Alguns (ou muitos), inclusive entre os que frequentam este blog, pensam que o MST é um movimento progressista, até mesmo de esquerda. Só porque seus dirigentes mantém uma linguagem anticapitalista, contra os mercados, o imperialismo e a burguesia; então, ingênuos (e existem por todo lado), pensam que se trata de um movimento que busca a "justiça social", em nome de grandes princípios avançados.
Na verdade, o MST (e assemelhados, pois existem outros oportunistas na mesma vertente, todos eles vivendo de dinheiro público) é a coisa mais REACIONÁRIA, mais conservadora e fascista que existe, regressista, saudosista, anacrônico, antidemocrático, etc. etc. etc. (enfim, coloquem mais adjetivos que vocês quiserem todos num sentido negativo).
A única coisa que o MST não quer é reforma agrária, pois ela acabaria com a sua pretensa legitimidade, e sua justificativa para extorquir dinheiro do Estado, dos cidadãos e de ONGs nacionais e estrangeiras (estas sim, ingênuas a mais não poder). Ele quer muitas coisas, mas não reforma agrária, pois precisa desses "sem-terra" improvisados, alugados nas periferias das cidades, cidadãos incapazes de distinguir alhos de bugalhos, para manobrar, numa estratégia leninista de caráter mafioso, alguns infelizes, muitos oportunistas, vendidos, vagabundos, que vão querer viver de dinheiro público pelo tempo que der.
Os dirigentes do MST não devem ser estúpidos o suficiente para acreditar que estejam numa situação pré-revolucionária, estilo Petrogrado 1917, mas eles são, sim, desonestos o bastante para viver agitando essas bandeiras vermelhas, para enganar babacas (alguns até aqui comparecem de vez em quando, para xingar, claro) e outros incautos, com essa história de reforma agrária de araque.
O Brasil não tem um problema de reforma agrária.
O Brasil tem um problema de ladroagem, nas altas esferas do Estado, nas baixas esferas do Estado, fora do Estado e ao lado do Estado (entre eles o MST, que se locupleta de dinheiro público de forma criminosa). Piores que os que roubam, como eles, são os que deixam roubar, pois sabem que tudo não passa de uma farsa.
OK, terminei minha introdução, e deixo vocês com o texto abaixo.
Comentários, só substantivos, sem xingamentos.
Parece que eu xinguei, claro: mas me deu vontade, e o blog é meu.
Quem quiser me xingar, abra o seu blog e pode fazê-lo a vontade, no seu blog...
Paulo Roberto de Almeida
Bandoleiros do MST são recebidos por Carvalho e Gleisi: eis um governo sem agenda e sem pauta. Ou: O verdadeiro latifúndio improdutivo
Reinaldo Azevedo, 24/08/2011
O crescimento da economia dos últimos anos e a expansão dos programas de transferência de renda do governo federal e de governos estaduais fizeram o MST diminuir de tamanho. Nem poderia ser diferente. Há muitos anos o Brasil não tem um “problema de terra”. Os sem-terra, como escreveu a revista Primeira Leitura há alguns anos, não existem! Existem, sim, trabalhadores urbanos eventualmente desempregados em razão da baixa qualificação da mão-de-obra. São um problema, que requer políticas públicas, mas de outra natureza. Como João Pedro Stedile vê minguar o seu aparelho, então é hora de radicalizar e dar ordem ao “movimento” para sair invadindo tudo por aí, promovendo também uma “Marcha Sobre Brasília”, a exemplo do que se viu ontem. Tanto melhor se encontra pela frente um governo leniente com a ilegalidade. Serei mais preciso: tanto melhor se encontra pela frente um governo sem agenda, capaz de, na prática, incentivar os bandoleiros.
O MST voltou a invadir uma fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, que ficou conhecida no mundo inteiro por ter sido depredada por esses leninistas de meia-tigela, alimentados com dinheiro público. Pés de laranja foram arrancados; equipamentos da fazenda, roubados; funcionários, ameaçados. Foram todos inocentados. Ora, “inocentes” como esses emessetistas fazem o quê? Reincidem no crime. Se a Justiça diz, na prática, que é permitido invadir, depredar e ameaçar, então que se invada, se deprede e se ameace! Ontem, os valentes também decidiram ocupar uma área do Ministério da Fazenda. E o que aconteceu com eles?
Atenção! O objeto de análise deste post nem é o enésimo crime impune cometido pelo MST e a cumplicidade dos petistas. Infelizmente, estamos todos acostumados a isso. O meu ponto é outro. Ontem, deixaram de lado os seus afazeres para se encontrar com os chantagistas do MST ninguém menos do que o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Tento de novo: dois dos ministros mais importantes, extensões da própria presidente da República, não tinham nada de mais urgente e relevante a fazer do que atender meia-dúzia de bandoleiros, que se impõem pela força bruta.
Onde estavam o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o presidente do Incra, Celso Lisboa Lacerda? Digamos que existisse mesmo uma questão agrária urgente no país — vamos fazer de conta —, não é com esses dois que deveriam se encontrar as lideranças do MST? Mas quê… O coração do governo, o seu núcleo, teve de parar para ouvir as “reivindicações”. Isso tem nome, meus caros!
Já escrevi aqui há alguns dias e repito: isso a que se tem chamado “esforço moralizador” de Dilma acaba sendo uma espécie de tábua de salvação. Enquanto promove a degola de ministros e de funcionários pegos com a boa na botija, ela granjeia simpatias e um noticiário favorável (Lula a ajuda ao tentar proteger tudo quanto é safardana!), o que é compreensível. Quem pode ser contra a demissão de um larápio? Mas esse tipo de notícia também serve para escamotear o fato de que o governo está parado. Quer o quê? Para onde vai? Qual é o rumo? Qual e, em suma, a “agenda”? Inexiste! Só por isso Carvalho e Gleisi podem perder tempo com chantagistas tão barulhentos quanto irrelevantes.
Pensando bem, para eles, a bagunça do MST é uma espécie de solução. Não fossem os crimes cometidos pela turma de Stedile, a que ambos estariam se dedicando? Estariam cuidando de quais projetos estratégicos, de longo prazo?
Aqui e ali se lê que Dilma não quer mais demitir ninguém. Resolveu “tranqüilizar” a base, consta, mandando dizer que o período da degola terminou. Se é assim, também se vai o encanto de seu governo. Sem a demissão de corruptos, como aquecer o coração da galera?
E, claro, é preciso dizer, por mais óbvio que seja: pessoas que afrontam a lei de modo claro, determinado, organizado não podem ser recebidas em palácio como se fossem interlocutores do jogo democrático. Ao fim do encontro, diga-se, os “líderes” do movimento anunciaram novas ilegalidades. Faz sentido. Carvalho e Gleisi, sem nada de mais importante para fazer, como resta provado, deram à turma a maior força. Dado o conjunto da obra, tornaram-se promotores do crime.
A desocupação é a morada do capeta. A verdade insofismável é que o governo Dilma, por enquanto, é um grande latifúndio improdutivo, cultivando alguns canteiros de moral aqui e ali.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Auditor da Receita Federal tem contas no exterior: calma, calma, é para a diplomacia da Receita...
Leio a manchete:
Auditor da Receita Federal tem contas no exterior, aponta a PF
Relatório revela que José Cassoni amealhou R$ 19,34 mi; material apreendido mostra mais evidências
Pois eu não encontro nada de extraordinário, se considerarmos o fato que, desde 1996, a Receita Federal implementou, por lei, devidamente aprovada pelo poder legislativo, poderes extra-territoriais, o que significa que seu longo braço pode agora alcançar atividades e (sobretudo) ativos de brasileiros e de empresas brasileiras em qualquer parte do mundo.
Isso é lógico e necessário: o território brasileiro ficou muito pequeno para o trabalho eficientíssimo que desempenha nossa patriótica Receita Federal do Brasil (não esqueçamos, agora ela virou "do Brasil", depois que comeu também a Previdência; ops desculpem o termo). Ela precisava dessa extensão universal para produzir bons resultados para o bem da Pátria e o engrandecimento do Estado, tudo por causas nobres, claro.
É, portanto, muito natural, que ela tenha funcionários que se desempenham no exterior, o que sempre implica em gastos de diárias e passagens. Para evitar esses inconvenientes de câmbio errático, pagamento de comissões pelas transações cambiais a esses vorazes banqueiros que são os nossos, nada como ter contas no exterior, podendo ser acionadas cada vez que o dito funcionário diplomático da Receita necessita dar um pulinho ao exterior para desempenhar suas importantes e perigosas tarefas de captura de evasores e outros fraudadores do fisco tupiniquim.
Deve ser um engano da Polícia Federal, sempre afoita, e em busca de atos espetaculosos, suscetíveis de provocar manchetes escandalosas, num ambiente já requentado por denúncias vazias contra políticos e assemelhados. Ela deveria se chamar Política Federal, a impatriótica...
Paulo Roberto de Almeida
Vejamos agora a notícia completa:
Auditor tem contas no exterior, diz PF
Fausto Macedo
O Estado de S. Paulo, 3 de agosto de 2011
Relatório revela que José Cassoni amealhou R$ 19,34 milhões; interceptação de e-mails e apreensão de pendrives apontam mais evidências
SÃO PAULO - No rastro dos e-mails dos alvos da Operação Paraíso Fiscal, a Polícia Federal descobriu evidências de movimentações financeiras atípicas e patrimônio milionário do auditor da Receita José Cassoni Rodrigues Gonçalves. A pista são dois pendrives com arquivos de contas no exterior. Uma delas, em Mônaco, o auditor batizou como conta Tourelle. A outra fica em Miami (EUA).
Relatório de inteligência da PF revela que Cassoni amealhou R$ 19,34 milhões, dos quais R$ 6,33 milhões em dinheiro vivo. Seus vencimentos na Receita são de R$ 20 mil. Ele foi preso com outros quatro auditores no início de agosto, dia 4, sob acusação de integrar organização criminosa para corrupção e venda de fiscalizações que beneficiavam empresas devedoras de tributos da União. As empresas podem ter sonegado US$ 3 bilhões, estima a Receita. Com o grupo de fiscais, a PF apreendeu R$ 12,9 milhões em dinheiro vivo, notas de reais, dólares e euros.
A Paraíso Fiscal foi deflagrada por ordem do juiz Márcio Ferro Catapanni, da 2.ª Vara Criminal Federal em São Paulo. A investigação flagrou e-mails entre Cassoni e o filho, Thiago, nos quais é feita menção a valores no exterior. A PF vai pedir o bloqueio desses ativos por meio de acordo de cooperação internacional.
Uma troca de mensagens foi interceptada em 18 de julho. Thiago escreveu ao pai, citando os arquivos "Much Money" e "contas". "Há menção expressa a uma conta chamada Tourelle, uma conta sediada em Mônaco, e ainda outra em Miami", diz a PF.
Os federais interceptaram também telefonemas entre Cassoni e o filho. A PF sustenta que a mulher do auditor, Regina Eusébio Gonçalves, "é a pessoa que mantinha contato mais estreito com os gerentes das contas estrangeiras".
Em 1.º de junho, às 11h56, Cassoni pediu à mulher que passasse e-mail para "Caroline vender 2400 ações da News Corporation na Nasdaq". Ele diz que "tem 5.400 e que é para vender a US$18,11 cada, valor mínimo".
"Apesar da informação constante do e-mail interceptado, ainda não sabemos os nomes de todos os bancos estrangeiros, muito menos os titulares e os números das contas", anotou a PF, quando pediu autorização para buscas na residência e nos armários do clube que ele frequentava, em Alphaville.
Cassoni integrava a equipe chefiada por Kazuko Tane, na Delegacia da Receita em Osasco, foco da corrupção. Os auditores Rogério Sasso e Fábio Arruda Martins faziam parte do grupo. "Ele (Cassoni) mostrou estreito contato com seus fiscalizados", atesta relatório da PF.
O documento informa que Cassoni comprou no residencial Alpha 2 um terreno de Iracema Talarico Longano onde "atualmente constrói uma casa". Em julho, viajou para a Europa, pela segunda vez este ano. "Depois de ir a Portugal agora vai para a Itália, país onde mora sua filha, Marina Eusébio Gonçalves", assinalou a PF, em ofício ao juiz Márcio Catapanni.
Segundo a PF, Cassoni delega à mulher, Regina Eusébio Gonçalves, "atividades privativas de auditores fiscais, inclusive acessando e trabalhando no sistema da Receita".
A PF tem indícios de que Cassoni pagou com dinheiro vivo (R$ 240 mil)dois automóveis de luxo, apesar do receio do vendedor - "ato típico de lavagem de dinheiro".
Auditor da Receita Federal tem contas no exterior, aponta a PF
Relatório revela que José Cassoni amealhou R$ 19,34 mi; material apreendido mostra mais evidências
Pois eu não encontro nada de extraordinário, se considerarmos o fato que, desde 1996, a Receita Federal implementou, por lei, devidamente aprovada pelo poder legislativo, poderes extra-territoriais, o que significa que seu longo braço pode agora alcançar atividades e (sobretudo) ativos de brasileiros e de empresas brasileiras em qualquer parte do mundo.
Isso é lógico e necessário: o território brasileiro ficou muito pequeno para o trabalho eficientíssimo que desempenha nossa patriótica Receita Federal do Brasil (não esqueçamos, agora ela virou "do Brasil", depois que comeu também a Previdência; ops desculpem o termo). Ela precisava dessa extensão universal para produzir bons resultados para o bem da Pátria e o engrandecimento do Estado, tudo por causas nobres, claro.
É, portanto, muito natural, que ela tenha funcionários que se desempenham no exterior, o que sempre implica em gastos de diárias e passagens. Para evitar esses inconvenientes de câmbio errático, pagamento de comissões pelas transações cambiais a esses vorazes banqueiros que são os nossos, nada como ter contas no exterior, podendo ser acionadas cada vez que o dito funcionário diplomático da Receita necessita dar um pulinho ao exterior para desempenhar suas importantes e perigosas tarefas de captura de evasores e outros fraudadores do fisco tupiniquim.
Deve ser um engano da Polícia Federal, sempre afoita, e em busca de atos espetaculosos, suscetíveis de provocar manchetes escandalosas, num ambiente já requentado por denúncias vazias contra políticos e assemelhados. Ela deveria se chamar Política Federal, a impatriótica...
Paulo Roberto de Almeida
Vejamos agora a notícia completa:
Auditor tem contas no exterior, diz PF
Fausto Macedo
O Estado de S. Paulo, 3 de agosto de 2011
Relatório revela que José Cassoni amealhou R$ 19,34 milhões; interceptação de e-mails e apreensão de pendrives apontam mais evidências
SÃO PAULO - No rastro dos e-mails dos alvos da Operação Paraíso Fiscal, a Polícia Federal descobriu evidências de movimentações financeiras atípicas e patrimônio milionário do auditor da Receita José Cassoni Rodrigues Gonçalves. A pista são dois pendrives com arquivos de contas no exterior. Uma delas, em Mônaco, o auditor batizou como conta Tourelle. A outra fica em Miami (EUA).
Relatório de inteligência da PF revela que Cassoni amealhou R$ 19,34 milhões, dos quais R$ 6,33 milhões em dinheiro vivo. Seus vencimentos na Receita são de R$ 20 mil. Ele foi preso com outros quatro auditores no início de agosto, dia 4, sob acusação de integrar organização criminosa para corrupção e venda de fiscalizações que beneficiavam empresas devedoras de tributos da União. As empresas podem ter sonegado US$ 3 bilhões, estima a Receita. Com o grupo de fiscais, a PF apreendeu R$ 12,9 milhões em dinheiro vivo, notas de reais, dólares e euros.
A Paraíso Fiscal foi deflagrada por ordem do juiz Márcio Ferro Catapanni, da 2.ª Vara Criminal Federal em São Paulo. A investigação flagrou e-mails entre Cassoni e o filho, Thiago, nos quais é feita menção a valores no exterior. A PF vai pedir o bloqueio desses ativos por meio de acordo de cooperação internacional.
Uma troca de mensagens foi interceptada em 18 de julho. Thiago escreveu ao pai, citando os arquivos "Much Money" e "contas". "Há menção expressa a uma conta chamada Tourelle, uma conta sediada em Mônaco, e ainda outra em Miami", diz a PF.
Os federais interceptaram também telefonemas entre Cassoni e o filho. A PF sustenta que a mulher do auditor, Regina Eusébio Gonçalves, "é a pessoa que mantinha contato mais estreito com os gerentes das contas estrangeiras".
Em 1.º de junho, às 11h56, Cassoni pediu à mulher que passasse e-mail para "Caroline vender 2400 ações da News Corporation na Nasdaq". Ele diz que "tem 5.400 e que é para vender a US$18,11 cada, valor mínimo".
"Apesar da informação constante do e-mail interceptado, ainda não sabemos os nomes de todos os bancos estrangeiros, muito menos os titulares e os números das contas", anotou a PF, quando pediu autorização para buscas na residência e nos armários do clube que ele frequentava, em Alphaville.
Cassoni integrava a equipe chefiada por Kazuko Tane, na Delegacia da Receita em Osasco, foco da corrupção. Os auditores Rogério Sasso e Fábio Arruda Martins faziam parte do grupo. "Ele (Cassoni) mostrou estreito contato com seus fiscalizados", atesta relatório da PF.
O documento informa que Cassoni comprou no residencial Alpha 2 um terreno de Iracema Talarico Longano onde "atualmente constrói uma casa". Em julho, viajou para a Europa, pela segunda vez este ano. "Depois de ir a Portugal agora vai para a Itália, país onde mora sua filha, Marina Eusébio Gonçalves", assinalou a PF, em ofício ao juiz Márcio Catapanni.
Segundo a PF, Cassoni delega à mulher, Regina Eusébio Gonçalves, "atividades privativas de auditores fiscais, inclusive acessando e trabalhando no sistema da Receita".
A PF tem indícios de que Cassoni pagou com dinheiro vivo (R$ 240 mil)dois automóveis de luxo, apesar do receio do vendedor - "ato típico de lavagem de dinheiro".
Cuba: a via rapida da transicao ao capitalismo...
Primeiro leio a manchete e o headline:
Cuba: Raúl Castro muestra impaciencia por lento ritmo reformas
El presidente cubano, Raúl Castro, se ha mostrado impaciente en los últimos meses con el lento ritmo de las reformas económicas domésticas debido a la burocracia y a la resistencia a los cambios.
Eu não gostaria de me intrometer nos assuntos internos de Cuba, tanto porque nunca aconselhei nenhum governo a sair do paraíso socialista para entrar no purgatório capitalista (o que seria até covardia, com os true believers del hombre nuevo), mas eu me permitiria a observação seguinte:
Raul Castro (e com ele toda a gerontocracia cubana) não está, na verdade, tentando reformar Cuba, sequer tentando restaurar o capitalismo. Como ele mesmo disse, só estão tentando aperfeiçoar o socialismo, torná-lo menos desumano, digamos assim.
De fato, o que a gerontocracia senil do Partido Comunista Cubano está tentando fazer é prevenir o fim da mesada venezuelana e substituí-la por transferências de renda de própria população cubana em favor do partido, "legalizando" aparentemente algumas atividades -- venda de imóveis, pequenos negócios, "consultorias" independentes --, para poder cobrar imposto com alguma justificativa "social".
Afinal de contas, atualmente, esses antipatriotas cubanos roubam descaradamente o Estado e o Partido Comunista, sem sequer atentar para os princípios socialistas e os valores imutáveis do sistema: "de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades".
Como os cubanos já não acreditam mais nesses bons princípios, eles estão tentando convencê-los de que vale a pena trabalhar um pouco mais, e distribuir alguns rendimentos aos companheiros do Partido, que serão magnânimos a ponto de lhes conceder algum trabalho individual.
Bem, agora que já expliquei o que está acontecendo em Cuba, vamos para a notícia completa.
Paulo Roberto de Almeida
Cuba: Raúl Castro muestra impaciencia por lento ritmo reformas
Reuters (InfoLatAm)
La Habana, 23 de agosto de 2011
Las claves
Los cubanos tienen varias teorías sobre quiénes se oponen a las reformas, que van desde el ex presidente Fidel Castro hasta ciudadanos comunes que prefieren las cosas tal y como están.
El presidente cubano, Raúl Castro, se ha mostrado impaciente en los últimos meses con el lento ritmo de las reformas económicas domésticas debido a la burocracia y a la resistencia a los cambios.
En recientes declaraciones públicas, Castro acusó a los funcionarios del Gobierno de pereza, corrupción, negligencia y rigidez ideológica, al tiempo que instó a adoptar nuevas formas de pensar. [PRA: Uau! Esses funcionários públicos cubanos precisam aprender alguma coisa com os seus contrapartes brasileiros; que tal uma assessoria técnica do PT ao PCC?]
“Limpiémonos la cabeza de tonterías de todo tipo, no olviden que ya concluyó la primera década del siglo XXI, y es hora”, afirmó Castro con énfasis en un discurso ante la Asamblea Nacional (Parlamento) el 1 de agosto.
Las más de 300 reformas, algunas puestas ya en marcha aunque la mayoría aún pendientes, flexibilizan la línea de la economía de Cuba, de estilo soviético, y se centran en una mayor iniciativa privada, en la reducción de los subsidios y la descentralización de las empresas, así como en el recorte de un millón de empleos de las plantillas del Estado.
El objetivo es asegurar la continuidad del socialismo en la isla para cuando él y los principales líderes de su Gobierno no estén al frente del país.
Si bien ha sugerido paciencia en la implementación de los cambios en la isla, Castro dijo a la Asamblea Nacional que los problemas económicos mundiales requieren de mejoras más rápidas.
“El mayor obstáculo que enfrentamos (…) es la barrera psicológica formada por la inercia, el inmovilismo, la simulación o doble moral, la indiferencia e insensibilidad”, afirmó.
[PRA: Caramba! Pensei que isso não existisse no socialismo, só no capitalismo.]
En diciembre pasado, Castro, que reemplazó en la presidencia a su hermano Fidel en febrero del 2008, habló sin rodeos a la Asamblea Nacional sobre la falta de honradez en las filas del Gobierno.
“Hay que luchar por desterrar definitivamente la mentira y el engaño de la conducta de los cuadros (dirigentes), de cualquier nivel (…)”, destacó.
“NO MENTIR, NO ROBAR, NO SER HOLGAZAN” [PRA: Assim também já é demais.]
El mandatario mencionó seguidamente los tres principios de la civilización Inca -no mentir, no robar, no ser holgazán- y apuntó: “Están bien esos tres principios (…) Vamos a tratar de tenerlos presentes”.
En un congreso del gobernante Partido Comunista en abril, donde quedaron aprobadas las más de 300 reformas, Castro dijo que para preservar el socialismo cubano se “hace imprescindible cambiar la mentalidad (…) o lo que es lo mismo, desterrar el inmovilismo fundamentado en dogmas y consignas vacías”.
Pero a principios de este mes usó un lenguaje más fuerte frente a unos 600 diputados del Parlamento cuando dijo que a los funcionarios recalcitrantes y corruptos les sería mejor adaptarse a las reformas o pagarían un precio.
“Advierto que toda resistencia burocrática al estricto cumplimiento de los acuerdos del Congreso (…) será inútil”, destacó.
“Nunca he sido partidario del apresuramiento ni de los cambios bruscos (…) pero ante las violaciones a la Constitución (…) no queda otra alternativa que recurrir a la Fiscalía y los Tribunales, como ya empezamos a hacer”, agregó.
Los cubanos tienen varias teorías sobre quiénes se oponen a las reformas, que van desde el ex presidente Fidel Castro hasta ciudadanos comunes que prefieren las cosas tal y como están.
“La resistencia empieza con Fidel que piensa que todo el mundo debe ser igual”, dijo un miembro del Partido Comunista que requirió el anonimato.
Pero un trabajador de un restaurante culpó a los muchos años de ayuda del Gobierno. “Le han dado tanto a la gente que se han acostumbrado a no tener que trabajar”, dijo Ernesto Sáez.
Fidel ha apoyado públicamente las propuestas de su hermano, quien también dijo que “en tres o cuatro años, éste será el mejor país del mundo”.
[PRA: Se me permitem, gostaria de abrir um largo sorriso -- bota largo nisso -- ante esta última frase...]
Cuba: Raúl Castro muestra impaciencia por lento ritmo reformas
El presidente cubano, Raúl Castro, se ha mostrado impaciente en los últimos meses con el lento ritmo de las reformas económicas domésticas debido a la burocracia y a la resistencia a los cambios.
Eu não gostaria de me intrometer nos assuntos internos de Cuba, tanto porque nunca aconselhei nenhum governo a sair do paraíso socialista para entrar no purgatório capitalista (o que seria até covardia, com os true believers del hombre nuevo), mas eu me permitiria a observação seguinte:
Raul Castro (e com ele toda a gerontocracia cubana) não está, na verdade, tentando reformar Cuba, sequer tentando restaurar o capitalismo. Como ele mesmo disse, só estão tentando aperfeiçoar o socialismo, torná-lo menos desumano, digamos assim.
De fato, o que a gerontocracia senil do Partido Comunista Cubano está tentando fazer é prevenir o fim da mesada venezuelana e substituí-la por transferências de renda de própria população cubana em favor do partido, "legalizando" aparentemente algumas atividades -- venda de imóveis, pequenos negócios, "consultorias" independentes --, para poder cobrar imposto com alguma justificativa "social".
Afinal de contas, atualmente, esses antipatriotas cubanos roubam descaradamente o Estado e o Partido Comunista, sem sequer atentar para os princípios socialistas e os valores imutáveis do sistema: "de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades".
Como os cubanos já não acreditam mais nesses bons princípios, eles estão tentando convencê-los de que vale a pena trabalhar um pouco mais, e distribuir alguns rendimentos aos companheiros do Partido, que serão magnânimos a ponto de lhes conceder algum trabalho individual.
Bem, agora que já expliquei o que está acontecendo em Cuba, vamos para a notícia completa.
Paulo Roberto de Almeida
Cuba: Raúl Castro muestra impaciencia por lento ritmo reformas
Reuters (InfoLatAm)
La Habana, 23 de agosto de 2011
Las claves
Los cubanos tienen varias teorías sobre quiénes se oponen a las reformas, que van desde el ex presidente Fidel Castro hasta ciudadanos comunes que prefieren las cosas tal y como están.
El presidente cubano, Raúl Castro, se ha mostrado impaciente en los últimos meses con el lento ritmo de las reformas económicas domésticas debido a la burocracia y a la resistencia a los cambios.
En recientes declaraciones públicas, Castro acusó a los funcionarios del Gobierno de pereza, corrupción, negligencia y rigidez ideológica, al tiempo que instó a adoptar nuevas formas de pensar. [PRA: Uau! Esses funcionários públicos cubanos precisam aprender alguma coisa com os seus contrapartes brasileiros; que tal uma assessoria técnica do PT ao PCC?]
“Limpiémonos la cabeza de tonterías de todo tipo, no olviden que ya concluyó la primera década del siglo XXI, y es hora”, afirmó Castro con énfasis en un discurso ante la Asamblea Nacional (Parlamento) el 1 de agosto.
Las más de 300 reformas, algunas puestas ya en marcha aunque la mayoría aún pendientes, flexibilizan la línea de la economía de Cuba, de estilo soviético, y se centran en una mayor iniciativa privada, en la reducción de los subsidios y la descentralización de las empresas, así como en el recorte de un millón de empleos de las plantillas del Estado.
El objetivo es asegurar la continuidad del socialismo en la isla para cuando él y los principales líderes de su Gobierno no estén al frente del país.
Si bien ha sugerido paciencia en la implementación de los cambios en la isla, Castro dijo a la Asamblea Nacional que los problemas económicos mundiales requieren de mejoras más rápidas.
“El mayor obstáculo que enfrentamos (…) es la barrera psicológica formada por la inercia, el inmovilismo, la simulación o doble moral, la indiferencia e insensibilidad”, afirmó.
[PRA: Caramba! Pensei que isso não existisse no socialismo, só no capitalismo.]
En diciembre pasado, Castro, que reemplazó en la presidencia a su hermano Fidel en febrero del 2008, habló sin rodeos a la Asamblea Nacional sobre la falta de honradez en las filas del Gobierno.
“Hay que luchar por desterrar definitivamente la mentira y el engaño de la conducta de los cuadros (dirigentes), de cualquier nivel (…)”, destacó.
“NO MENTIR, NO ROBAR, NO SER HOLGAZAN” [PRA: Assim também já é demais.]
El mandatario mencionó seguidamente los tres principios de la civilización Inca -no mentir, no robar, no ser holgazán- y apuntó: “Están bien esos tres principios (…) Vamos a tratar de tenerlos presentes”.
En un congreso del gobernante Partido Comunista en abril, donde quedaron aprobadas las más de 300 reformas, Castro dijo que para preservar el socialismo cubano se “hace imprescindible cambiar la mentalidad (…) o lo que es lo mismo, desterrar el inmovilismo fundamentado en dogmas y consignas vacías”.
Pero a principios de este mes usó un lenguaje más fuerte frente a unos 600 diputados del Parlamento cuando dijo que a los funcionarios recalcitrantes y corruptos les sería mejor adaptarse a las reformas o pagarían un precio.
“Advierto que toda resistencia burocrática al estricto cumplimiento de los acuerdos del Congreso (…) será inútil”, destacó.
“Nunca he sido partidario del apresuramiento ni de los cambios bruscos (…) pero ante las violaciones a la Constitución (…) no queda otra alternativa que recurrir a la Fiscalía y los Tribunales, como ya empezamos a hacer”, agregó.
Los cubanos tienen varias teorías sobre quiénes se oponen a las reformas, que van desde el ex presidente Fidel Castro hasta ciudadanos comunes que prefieren las cosas tal y como están.
“La resistencia empieza con Fidel que piensa que todo el mundo debe ser igual”, dijo un miembro del Partido Comunista que requirió el anonimato.
Pero un trabajador de un restaurante culpó a los muchos años de ayuda del Gobierno. “Le han dado tanto a la gente que se han acostumbrado a no tener que trabajar”, dijo Ernesto Sáez.
Fidel ha apoyado públicamente las propuestas de su hermano, quien también dijo que “en tres o cuatro años, éste será el mejor país del mundo”.
[PRA: Se me permitem, gostaria de abrir um largo sorriso -- bota largo nisso -- ante esta última frase...]
terça-feira, 23 de agosto de 2011
A frase para a vida inteira: Goethe
Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe
Johann Wolfgang Von Goethe
Ainda o capitulo "Brasil ordinario" (mas de homens extraordinarios...)
Claro, sempre existem pessoas que estão acima dos mortais comuns...
Não se pode tratá-los da mesma forma como às pessoas comuns.
Eu, por exemplo, aplicaria um tratamento ainda mais rigoroso, sobretudo no plano da ética do trabalho e da moral profissional....
Paulo Roberto de Almeida
O direito dos incomuns
Coluna Carlos Brickmann, 23/08/2011
O presidente do Senado, José Sarney, andou transportando empreiteiros para sua ilha particular no Maranhão no helicóptero da PM maranhense, por ordem da governadora - também conhecida como sua filha. Ficou bravo com a repercussão, disse que tem direito a transporte, como presidente do Senado. É verdade - mas não num helicóptero da Polícia, não num momento em que uma pessoa acidentada precisava de transporte até um hospital.
Os ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffman enfrentam problema parecido: usaram aviões particulares de uma empreiteira amiga. Caso parecidíssimo com o do governador fluminense Sérgio Cabral, só o que avião dele era bem mais chique. O ministro Wagner Rossi caiu, entre outros motivos, por esses passeios.
Transgressões menores? Sim, são transgressões menores, mas são transgressões. Se servirem para que o país se livre dos chupins, ótimo. Afinal de contas, Al Capone, ladrão, assassino, chefe de quadrilha, caiu por uma transgressão menor do que essas, a sonegação de imposto de renda. E ficou fora de circulação.
Não se pode tratá-los da mesma forma como às pessoas comuns.
Eu, por exemplo, aplicaria um tratamento ainda mais rigoroso, sobretudo no plano da ética do trabalho e da moral profissional....
Paulo Roberto de Almeida
O direito dos incomuns
Coluna Carlos Brickmann, 23/08/2011
O presidente do Senado, José Sarney, andou transportando empreiteiros para sua ilha particular no Maranhão no helicóptero da PM maranhense, por ordem da governadora - também conhecida como sua filha. Ficou bravo com a repercussão, disse que tem direito a transporte, como presidente do Senado. É verdade - mas não num helicóptero da Polícia, não num momento em que uma pessoa acidentada precisava de transporte até um hospital.
Os ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffman enfrentam problema parecido: usaram aviões particulares de uma empreiteira amiga. Caso parecidíssimo com o do governador fluminense Sérgio Cabral, só o que avião dele era bem mais chique. O ministro Wagner Rossi caiu, entre outros motivos, por esses passeios.
Transgressões menores? Sim, são transgressões menores, mas são transgressões. Se servirem para que o país se livre dos chupins, ótimo. Afinal de contas, Al Capone, ladrão, assassino, chefe de quadrilha, caiu por uma transgressão menor do que essas, a sonegação de imposto de renda. E ficou fora de circulação.
Manchetes bizarras na imprensa do dia...
Caro leitor, você, como eu, achamos estranhas estas matérias. Algumas são francamente bisonhas...
OPINE: Onde está Muamar Kadafi?
PRA: Mas é o caso de "opinião"? Onde está Wally, seria isto?
Mendes Ribeiro afirma que vai usar 'experiência de vida' na Agricultura
PRA: Mas será que experiência de vida serve para trigo, soja, alhos e abobrinhas?
Empresas de turismo do EUA pedem visto mais rápido para brasileiros
PRA: Pessoal, vamos ajudar os americanos, eles estão precisando de um reforço na mesada: no ano passado, os turistas brasileiros deixaram 3 bilhões de dólares em Miami. Venham, venham...
Por vezes eu penso que a nossa imprensa é um pouco estranha, mas talvez seja a realidade...
Paulo Roberto de Almeida
Addendum às 22h08:
Bem, pelo menos uma das notícias bizarras já está respondida, enviada por meu habitual correspondente anônimo:
OPINE:Onde está Muamar Kadafi?
Após saída de Tripoli "à francesa/à inglesa"(...a DGSE e o MI5/MI6 que decidam...!); corre à boca pequena na comunidade de informação internacional, que ele fora avistado por uma dupla de agentes da ABIN (devidamente disfarçados de Batman&Robin!)em uma calçada em frente ao Elevador Lacerda, em Salvador, travestido de baiana vendendendo acarajé(...em que outro lugar serviria àquele guarda-roupa..!) ...os agentes só decobriram tratar-se de Kaddafi quando; um dos agentes pediu um acarajé e lhe deram um quibe...!
Vale!
OPINE: Onde está Muamar Kadafi?
PRA: Mas é o caso de "opinião"? Onde está Wally, seria isto?
Mendes Ribeiro afirma que vai usar 'experiência de vida' na Agricultura
PRA: Mas será que experiência de vida serve para trigo, soja, alhos e abobrinhas?
Empresas de turismo do EUA pedem visto mais rápido para brasileiros
PRA: Pessoal, vamos ajudar os americanos, eles estão precisando de um reforço na mesada: no ano passado, os turistas brasileiros deixaram 3 bilhões de dólares em Miami. Venham, venham...
Por vezes eu penso que a nossa imprensa é um pouco estranha, mas talvez seja a realidade...
Paulo Roberto de Almeida
Addendum às 22h08:
Bem, pelo menos uma das notícias bizarras já está respondida, enviada por meu habitual correspondente anônimo:
OPINE:Onde está Muamar Kadafi?
Após saída de Tripoli "à francesa/à inglesa"(...a DGSE e o MI5/MI6 que decidam...!); corre à boca pequena na comunidade de informação internacional, que ele fora avistado por uma dupla de agentes da ABIN (devidamente disfarçados de Batman&Robin!)em uma calçada em frente ao Elevador Lacerda, em Salvador, travestido de baiana vendendendo acarajé(...em que outro lugar serviria àquele guarda-roupa..!) ...os agentes só decobriram tratar-se de Kaddafi quando; um dos agentes pediu um acarajé e lhe deram um quibe...!
Vale!
Um Brasil ordinario, muito abaixo do ordinario...
Enfim, sempre haverá os que não acreditam, que não aceitam, que preferem xingar em lugar de olhar a realidade.
Eu sou daqueles que preferem não ser, ou ficar, cegos. Não apenas isso: exerço meus direitos cidadãos na maior extensão possível, que neste caso são apenas os de ler, protestar disseminando, imaginar que as pessoas possam melhorar, pelo direito ou pela justiça, talvez pela consciência.
Mas tem gente que prefere continuar cega, inclusive achando que o Estado é um mal menor, em face desse terrível monstro que se chama neoliberalismo...
Paulo Roberto de Almeida
Aliados e companheiros
EDUARDO GRAEFF
Folha de S.Paulo, 23/08/2011
A principal função dos aliados é servir de rede de segurança e de cortina de fumaça para o aparelhamento da máquina federal promovido pelo PT
Se quisesse mudar para valer sua relação com os aliados, a presidente Dilma Rousseff teria que mudar sua relação com o PT.
É aí que mora realmente o perigo moral que ronda seu governo.
Acredite quem quiser que os ares de Brasília conspurcaram a inocência original do PT. Ele chegou lá escolado por pelo menos dez anos de prática nas instâncias de poder que lhe caíram nas mãos antes de 2003.
Em 2006, quando o escândalo do "mensalão" fervia, a promotoria da cidade de Santo André ouviu de um secretário municipal de Mauá que, em 1998, Lula e José Dirceu procuraram o prefeito de Mauá e cobraram ajuda para financiar as campanhas do PT.
Segundo o secretário, Lula teria dito: "Pô, Oswaldo Dias, tem que arrecadar como faz o Celso Daniel. Você quer que a gente ganhe a eleição como?".
O depoimento foi noticiado pela Folha ("Secretário de Mauá acusa Lula de cobrar propina de prefeitos", 25/5/2006).
Lula afinal ganhou a eleição de 2002. O prefeito Celso Daniel perdeu a vida meses antes, em crime cujo pano de fundo seria um esquema de desvio de recursos da prefeitura de Santo André para o caixa do PT. Entre os que respondem a processo pelo esquema de corrupção está Gilberto Carvalho, atual secretário-geral da Presidência da República de Dilma, antes secretário particular de Lula, na época secretário municipal de Santo André, acusado de levar dinheiro desviado da prefeitura para Dirceu.
O que mudou com a chegada ao poder em Brasília foi a escala das operações. O modo de operar veio pronto do berço político-sindical do PT em São Paulo.
Os esquemas dos aliados de Lula e de Dilma no Congresso empalidecem perto da máquina alojada no coração do maior partido do Brasil.
Eu não engulo que só assim se ganha eleição. Mas, se fosse, qual é a desculpa agora que eles ganharam três eleições presidenciais?
Onde foram parar os fins elevados com que justificavam os meios baixos? Socialismo? Transparência?
Esqueceram. A palavra de ordem agora é governabilidade. Não dá para tirar todos os picaretas dos ministérios se a presidente precisa deles no Congresso. Desculpa esfarrapada. Com uma agenda legislativa aguada, quem precisa dessa maioria toda no Congresso?
Ah, mas se o governo não contar com essa maioria qualificada -numericamente, quero dizer- a oposição pode aprontar!
O número mágico da governabilidade não seria 3/5 de deputados e senadores, para aprovar emendas constitucionais, mas 2/3, para impedir a instalação de CPIs.
Às vezes, parece que o governo precisa da maioria inchada para impedir que a oposição exponha os métodos usados pelo governo para cooptar essa maioria.
Há outra explicação, que para mim faz mais sentido: a principal função dos aliados é servir de rede de segurança e de cortina de fumaça para o aparelhamento da máquina federal pelo PT.
Até dá para entender que os aliados, nesse papel, exijam status de "nação mais favorecida". Por que aceitariam menos do que o governo dá ao sócio maior?
Para baixar as exigências dos aliados a níveis decorosos, Dilma teria que dar o exemplo e moderar o apetite dos companheiros do PT.
Começando pelo companheiro de todos os companheiros.
Não invejo a sorte dela.
EDUARDO GRAEFF, 61, é cientista político. Foi secretário-geral da Presidência da República (gestão Fernando Henrique Cardoso). Blog: www.eagora.org.br.
Eu sou daqueles que preferem não ser, ou ficar, cegos. Não apenas isso: exerço meus direitos cidadãos na maior extensão possível, que neste caso são apenas os de ler, protestar disseminando, imaginar que as pessoas possam melhorar, pelo direito ou pela justiça, talvez pela consciência.
Mas tem gente que prefere continuar cega, inclusive achando que o Estado é um mal menor, em face desse terrível monstro que se chama neoliberalismo...
Paulo Roberto de Almeida
Aliados e companheiros
EDUARDO GRAEFF
Folha de S.Paulo, 23/08/2011
A principal função dos aliados é servir de rede de segurança e de cortina de fumaça para o aparelhamento da máquina federal promovido pelo PT
Se quisesse mudar para valer sua relação com os aliados, a presidente Dilma Rousseff teria que mudar sua relação com o PT.
É aí que mora realmente o perigo moral que ronda seu governo.
Acredite quem quiser que os ares de Brasília conspurcaram a inocência original do PT. Ele chegou lá escolado por pelo menos dez anos de prática nas instâncias de poder que lhe caíram nas mãos antes de 2003.
Em 2006, quando o escândalo do "mensalão" fervia, a promotoria da cidade de Santo André ouviu de um secretário municipal de Mauá que, em 1998, Lula e José Dirceu procuraram o prefeito de Mauá e cobraram ajuda para financiar as campanhas do PT.
Segundo o secretário, Lula teria dito: "Pô, Oswaldo Dias, tem que arrecadar como faz o Celso Daniel. Você quer que a gente ganhe a eleição como?".
O depoimento foi noticiado pela Folha ("Secretário de Mauá acusa Lula de cobrar propina de prefeitos", 25/5/2006).
Lula afinal ganhou a eleição de 2002. O prefeito Celso Daniel perdeu a vida meses antes, em crime cujo pano de fundo seria um esquema de desvio de recursos da prefeitura de Santo André para o caixa do PT. Entre os que respondem a processo pelo esquema de corrupção está Gilberto Carvalho, atual secretário-geral da Presidência da República de Dilma, antes secretário particular de Lula, na época secretário municipal de Santo André, acusado de levar dinheiro desviado da prefeitura para Dirceu.
O que mudou com a chegada ao poder em Brasília foi a escala das operações. O modo de operar veio pronto do berço político-sindical do PT em São Paulo.
Os esquemas dos aliados de Lula e de Dilma no Congresso empalidecem perto da máquina alojada no coração do maior partido do Brasil.
Eu não engulo que só assim se ganha eleição. Mas, se fosse, qual é a desculpa agora que eles ganharam três eleições presidenciais?
Onde foram parar os fins elevados com que justificavam os meios baixos? Socialismo? Transparência?
Esqueceram. A palavra de ordem agora é governabilidade. Não dá para tirar todos os picaretas dos ministérios se a presidente precisa deles no Congresso. Desculpa esfarrapada. Com uma agenda legislativa aguada, quem precisa dessa maioria toda no Congresso?
Ah, mas se o governo não contar com essa maioria qualificada -numericamente, quero dizer- a oposição pode aprontar!
O número mágico da governabilidade não seria 3/5 de deputados e senadores, para aprovar emendas constitucionais, mas 2/3, para impedir a instalação de CPIs.
Às vezes, parece que o governo precisa da maioria inchada para impedir que a oposição exponha os métodos usados pelo governo para cooptar essa maioria.
Há outra explicação, que para mim faz mais sentido: a principal função dos aliados é servir de rede de segurança e de cortina de fumaça para o aparelhamento da máquina federal pelo PT.
Até dá para entender que os aliados, nesse papel, exijam status de "nação mais favorecida". Por que aceitariam menos do que o governo dá ao sócio maior?
Para baixar as exigências dos aliados a níveis decorosos, Dilma teria que dar o exemplo e moderar o apetite dos companheiros do PT.
Começando pelo companheiro de todos os companheiros.
Não invejo a sorte dela.
EDUARDO GRAEFF, 61, é cientista político. Foi secretário-geral da Presidência da República (gestão Fernando Henrique Cardoso). Blog: www.eagora.org.br.
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