domingo, 12 de agosto de 2012

O Brasil recua (3): a critica ao produtivismo academico - Carlos Fico

Geralmente, aqueles que mais protestam e se insurgem contra a cobrança de resultados na atividade acadêmica são os medíocres, aqueles que não conseguem produzir um único artigo decente, que seja aceito por revistas sérias (ou seja, aquelas com blind peer review), e que só publicam nas suas revistinhas de compadrio, no toma-lá-dá-cá (eu te publico, tu me publicas), os que dão aulas vagabundas, quando dão, e ficam embromando os alunos com aquela velha conversinha da mercantilização do ensino, as diretrizes do Banco Mundial contra a educação livre e crítica, e outras bobagens do gênero.
Infelizmente, os medíocres são os que politizam as demandas universitárias, e como não dão aulas, têm tempo para fazer política nas associações mafiosas que são os sindicatos, e prostituem o meio universitário com questões absolutamente alheias ao ensino.
Abaixo um artigo de um historiador justificando, acertamente, a cobrança de resultados na produção acadêmica.

Brasil Recente, 13 DE JULHO DE 2012

Avaliação da pós-graduação: produtivismo?

Carlos Fico
Torna-se cada vez mais frequente a crítica à avaliação dos cursos de pós-graduação feita pela Capes em termos de que haveria um parâmetro excessivamente "produtivista", isto é, baseado em um número supostamente demasiado de publicações que seria exigido dos professores.
Recentemente, quatro colegas do Programa de Pós-graduação em História da UFPB solicitaram seu desligamento alegando que haveria uma "busca desenfreada de metas quantitativas".
Como Coordenador da Área de História junto à Capes, parece-me conveniente buscar esclarecer certos aspectos.
A avaliação da pós-graduação em nossa área adota critérios eminentemente qualitativos baseados em um princípio que poderíamos chamar de "processo social do conhecimento", isto é, a avaliação feita pelos pares. Os periódicos nos quais publicamos são assim avaliados e recebem uma nota que varia de A1 a B5. Os critérios de avaliação dos periódicos são públicos e bastante referendados pela comunidade científica.
Os livros integrais e capítulos que publicamos também são avaliados segundo critérios públicos através de uma comissão de historiadores que atribui notas que variam de L4 a L1.
As avaliações da pós-graduação brasileira são feitas trienalmente. Assim, considera-se a produção intelectual de um professor ao longo de três anos.
Parte-se da realidade, isto é, da quantidade de artigos, capítulos e livros publicados no triênio em questão. Não há uma exigência numérica a priori. Isso permite à Capes detectar a média da produção dos programas.
Por exemplo, os programas de pós-graduação em História nota 3, no último triênio, tiveram uma média de produção próxima de 1 (um) item (artigo, capítulo ou livro). Ou seja, um professor de um programa nota 3 que, ao longo de três anos, publicou um único artigo em periódico qualificado ou um único capítulo ou um único livro avaliado entre os conceitos L4 e L1 terá atingido a média. Esta, certamente, não é uma exigência descabida.
No caso dos programas nota 4, 5, 6 ou 7 as médias sobem. Por exemplo, a média da produção de um professor de um programa nota 5 ou 6 oscila entre 3 e 4 itens (ou seja, 3 ou 4 artigos e/ou capítulos etc.) ao longo de três anos. Isso não significa que o professor desse programa tenha de publicar no triênio 3 ou 4 artigos seminais que revolucionem a historiografia brasileira. O perfil usual consiste na publicação de um artigo, capítulo ou livro mais denso e de mais algumas publicações decorrentes, por exemplo, da costumeira participação em seminários ou congressos que, frequentemente, produzem anais com nossas intervenções.
É preciso destacar que os programas avaliados como "muito bom" (nota 5) ou que integram o "grupo de excelência" (notas 6 e 7) recebem da Capes recursos financeiros públicos não desprezíveis que podem usar com grande autonomia. É natural que se cobre uma contrapartida.
A produção em outras áreas é numericamente maior. No caso da História, há um ritmo necessário à maturação do conhecimento que impede a produção desenfreada de publicações. As especificidades de cada área têm sido respeitadas pela Capes. Por exemplo, depois de muitos anos de demandas, a Capes adotou a avaliação de livros.
A Capes também tem investido bastante na eliminação das assimetrias regionais. O apoio às iniciativas dos programas situados nas regiões Norte e Nordeste é bastante conhecido.
Quando é feita a avaliação de uma proposta de evento acadêmico (seminários, congressos etc.), analisa-se seu alcance tendo em vista o público abrangido (local, regional, nacional ou internacional). Não é correto supor que a definição do alcance de um evento acadêmico nesses termos impeça ou hierarquize a destinação dos recursos: frequentemente, os recursos são aprovados porque se trata, precisamente, de uma boa proposta de evento acadêmico com alcance regional, por exemplo. Note-se, a bem da verdade, que a avaliação da pós-graduação não exige que os professores apresentem propostas de realização de eventos acadêmicos.
A avaliação da pós-graduação feita pela Capes é um caso de sucesso reconhecido internacionalmente. Isso não significa que não tenha problemas. Um deles é de escala: como avaliar a grande quantidade de programas de pós-graduação existente tendo em vista tantos aspectos (produção intelectual, ensino, formação de recursos humanos etc.)? Isso certamente precisa mudar. Algumas propostas de mudança estão em estudo. Caberia, por exemplo, avaliar os programas consolidados quinquenalmente? Isso permitiria um acompanhamento mais cuidadoso dos programas recém-criados?
Um dos problemas reais da avaliação da pós-graduação brasileira que muito atinge a área de História é a "especialização precoce": o aluno de graduação, por vezes beneficiado com uma bolsa de iniciação científica, decide ingressar imediatamente no curso de mestrado, geralmente desenvolvendo o mesmo tema e, em seguida, após dois anos, prossegue trabalhando o mesmo assunto no doutorado, motivado, quem sabe, pela bolsa que continuará recebendo. Com isso, é cada vez mais frequente a titulação de doutores com pouca experiência profissional (no ensino ou em qualquer outra atividade) e que praticamente só conhecem a temática de sua especialização.
Outro problema significativo - em parte já superado pelo longo trabalho da Área de História nas últimas décadas - foi chamado, por coordenadores que me antecederam nessa posição, de "taylorização" e decorria da exiguidade dos prazos que se impunham para a conclusão dos cursos, sobretudo o do mestrado: 24 meses. Hoje, o tempo médio de titulação considerado "Muito Bom" para o mestrado é de 36 meses.
Espera-se que um professor de um programa de pós-graduação chancelado e financiado pela Capes produza conhecimento qualificado. As médias acima mencionadas não são de modo algum exageradas. Trabalhar com essas médias - opção que a Área de História tem feito nos últimos triênios - talvez transpareça uma "tradução numérica" com a qual a comunidade apenas aos poucos se acostuma. Mas isso não pode ser visto como "produtivismo".
 

O Brasil recua (2): diploma de jornalista e reserva de mercado

Trata-se, indiscutivelmente, de uma das medidas mais idiotas, imbecis, energúmenas, corporativas, indecentes e regressistas que se poderia esperar. Outras virão, sem dúvida, mas esta é uma das mais nefastas para o jornalismo e a inteligência nacional.
Paulo Roberto de Almeida 

A volta do diploma de jornalista
Editorial O Estado de S.Paulo, 11 de agosto de 2012
Dois anos depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter revogado a obrigatoriedade de diploma de nível superior para o exercício do jornalismo, sentenciando que a exigência era um "atentado contra a liberdade de expressão e o direito à informação", o Senado aprovou, em segundo turno, Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que restabelece essa exigência. A iniciativa foi apoiada por várias entidades sindicais, das quais a mais conhecida é a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) - a mesma que propôs, há quase dez anos, a criação de um Conselho Federal de Jornalismo para "fiscalizar" a profissão.
Ao justificar a decisão do Senado, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) alegou que a finalidade da PEC é enquadrar as empresas de comunicação, impedindo-as de contratar profissionais não diplomados em jornalismo por baixos salários. "É preconceito colocar uma profissão à margem da lei", disse ele. "A obrigatoriedade do diploma é a garantia de que o jornalista deve assumir responsabilidade profissional naquilo que é específico do jornalismo. Assim como o que é específico da medicina tem de ser realizado por um médico", afirmou o senador Wellington Dias (PT-PI).
A PEC, que já havia sido aprovada em primeiro turno no final de 2011, será submetida à Câmara dos Deputados - e, para acelerar a votação, seus defensores pretendem recorrer a dois expedientes. Um deles é converter a PEC em substitutivo de um projeto semelhante que já passou por todas as comissões técnicas e está pronto para ser levado a plenário. O outro expediente é pedir que a PEC seja analisada por uma comissão especial, dispensando seu exame pelas Comissões de Constituição e Justiça e de Comunicação Social.
Como a vida política do País será dominada pela campanha eleitoral municipal, os defensores da PEC acham que será possível aprová-la sem maiores resistências políticas ainda neste semestre. Se tiverem sucesso, a profissão de jornalista passará a constar da Constituição, o que é um absurdo, pois a Carta Magna deve cuidar de liberdades públicas e direitos fundamentais - e não garantir prerrogativas corporativas que, no passado, eram concedidas por decreto.
Foi justamente o que ocorreu com o jornalismo. Para atenuar a oposição do movimento estudantil, em 1969 a ditadura militar expandiu o ensino superior criando cursos que não exigiam grandes investimentos em laboratórios, bibliotecas e docentes qualificados, como comunicação social, psicologia e sociologia. E, para assegurar emprego para os formandos desses cursos, baixou um decreto impondo a exigência de diploma, para efeitos de obtenção de registro profissional.
Além de demagógica, essa exigência era tão absurda, do ponto de vista legal, que em 2009 o Supremo a considerou inconstitucional. Nesse julgamento, a Corte lembrou que, na hierarquia legal, a regulamentação das principais profissões - como engenharia, medicina e agronomia, por exemplo - é feita por lei ordinária. "O Senado quer colocar, pela janela, uma norma da ditadura que o STF expulsou pela porta. A PEC é uma aberração. Serve apenas para atender os donos de faculdades de jornalismo ruins, arapucas que não ensinam nada e vendem a ilusão de um futuro profissional, e para acolher as pretensões políticas das lideranças sindicais dos jornalistas, as mesmas que querem instituir o controle social da mídia", disse o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) - o único a discursar contra a proposta defendida pela Fenaj.
Nos países desenvolvidos, o jornalismo é exercido por quem se formou em qualquer área do conhecimento, não havendo necessidade de diploma específico. Para o pessoal da Fenaj, os cursos de jornalismo garantem "formação crítica" "credibilidade da informação" e "disciplinamento ético". Na realidade, essas qualificações podem ser supridas por qualquer curso universitário bem-feito, ou mesmo pelo esforço de um autodidata. Converter em norma constitucional a obrigatoriedade do diploma de jornalismo só atende a interesses ideológicos e corporativos. Também reforça a triste tradição cartorial que prevalece no País.

sábado, 11 de agosto de 2012

Crise internacional: cinco anos - Otaviano Canuto


Goodbye Financial Engineers, Hello Political Wonks



Otaviano Canuto, Vice-President, Poverty Reduction, World Bank
Huff Post, August 11, 2012
This week marks the fifth anniversary of the global financial crisis. Five years ago, the world of finance was shocked when BNP Paribas announced a freeze of three of its money market funds that were undergoing a deadly run of withdrawals. At that moment, a huge pyramid of complex financial assets -- then sustained as collateral accepted by banks and the "shadow banking system" -- hedge funds and money market funds -- started to crumble.
What a party had ended for finance! An era in which asset values typically moved upwards, and one in which the realm of finance was taken as an accurate reflection of the underlying real side of the economy, was over. Not by chance "reading the financial tea leaves" had become a fashionable expression.
Fast-forward five years and one now sees the hands of governments and central banks all over the place in finance, sustaining markets with their maneuvers upon quantities and prices of assets available. Central banks' balance sheets in the countries at the core of the crisis have expanded dramatically because of purchases of domestic assets to ease monetary conditions and avoid asset fire sales. Yield curves have flattened through several types of intervention in order to maintain long term yields close to their current historic low levels. Support to banks via bailouts or broad liquidity facilities have avoided the collapse that funding costs imposed by private creditors would lead to. Regulatory requirements of liquidity have been tweaked, and in practice, have created a captive demand for government bonds, pushing down their yields. Currency markets have been subject to systematic interventions by heretofore hands-off governments, no longer comfortable with free floating under current conditions.
This is not the first time in history that public money extends itself in order to occupy the vacuum left by the destruction of the "private money" created during a previous phase of euphoria. And things would have been worse in the absence of such a provision, as investors rushing to swap private money for public funds would have otherwise provoked a liquidation of private assets, markets and institutions even more dramatic than the one that took place. The real sector would of course have been dragged deeper down -- as happened during the Great Depression of the 1930s.
An open "politicization" of finance came out as a consequence of governments and central banks stepping in, in the sense that the dynamics of financial asset prices is now determined directly in the political sphere. Think of the Eurozone. Policy makers in those member countries under financial stress, currently implementing national programs of fiscal austerity and structural reforms, hold the view that the chances of success would rise if they had the support of supplementary creation of public money by the European Central Bank (ECB). On the other hand, the ECB's actions are constrained by the political view predominant in other Eurozone countries according to which such a support would undermine the political willingness to reform. Financial markets now move on a daily basis between the poles of collapse and stability in accordance with signals of where the balance of those political views tilts.
Think of the U.S. The fiscal retrenchment -- the so-called "fiscal cliff" -- poised to be reached next year has not been created by private investors requiring sky-rocketing yields, but rather as an outcome of the battle between political views in Congress. As monetary easing by the Federal Reserve can be effective only to some extent without a concurrent fiscal stimulus, a precocious fiscal adjustment may well harm the prospects of economic and financial recovery.
During the apogee of the belief on the prescience of financial markets, armies of engineers, physicists and mathematicians were hired by financial institutions to develop quantitative models to decipher what the "financial tea leaves" were saying at each moment in time. One may wonder whether now the search is being taken over by political wonks.
PREM's Twitter feed tracks the World Bank's efforts to help countries fight poverty and close gaps in income and opportunity. Follow us at twitter.com/WBPoverty

O Brasil recua (1): Embrapa ja nao e' o que era


A crise da Embrapa
Rodrigo Lara Mesquita
O Estado de S.Paulo, 11 de agosto de 2012 | 3h 09

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tornou produtiva a terra ácida e arenosa do cerrado brasileiro. Esse milagre tem grandes chances de se repetir na África, com seus quase 400 milhões de hectares de savana. Como dizem e pedem os africanos: temos sol, água e terras. Falta a Embrapa! Mas essa admiração conquistada pela Embrapa, aqui e no exterior, está em risco. A empresa perdeu foco e orientação estratégica nos últimos anos. A Embrapa está em crise, deixando sem resposta problemas graves da agricultura brasileira.
Em 1973, quando foi criada a Embrapa, o País vivia a década do milagre econômico, mas era importador de alimentos. Os investimentos feitos na época em infraestrutura de transportes, comunicações e armazenamento pelo governo federal começaram a promover uma mudança na exploração agrícola. Com estrutura física modesta, alguns veículos, poucos implementos e muita vontade, os pioneiros da empresa que nascia formaram as equipes de trabalho. Mais de mil jovens pesquisadores foram enviados às melhores universidades da Europa e dos EUA para mestrados e doutorados, num dos maiores programas de capacitação em pesquisa já realizados no Brasil.
Do nascimento da Embrapa aos dias de hoje, tornamo-nos uma potência agrícola. A sexta economia do mundo tem no agronegócio 25% de toda a riqueza gerada no País. Somos os maiores produtores mundiais de soja, milho, café, suco de laranja e etanol. E os maiores exportadores de carne bovina. A tecnologia da Embrapa e parceiros tropicalizou a produção de soja e levou o grão do Sul para o Nordeste, o Centro-Oeste e até para os Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, a novíssima fronteira agrícola brasileira. Uma reinvenção da agricultura tropical, com formidáveis conquistas em produtividade e conservação de solos.
Hoje, nos 47 centros de pesquisa em todo o Brasil, que contribuíram para esse processo, aparecem sinais de fadiga. Muitos não acompanham o desenvolvimento tecnológico de produtos aos quais estão ligados. A contribuição para as sementes melhoradas caiu vertiginosamente. Cerca de 70% a 80% da soja, 60% do milho e 80% do algodão vêm de programas de melhoramento genético privado. Empresários do meio rural cada vez mais buscam soluções e inovações em outros países. Na outra ponta, a Embrapa parece abandonar seus programas voltados para a pequena agricultura e o combate à miséria no campo.
A omissão da Embrapa no debate do Código Florestal é outro exemplo. Os impactos da implantação das áreas de proteção permanente em beiras de rios deveriam ter sido pesquisados pela empresa nos últimos anos para apresentar respostas técnicas às demandas do Legislativo e da sociedade, antes da votação da matéria. Houve omissão e censura científica. Pesquisadores foram proibidos de se manifestar sobre o tema em nota da direção da Empresa, assunto denunciado publicamente durante a Rio+20.
A falta de transparência da atual gestão é mais um problema. Nos últimos três anos criou-se na Embrapa uma nova estrutura para gestão de projetos internacionais de cooperação, as plataformas Africa-Brazil Marketplace e Latin America-Caribe Marketplace, com recursos do Banco Mundial, do Fórum para Pesquisa Agrícola na África e da Fundação Bill & Melinda Gates, entre outras instituições. O Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, que centraliza os programas e projetos da Embrapa, não participa diretamente da coordenação. O montante exato de recursos captados até o momento é desconhecido e não há clareza sobre quem audita tais plataformas.
A crise na direção da empresa, debatida pelo setor agrícola, chegou à mídia com artigos neste jornal (Os problemas da Embrapa, em 22 de março; A Embrapa perdeu o bonde, em 1.º de abril; O bonde da Embrapa, em 17 de abril) e no jornal Valor Econômico (Embrapa perde terreno na pesquisa agrícola, em 21 de março), entre outros, sem que sua diretoria apresentasse um contraponto ou sua visão sobre os problemas levantados.
A Embrapa é uma federação de redes. Suas unidades refletem os diversos elos da agricultura e pecuária brasileira em todos os sentidos: social, econômico e político. A empresa pretende ampliar sua atuação para a África e América Latina e não tem uma atuação estruturada nas mídias sociais. Isso tanto no aspecto da interação e articulação das suas próprias células quanto na sua relação com seu mercado atual, os que pretende conquistar e o público, considerando esse contexto. Esse comportamento em relação às mídias tradicionais e digitais reflete o âmago da crise da empresa: falta de visão estratégica e menosprezo pelas demandas da sociedade.
Acompanho a Embrapa desde o final dos anos 70. Como repórter, estive presente na implantação de alguns de seus novos centros no Nordeste e no Sudeste, tendo sido, por vários anos, membro do Conselho Assessor Externo de uma de suas unidades. A constatação é preocupante: a Embrapa vem perdendo sua visão estratégica e, consequentemente, seu protagonismo. Relega a obtenção de patentes e se consola com um papel de coadjuvante no desenvolvimento da agricultura brasileira, com uma pauta voltada para o socioambiental. A grande produção agrícola nacional dependerá exclusivamente da pesquisa privada? Ou, pior ainda, de programas de pesquisa da Embrapa definidos e coordenados do exterior?
Ao longo do recente 11.º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Abag em São Paulo, ficou evidente a ausência de referências à participação da Embrapa no enfrentamento dos desafios atuais da agricultura, apesar dos discretos, mas incisivos apelos dirigidos à sua diretoria nesse sentido. A Embrapa é um patrimônio do Brasil. A direção da empresa parece sofrer da síndrome do sapo fervido. A água está em ebulição. E o sapo continua ali, parado, sendo fervido lentamente.
Sol, água, terra e... Embrapa! A equação africana também é verdadeira para o Brasil.

Desgraca de uns...: seca nos EUA - Financial Times

US drought threatens food price surge
By Gregory Meyer in New York and Jack Farchy and Javier Blas in London
Cracking up: drought has robbed farmers of critical water sources, such as this pond in Illinois that is normally used by cattle for drinking
The worst drought in the US in at least half a century has destroyed one-sixth of the country’s expected corn crop in a month threatening a surge in global food price inflation.
The US government estimated corn farmers had abandoned fields greater in area than Belgium and Luxembourg after the hottest July in US historyirreparably damaged their crops. The harvest for soyabeans, largely crushed into animal feed and vegetable oil, would be the lowest in five years.
The US Department of Agriculture forecast prices for the two crops would break records, with domestic corn averaging between $7.50 and $8.90 per bushel after this year’s harvest starts. On the Chicago Board of Trade, corn futures jumped 3.1 per cent Friday to an all-time high of $8.43¾ before slipping.
“We’re going to see very high prices,” said Joseph Glauber, USDA chief economist.
The failure of the US corn crop will hit the world’s food manufacturers, including Nestlé, Kraft, and Tyson, who have already warned that they will pass on higher prices to consumers.
The governors of Delaware and Maryland, US states with large chicken farms, on Friday urged the White House to waive a government ethanol blending mandate because of an “undersupply of corn”. Both governors are Democrats like President Barack Obama.
The surge in prices has revived memories of the2007-08 food crisis, when the high cost of food triggered riots in more than 30 countries from Bangladesh to Haiti.
The department’s estimated corn crop of 10.8bn bushels was 2.2bn bushels less than its July projection. The US is the top producer and exporter of the world’s most heavily grown grain, so the shortfall has heightened concerns about the stability of world food supplies.
Corn is mainly used to feed animals and produce US ethanol fuel. Eyeing low supplies, the USDA forecast sharply lower consumption and exports, with the meat industry hit the hardest. Domestic red meat and poultry supplies will decline next year, the department said.
“To reduce demand like the USDA has implied, we will need to see corn prices in excess of $8 a bushel,” said Chris Gadd, grains analyst at Macquarie. Morgan Stanley said prices would need to top $10 for ethanol refiners to meet the USDA demand estimate.
Ahead of the statistics’ release, Tom Vilsack, US agriculture secretary, cautioned that the true supply picture would only emerge later this year.
“In the past, estimates have been off in drought years. We have to be cognizant of that fact,” he told the Financial Times on Thursday.
Darrel Good, an agricultural economist at the University of Illinois, warned the crop outlook could worsen as surveyors return to fields. Although parts of the US agricultural heartland have seen scattered rains in the past week, the drought continues to intensify. According to the USDA, 44 per cent of the US Midwest was suffering from “extreme” or “exceptional” drought this week, up from 36.8 per cent a week ago.
“My bias is we may have some room to go down yet on the production forecast,” Prof Good said. The USDA said farmers will harvest 87.4m of the 96.4m acres they had planted with corn.
Policymakers are increasingly alarmed by the current food supply situation. But José Graziano da Silva, director-general of the UN’s Food and Agriculture Organisation, told the Financial Times the situation was not as bad as in 2007-08.
“We do not have the demand pressure from China and India as five years ago,” he said. Stocks of rice and wheat remain high, though the USDA reduced its estimate of the Russian wheat crop due to heat and dry soils.
The US rates half its corn crop is in “poor” or “very poor” condition, the worst such assessment since 1988.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Um momento de dor, para os companheiros...

Será que vão decretar luto partidário, enviar pêsames oficiais para a família (no caso, os demais companheiros de empreitada narcotraficante), solicitar negociações, homenagea-lo na próxima reunião do FSP?
Paulo Roberto de Almeida 

Colombia: Leader of FARC’s 5th Front dies in military operation

 09/08/2012
BOGOTÁ, Colombia – Maximiliano Bonilla Orozco, alias “Valenciano,” the head of the Revolutionary Armed Forces of Colombia’s (FARC) 5th Front, died in a military operation at the western Department of Chocó, authorities said.
The alleged terrorist spent 23 years in the guerrillas, authorities said, and was in charge of managing the finances and the production and recollection of cocaine paste produced in the areas of Cañón de Mulatos and Corregimiento de Saiza, in Chocó.
Authorities also announced on Aug. 8 that eight alleged FARC guerrillas turned themselves in to the navy in the town of Bocas de Satinga in the department of Nariño, which borders Ecuador.
The alleged terrorists are suspected of belonging to the “Daniel Aldana” column of the FARC.
The terrorist organization also is suspected of perpetrating an early morning attack on Aug. 8 against a rail line connecting the Cerrejón rail line in the northern department of La Guajira, which borders Venezuela.
[DPA, 08/08/2012; Eltiempo.com (Colombia), 08/08/2012; Caracol.com.co (Colombia), 08/08/2012]

Palestras sobre revolucoes nos países arabes e posicao do Iran - Uniceub, 16/08/2012

CONFLITOS DO ORIENTE MÉDIO EM DEBATE 
16/agosto,19:30 às 22h,AUDITÓRIO do BLOCO 1 do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Brasília

Palestra 1: "Evoluções e Revoluções nos países árabes"
Dr. Amine Ait-Chaalal, Diretor do Centro de Estudos de crises e conflitos internacionais (CECRI) e Prof. de Relações Internacionais da Université Catholique de Louvain/UCL - Bélgica.

Palestra 2: "Irã: reflexões sobre sua história e presença nos conflitos do Oriente Médio"
Dra. Carmen Lícia Palazzo, Pesquisadora convidada do UniCeub e Consultora do PEJ/UnB.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...