sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

E por falar em aquecimento global, melhor estar no inferno do que no paraiso, este bem mais quente...

Provado cientificamente.
Duvidam?
Vejam a demonstração aqui:

As temperaturas do paraiso e do inferno...

Pausa para... conhecimento inútil (ou talvez útil, para quem pretende se candidatar a um dos dois lugares, ou preferencialmente ao primeiro, como soe acontecer).
De minha parte, eu preferiria ficar no limbo, mas o diabo (ops!) é que o Vaticano eliminou, alguns anos atrás, essa categoria especial das possibilidades materiais para um cético como eu, o que já suscitou minha reclamação à época (mas pretendo reclamar outra vez).
Em todo caso, fiquem com uma historinha científica que me foi repassada pelos suspeitos de sempre, esses cientistas agnósticos, que tudo querem submeter às regras da investigação baconiana.
Não se respeita mais as alegorias, que diabo (ops!, again).
Paulo Roberto de Almeida 

Repassando, para os físicos de plantão:

O Paraíso é mais quente que o Inferno
via Bule Voador por Pedro Almeida em 17/12/10
Fonte: Radiação de Fundo
Editor: Pedro Almeida

A temperatura do Paraíso pode ser calculada de forma até que bem precisa. Nossa fonte e autoridade é a Bíblia, citando Isaías 30:26, que diz sobre o Paraíso o seguinte:

E a luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior como a luz de sete dias (…)”

Portanto, o Paraíso recebe da Lua tanta radiação quanto a Terra recebe do Sol, e, ainda por cima, recebe também 7 x 7 vezes mais radiação do que a Terra recebe do Sol (sete dias vezes sete vezes a radiação, igual a 49 vezes mais radiação). Somando, dá-se que o Paraíso recebe destes astros 50 vezes mais radiação que a Terra recebe, no total.

A luz que recebemos da Lua na Terra é 1/10.000 do que recebemos do Sol, portanto podemos ignorar esta parte, assumindo só recebermos radiação do Sol. Com estes dados, podemos calcular a temperatura do Paraíso: a radiação que é absorvida pelo Paraíso vai aquecê-lo até o ponto em que ele entrar em equilíbrio e o calor emitido por irradiação for igual ao calor recebido por irradiação, por unidade de tempo. Em outras palavras, o Paraíso perde 50 vezes mais calor que a Terra perde, por irradiação térmica. Isto implica que sua temperatura é maior que a da Terra, e pode ser calculada pela lei de quarta potência de Stefan-Boltzmann para radiação emitida/recebida por um corpo negro, em determinada temperatura, aplicada aos dois lugares e racionalizadas:

onde TP é a temperatura absoluta do Paraíso e TT é a temperatura absoluta da Terra, em Kelvins; jP e jT são os fluxos radiantes respectivos (em watts), que no caso do Paraíso é 50 vezes o da Terra, como mencionado pelo profeta (jP=50.jT).

A temperatura na Terra pode ser dita como sendo 300 K, aproximadamente (27° C). Resolvendo para TP, o valor de temperatura no Paraíso encontrado é de 798 K, ou 525° C.

A temperatura exata do Inferno não pode ser computada de forma similar, mas deve ser menos que 444,8° C, a temperatura na qual o enxofre vaporiza-se, transformando-se de líquido para gás. Para tal asserção, tomemos Apocalipse, 21:8, que diz:

Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.”

Note que esta bela passagem inclui os ateus. Mas retomando nosso ponto, para que um lago seja constituído de enxofre derretido, é obviamente necessário que ele se encontre ainda na forma líquida e, portanto, abaixo de sua temperatura de ebulição, que é 444,8 ° C. Acima deste valor, haveria uma nuvem de vapor, e não um lago de enxofre.

Temos desta forma uma temperatura no Paraíso de 525° C. A temperatura no Inferno é inferior a este valor, 445° C aproximadamente.

Portanto, o Paraíso é mais quente que o Inferno.
Quod erat demonstrandum!

Ditadura norte-coreana executa 80 pessoas simultaneamente em 7 cidades; talvez o PCdoB queira fazer uma nota de solidariedade...

O PCdoB, que junto com outros partidecos fascistas que pensam que são de esquerda, ou progressistas, já fez uma nota indecorosa quando da morte do pai do ditado atual.
Talvez ele queira fazer uma outra nota cumprimentando o partido e o novo grande líder, pelo fuzilamento -- por vezes em estádios, com presença obrigatória de espectadores para servir de exemplo -- de 80 pessoas simultaneamente, em sete cidades diferentes.
Os condenados à morte estavam assistindo coisas perigosas, como novelas sul-coreanas clandestinamente, e talvez até Desperate Housewives, que como todos sabem dá péssimos exemplos de conduta para uma sociedade comunista.

Vejam o anúncio neste link:

http://live.huffingtonpost.com/r/archive/segment/north-korea-reportedly-executes-80-simultaneously-in-7-cities/52811f81fe34447c7b00029f

Le Bresil territoire de l'Histoire - um livro sobre a historiografia brasileira - capítulo de PRAlmeida

Um livro do qual participei com esta colaboração:

L’historiographie économique brésilienne, de la fin du XIXème siècle au début du XXIème: une synthèse bibliographique
In: Marie-Jo Ferreira; Simele Rodrigues; Denis Rolland (orgs.): 
Le Brésil, territoire d'histoire. Historiographie du Brésil contemporain 
(Paris: L’Harmattan, 2013, 306 p. ; ISBN: 978-2-336-30512-7format digital: EAN Ebook format Pdf : 978-2-336-33277-2; livro disponível nest link: http://www.editions-harmattan.fr/index.asp?navig=catalogue&obj=livre&no=42058). 
Relação de Originais n. 2234; Relação de Publicados n. 1115. 

Livre

Livre Le Brésil territoire d'histoire
Détail de l'ouvrage

recto • verso

LE BRÉSIL TERRITOIRE D'HISTOIRE

Historiographie du Brésil contemporain
Marie-José Ferreira dos SantosSimele RodriguesDenis Rolland
Sous la direction de Marie-José Ferreira dos SantosSimele RodriguesDenis Rolland
Recherches Amériques latines
HISTOIRE AMÉRIQUE LATINE Brésil 


Historiographie politique, historiographie économique et sociale, historiographie des relations internationales, telles sont les quatre composantes de cet ouvrage. Il rend compte de la recherche scientifique brésilienne aujourd'hui et la valorise internationalement.




ISBN : 978-2-336-30512-7 • décembre 2013 • 306 pages

Prix éditeur : 31 € 29,45 € / 193 FF
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EAN Ebook format Pdf : 9782336332772

Aproveitei para verificar se meus outros livros nessa Editora já estavam igualmente disponíveis nesse formato
e, de fato, já estão:

2 enregistrements trouvés - résultats de 1 à 2
MERCOSUD (LE)
Un Marché commun pour l'Amérique du Sud
Paulo Roberto De Almeida
Recherches et documents Amériques latines
DIVERS AMÉRIQUE LATINE 
Commander la version papierCommander la version numérique (PDF)ISBN : 2-7384-9350-5
160 pages •  13,75 € 13,06 €  • octobre 2000
UNE HISTOIRE DU BRÉSIL
Pour comprendre le Brésil contemporain
Paulo Roberto De AlmeidaKatia De Queirós Mattoso
Horizons Amérique Latine
GÉNÉRALITÉS, OUVRAGE DE SYNTHÈSE AMÉRIQUE LATINE 
Commander la version papierCommander la version numérique (PDF)ISBN : 2-7475-1453-6
140 pages •  14 € 13,30 €  • juillet 2002

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pragmatismo chines vs paranoias brasileiras, e o pessimo ambiente de negocios...

Brasileiros (não todos, só a maioria) estão preocupados com o fato de que chineses comprem muitas terras no Brasil  (oh!, que horror!), e que depois fujam com as terras embaixo dos braços, de volta para a China, já pensaram nisso?
Mais ainda: eles ficam horrorizados de pensar que esses chineses possam plantar soja e exportar tudo, 100%, para a China! Já pensaram no horror que seria? 100%!? 
Claro, no brilhante pensamento econômico desses luminares, iria faltar soja no mercado nacional. Oh, que horror de estupidez econômica!!!
Foi por essas paranoias e outras, que os brilhantes procuradores do brilhante MP fizeram uma portaria limirando a compra de terras por estrangeiros. Ufa! Ainda bem que temos patriotas como esses para zelar pelo nosso patrimônio! Já pensaram? Chineses trazendo dinheiro para cá, investindo em novas tecnologias, pagando impostos locais (extorsivos, claro, iguaizinhos aos que pagamos), exportando e trazendo divisas para o Brasil, tudo isso controlado por chineses, que horror! Tudo isso seria inaceitável para o Brasil, não é mesmo?
Estamos muito melhor com as estupidezes econômicas dos nossos preclaros dirigentes, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida

Agronegócio

Chineses agora financiam e exportam soja brasileira

Eles chegaram ao país com planos de comprar terras e plantar para assegurar abastecimento, como fazem com minérios na África, mas mudaram o foco

Máquinas enfileiradas antes da colheita de soja em fazenda em Tangará da Serra, em Mato Grosso
Máquinas enfileiradas antes da colheita de soja em fazenda em Tangará da Serra, em Mato Grosso (Andre Penner/AP)


Graves deficiências de infraestrutura e abundância de recursos naturais: a China se deparou no Brasil com a combinação que havia servido de base para a sua bem-sucedida inserção na África. Com sua exuberância de capital, experiência em logística e mão de obra treinada e barata, os chineses organizaram a produção e escoamento de minérios e alimentos na África na década passada de maneira a sustentar seu crescimento econômico, que já exauriu seus recursos naturais. Agora, estão tentando aplicar esse modelo no Brasil.
Em sua penosa curva de aprendizagem, "os chineses estão entendendo que aqui não é a África", observa Marcelo Duarte Monteiro, diretor executivo da Aprosoja, que reúne os produtores de soja e milho do Mato Grosso. Ele esteve quatro vezes na China e perdeu a conta de quantas delegações chinesas recebeu em Cuiabá. Inicialmente, eles chegaram com a mentalidade de comprar terras e plantar soja, de maneira a assegurar seu abastecimento. Visitaram o sul de Goiás e o Mato Grosso, mas resolveram fixar-se no Oeste da Bahia. O governo baiano abriu escritório em Pequim em 2011.
A compra de cerca de 20.000 hectares pela Universo Verde, filial brasileira da Chongqing Grãos, suscitou advertência da Advocacia-Geral da União, e uma portaria interministerial, em setembro de 2012, regulamentando a aquisição de terras por estrangeiros. Enquanto eram obrigados a recuar de seu plano de adquirir terras, os chineses perceberam que os produtores locais têm não só uma longa experiência com a adaptação da soja à região - muito diferente das altas latitudes chinesas, de onde o grão é originário -, mas também capacidade de atender um aumento de demanda.
Passaram então a firmar parcerias com agricultores da região de Barreiras, no Oeste da Bahia. Agora seu capital está sendo aplicado na compra de sementes, fertilizantes e implementos agrícolas, que entram como moeda na venda antecipada da produção. Depois de ouvir a Associação de Irrigantes e Produtores da Bahia (Aiba), a Universo Verde decidiu investir em uma planta de esmagamento de soja em Barreiras. A terraplanagem da área onde ela será erguida já está feita. Arredios, os chineses preferem não falar do assunto.
A China tem excedente de capacidade de esmagamento. Comercialmente, faz mais sentido importar a soja em grão do que em óleo ou farelo. O projeto da planta de esmagamento indica o interesse de fornecer parte desses derivados para os mercados do Brasil e de outros países. As americanas Bunge e Cargill já têm plantas de esmagamento na Bahia. A da Universo Verde criará mais concorrência para os produtores venderem sua soja, aumentará o valor agregado na economia local e gerará entre 500 e 800 empregos diretos, de acordo com Jairo Vaz, superintendente de Política de Agronegócios da Secretaria de Agricultura da Bahia. "Os chineses estão mapeando o Oeste da Bahia para instalar silos e armazéns para captação de grãos e suprimento da fábrica."
Atualmente, a produção do Oeste da Bahia segue em caminhões para os portos de Santos e Paranaguá, o que encarece muito o seu custo. Mas a expectativa é que daqui a alguns anos ela possa seguir no sentido contrário, por meio das novas ferrovias que interligarão o oeste e o leste aos portos do norte e nordeste, mais próximos dos mercados dos EUA, da Europa e da China. A Universo Verde prevê a construção de um "porto seco", que receberá os caminhões com os grãos, o óleo e o farelo.
A curva de aprendizagem na logística tem sido acentuada. Os chineses chegaram com a experiência da África, onde suas construtoras firmam contratos com os governos, trazem navios com seus operários, constroem rodovias, ferrovias e portos, vinculam esses investimentos com o fornecimento de minério de ferro, petróleo e outros recursos naturais. E pronto. No Brasil, encontraram um ambiente bem mais complexo: grandes construtoras com vasta experiência internacional, mão de obra local, decisões políticas descentralizadas em Estados e municípios, licenças ambientais e agências reguladoras.
"É muito difícil no Brasil", suspira Li Tan, do grupo chinês Hopeful, que planeja investir 400 milhões de reais em um terminal no porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. "Muito longo, muito complicado para aprovar. É muito mais fácil fazer isso na China." O projeto começou em 2007. Está na fase da licença ambiental. Depois de muitas revisões no prazo, a empresa espera que esteja pronto em dois anos. "É bom proteger o meio ambiente", diz. "A situação do meio ambiente na China é horrível. Pensar no meio ambiente no início é muito bom. Vocês devem fazer isso. Mas a papelada é muito difícil. Toma muito tempo para concluir o processo."
Li, que está baseado no Estado americano de Iowa, diz que "os Estados Unidos também têm essas regulações, mas o processo está se acelerando e é bem regulado". Em contrapartida: "Às vezes o mercado brasileiro não é bem regulado, você não consegue acompanhá-lo. Você prepara um documento, e dizem: não é esse, é aquele outro. Você faz o outro e dizem que também não é esse, mas um outro. Algumas coisas não são claras."
O negócio do grupo é esmagar soja importada dos EUA, Brasil e Argentina. Do Brasil, importa hoje 1,5 milhão de toneladas por ano. Seu terminal terá capacidade de 8 milhões de toneladas por ano. "Os chineses buscam o Brasil não mais para abastecer a China, mas como mercado consumidor importante, e plataforma de exportação para a região", diz Sergio Amaral, ex-ministro do Desenvolvimento e presidente do Conselho Empresarial Brasil-China.

Chile abre mercados com tratados de livre comercio, enquanto outros insistem na tal "nova geografia"...

Alguns, no governo anterior, insistiam numa tal de "nova geografia do comércio internacional", uma estupidez econômica envolta numa outra estupidez diplomática, a tal de "diplomacia Sul-Sul", ambas caracterizadas por uma inacreditável auto-contenção e orientação estreitamente ideológica do relacionamento exterior do Brasil, quando ele, se estivesse liberto de estúpidas viseiras ideológicas e de outras igualmente estúpidas limitações comerciais, poderia estar comerciando livremente com todos os países do mundo, como aliás faz o Chile, que tem acesso garantido a mercados que representam pelo menos 80% do PIB mundial.
Aprenderam amadores e ideólogos de ideias caducas?
Paulo Roberto de Almeida 

Exentos de aranceles 606 productos que Chile exporta a Japón y Corea del Sur

comercio
También quedaron liberados de aranceles desde hoy 215 productos que se exportan a Japón, entre los que figuran la trucha ahumada, frutas como cerezas, damascos, duraznos, ciruelas, kiwis, fresas congeladas y manzanas deshidratadas, además de algunos cueros y calzados.
Infolatam Efe
Santiago, 1 enero 2014

Las claves
  • Los productos más importantes incluidos en la lista son la carne de cerdo y ovina, uvas frescas, pasas, damascos, cerezas, duraznos, frambuesas, kiwis, arándanos, ciruelas y manzanas deshidratadas, jugo de manzana, harina de pescado y tableros de madera, entre otros.
Un total de 606 productos que Chile exporta a Corea del Sur y Japón quedarán desde hoy exentos del pago de aranceles, en el marco de los tratados de libre comercio suscritos con esos países, informó la Dirección de Relaciones Económicas Internacionales (Direcon) de la Cancillería chilena.
Según precisa el organismo en su sitio en internet, 391 de los productos en cuestión se exportan a Corea del Sur, país que a partir de hoy tendrá un 95 % de sus importaciones desde Chile exentas de arancel.
Los productos más importantes incluidos en la lista son la carne de cerdo y ovina, uvas frescas, pasas, damascos, cerezas, duraznos, frambuesas, kiwis, arándanos, ciruelas y manzanas deshidratadas, jugo de manzana, harina de pescado y tableros de madera, entre otros.
Entre enero y octubre de 2013, según cifras oficiales, las exportaciones chilenas a Corea del Sur sumaron 6.005 millones de dólares, de los que unos 3.000 millones corresponden a productos mineros, en tanto que las frutas, alimentos procesados y salmón sumaron unos 500 millones.
También quedaron liberados de aranceles desde hoy 215 productos que se exportan a Japón, entre los que figuran la trucha ahumada, frutas como cerezas, damascos, duraznos, ciruelas, kiwis, fresas congeladas y manzanas deshidratadas, además de algunos cueros y calzados.
Entre enero y octubre pasados las exportaciones de Chile a Japón alcanzaron un valor de 6.383 millones de dólares, de los que 4.395 millones correspondieron a productos mineros.

Itamaraty em transicao, para...? - Lisandra Paraguassu (OESP)

Itamaraty recupera status com o Planalto
Lisandra Paraguassu / BRASÍLIA
O Estado de S.Paulo, 02 de janeiro de 2014 | 2h 05

Figueiredo ainda tem problemas a resolver na diplomacia, mas ganha espaço com Dilma

Em agosto, quando assumiu o Ministério das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo encontrou a pasta em meio a uma de suas piores crises na última década e uma presidente da República cuja má vontade com a diplomacia era notória. De lá para cá, o embaixador conseguiu resolver parte dos impasses e um feito: hoje é um dos poucos ministros ouvidos com atenção por Dilma Rousseff. Se os rumos da diplomacia brasileira não tiveram mudanças perceptíveis, a relação entre os Palácios do Planalto e do Itamaraty foi radicalmente alterada.
Objetivo e pragmático, Figueiredo conseguiu conquistar o ouvido da presidente. Assessores do Planalto confirmam que a mudança é notória. Hoje, Dilma delega ao ministro manifestações sobre política externa sem exigir analisar tudo antes. E, ao que se sabe, Figueiredo ainda não teria levado uma das famosas broncas da presidente.
Figueiredo foi chamado da embaixada nas Nações Unidas para tocar um Itamaraty dividido após a atuação do diplomata Eduardo Saboia, que decidira por conta própria tirar da embaixada em La Paz o senador boliviano Roger Pinto Molina. Desde o convite para assumir a pasta, o ministro se deu como prazo no cargo o fim de 2014. Nesse período, suas principais missões seriam encerrar algumas questões pendentes da diplomacia brasileira e fazer mudanças internas no Itamaraty.
Na conta positiva, o chanceler coloca pelo menos três questões: a volta do Paraguai ao Mercosul, que deve ser formalizada neste mês, com o país assumindo a presidência, em reunião de cúpula em Caracas (Venezuela), pondo fim à maior crise política do bloco. A segunda, a solução, em parceria com o Uruguai, das eleições parlamentares haitianas, até então sem prazo para ocorrer e com um Congresso à beira da paralisia.
A última, ainda em aberto, é o início das negociações para o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Os países do bloco sul-americano conseguiram fechar a proposta que vai abrir as conversas com os europeus. Será a primeira vez, desde o enterro da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em 2005, que o Brasil volta a tratar seriamente, com um parceiro de peso, de um acordo comercial.
Impasses. Figueiredo, porém, não conseguiu solucionar as duas maiores crises diplomáticas de 2013. A primeira é interna. A atuação de Saboia no caso Pinto Molina dividiu o ministério entre os que o criticavam pela quebra de hierarquia,tão cara aos diplomatas - e que levou à demissão de Antonio Patriota - e os que o tratavam como herói.
Saboia voltou ao Brasil, trabalha normalmente em um dos departamentos do Itamaraty, mas enfrenta um processo administrativo interno. A embaixada brasileira na Bolívia continua vaga, já que a Comissão de Relações Exteriores do Senado, que precisa aprovar a indicação de Raymundo Magno, recusa-se a fazê-lo enquanto não souber o destino de Saboia e de Pinto Molina.
O ministro tampouco obteve sucesso no encerramento da crise com os Estados Unidos, após a revelação das espionagens feitas pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês). Apesar do anúncio de que procedimentos do órgão serão revistos, o Brasil espera as explicações detalhadas prometidas a Dilma por Barack Obama.
Prazo. A boa relação com Dilma possivelmente estenderá o prazo de Figueiredo à frente do Itamaraty, em caso de reeleição. Assim, o ministro teria mais tempo para levar adiante as mudanças internas que começou. Entre elas, a decisão de eliminar da diplomacia brasileira os últimos resquícios de um discurso mais ideológico, à esquerda, do que estratégico - crítica constante desde a passagem de Celso Amorim, no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Em uma de suas primeiras ações, Figueiredo abriu conversas com a Alemanha sobre tecnologias de segurança na internet para combater possíveis novas espionagens. Encontrou narizes torcidos para o contato com um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), vista como inimiga pelos governos mais à esquerda na América Latina. A ordem, no entanto, é prosseguir.
Também fez uma análise de gestão e não gostou do que viu: áreas sobrepostas, departamentos mais prestigiados com excesso de gente e outros, teoricamente menos interessantes, esvaziados. Na área de Direitos Humanos, já pediu quesejam preenchidas vagas vazias há bastante tempo.
Uma das mudanças determinadas por Patriota foi eliminada. A criação de uma secretaria de relação com a sociedade civil foi trocada por um trabalho integrado de todas as áreas. O Itamaraty prepara um "livro branco da diplomacia", com itens como modelos de cooperação, plano de carreira e estrutura, com debates sobre o assunto previstos para meados deste ano. 

A luta anti-corrupcao da PF corrompida pela... corrupção quevem do alto- Vasconcelos Quadros

95% dos policiais federais afirmam que estão sendo perseguidos por terem prendido corruptos

Vasconcelos Quadros
IG São Paulo, 1/01/2014
Imagem: Divulgação
Pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) aponta que a ingerência política e o enfraquecimento da Polícia Federal - por ação ou omissão do governo - são as principais causas do recuo nas investigações de impacto contra a corrupção.

Coletada num universo de 1.732 servidores da PF, a pesquisa mostra que 89,37% afirmam que há controle político da instituição, 75,28% dizem ter presenciado ou ouvido algum relato de interferência político e - o mais alarmante - 94,34% acreditam que o enfraquecimento do órgão, proposital, é uma espécie de “castigo” pelo fato de investigações anteriores terem chegado a personagens que gravitam em torno do poder.
“Nunca em sua história a PF enfrentou uma situação como agora. O órgão está sucateado, os policiais estão desmotivados e há uma crise de atribuições sem precedentes. A falta de investimentos enfraquece as investigações, enquanto o comando da PF se mostra alheio à crise”, dispara o presidente da Fenapef, o agente federal Jones Borges Leal.
Leal diz ainda que o esvaziamento das operações contra a corrupção reflete diretamente no número de prisões por desvios de recursos públicos. Atualmente, segundo ele, o volume de prisões não chega a 20% do que foi nos anos em que a polícia fazia um ataque frontal à corrupção na ofensiva que se tornou prioridade do órgão e sem interferência política. O levantamento da entidade mostra uma queda brutal no número de prisões em geral de 2009 a 2013: de 2.663 para 786.
Segundo ele, para a pesquisa,  a entidade usou um sistema de consulta baseado no envio de mensagens eletrônicas individualizadas e criptografadas num universo formado por agentes, escrivães e papiloscopistas (peritos em impressões digitais), cargos essenciais em análises, ações de inteligência e estruturação das grandes operações do órgão.
Leal diz que a pesquisa, com margem de erro de 3%, é confiável e reflete o aumento de reclamações que chegam à Fenapef.
“Quase todos os dias um policial denuncia que foi realocado para outras funções quando estava para concluir alguma investigação, normalmente contra a corrupção”, afirma o policial.
Outro dado preocupante apontado pela pesquisa: 95% declararam que o governo federal não está preocupado com a produtividade do órgão, e mostraram que a Polícia Federal virou uma espécie de caixa preta, sem a ofensiva que há poucos anos marcou a atuação do órgão contra poderosos de todos os poderes da República flagrados em malfeitos.
“É necessário avaliar o que está acontecendo. Quem perde é a sociedade”, alerta o presidente da Fenapef. Para Leal a inércia da PF está na contramão das manifestações populares, mas ajuda a explicar atitudes como a absolvição política do deputado Natan Donadon cujo mandato, apesar de preso e condenado definitivamente por desvios de recursos públicos, a Câmara preservou.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...