quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O fantastico homem mais rico do Brasil (sozinho?)

Faltou só falar do dinheiro do BNDES e da aproximação a partidos políticos, no melhor estilo italiano (se é que vocês compreendem...).
Pessoas ricas sempre têm uma bela história para contar, mas costumam deixar certos aspectos na penumbra, senão na obscuridade...
Será que "você" também consegue ficar tão rico quanto ele?
Paulo Roberto de Almeida

Eike Batista dá dicas para você se tornar um empreendedor

O empresário explica como multiplicou a fortuna e se tornou o oitavo homem mais rico do mundo.Globo, 1/01/2012


Na vida dos mega ricos não existe engarrafamento, fila, nem aeroporto lotado, nem voo atrasado. No escritório, uma parede rabiscada com projetos para multiplicar a fortuna.

Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, tem 50 R$ bilhões. Dez zeros antes da vírgula. Você ficou impressionado com aquele carrinho de supermercado cheio de dinheiro apreendido do jogo do bicho no mês passado no Rio? Pois o dinheiro de Eike Batista daria 13 mil carrinhos daqueles - que enfileirados, coladinhos, iriam de um lado ao outro da ponte Rio-Niterói.

São necessários tantos bilhões para ser feliz? “Essas coisas já transcenderam. Não é isso. Eu me considero um criador de riqueza como um compositor compõe uma música. As minhas notas por acaso são dinheiro”, explica Eike. A sinfonia da multiplicação começou cedo - e seu símbolo, o “x”, sinal de “vezes”, está nos nomes de todas as empresas .

Nos anos 70, o garoto rico não se acanhou de vender seguros de porta em porta na Alemanha, onde fazia faculdade de engenharia. “É uma febre, você pega uma febre de querer continuar nessa independência financeira”.

E a faculdade na Europa foi trocada pela selva brasileira, em busca de ouro. “Eu tive muita sorte, porque em um ano e meio, eu cheguei a comprar US$ 60 milhões em ouro e fiquei com a margem líquida de US$ 6 milhões. Então, com 23 anos. Nada mal”, brinca Eike. Jovem, milionário e ainda ambicioso.

Veja a definição de Eike Batista do significa empreender: “Empreender nada mais é do que identificar ineficiências, falta de qualidade de produtos e fazer algo melhor. E melhor de tudo é fazer algo melhor e mais barato. Se você conseguir combinar essas duas coisas, você vai ganhar muito dinheiro”.

O empreendedor Eike investiu em pesquisa para saber o potencial de um garimpo e depois mecanizou a produção. “Agora, eu, obviamente, subestimei logística, logística na Amazônia, doenças, malária, gente mesmo. Você botar um negócio que nunca tinha sido feito antes. A mina era tão rica, que ela aguentou todos os meus desaforos. E aí tem um aprendizado. Quer dizer, encare negócios para empreender que tenham gordura, margens altas, margens de lucro potencial altas”, explica Eike.

O aprendizado com a mina foi o primeiro passo para uma visão de negócios que Eike Batista chama de 360° - e que está detalhada em um livro escrito em parceria com o jornalista Roberto D'Ávila. A ideia é que todos os aspectos do negócio precisam ser levados em conta antes de começar um empreendimento. Daí os 360°. “Eu sempre fui buscar o máximo de conhecimento possível para errar menos”, explica.

Embarcamos no jato privado de Eike – e depois no helicóptero particular – para ver um projeto que para ele exemplifica o conceito. “Nós estamos construindo o maior estaleiro das Américas no Rio”, conta. Além do estaleiro, Eike constrói um parque industrial e o maior porto do país no norte do estado. Tudo vai dar uns US$ 40 bilhões. A área das obras é tão grande que precisamos visitar de ônibus.

“Dentro do complexo, nós teremos 160 km de estradas pavimentadas”, anuncia Eike. Já em janeiro, ele garante que sua empresa vai produzir os primeiro barris de petróleo de uma companhia privada brasileira. E no segundo semestre, grandes navios devem começar a atracar no pier, que avança 3 quilômetros mar adentro.

Nem todo mundo aprecia esse gosto pela grandiosidade. Os ambientalistas, por exemplo, o acusam de ter incentivado o uso no Brasil, como fonte de energia, do carvão: o grande vilão do aquecimento global.

Alguns empresários também dizem que seus negócios são de altíssimo risco. A maior parte do dinheiro foi levantada na bolsa de valores. Ele diz que os investidores confiam nele por seu passado. “A minha história não é a história só dos últimos dez anos. É uma história de 30 anos. Até o ano 2000, eu era conhecido como o marido da Luma de Oliveira. E não pelas nove minas que eu criei do zero. Minas de ouro gigantescas, muita riqueza criada. Eu apareci como se tivesse caído do céu”, explica.

A história do casamento com a modelo Luma de Oliveira durou 13 anos. Ao lado dela, no mundo das celebridades, Eike sempre posava como coadjuvante. Do casamento, ficaram dois filhos. No escritório, fotos da família e evidências de que ele não dispensa uma ajuda do além. Só se senta de frente para a porta. De amuletos, tem dois guerreiros incas - do império do ouro - e um elefante indiano.

A superstição se estende ao 63 - número da lancha com a qual bateu o recorde mundial de velocidade. E a partir de então, o número da sorte do bilionário Eike Batista, que se admite competitivo: “Eu diria que aceito quase qualquer desafio”. Principalmente no mundo dos negócios.


Quais são as principais dicas para quem quer ser um empreendedor? 
Você tem que ter disciplina, uma boa ideia e, depois da boa ideia, elaborar um plano de negócios muito detalhado.

Mas e quem não tem uma boa idéia? Pode ser empreendedor? 
Pode. Eu falo muito sobre isso, é estudar a possibilidade de uma franquia. O iniciante deveria começar por aí. E daí vai ver que a pessoa vai criando novas ideias. Depois que você começa a tocar uma lojinha, seja do que for, você tem aquele aprendizado do dia a dia, que vale muito.

Outra dica do administrador Eike é delegar funções e cobrar resultados. 
Eu não tenho o mínimo problema de delegar. Agora, cobro muito. É fácil você cobrar. Eu gosto muito de checar, então isso obriga todo mundo a ser transparente.

Eike faz de seus executivos sócios, com ações do grupo. E incentiva a distribuição de lucros para empregados. Isso vale também para os pequenos empresários? 
Claro. Até o dono da padaria deveria pegar uns 20% lá e distribuir para os funcionários. Faz um efeito inacreditável.

E se precisar de um sócio? 
Sócios você tem que eventualmente buscar aquela pessoa para te complementar, algo que você não sabe fazer. Agora, a busca desse sócio eu diria que está ligada à sorte na vida. Como casamento, não é eterno.

Seu objetivo é em bilhões, em obras. Onde é que Eike Batista quer chegar? 
O objetivo é ser respeitado. Ter respeito. Da pessoa mais graduada do meu país até o mais humilde.

Respeito que ele tenta conquistar com projetos pelo Rio de Janeiro, como a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas e doação de dinheiro para a pacificação das favelas. 
Nós estamos contribuindo com R$ 20 milhões por ano nos próximos quatro anos para fazer tudo acontecer.

Qual é a sua maior vaidade? 
Ah, eu gosto de cuidar de mim, normal. Isso começa com saúde e também aparência.

O senhor já fez plástica?
Sim, fiz a pálpebra, fiz implante de cabelo. É sofrido, dolorido, viu? Espero que em breve cheguem células-tronco para não ser tão dolorido. Eu não recomendo.

Eike já é o oitavo homem mais rico do mundo, segundo a prestigiada revista americana Forbes. E já estabeleceu prazo para ser o primeiro: “2015, 2016”. Tão rápido? “Você acha rápido? É muito tempo”.

A tragedia educacional brasileira - João Batista Araújo Oliveira

Palavras sensatas as deste especialista em questões de educação. Pena que suas recomendações de puro bom senso passe longe desse formigueiro de saúvas "freireanas"que constitui, atualmente o MEC, que merece bem mais formicida do que reforço de orçamento.
Minha percepção é a de que não existe nenhuma chance de que suas palavras e recomendações sejam jamais seguidas pelas pedagogas freireanas que pululam no MEC, que continuam inventado pedagogias alucinadas para continuar sua obra de destruição da educação brasileira.
Ou o Brasil acaba com as saúvas freireanas que estão destruindo o que restou de educação no Brasil, ou elas vão acabar com o Brasil...
Paulo Roberto de Almeida 

Currículo, a Constituição da educação

João Batista Araújo Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto 
O Estado de S.Paulo, 2 de janeiro de 2012 | 3h 06
O Ministério da Educação (MEC) anunciou, com atraso considerável, que vai apresentar sua proposta de currículo. A Constituição de 1988 promoveu avanços notáveis em várias áreas, apesar de inúmeras disfunções criadas. Mas faltou uma visão de futuro mais clara e pragmática. Resta assegurar que, da mesma forma, a iniciativa atual não aumente ainda mais o nosso atraso.
A última decisão nessa área resultou nos desastrados "parâmetros curriculares nacionais". A maioria das iniciativas do MEC que envolvem questões de mérito tem sido sistematicamente cativa de mecanismos e critérios corporativistas e de duvidosos consensos forjados em espúrios mecanismos de mobilização. Tradicionais aliados do ministério, inclusive internamente, têm aversão à ideia de currículo e mais ainda de um currículo nacional. Documentos desse tipo, produzidos por alguns Estados e municípios em anos recentes, continuam vítimas do pedagogismo. Isso é o melhor que temos.
O assunto é sério demais para ser deixado apenas para os educadores e especialistas. Nem pode ser apropriado pelo debate eleitoral. O Brasil - especialmente suas elites - precisa estar preparado para discutir abertamente a questão. Aqui esboçamos os contornos desse debate.
O que é um currículo? Um documento que diz o que o professor deve ensinar, o que o aluno deve aprender e quando isso deve ocorrer. Em outras palavras, conteúdo, objetivos (o termo da vez é expectativas de aprendizagem), estrutura e sequência. Para que serve um currículo? Primeiro, para assegurar direitos: o currículo especifica o que o aluno deve aprender. É um instrumento de cidadania fundamental para garantir equidade e os direitos das famílias. Segundo, para estabelecer padrões, ou seja, os níveis de aprendizagem para cada etapa do ensino: atingir esses níveis é o dever, que cabe ao aluno. Terceiro, para balizar outros instrumentos da política educativa, como avaliações, formação docente e produção de livros didáticos, instrumentos essenciais em qualquer sistema escolar. Os currículos, sozinhos, não mudam a educação.
Por que ser de âmbito nacional? A experiência dos países mais avançados em educação, sejam federativos ou não, indica a importância de uma convergência. Depois do advento do Pisa, mesmo países extremamente descentralizados, como Suíça, Alemanha ou EUA, têm promovido importantes convergências em seus programas de ensino, até em caráter de adesão. Num município, um currículo básico permitirá que alunos transitem por diferentes escolas sem que se instaure o caos a que hoje submetemos nossas crianças e seus professores.
Como saber se um currículo é bom? A condição é que seja claro. Se o cidadão médio ler e não entender, não serve. Deve ser parecido com edital de concursos: você lê, sabe o que cai no exame e sabe como precisa se preparar. O currículo não é exercício parnasiano ou malabarismo verbal.
Deve também levar em conta os benchmarks, as experiências dos países que, usando currículos robustos, avançaram na educação. É preciso cuidado para não confundir os currículos que os países adotam hoje, depois de atingido o nível atual, com os currículos que os levaram a esse patamar.
A proposta deve ser dinâmica e corresponder às condições gerais de um sistema. O currículo não pode ser avaliado isoladamente de outras políticas, em especial da condição dos professores. Hoje a Finlândia, com os professores que tem, pode ter currículos mais genéricos do que há 15 ou 20 anos. A análise dos benchmarks sugere quatro outros critérios para avaliar um currículo: foco, consistência, rigor e referentes externos.
Um currículo deve ter foco, concentrar-se no primordial e só em disciplinas essenciais, cuidando de poucos temas a cada ano, sedimentando a base disciplinar e evitando repetições. William Schmidt, que esteve recentemente no Brasil, desenvolveu escalas comparativas que permitem avaliar o grau de focalização de currículos de Matemática e Ciências.
Deve ter consistência, isto é, respeitar a estrutura de cada disciplina. Isso se refere tanto aos conceitos essenciais que devem permear um currículo quanto à organização do que deve ser ensinado em cada etapa ou série. Por exemplo, um currículo de Língua Portuguesa considerará as dimensões da leitura, escrita e expressão oral, levando em conta o equilíbrio entre a estrutura e as funções da linguagem e contemplando o estudo dos componentes da língua (ortografia, semântica, sintaxe, pragmática).
Um currículo deve ter rigor, ser organizado numa sequência que evite repetições e promova avanços a cada ano letivo. Esses avanços devem observar a relação entre disciplinas e a capacidade do aluno de estabelecer conexões entre elas. Interdisciplinaridade e contexto não são matérias de currículo, são consequência deste.
Um currículo deve ter referentes externos claros. Um currículo de pré-escola deve especificar tudo o que a criança precisa para enfrentar com sucesso os desafios posteriores do ensino fundamental. Isso não significa tornar o pré uma escola antes da escola: currículo não é proposta pedagógica.
Já o ensino fundamental deve preparar o indivíduo para operar numa sociedade urbana pós-industrial. O Pisa não é um currículo, mas contém sinalizações que sugerem o que é necessário para a formação básica do cidadão do século 21. É uma boa baliza para o ensino fundamental. Os currículos do ensino médio, por sua vez, devem ser diversificados, contemplando diferentes opções profissionais e acadêmicas. Pelo menos é assim que funciona no resto do mundo que cuida bem da educação e se preocupa com o futuro de sua juventude.
Finalmente, o que um currículo não deve ser? Um exercício de virtuose verbal, um manual de didática, a advocacia de teorias, métodos e técnicas de ensino, uma vingança dos excluídos e muito menos um panfleto ideológico ou uma camisa de força. Muito menos deve ser o resultado de consensos espúrios.
O currículo definirá se queremos cidadãos voltados para a periferia ou o centro, para o particular ou para o universal.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A ONU precisa mascar coca (pelo menos um pouco...)


Monday, 02 January 2012 09:01

Bolivia Officially Withdrawn from UN Drug Convention

Written by  Elyssa Pachico
    Bolivia Officially Withdrawn from UN Drug Convention
    Starting January 1, Bolivia will no longer answer to a major United Nations (UN) drug treaty. The withdrawal is a protest against the UN's classification of the coca leaf as an illegal substance, but it is unlikely to prompt a major revision of the treaty.
    It is the first country to abandon the UN narcotics treaty in 50 years, reports the BBC. The Convention mandates that signatory countries cooperate in tracing and seizing drugs, as well as extraditing traffickers. 
    Nearly simultaneously, Bolivia asked the UN to be re-admitted to the Convention if the UN removes the statute which classifies the coca leaf as illegal. Used as the raw material to make cocaine, the coca leaf is widely used for traditional and medicinal purposes in the Andes.
    InSight Analysis
    According to EFE, the 190 countries who are party to the Convention have a year to consider passing Bolivia's request. It may only be passed with a two-thirds majority, meaning the treaty is unlikely to be modified and Bolivia may not opt back in. 
    Defenders of Bolivia's decision have said the move does not represent a rejection of Bolivia's responsibility to fight drug trafficking. Organisms like the UN and the U.S. State Department have said the country is not doing enough to control the illicit coca trade.
    Despite these criticisms, it is unlikely that Bolivia's withdrawal from the Convention will affect the scale of drug trafficking inside the country. The most important effect is the symbolic rejection of the UN's classification of legal versus illegal substances. 

    Boletim da ABRI: encontro de RI em julho em Brasília

    Dentre as notícias e informações contidas no mais recente boletim da ABRI - Associação Brasileira de Relações Internacionais --, disponível neste link, encontra-se esta aqui:


    Seminários 2012
    A Associação Brasileira de Relações Internacionais realizará o 2º Seminário Nacional de Graduação em Relações Internacionais e o 1º Seminário Nacional de Pós-graduação em Relações Internacionais. Os dois eventos serão realizados em julho de 2012, em Brasília.
    Estudantes de Pós-graduação terão oportunidade de apresentar propostas de trabalhos para Painéis e Workshop. Em breve serão divulgadas mais informações.


    ACESSE O SITE DA ABRI: www.abri.org.br


    Anais de eventos
    > 01/01/2011 - 1º Encontro Nacional ABRI 
    Anais do evento
    > 20/06/2011 - Conferência Conjunta ABRI-ISA 2009
    Anais do Evento
    > 20/06/2011 - 3º Encontro Nacional da ABRI
    Anais do Evento
    > 14/07/2011 - 3° Encontro Nacional ABRI 2011 atualizações
    Anais do evento.

    Cronica do protecionismo ordinario (e bota ordinario nisso...)

    Mil desculpas por começar o ano colocando matérias desagradáveis e, ademais, atrasadas, já que esta é do ano que já acabou.
    É que não dá tempo, humanamente, para cobrir todo o ativismo genial do governo contra os interesses de pobres consumidores, como eu e você, caro leitor.
    Sim, porque o governo, em lugar de defender os interesses da quase totalidade dos cidadãos, contribuintes, eleitores, pessoas simples, de todo o Brasil, prefere defender o lucro, e a preguiça, de alguns poucos brasileiros, que são os industriais protecionistas. Claro, estes estão sendo ameaçados, em sua sobrevivência, pela impossibilidade de competir com importações mais baratas.
    Em lugar de examinar as razões desse fenômenos, detectar os fatores corretos e atuar sobre esses fatores, o governo já chegou à conclusão de que os produtos estrangeiros são maus, perversos, insidiosamente negativos para o nosso bem-estar, e a nossa renda, apenas porque entram mais baratos do que os nacionais. E só pode ser por concorrência desleal, por dumping, por subsídios indevidos oferecidos por governos estrangeiros (leia-se China) a seus industriais, enfim, por qualquer outra coisa, que não a incapacidade brasileira de competir internacionalmente e no mercado nacional.
    E são incapazes os nossos industriais, não porque sejam incompetentes, ou molengas, mas porque são gravados por uma inacreditável carga fiscal, burocrática e regulatória que simplesmente onera cada um dos produtos manufaturados aqui produzidos com um valor equivalente a, na média, 40% do preço de mercado ao consumidor. 
    Pode alguém competir nessas condições?
    Qual é o país estúpido o suficiente para impor uma tal carga a seus produtores nacionais?
    Quem são esses consumidores carneiros, submissos, inconscientes e ignorantes, a ponto de aceitar uma carga fiscal de tal magnitude sobre cada produto consumido?
    E ainda ficar satisfeito com a justa medida do governo, de "proteger os legítimos produtores nacionais contra a concorrência predatória estrangeira"?
    Pois é, o Brasil consegue, em lugar de corrigir suas mazelas estruturais e seus problemas sistêmicos, se afundar cada vez mais no alto custo de seu sistema produtivo. E ainda acha que está certo ao se isolar do mundo.
    Desculpas em começar o ano desta maneira, mas o governo simplesmente não ajuda.
    A matéria me tinha passado despercebida no final do ano.
    Para não dizer que desprezo coisas importantes, ela segue abaixo, para desgosto de muitos, e o prazer de alguns...
    Paulo Roberto de Almeida 


    Tainara Machado | De São Paulo 
    Valor Econômico, 28/12/2011

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o objetivo da medida anunciada ontem é combater o subfaturamento de produtos têxteis importados.
    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, ontem, que o governo planeja alterar o regime de tributação para a importação de produtos têxteis. Em até três meses, ele pretende levar à Organização Mundial do Comércio (OMC) uma petição para permitir que os produtos têxteis importados sejam tributados com uma taxa fixa (modelo "ad rem") e não mais por uma tarifa que incide sobre o valor (sistema "ad valorem") como é hoje. O objetivo, segundo o ministro, é combater o subfaturamento de produtos importados.

    Mais um vez, contudo, o anúncio de uma decisão que envolve outras áreas da administração pública parece ter sido feito antes de um consenso dentro do governo. Essa mudança já foi proposta pelo Ministério da Fazenda à Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas ainda não foi apreciada pelos seus integrantes. O anúncio elevou inquietações dentro do próprio governo de que outros setores pressionem para o país transformar todo seu regime tarifário junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, os países parceiros podem pedir compensações se julgarem que a mudança afeta sua exportação de têxteis ao Brasil.

    No regime atual é cobrada uma alíquota (percentual) sobre o valor do produto. "Mas se o preço é subfaturado o imposto não serve para nada. Já ouvi sobre ternos chegando ao Brasil por US$ 3. Isso não paga nem o botão", disse o ministro, que ontem recebeu, em São Paulo, uma medalha de honra ao mérito concedida pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). No regime de tributação conhecido como "ad rem", o governo adotaria uma classificação de mercadorias em que cada uma teria um tributo fixo de importação sobre o peso, provavelmente. De acordo com Mantega, o governo também estuda a alteração do regime para outros setores da economia, mas não quis especificar quais.

    Mantega afirmou que esse sistema de tributação já é contemplado em lei e depende agora apenas de regulamentação e da autorização da OMC. "Queremos fazer essa operação dentro das regras", disse Mantega. O ministro não vê dificuldades na obtenção do aval da organização porque é possível, em sua avaliação, ver em números o prejuízo que o setor têxtil está sofrendo com a concorrência desleal. Em 2011, até outubro, segundo o IBGE, a produção do setor têxtil recuou 14,9% em relação a igual período do ano passado, enquanto a importação de têxteis aumentou 10,6% e a de vestuário, 48,3%, na mesma comparação.

    O ministro da Fazenda espera que seja concedida pela OMC uma salvaguarda provisória em até três meses, que poderia tornar-se, após estudo interno na organização e consulta aos países membros, permanente, com prazo de até 10 anos, como ocorreu para o setor de brinquedos, disse ele.

    O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Aguinaldo Diniz Filho, afirmou que já está trabalhando na petição que consolidará os números do setor e estima que em janeiro o documento estará nas mãos do Ministério da Fazenda. Diniz espera que as taxas fixas de importação sejam impostas principalmente para a confecção, porque a importação de peças prontas inibe a produção ao longo da cadeia.

    O setor têxtil há algum tempo reclama da competição com importados e demanda medidas do governo para dar competitividade ao setor. De acordo com o presidente da Abit, foram os números de emprego, com a perspectiva de corte de 15 mil vagas no setor em 2011, ante criação de 80 mil vagas em 2010, que elevou o senso de urgência no ministério.

    Embora afirme que para competir em situação igualitária outras medidas sejam necessárias, como desoneração de investimentos, o presidente da Abit afirma que a salvaguarda, "se colocado do jeito que imaginamos, garantirá um ano de 2012 muito melhor do que 2011", porém o empresário não quis fazer projeções. Em conjunto com ações de defesa comercial, fiscalização em parceria com a Receita Federal e apoio para reduzir o custo de financiamento, "em 2012 a indústria têxtil estará melhor do que em 2011", afirmou Mantega. "Não permitiremos que a indústria brasileira, particularmente a têxtil, saia diminuída da crise internacional", disse.

    O anúncio do ministro Guido Mantega agradou a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Para o economista-geral da entidade, Pedro Jorge Viana, a intenção do governo em tributar o produto com um valor fixo, em vez de uma porcentagem em cima do preço de importação, como é feito atualmente, tem duas vantagens.

    "É uma medida realista, pois evita o subfaturamento. Na prática, o que acontece muitas vezes é que um produto que custa US$ 20 é declarado com preço de US$ 10, pagando um imposto menor. Cobrando um valor fixo, acaba esse problema. Além disso, ajuda a proteger a indústria nacional contra a concorrência predatória dos chineses, que aumentaram muito a presença neste ano", afirmou o economista.

    Mesmo apoiando a iniciativa do governo, Viana disse que o ideal seria o estabelecimento de cotas de importação para aumentar a proteção à indústria nacional. No entanto, o desgaste político de uma medida como essa torna a opção inviável, além do prejuízo com retaliação na exportação de outros produtos não têxteis. "Seria o certo, até para a indústria trabalhar com uma margem de segurança. Mas outros países podem contestar a decisão na OMC e também tomar a mesma decisão na hora de comprar produtos brasileiros. Então, a única saída que vejo é a taxar o importado com um preço fixo", disse o economista-geral da Fiec. 
    (Colaboraram Assis Moreira, de Genebra, e Rodrigo Pedroso, de São Paulo)

    Juros do cartao de credito: Brasil campeao

    A realidade é conhecida, mas não custa lembrar.


    Juros anuais sobre cartão de crédito em alguns países: 


    Argentina: 50%
    Colômbia: 28%
    Brasil: 237%!!!


    Dispensa comentários...

    segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

    A frase da semana - Mario Vargas Llosa


    Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias.

    Mario Vargas Llosa, em entrevista a jornalista

    Postagem em destaque

    Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

    Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...