domingo, 22 de dezembro de 2013

Capitalismo: um termo ideologicamente carregado, deve ser abandonado - Steven Horwitz

Capitalismo, como dizia o historiador Fernand Braudel, tornou-se um superlativo conceitual, a ponto de não querer dizer mais nada. Para ele, o capitalismo era apenas uma parte das economias de mercado, talvez a mais bem sucedida, mas ainda assim sujeita a muitas confusões, a maior parte provocada pelos inimigos do capitalismo, como ensina este libertário, Steven Horwitz.
Grato ao meu amigo Orlando Tambosi por ter me chamado a atenção pelo artigo, que pesquei em seu blog.
Paulo Roberto de Almeida

Orlando Tambosi

Excelente artigo do economista Steven Horwitz põe em dúvida o uso do termo "capitalismo", que gera contradições. De fato, depois de Marx o termo parece ter se tornado mero jargão: capitalistas são os exploradores, espoliadores, rapineiros, isto é, todos aqueles que se contrapõem ao estatismo e ao totalitarismo, defendendo ideias liberais e o mercado livre. Texto surrupiado do Ordem Livre:

Um dos mais interessantes desdobramentos na esteira da Grande Recessão é o uso e abuso da palavra "capitalismo". Você sabe que algo estranho está acontecendo quando é possível encontrar artigos e editoriais que culpam o "capitalismo" por toda a crise, ao lado de outros afirmando que o "capitalismo" não tem nada a ver com ela. Obviamente não podem ambos ser verdadeiros, então uma reação comum é dizer que um dos autores está errado sobre os fatos ou em sua interpretação dos fatos.

Mas deve-se considerar outra possibilidade: que ambos estejam usando a mesma palavra ("capitalism") para falar de coisas diferentes. A confusão gerada pela palavra é uma boa razão para os defensores da liberdade pensarem em abandoná-la, junto com sua contrapartida terminológica, "socialismo".

Há pelo menos três razões pelas quais os termos "capitalismo" e "socialismo" são problemáticos: (1) "capitalismo" foi cunhado por seus oponentes; (2) ambos são etimologicamente carregados de uma forma que predispõe contra o capitalismo; e (3) como nenhum sistema econômico existente corresponde a nenhum dos dois de forma coerente, o significado de ambos foi poluído por estar conectado a sistemas do mundo real que têm elementos não necessariamente característicos do ideal. Isso é particularmente verdadeiro sobre o capitalismo.

Os pontos (1) e (2) são interrelacionados. O uso moderno do termo "capitalismo" data de antes de Marx, mas foi Marx que o popularizou. Uma busca pela palavra "capitalismo" nas obras de grandes autores liberais do século XVIII ou da maior parte do XIX, como Adam Smith e outros escoceses, para descrever o sistema que favoreciam será vã. O uso do termo pelos proponentes do sistema é em grande parte um fenômeno do século XX.

Como o termo foi cunhado por oponentes, não é surpresa que seja etimologicamente carregado. Em geral o sufixo "ismo" se refere à "crença em" algo. No caso do capitalismo e do socialismo, podemos observar como, vistas dessa perspectiva, as palavras revelam o desequilíbrio. Os nomes sugerem que "capitalismo" é um sistema no qual o "capital" é a característica central e força motriz. Aqueles que apoiam tal sistema parecem "acreditar" no poder do capital, o que além disso sugere que os interesses do capital são os que são, e talvez os que devam ser, servidos pelo sistema.

Compare-se o termo com "socialismo", que coloca "sociedade" na mesma posição. Esse sistema presumivelmente envolver uma crença no poder da "sociedade" como um todo, e o termo sugere que os interesses da sociedade são os que são, e devem ser, servidos pelo sistema.

Se temos que escolher entre um sistema cujo nome sugere que serve os interesses de somente uma pequena fração dos já ricos e poderosos e outro cujo nome sugere que servirá os interesses da sociedade como um todo, qual acharemos mais atraente?

O problema aqui é que os nomes levam a uma série de questões de economia política ao parecerem sugerir quem se beneficia de cada sistema. As afirmaçãos implícitas de que o capitalismo (isto é, o livre mercado) serve primariamente aos interesses do capital e de que o socialismo serviria os interesses da sociedade como um todo não são fatos, mas proposições teóricas abertas a debate e, na minha opinião, ambas falsas. Usar esses termos tende a obscurecer as questões sobre se esses sistemas realmente funcionam da maneira como seus nomes sugerem. Nenhum dos dois é útil para se entender que tipo de instituição cada sistema de fato traz consigo.

E por fim, a palavra "capitalismo" veio a significar uma série de coisas, em grande parte por causa da forma como o termo como o "capital" sob os holofotes. (Note-se que foi preciso esclarecer que estou usando a palavra "capitalismo" para me referir ao "livre mercado".) Com frequência demais, os oponentes do capitalismo usam o termo para se referir a qualquer tipo de sistema no qual os interesses do capital vêm primeiro.

Então quando governos oferecem favores a empresas privadas, ou quando as empresas procuram ativamente tais favores, permitindo que controle mercados em detrimento de todos nós como consumidores, nos dizem que isso é "capitalismo". Quando defensores do livre-mercado os questionam sobre a diferença entre "capitalismo" e "livre mercado", os mesmo críticos simplesmente dizem: "São vocês que dizem que temos uma economia capitalista. Por que objetam ao uso do termo para descrever o status quo?"
E essa é uma resposta justa, que ilustra bem os problemas que surgem quando usamos uma palavra para significar uma coisa ("capitalismo" para "livre mercado") mas tantas outras pessoas usam-na para significar outra coisa ("capitalismo" para "qualquer coisa que beneficie o capital"). Também explica as análises contrastantes da recessão que notei no início.
O que devem fazer, então, os defensores da liberdade?
Para dar um exemplo, poderíamos usar "mercados" e "planejamento" para substituir "capitalismo" e "socialismo". Se acreditamos que o arranjo institucional fundamental para o capitalismo é o mercado, e para o socialismo, alguma forma de planejamento do governo, então essas duas palavras descrevem mais precisamente a configuração institucional de cada sistema. Esses termos são puramente descritivos e não predispõem a nenhuma preferência. Um julgamento normativo requereria argumentação adicional.
Usar "mercados" em vez de capitalismo tem uma vantagem e uma grande desvantagem. A vantagem é que o termo parece resolver a preocupação expressa pelo filósofo da Universidade Auburn, Roderick Long, e outros libertários de esquerda, de que o termo "capitalismo", ou mesmo "propriedade privada dos meios de produção" implica que o capital deve ser de alguém que não os próprios trabalhadores. Essa é frequentemente uma fonte de objeção dos socialistas ao capitalismo. No entanto, o termo "mercado" não carrega tais implicações. Afinal, pode-se conceber uma economia em que a maior parte ou mesmo todas as empresas são propriedade dos próprios trabalhadores, e no entanto as relações das empresas com outras empresas e com os consumidores se conduzem inteiramente pelo livre mercado.
A desvantagem do termo é que "mercado" apenas não distingue entre mercados livres e aqueles nos quais o estado, ou por sua própria vontade ou a mando de agentes privados, desempenha um papel significativo, em detrimento do público. Na atual economia americana, os mercados predominam, mas não são exatamente irrestritos. O uso de "mercados", portanto, parece um avanço do sentido de especificar o principal processo institucional do sistema favorecido, mas pode precisar de mais uma qualificação para distinguir o ideal irrestrito da realidade restrita. Long e outros sugeriram os termos "mercados liberados" para designar o ideal, o que tem a vantagem de deixar claro que não temos mercados livres atualmente.
Substituir "socialismo" por "planejamento", no entanto, levanta outros problemas. Embora, no século XIX e no início do século XX, muitos vissem o planejamento como a essência do socialismo, essa crença não era universal e desapareceu em grande medida nas últimas décadas. Para muitos, hoje, o socialismo se refere mais à melhoria de condições de trabalho do que à substituição dos mercados pelo planejamento. Por exemplo, Ted Burczak, em seu Socialism After Hayek [Socialismo depois de Hayek], daria aos mercados grande latitude entre empresas e entre estas e os consumidores, mas proibiria contratos de trabalho assalariado, forçando todas as empresas a terem donos e proprietários trabalhadores. Historicamente, essa ênfase na propriedade do trabalhador foi vista como uma característica essencial do socialismo. Conforme observado, não é incompatível com os mercados liberados, contanto que não seja forçada através de coerção. Assim sendo, libertários de esquerda podem legitimamente dizer que apoiam "mercados libertados" e "socialismo", se com este querem dizer simplesmente a propriedade dos meios de produção pelos trabalhadores.

Então mesmo que usássemos "mercados" e "planejamento" para "capitalismo" e "socialismo", ainda assim precisaríamos de adjetivos adicionais. A pergunta é se os circunlóquios um tanto mais tediosos que poderiam substituir "capitalismo" valem a pena. Dada a confusão que descrevi, estou cada vez mais convencido de que sim. Mesmo libertários como eu, que não acredito que propriedade e gerência de trabalhadores sobre os meios de produção sejam essenciais para nosso ideal, os problemas com a palavra "capitalismo" se tornaram tão importantes que é hora de pensarmos seriamente sobre abandoná-la como nome da alternativa ao status quo que favorecemos.

Um quadrilheiro distinguido, no Brasil e no Panama: Papuda Inc, consulting behind the bars...

Mensalao

Dirceu abriu filial de consultoria no endereço de dona de hotel no Panamá

A JD registrou empresa no local da Truston, dona do St. Peter, que ofereceu ao ex-ministro emprego de R$ 20 mil; processo foi feito no escritório que oferece ‘laranjas’ para firmas estrangeiras

O Estado de S.Paulo, 21 de dezembro de 2013 | 17h 22

Andreza Matais e Fábio Fabrini
BRASÍLIA - José Dirceu abriu no Panamá uma filial de sua empresa de consultoria. Ela fica no mesmo endereço da Truston International, dona do hotel que ofereceu a ele emprego de R$ 20 mil no mês passado. A JD Assessoria e Consultoria registrou a filial em 2008, três anos depois de Dirceu ser apeado do governo em meio ao escândalo do mensalão, no escritório da Morgan & Morgan, que disponibiliza testas de ferro para milhares de firmas estrangeiras, como a Truston, no conhecido paraíso fiscal da América Central.
Fachada do St. Peter, que ofereceu emprego de R$ 20 mil a Dirceu - Ed Ferreira/Estadão
Ed Ferreira/Estadão
Fachada do St. Peter, que ofereceu emprego de R$ 20 mil a Dirceu
Na ocasião, Dirceu informou a um cartório brasileiro a constituição da filial, com endereço no 16.º andar da Torre MMG, na Cidade do Panamá, onde funciona a Morgan & Morgan. Conforme os registros, ao abrir a filial no Panamá, o ex-ministro fez um aporte em dinheiro vivo e aumentou o capital da JD de R$ 5 mil para R$ 100 mil. Metade desse capital foi destacado para a filial panamenha, cujo objetivo seria "o mesmo desenvolvido pela matriz", criada em 1998, em São Paulo.
A Truston - dona do hotel St. Peter - foi aberta no Panamá apenas três meses depois dessa operação conduzida pelo ex-minsitro, também declarando o endereço da Morgan & Morgan e tendo um "laranja" como seu presidente. José Eugenio Silva Ritter, auxiliar administrativo do Morgan & Morgan, e outros dois representantes do escritório panamenho constam como donos de nada menos que 30 mil empresas no paraíso fiscal.
No Brasil, o St. Peter é administrado pelo empresário e ex-deputado Paulo Masci de Abreu, amigo de Dirceu. Ele é irmão do ex-deputado José Masci de Abreu, presidente nacional do PTN, partido aliado do governo petista. Os irmãos Masci detêm várias concessões de rádio e TV concedidas pela União.
A revelação de que o dono da Truston era na verdade um "laranja", feita pela TV Globo, levou o ex-ministro da Casa Civil, preso em Brasília por comandar o mensalão durante o primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a desistir de trabalhar no hotel.
Trâmites. A sucursal da empresa de Dirceu no Panamá existiu para os órgãos públicos brasileiros por ao menos um ano. Em abril de 2009, numa alteração contratual, o ex-ministro decidiu "tornar sem efeito" a abertura da filial no Panamá. Segundo um delegado da Polícia Federal, um servidor do alto escalão da Receita Federal e um advogado especialista em direito empresarial ouvidos pelo Estado, o registro, no entanto, só tem valor no Brasil e não impede que a JD prossiga com eventuais negócios no paraíso fiscal.
A mudança contratual, na opinião desses especialistas, serviria para "apagar" o rastro da existência da filial da empresa de Dirceu em bancos de dados públicos no Brasil, como cartórios e juntas comerciais, sem a que produzisse efeito no Panamá.
A Morgan & Morgan, alegando sigilo, não informou a atual situação da JD no paraíso fiscal. Segundo a legislação local, empresas podem ser registradas em nomes de "laranjas" e estampar nomes fantasia que não guardam relação com a empresa original.
O contrato social da empresa de Dirceu lista diversas atividades, entre elas facilitar negócios de particulares com o poder público não só no Brasil.
Cabe à consultoria, por exemplo, trabalhar por "parcerias empresariais com os países do Mercosul" e viabilizar o "relacionamento institucional de particulares com os mais variados setores da administração pública".
Com a condenação e a prisão de Dirceu, em novembro, o imóvel da JD em São Paulo foi posto à venda. A empresa passará a funcionar com estrutura menor, sob o comando de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do petista.
Para lembrar
R$ 20 mil de salário no hotel

Dez dias depois de ser preso, o ex-ministro José Dirceu recebeu uma oferta de trabalho do hotel Saint Peter, em Brasília, para ser gerente administrativo com salário de R$ 20 mil, enquanto a gerente-geral do hotel recebia na carteira R$ 1.800. O hotel tem como sócio majoritário a Truston International, empresa aberta no Panamá pelo escritório Morgan & Morgan em nome de um laranja, e o empresário Paulo Abreu, sócio de emissoras de rádio e TV.
Após o Jornal Nacional revelar o elo da Morgan & Morgan com o hotel, os advogados de Dirceu anunciaram que ele desistiu do emprego. Na quinta-feira passada, Dirceu obteve nova proposta de emprego, desta vez no escritório de advocacia do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Gerardo Grossi. Vai receber, caso a Justiça o autorize a trabalhar, salário de R$ 2,1 mil para organizar a biblioteca do escritório.
José Dirceu cumpre inicialmente sua pena no regime semiaberto no presídio da Papuda, em Brasília. O ex-ministro da Casa Civil foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal acusado de ser o chefe do esquema do mensalão.

Boston Museum of Fine Arts: passeio do sabado, 21/12/2013

Um dia típico na New England: museus.
Neste sábado, Carmen Lícia e eu fomos direta e exclusivamente ao Museu de Artes de Boston, o Fine Arts Museum, que estava com uma exposição que já tínhamos visto, meses atrás, no Brooklin Museum (renovado), em Nova York):
John Singer Sargent, Watercolors (recomendo; vai até 20 de janeiro de 2014)

Na sequência, ou no meio, fizemos tudo isto:
Fired Earth, Woven Bamboo: Contemporary Japanese Ceramics and Bamboo Art (vai até setembro de 2014)
The Creative Process in Modern Japanese Printmaking (vai até agosto de 2014)
Art in the Netherlands in the 17th Century (nova galeria, agora aberta)
Elegant Contorsions: Renaissance Prints (gravuras)
Rembrandt, the Etcher (xilogravuras do renomado pintor; até fevereiro de 2014)
Art of the English Regency (nova galeria, mas não faz o nosso estilo)
Holland on Paper: The Age of Art Nouveau (magnífica; até fevereiro)
Visiting Masterpiece: Piero Della Francesca's Senigallia Madonna, an Italian Treasure, Stolen and Recovered (uma obra prima que tinha sido roubada e depois recuperada pelos Carabinieri especializados em tráfico, roubo, pirataria de obras de arte; só até 6 de janeiro, vale a pena).

Depois, como ninguém é de ferro, ficamos no Wine Bar, com duas taças de Malbec, prato de queijo (tinha até um pedaço de goiabada), e um biscotti para a Carmen Lícia.
Lojinha, algumas compras, e retorno a Hartford no final da tarde...


Em tempo: em 18 de janeiro vai abrir uma exposição com artistas brasileiros, no estilo do politicamente correto:
Samba Spirit: Modern Afro-Brazilian Art (que vai até outubro).
Vamos ver, mas eu acho essas coisas hifenizadas uma concessão indevida ao politicamente correto...
O que não impede de serem bons artistas, obviamente, seriam brasileiros em sua essência, ou apenas escolhidos porque hifenizaram suas personalidades e identidades?
Paulo Roberto de Almeida

China comeca a mostrar seu lado imperialista e arrogante: critica gastos militares do Japao

O ministro da Defesa da RPC está se metendo onde não foi chamado e onde não deveria. Cada país, vizinho ou não, decide sobre o seu nível de gastos militares, em função de decisões que são tomadas soberanamente. O Japão é uma democracia, o que não é o caso da China. O povo japonês, se não gostar dos gastos militares, pode sancionar os atuais dirigentes simplesmente votando-os fora dos cargos dirigentes, o que o povo chinês obviamente não pode fazer.
Melhor seria os chineses ficarem calados, pois esse tipo de pressão, ameaça velada, ou interferência nos assuntos internos dos vizinhos só vai incitar os países das cercanias a justamente se armarem mais, contra esse tipo de intrusão na sua vida nacional.
Perdeu a chance de ficar calado.
Paulo Roberto de Almeida

Ministro da Defesa chinês questiona aumento nos gastos militares do Japão

21/12/2013 19:47
Agências internacionais - de Pequim

O general chinês Chang Wanquan, ministro da Defesa, observa o movimento de tropas no Japão
O general chinês Chang Wanquan, ministro da Defesa, observa o movimento de tropas noJapão
O ministro da Defesa da China, general Chang Wanquan, afirmou neste sábado que o plano doJapão, de aumentar suas despesas militares pela primeira vez em uma década, “é muito preocupante para os países da Ásia e do mundo”, e ressaltou que a medida se opõe à política de boa vizinhança dos dois países. Nessa semana, o Japão disse que vai elevar os gastos militares em 2,6% em cinco anos, comprando aviões, veículos de assalto e aviões cargueiros.
O plano é visto como o mais claro sinal do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe na tentativa de elevar o poderio bélico do país para atender ao que entende como uma ameaça devido ao rápido crescimento militar da China. A China alegou que os planos militares do Japão levantam questões sobre a possibilidade de o país ir além de sua defesa e construir-se como um poder de combate ofensivo.
“O Japão julga-se um país pacífico, exclusivamente aderindo as medidas por uma política de defesa. Ainda assim, ele vende uma imagem de ‘pacifismo ativo’”, disse o Ministério da Defesa chinês em um comunicado em seu site na web.
Ambos os países tem almejado a posse de pequenas ilhas no Mar da China Oriental, com as tensões estourando no mês passado, quando Pequim anunciou uma zona de defesa que abrange uma grande área, incluindo as ilhas

sábado, 21 de dezembro de 2013

Universidade companheira, disciplinas anacronicas

21/12/2013 - 09:49

Ensino superior

Universidade do governo terá aulas de marxismo para politizar trabalhadores 

Ministro do Trabalho afirma que há uma ‘despolitização’ na classe. Universidade será fundada no primeiro trimestre de 2014

Manoel Dias, ministro do Trabalho
Manoel Dias, ministro do Trabalho (Valter Campanato/ABr)
O governo federal vai fundar uma nova universidade no primeiro trimestre de 2014. A Universidade do Trabalhador já tem até grade curricular definida. Aulas de “marxismo, socialismo e capitalismo” serão obrigatórias, como adiantou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. 
A plataforma de ensino à distância oferecerá cursos de qualificação profissional. "Estamos vivendo um período de despolitização geral no Brasil, em todas as áreas. Os trabalhadores são peça fundamental na discussão política”, explica o ministro. 
De acordo com o especialista José Pastore, professor de Relações do Trabalho da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), a qualificação profissional é, de fato, uma questão crucial, mas ter como foco "politizar" os trabalhadores é uma medida "defasada”. "Uma economia globalizada exige competência, eficiência e produtividade. Muito mais conhecimento das tecnologias e do sistema de produção do que propriamente de ciência política." Para o professor, o foco deve estar na qualidade da educação básica. 
O primeiro convênio para a criação da Universidade do Trabalhador foi firmado com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde o ministro Dias concluiu o curso de Direito. Segundo o professor João Arthur de Souza, do Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC, a universidade vai receber 2,5 milhões de reais pelo contrato de dois anos, dinheiro que será usado para pagar bolsas a estudantes e contratar técnicos para o projeto. A equipe responsável pela definição dos novos cursos tem 30 a 40 alunos bolsistas e profissionais de várias áreas, como Psicologia, Pedagogia, Estatística, Computação, Letras, Economia, Sociologia e Administração.
A próxima da fila a integrar o sistema será a Universidade de Brasília (UnB), que fechará convênio com o governo ainda em 2013. Mais três instituições virão em 2014.
(Com Estadão Conteúdo)

Capitalismo companheiro e companheiros capitalistas

Banco do Brasil

Teto de aposentadoria causa racha no comando da Previ

Agência do banco do Brasil
Agência do banco do Brasil (Eladio Machado)
A fixação de um teto para as aposentadorias da Previ provocou uma divisão interna no comando do fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil. Os representantes dos funcionários, pensionistas e aposentados no conselho deliberativo - órgão máximo de decisão - registraram na última ata de reunião que apoiam a "urgente necessidade da implementação das decisões" do órgão regulador dos fundos de pensão (Previc) para evitar sanções.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que três dos seis conselheiros pediram que o tema da fixação do teto fosse colocado em pauta neste mês, mas o presidente do conselho, Robson Rocha, vice-presidente de gestão de pessoas do BB, recusou o pedido. O argumento para essa negativa é que qualquer alteração regulamentar só pode ser aprovada com manifestação favorável do patrocinador (BB).
O posicionamento do banco pode ser tomado antes ou depois da decisão do conselho deliberativo da Previ. "Uma vez declarada posição desfavorável do patrocinador para alteração regulamentar, torna-se inviável eventual modificação pretendida nos regulamentos de benefícios da Previ", registram na ata os conselheiros indicados pelo banco.
Eleição - A oposição entre os conselheiros eleitos e os indicados pelo banco sobre o tema fica mais evidente à medida que se aproxima o período de eleições para a diretoria e conselhos da Previ, marcadas para março. Metade da diretoria e do conselho deliberativo é indicada pelo BB; a outra precisa ser eleita. A Previ é sócia das maiores empresas com capital aberto no país.
Críticas - O Estado teve acesso a um texto de críticas que os conselheiros eleitos ameaçam publicar, caso o teto não seja colocado em prática. Nele, afirmam que a direção do BB e a diretoria executiva da Previ estão expondo o fundo previdenciário a risco e que a atitude das duas instituições "peca pela falta de isonomia, para dizer o mínimo".
"O BB confundiu o dever de agir (implantar o teto) com o direito de dispor de algo (reservas dos participantes) em benefício de um pequeno grupo, exatamente os responsáveis pela implantação ou não implantação do teto", diz o texto.
Eles ainda argumentam que os demais participantes do fundo com benefício definido podem abrir processos judiciais pedindo equiparação no tratamento. "Com os documentos disponíveis, duvidamos que a Justiça negará a concessão aos participantes que assim o requererem (e que ao final seriam todos)".
(Com Estadão Conteúdo)

O mito do declinio americano - Josef Joffe (book review)


Reigning Heavyweight

‘The Myth of America’s Decline,’ by Josef Joffe

Christoffer Caldwell,
Tne New York Times Book Review, Sunday, 22/12/2013

Vice president Joe Biden was wrong when he said, at last year’s Democratic Convention, “It’s never been a good bet to bet against the American people.” In fact, claiming that America is going to hell in a handbasket has been among the more reliable routes to both the Oval Office and the best-seller lists. Josef Joffe, the publisher-editor of the German weekly Die Zeit, points out in his new book, “The Myth of America’s Decline,” that the United States has been dogged for much of its history as a superpower by warnings of doom.
Jan Bajtlik

THE MYTH OF AMERICA’S DECLINE

Politics, Economics, and a Half Century of False Prophecies
By Josef Joffe
327 pp. Liveright Publishing/W. W. Norton & Company. $26.95.
These warnings have mostly proved groundless. When, in 1960, John F. Kennedy told his fellow citizens that they were on the wrong end of a “missile gap,” the United States actually had thousands of nuclear missiles while the Soviet Union may have had as few as four. In the 1980s, Paul Samuelson’s canonical textbook, “Economics,” still assumed that the Soviet economy would outstrip America’s, and in 1987 the Yale historian Paul Kennedy warned of American “imperial overstretch” — yet it was the Soviet empire that soon collapsed. As the 1990s approached, the Asia expert Clyde Prestowitz predicted that Japan would surpass America; Japan soon began a two-decade economic nose-dive.
Such half-forgotten political controversies are important, as Joffe sees it, because arguments for America’s decline are being made once again. The late economist Robert Fogel, the consultant Kishore Mahbubani and the journalists Martin Jacques, Parag Khanna and Fareed Zakaria — these and others see the United States losing ground to China, to China and India, or to “the rest” more generally. Still, Joffe’s real target is not particular individuals but a certain genre of book about the “rise of” this or that Asian nation, the think-tank studies that support such views and the development models they tend to extol, with their reliance on peasant migration to factories, currency manipulation, protectionism and state-sponsored “tsunamis of cheap capital.”
Joffe, an eager neologist, calls these models “modernitarianism.” He grants that China has advantages that Japan and earlier “tiger” economies lacked. Its reserve army of labor is bigger. And it has a large military. But Joffe is not impressed. Demographically, China is at risk of stagnation, with ever more dependent retirees and ever fewer people of working age. And the United States, with a war budget of around $700 billion (excluding spending on veterans), still accounts for over 40 percent of world military spending. Even if we assume a doubling of China’s $100 billion military budget, slow demographic growth “will not soon enable the Middle Kingdom to unseat the greatest military power the world has ever seen.”
Nor can China match the United States in education. It can send its promising young scientists to top American universities. But most foreigners who get Ph.D.’s in science and engineering in this country tend to stay at least five years, Joffe says, including 92 percent of Chinese and 81 percent of Indians (a striking statistic that helps explain this book’s strong pro-immigration bias). Whether you measure by entrepreneurship or by research and development, China has been unable to develop a free-standing tech culture. Contrary to predictions of government-led innovation being a “way station” on the road to a free-market economy, the share of state enterprises in the Chinese economy has grown in recent decades. Meanwhile, the share of Chinese-built parts in the high-tech products it assembles and exports has fallen.
The attentive reader will notice we are half a world away from Joffe’s ostensible subject. Joffe never really gets around to disproving, or even addressing, the case that the United States is in decline, as most of his readers will understand the word. What concerns him is strategic decline, relative to America’s economic and military competitors. As such, he scarcely touches upon America as a society — and thus has little time for those theories of decline that stress decadence, deindustrialization and malaise. Once he knows the final score, he’s not so interested in reading an account of the game, or an assessment of whether there is dissension in the clubhouse.
He does mention our “dysfunctional government, polarized parties, inequality of incomes and wealth, ballooning entitlements, pork and patronage, strained infrastructures.” But this observation comes too late — more than 200 pages into a short book — to sound like anything other than a perfunctory “to be sure” clause. And Joffe often seems more intent on the mote in China’s eye than the beam in America’s, adding that “a one-party regime faces problems of a different magnitude.” In the closing paragraphs of the book, Joffe paraphrases a presentation by a Chinese scholar who is impressed with America’s intellectual, cultural and military power, but sees the country as being in political, economic and social crisis. For Joffe, the remarks show America is “the Decathlon power . . . ahead in most, but not all, disciplines.”
In a way, this book belongs to the very declinist genre it aims to debunk — except that its skepticism is directed at Asia. Its perky prose style demonstrates that it is possible to wear one’s erudition a bit too lightly. Joffe never lingers long enough on a point to do more than drop a few wisecracks. Antic language and exuberant mixed metaphors (“Britain’s American heir is keeping a larger bundle of arrows in the quiver, ranging from longstanding alliances via à la carte commitments to over-the-horizon balancing with mobile forces”) leave the impression that he is writing for people who need to be cajoled into reading.
Joffe gives no indication that he thinks the recent economic and political crises require us to re-examine assumptions about America’s position in the world. He writes, for instance, that one cause of today’s difficulties “is cyclical, the trillion-dollar toll levied on the economy since the Crash of 2008, the birth of Decline 5.0.” That this crisis is an ordinary “cyclical” one is open to debate. And if it is not cyclical, then to mock the pessimists is to speak too soon. In mentioning the historian Edward Luttwak’s lament that a run-down United States was “acquiring the necessary third-world traits of fatalistic detachment,” Joffe writes, “This was in 1992, on the cusp of America’s longest boom, which extended all the way to 2007.” Similarly, when citing the philosopher John Gray’s warning in 1994 that interethnic strife was leading to “ungovernability” and a “spectacle of American decline,” he notes that this was “two years into the longest American expansion.”
Dismissing Luttwak ought to require figuring out whether what we experienced between 1992 and now actually was genuine prosperity, or whether it was something carried out with accounting tricks, borrowed money and legal chicanery, as well as by two unrepeatable demographic windfalls that exaggerated the economy’s true productivity (first, the baby boom passing through its productive years; second, mass immigration). And before writing off Gray, Joffe, who sees irresponsible deficit financing as one of the most ominous signs for America’s future, ought to consider that one of the things deficits purchase is social peace.
“Only the United States can do in the United States,” Joffe writes. He is right, certainly. But not all countries with the means to thrive have the wisdom to do so. As Adam Smith said in 1777, “there is a great deal of ruin in a nation.” But probably not so much as Joffe thinks.
Christopher Caldwell is a senior editor at The Weekly Standard and a columnist for The Financial Times.

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...