender a bater lata e a dançar. Isso ela faz sozinha, sem a ajuda do professor. Experiências como a que há lá só servem à exibição turística e contentam a tese de alguns descolados. Escola não pode ser campo de concentração, mas também não é clube de recreação. A inversão de valores é tal no Morro do Cantagalo, como vocês verão, que há alunos por lá que acham tudo uma maravilha; só a escola é que atrapalha um pouco…
Por Raphael Gomide:
O Complexo Rubem Braga, no Morro do Cantagalo, em Ipanema, abriga o Espaço Criança Esperança, da Rede Globo, o AffroReggae, o projeto Dançando para não Dançar e o Ciep Presidente João Goulart, da Secretaria Municipal de Educação. Já visitaram o local, inúmeras vezes, o prefeito Eduardo Paes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral. A primeira-dama da França, Carla Bruni já esteve no complexo, que recebe visitas diárias de turistas estrangeiros. O conjunto de favelas Cantagalo/Pavão-Pavãozinho recebeu R$ 71 milhões em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um elevador panorâmico que virou ponto turístico e uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), instalada em 2009.
Paradoxalmente, apesar da permanente atividade cultural, da estrutura, da projeção e da atenção política, a escola municipal de Ipanema foi a que teve pior desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre as 970 avaliadas da rede municipal do Rio, 1,8 nos anos finais do Ensino Fundamental. No ano anterior, a nota havia sido 3,7. Na Prova Rio, feita em 2010, o resultado também foi ruim: 3,6, deixando a João Goulart em 683º, ainda no pior terço das escolas municipais. Nos anos iniciais do Ideb, resultado também decepcionante: é a segunda pior nota, 3,1, entre os colégios do município; no Ide-Rio (Índice de Desenvolvimento de Educação Rio), teve a 960ª posição, com 3,4.
“Os professores não passam muito as coisas. Não me surpreende em nada essa nota. É ruim. Os alunos não prestam atenção, por isso não sabemos nada. Os professores saem da sala quando os alunos estão fazendo bagunça. Só às vezes tem dever de casa. A aula é boa, mas os alunos bagunçam. Depois da refeição, todo mundo joga tangerina, fruta, um no outro, jogam comida debaixo da mesa, pegam a colher e a fazem de catapulta para jogar arroz…”, conta Joice Santos.
A entrada da João Goulart é uma porta de vidro, ladeada por uma bandeira do Brasil em um mastro. Dali, vêem-se uma escada com corrimão e, à direita, andaimes, carrinhos de transporte de material de obra, uma escada desmontável e tapumes - provavelmente restos de uma obra recente. A cinco metros da porta da escola está o projeto Criança Esperança, da Rede Globo; a outros 10 metros, o projeto Dançando para não Dançar; no andar de baixo, o grupo cultural Affroreaggae. Na sexta-feira (29), um grupo de cerca de 30 estrangeiros estava no local, rotina quase diária desde a instalação do elevador.
Caroline Corrêa, 14 anos, estudou na escola João Goulart até a 3ª série, mas saiu porque “não estava aprendendo nada”. Foi para a Escola Municipal Roma, uma das mais bem colocadas no município, com Ideb de 5,4 nos anos finais, o triplo da nota do ex-colégio. “É muita diferença”, disse Caroline.
“É curioso, mas nem tão surpreendente. Há muito preconceito no Brasil, muita desigualdade. O governo não está nem aí para a educação. Se a economia está bem, então está tudo ótimo. Mas educação é chave para um país. Parecem estar fazendo o mesmo que a Austrália: evitam educar os aborígenes para não perderem poder”, disse Ruth Hienna, de origem afro-aborígene.
A secretária de Educação, Cláudia Costin, afirmou ao iG que o mau resultado da João Goulart, divulgado em julho de 2010, também deixou todos no órgão “chocados”, por conta do “ambiente cultural rico” que cerca a escola. A secretaria mudou a direção e a coordenação pedagógica da escola este ano e instituiu uma série de programas de reforço e estendeu o horário de funcionamento para sete horas diárias.
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