sábado, 6 de março de 2021

Trump Foreign Policy: America First - H-Diplo - Stephen Chaudoin, Helen V. Miller, Dustin Tingley

Policy Series 2021-11: 

“America First” Meets Liberal Internationalism

sexta-feira, 5 de março de 2021

FUNAG lança livro sobre o Banco de Compensações Internacionais (BIS) - Davi Augusto Oliveira Pinto

 FUNAG lança livro sobre o Banco de Compensações Internacionais (BIS)

 

TeseBIS 1

 

A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) publica, em sua biblioteca digital, a obra A diplomacia dos bancos centrais: renovação versus anacronismo no Banco de Compensações Internacionais (BIS), do diplomata Davi Augusto Oliveira Pinto.

O BIS, “o banco central dos bancos centrais”, criado em 1930, é a mais antiga e uma das mais importantes instituições financeiras internacionais, porém ainda é pouco conhecido fora desse nicho. A partir de perspectiva diplomática, o autor examina desde a criação e a evolução do BIS até o seu relacionamento com o Brasil, passando por considerações sobre o seu funcionamento, seu alcance geográfico, suas estruturas de governança e seu papel no estabelecimento de padrões globais de regulamentação financeira, relatando os esforços do organismo em para permanecer relevante face a constantes mudanças desde a sua criação.

A obra, originalmente apresentada no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, está disponível para download gratuito.

Confira o vídeo da entrevista com o Conselheiro Davi Augusto Oliveira Pinto sobre o seu livro no canal da FUNAG no YouTube.

Ouça também a entrevista nas principais plataformas de podcast:

Anchor | Apple Podcasts | Deezer | Google Podcasts | Spotify

Uma proclamação de especialistas sobre a pandemia - Dimas Tadeu Covas e outras

 Peço às pessoas sensatas, amigos, colegas, frequentadores deste espaço, passantes, curiosos, que leiam e repassem o importante texto que se segue. Os autores estão listados no final.

_Em nenhum momento a pandemia assolou o Brasil como agora. Com suas mutações de escape, é possível que o vírus se antecipe à vacinação._

“E assim acaba o mundo. Não com uma explosão, mas com um gemido”, concluía T. S. Eliot em “The Hollow Men”. Uma pandemia não é menos destrutiva que uma guerra. Pode, no entanto, ser desqualificada, total ou parcialmente.

Sejamos claros: em nenhum momento a Covid-19 assolou o Brasil como agora. Crescem as internações e mortes. Disseminam-se variantes virais, provavelmente mais transmissíveis e talvez causando doença mais grave. Pior: é possível que essas variantes escapem à imunidade conferida pelas vacinas.

Que essa não é uma situação sem esperança demonstram os exemplos da Nova Zelândia, Alemanha e Espanha. E o movimento coerente (ainda que tardio) do município de Araraquara (273 km de SP). Porém, vivemos uma epidemia de cegueira que ultrapassa as previsões de Saramago. O pacto coletivo de autoengano consistia em negar o que ocorre na Europa. Agora se estende a ignorar o colapso da cidade vizinha.

Como entender que Araraquara e Jaú estejam em lockdown enquanto Bauru, a 55 km da última, faz passeatas pelo direito à aglomeração?

Sem dúvida esse é um caso para análise em antropologia e ciências do comportamento. Não que se menosprezem os danos econômicos, sociais e psicológicos do distanciamento. Mas, na emergência da saúde pública, o valor intrínseco da vida deve ser reforçado. Não sabemos tudo, mas já acumulamos fortes evidências. As “medidas não farmacêuticas”, incluindo distanciamento social por fechamento de comércio, inibição de aglomerações e uso rigoroso de máscaras são o único (amargo) caminho para interromper a progressão da Covid-19.

Não conseguiremos vacinar a tempo. É possível que o vírus se antecipe à vacina, com suas mutações de escape. A transmissão do coronavírus gera oportunidades para surgimento de variantes. É urgente, pois, interrompê-la. Mas, se continuarmos a pensar que Araraquara e Jaú são longínquas ilhas do Pacífico, marcharemos rapidamente para o colapso da saúde. Não no estado de São Paulo, mas no país.

Passamos pela fase da ilusão de “enterros falsos”. Muitos de nós já tiveram vítimas fatais na família. Também já estão soterradas as pílulas milagrosas —cloroquina, ivermectina e nitazoxanida. Os antivirais com resultados promissores são novos, caros, inacessíveis. O prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), já menciona a dificuldade em conseguir oxigênio. O caos está aqui, está em todo lugar.

Pesa sobre nós uma escolha. De um lado temos o darwinismo social, em que aceitaremos a morte de centenas de milhares como uma pequena inconveniência suportada em nome da economia. Do outro, a chance de aprender com as lições positivas e negativas de outros países. Como bom exemplo, temos a Nova Zelândia. No extremo oposto, os Estados Unidos. Ainda há tempo para deixarmos de bater continência a réplicas da Estátua da Liberdade e reconhecermos que Donald Trump levou seu país ao fundo do poço da saúde pública.

Não será o fim do mundo, mas já é uma catástrofe sem precedentes. Silenciosa, exceto pelos ruídos de ambulâncias e ventiladores mecânicos, quando existem. Ou pelos gemidos daqueles a quem falta o ar. Uma agonia tão intensa e destrutiva quanto bombardeios.

Manipular politicamente o boicote às medidas óbvias de contenção da Covid-19 foi a receita para o caos, tanto nos Estados Unidos quanto no Amazonas. Não é muito desejar que aprendamos com nossos erros. “O que a vida quer da gente”, diria Guimarães Rosa, “é coragem”.


Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, Infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp)

Luís Fernando Aranha Camargo, Professor de infectologia da Unifesp

Dimas Tadeu Covas, Diretor do Instituto Butantan

Marcos Boulos, Professor titular aposentado da Faculdade de Medicina da USP (FM-USP)

Rodrigo Nogueira Angerami, Infectologista (Unicamp)

Benedito Antônio Lopes da Fonseca, Professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP)

Eduardo Massad, Professor da FGV-RJ e da USP

Francisco Coutinho, Professor do Departamento de Patologia da FM-USP

Gonzalo Vecina, Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP


Compilação de imprecações para uso dos mais ousados - Paulo Roberto de Almeida

Compilação de imprecações para uso dos mais ousados

Os franceses já dispõem, desde 2012, de um Dictionnaire des Gros Mots, ou seja, dos palavrões:
Dictionnaire des gros mots: insultes, grossièretés et autres noms d'oiseaux - par Marc Lemonier
Insultes, grossièretés et autres noms d'oiseaux (Français) Broché – 22 août 2012.

Mas, muitos anos antes, o folclorista Câmara Cascudo já tinha feito um Dicionário do Palavrão e termos afins, que ficou retido na censura do regime militar em várias de suas edições.
Pois bem, resolvi atualizar alguns dos "gros mots" mais populares, para serem imediatamente utilizados pelos interessados ou aqueles muito necessitados de ofender alguém, qualquer um, à serviço da clientela.
Vejamos o que posso coletar:
Abutre, abrutalhado, alienado, alucinado, anacrônico, animal, assassino, Átila, autocrata, babaca, bárbaro, bobalhão, bestalhão, bostinha, bostão, brega, burrão, cagão, calhorda, chacal, cínico, canalha, corrupto, covarde, debiloide, deformado mental, degenerado, dejeto, depravado, déspota, disforme, desequilibrado, doido, escória, escroto, esgoto, estúpido, fascista, falso, fraudador, filho de uma égua, fujão, genocida, gigolô, gosmento, hiena, hipócrita, Hitler, huno, idiota, ignorante, impotente, jumento, ladrão, larápio, lixo, louco hidrófobo, mafioso, mentiroso, merdoso, miliciano, Mussolini de opereta, Napoleão de hospício, nojento, nulidade, obsessivo doentio, opressor, panaca, pantanoso, parvo, pateta, psicopata, pulha, quadrilheiro, Quisling, rato, repulsivo, ridículo, sociopata, terrorista, tirano, totalitário, urubu, Zero.
Pronto, o Novo Dicionário das Imprecações está pronto, sem direitos autorais, cada um use como quiser...
Paulo Roberto de Almeida
PS: Acréscimos nos comentários, por favor, mas com certo pudor, pois existem menores e senhoras de respeito na audiência.

quinta-feira, 4 de março de 2021

Uma história da Grande Depressão nos EUA: Richard Vague (DelanceyPlace)

 

Dear DelanceyPlace Subscribers:

Two years ago, my second book, A Brief History of Doom, was published. Many of you were kind enough to read and buy it. Recently, our good friends over at History Making Productions were helpful in putting together a video, which highlighted some of the key points in the book. I would love to share it with you and include it below. Thanks as always for your interest.  -- Richard

The 2008 Global Financial Crisis meltdown affected millions world-wide. Could it have been prevented? This question has been endlessly examined, all the more so with the current COVID crisis. A study of the history of financial crises from the early 1800s to the present—including the Great Depression and Japan’s 1990s crisis—gives us answers. In this video, author Richard Vague walks us through the causes of global financial crises from his book A Brief History of Doom and uncovers the keys on how they can be predicted and prevented, saving millions from financial distress and heartache.

Watch the Video

Today's encore selection -- from A Brief History of Doom by Richard Vague. Contrary to the explanation found in many histories of the Great Depression, that calamity was a massive real estate boom gone bust. Residential construction more than tripled, and the housing boom was every bit as large as in the Great Recession on a per capita basis. In Manhattan, more skyscrapers were built in the late 1920s than during any other comparable span in its history, and the skylines of most major U.S. cities are still testimony to the excesses of that era:

"The Great Depression brought a level of misery rarely seen in American history ... [and] was a massive residential and commercial real estate crisis. The financial records of the 1920s, which have largely been overlooked, indelibly show this. During the 1920s, annual housing and commercial real estate construc­tion almost tripled -- and nearly all of it was financed by debt.

"This explosion in residential and commercial construction lending, aug­mented by lending for utilities and stock purchases, created the euphoria of the Roaring Twenties, the jazz age of robust spending and celebration. Com­panies used the new money from loans to expand and employ more people.

"The acceleration in construction resulted in such extensive overbuilding that by the final years of the decade, before the stock market crash, thousands of newly erected office buildings, houses, and apartments sat empty. Office vacancy rates rose, and residential mortgage foreclosures nearly doubled in the final years of the decade. As in other cases, this crisis was inevitable be­fore it was obvious. The only question, and the only area where the president and the Federal Reserve could still have a discretionary impact, was the length and severity of that correction. ...

"The iconic structures of American skylines form the silhouette of the Great Depression: New York's Chrysler Building, Empire State Building, and RCA Building; Chicago's Merchandise Mart, Wrigley Building, and Tribune Tower; Philadelphia's PSFS Building; Los Angeles's City Hall; Dallas's Cotton Exchange Building; Detroit's Fischer Building; and Houston's Gulf Building. These are enduring architectural feats of the 1920s, vestiges of the real estate eruption that came before the fall. Many were speculative projects, unsupported by actual real estate demand; begun toward the end of the 1920s, when loans were still available; and finished after the crash, when lenders had little choice but to make funds available to complete construction or else see their entire loan go bad. None was financially successful for its original investors. They remained partly or largely empty for a decade or more after completion, as would hundreds of others."

BUY THE BOOK 

A Brief History of Doom
 
author: Richard Vague 
title: A Brief History of Doom 
publisher: University of Pennsylvania Press 
date: Copyright 2019, University of Pennsylvania Press 
page(s): 17-19, 132, 135, 46, 63-64

O golpe de Pinochet no Chile, em 1973, com total colaboração do Brasil - livro de Roberto Simon (OESP)

 Livro do jornalista Roberto Simon revela atuação brasileira no regime Pinochet

Governo brasileiro não apenas conspirou para a derrubada de Allende, como ofereceu auxílio a Pinochet na repressão a esquerdistas

Estadão | 4/3/2021, 5h

Em setembro de 2013, o jornalista Roberto Simon embarcou em direção ao Chile para acompanhar os eventos ligados aos 40 anos do golpe contra Salvador Allende. Na bagagem, no entanto, levava um objetivo adicional: mergulhar nos documentos da chancelaria chilena que permitissem levantar informações sobre o papel do Brasil no processo e a respeito da relação da ditadura militar brasileira com o regime militar instalado pelo general Augusto Pinochet.

De volta a São Paulo, Simon publicou no Estadão uma série de reportagens que esclareciam episódios pouco claros, envolvidos em mitos que seus textos derrubaram. O governo brasileiro não apenas havia conspirado para a derrubada de Allende, como ofereceu auxílio a Pinochet, trabalhando inclusive na repressão a esquerdistas. E o fez não a mando dos EUA, como se costumava repetir: a presença no Chile atendia uma clara política de Estado preocupada com os caminhos da política no país vizinho.

A partir das pesquisas originais, Simon voltou ao Chile e fez ainda buscas em acervos no Brasil e nos Estados Unidos, como pesquisador do Wilson Center, em Washington. Completou o material documental com depoimentos e entrevistas realizadas com diversos personagens da época. E o resultado sai agora em forma de livro com o lançamento de O Brasil Contra a Democracia: a Ditadura, o Golpe no Chile e a Guerra Fria na América do Sul (Companhia das Letras, 2021).

“A ideia era lançar o livro dois anos depois, em 2015, mas, a cada porta que se abria, outras cinco apareciam, e era preciso seguir novas trilhas”, conta Simon em entrevista ao Estadão. “No caso brasileiro, boa parte dos documentos desapareceu. O adido militar na embaixada em Santiago, por exemplo, mandava comunicações ao governo brasileiro três vezes por semana e quase não há registros disso no Arquivo Nacional. Em outros casos, foi preciso recorrer à Lei de Acesso à Informação para conseguir documentos. No Chile, muitos papéis referentes aos militares também sumiram, mas na redemocratização eles tiveram a sábia decisão de retirar o sigilo de todos os documentos”, lembra o autor. Já nos Estados Unidos, muitas informações foram conseguidas a partir de pedidos de liberação de documentos até então sigilosos.

Simon entrevistou diversos exilados brasileiros e também figuras então ligadas ao governo e ao Exército nacionais, como um ex-capitão da Força Aérea Brasileira, que pediu para não ter o nome revelado e é identificado no livro como Capitão Pinto. Seu depoimento é um dos elementos a contribuir com a narrativa a respeito de episódios marcantes, como a presença brasileira no Estádio Nacional de Santiago, que se transformou em enorme prisão e centro de repressão e tortura aos inimigos da ditadura chilena.

“A presença de agentes brasileiros no Estádio Nacional era comentada desde os anos 1970 na imprensa americana e europeia, ainda que não tenha aparecido nos jornais brasileiros por conta da censura”, explica Simon. “Mas o que tínhamos sobre isso eram depoimentos e não documentos que comprovassem o que aconteceu naquela época.” Ele, no entanto, descobriu, nos planos de voo do Correio Aéreo Nacional, que os militares usavam para mandar comunicações diplomáticas, um pedido expresso de desembarque em Santiago de um avião sem a lista de passageiros. E a chegada do voo coincide com um telegrama do cônsul brasileiro dizendo ter encontrado cinco oficiais brasileiros no Estádio Nacional, versão corroborada pelo Capitão Pinto.

Política de estado. A narrativa de O Brasil Contra a Democracia começa em 1969, um ano antes da eleição de Allende como presidente do Chile. Com isso, mostra que o Brasil já estava atento à situação política chilena e defendia a ideia de que apenas um golpe seria capaz de derrubar o presidente. 

“A ditadura brasileira ajudou a golpear a mais longeva democracia de seu entorno geográfico e, no lugar, instalar um regime cuja sanguinolência e crueldade praticamente não tinham precedentes na América do Sul moderna. Essa intervenção não foi fruto de ações episódicas e autônomas de alguns zelotes dentro da ditadura, mas uma política de Estado, a qual percorria uma cadeia de comando desse a alta burocracia de Brasília até as raízes do sistema”, escreve Simon.

Ele reproduz no livro, por exemplo, um documento do governo americano em que é narrada uma conversa entre os presidentes Richard Nixon e Garrastazu Médici, na qual o brasileiro fala que havia um intercâmbio com oficiais chilenos para a derrubada de Allende. Simon mostra também como Câmara Canto, embaixador brasileiro em Santiago, mantinha contato próximo com as Forças Armadas e diversos setores da sociedade chilena simpáticos ao golpe consumado no dia 11 de setembro de 1973.

Para Simon, havia dois interesses em especial do Brasil na queda do governo. O primeiro era geopolítico: o País temia que a chegada dos socialistas ao poder significasse ameaça direta à segurança nacional. O segundo tinha a ver com o cenário interno: o País temia que a ideia de união da esquerda que levou Allende ao poder pudesse se espalhar pelo continente e que exilados tidos como radicais fizessem do Chile palco do planejamento de uma investida contra o governo militar brasileiro.

Segundo o autor, os documentos jogam por terra a noção de que o Brasil operava não por interesse próprio, mas por determinação americana, reforçada em parte pela própria esquerda. Ele lembra, por exemplo, a declaração do escritor Gabriel García Márquez, segundo quem o Brasil se tornara o “braço direito e armado do neocolonialismo dos Estados Unidos”. “O regime militar brasileiro tinhas suas motivações para intervir no Chile e dispensava ordens de Washington para fazê-lo”, escreve Simon, para quem não houve ação articulada e conjunta entre os países. 

“A política anti-Chile dos dois países teve pontos de contato, mas não se entrelaçou, nem mesmo quando Pinochet deu o bote na democracia. Diferentemente do golpe contra Jango em 1964, no Chile de 1973 Washington pôde postergar o reconhecimento oficial da junta militar e deixar os brasileiros tomarem a iniciativa regional”, conclui. 

https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,livro-do-jornalista-roberto-simon-revela-atuacao-brasileira-no-regime-pinochet,70003635058


Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...