quinta-feira, 25 de maio de 2023

Sinceridade de um chefe de inteligência da Ucrânia: "matar Putin é nossa prioridade" (agência de notícias russa Ria Novosti)

 Chefe-adjunto da Inteligência da Ucrânia chama assassinato de Putin de ‘prioridade’

Estadão, 24/05/2023 

A segunda maior autoridade no comando da inteligência militar da Ucrânia afirmou nesta quarta-feira, 24, que agentes de Kiev tentam ativamente matar o presidente da Rússia, Vladimir Putin. A declaração foi dada em entrevista ao jornal alemão Welt.

“Nossa prioridade é destruir o comandante da unidade que ordena que seus homens ataquem”, disse o general Vadim Skibitski, chefe-adjunto do departamento de Inteligência da Ucrânia, ao jornal. Questionado sobre quem seria, Skibitski foi enfático: “Putin, porque ele coordena e decide o que acontece”.

Em 3 de maio, os aposentos de Vladimir Putin no Kremlin foram atacados por drones. O russo não estava no local no momento do ataque. O episódio foi descrito pelo governo como um ataque terrorista e a Ucrânia foi a acusada de ter realizado a ação. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, negou a autoria. Autoridades dos EUA indicam, no entanto, que as unidades militares da Ucrânia provavelmente estão envolvidos.

Segundo o general, Putin teria ciência dos planos ucranianos. “Putin está percebendo que estamos cada vez mais perto dele, mas ele também tem medo de ser morto por seu próprio povo”, declarou. “Muitas pessoas na Rússia ainda apoiam esta ‘operação especial’ [contra a Ucrânia], mas graças às mídias sociais, sabemos quantos russos morreram no conflito e isso assusta as pessoas”, disse ele.

Skibitski também listou outros alvos do departamento. Entre eles, estão o fundador do Grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, o chefe do Estado-Maior Valeri Gerasimov e o ministro da Defesa, Serguei Shoigu.

Questionado se propagandistas, oligarcas e civis também seriam considerados alvos válidos, Skibitsi afirmou: “Estamos em guerra e esses são nossos inimigos. Se uma figura importante fabrica e financia armas para [a Rússia], sua eliminação salvaria a vida de muitos civis (...) De acordo com as convenções internacionais, esse é um objetivo legítimo”.

A entrevista foi reproduzida na Rússia pela agência de notícias russa Ria Novosti. “Esta não é a primeira vez que autoridades ucranianas fazem ameaças de ataques terroristas contra os russos e aqueles que apoiam a operação militar especial. Assim, no início de maio, o chefe do departamento de inteligência do Ministério da Defesa do país, Kirill Budanov, disse que Kiev ‘matou e matará russos em qualquer lugar do mundo até a vitória completa da Ucrânia’”, destacou a agência.

A Rússia também está denunciado diversos “atos de sabotagem” dentro do país. Regiões próximas à fronteira com a Ucrânia foram atacadas esta semana, deixando 1 civil morto e 11 feridos, e a população foi retirada da região pelo governo. O ataque foi reivindicado por um grupo paramilitar denominado Legião da Liberdade da Rússia, que supostamente seria formado por russos.

"Racismo estrutural", no Brasil e nos EUA - José Antonio de Macedo Soares, Paulo Roberto de Almeida

 Para quem acha que o Brasil sofre de "racismo estrutural": 

No dia 8 de junho de 1953, há setenta anos, a Suprema Corte dos EUA decidiu que restaurantes, bares e cafés em Washington D.C. não poderiam recusar a servir clientes negros (District of Columbia v. John R. Thompson Co.Inc.). 
Pescado na "Folhinha do Futuro", para o mês de Junho, preparada todo mês pelo meu bom amigo José Antonio de Macedo Soares.

PRA: Mas essa decisão só afetava Washington, pois no Deep South, o Apartheid durou até meados dos anos 1960, senão mais.
Permito-me aliás, lembrar quefoi essa mesma corte, mas na década final do século XIX que decidiu que os estados podiam, sim, manter a discriminação nas escolas, ou seja, as melhores para brancos, o que tiver para os negros. Foi o famoso "ruling" Qual But Separated, ou seja, os negros eram iguais aos brancos, mas estes tinham o direito de mantê-los bem apartados de escolas públicas.
Lembro ainda que o super racista presidente Woodrow Wilson, saudado como famoso progressista, pelos seus "14 pontos" para as negociações de paz de Paris, após o armistício da Grande Guerra, foi o sulista que federalizou o racismo no serviço público federal, separando brancos e negros em todas as repartições públicas. Os estados do Sul aproveitaram para recrudescer no Apartheid e a Ku-Klux-Klan para linchar milhares de negros em árvores de vários estados do Sul. 
Aquilo sim era racismo estrutural...

Diálogos da Brazil Conference, de Harvard a BH: respostas a questões - Paulo Roberto de Almeida

A conferência vai ser amanhã, dia 26, e o moderador, provavelmente o colega acadêmico e especialista em política externa brasileira Guilherme Casarões, formulará as perguntas que julgar pertinentes, sobretudo depois do G7 de Hiroshima. Mas como ele me havia enviado previamente uma série de questões que serão abordadas, preparei algumas notas para fixar algumas ideias, como sempre faço. Mas, também, como sempre faço, nunca leio o que escrevi, por isso resolvi já colocar de antemão meus comentários a algumas dessas questões, para informação dos distintos leitores deste meu modesto blog.


Diálogos da Brazil Conference, de Harvard a BH: respostas a questões

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Respostas tentativas a questões colocadas pelo moderador, para o evento de 26/05/2023.

  

1) Pergunta introdutória: estamos em 2023, com um velho e novo governo e velhos e novos desafios políticos, econômicos e sociais. Que Brasil é esse e que mundo é esse em que o Brasil terá que navegar daqui para a frente?

 

PRA: O mundo mudou, para melhor – no plano dos progressos materiais, embora não para todos –, mas também para pior: com um acirramento da insegurança internacional, em virtude de um Estado nuclear transgressor da Carta da ONU e das normas mais elementares do Direito Internacional. O Brasil também mudou, para melhor – ao se livrar do pior governo conhecido desde que aqui chegou o primeiro governador-geral, D. Tomé de Souza, ou seja, desde 1549 –, mas também para uma situação incerta, ao se ter um novo governo que está olhando o Brasil com os olhos no retrovisor. 

A globalização se fragmentou, e alguns Estados revisionistas, por acaso não democráticos, começam a proclamar a necessidade de uma nova “ordem mundial”, algo que só ocorre ao cabo de grandes catástrofes. O pior é que os dirigentes brasileiros, e certamente o PT, parecem concordar com essa ideia insana.

 

2) Como já dissemos, os desafios do Brasil (em casa e no mundo) são enormes. Quais, na sua opinião, deveriam ser as prioridades deste novo governo - imediatas e no médio prazo do mandato - para garantir que o Brasil resgate seu caminho para o desenvolvimento?

 

PRA: Desenvolvimento se faz com investimentos. Investimentos se fazem a partir de um sólido ambiente de negócios, com um quadro transparente e claro das políticas governamentais, com certa definição de prioridades. O governo atual se elegeu muito mais como recusa do desgoverno bolsonarista do que por virtudes próprias, inclusive porque não apresentou, até agora, um plano claro de governo, além de alguns slogans atraentes. O principal desafio é a estabilidade econômica – ou seja, equilíbrio das contas públicas –, num ambiente de baixa inflação – o que ainda não é o caso – e de previsibilidade quanto aos rumos futuros, ou seja, prioridades bem estabelecidas. O segundo desafio, mais externo do que aparentemente interno, é o de contemplar as preocupações dos países democráticos avançados com a destruição da Amazônia e dos povos indígenas, e o Brasil ainda não provou que pode responder adequadamente a essas preocupações. O terceiro desafio é o de elevar os níveis medíocres da produtividade, principal fator da perda de competitividades externa da economia brasileira; esse desafio depende não exatamente de reformas educacionais, mas de uma verdadeira revolução nos padrões educacionais do Brasil, nas escolas públicas em especial. Uma quarta prioridade do Brasil deveria ser a integração na América do Sul, algo que dificilmente passará por uma coordenação continental, dado o nível de fragmentação da região: caberia ao Brasil fazer os primeiros gestos, de natureza puramente unilateral, ou seja, abrir voluntariamente seus mercados aos países vizinhos.

 

3) O governo Lula definiu algumas prioridades para sua agenda externa. Temas como meio ambiente, direitos humanos e comércio estão na pauta. Lula também busca resgatar a centralidade brasileira na América do Sul e na África, ao mesmo tempo em que se equilibra na disputa das grandes potências. Esse caminho faz sentido? Querer que o Brasil volte ao tabuleiro mundial é suficiente para garantir o desenvolvimento, ao menos no cenário externo?

 

            PRA: Todas essas são prioridades compreensíveis, mas elas deveriam ser, antes de mais nada, objeto de estudos técnicos da diplomacia profissional, não de falas improvisadas do presidente, que revela apenas a sua ignorância sobre temas básicos do sistema mundial, como sua megalomania de pretender opinar sobre quaisquer assuntos da agenda global, sem ter conhecimento e domínio suficientes sobre cada assunto. A diplomacia presidencial, que ele encarna como nenhum outro presidente das últimas décadas, pode ser um desastre, se partindo de um político despreparado e sobretudo voluntarioso e que se acha dotado de capacidades que ele não tem. Vou resumir numa fórmula: se o Brasil pretende ter sucesso nessas prioridades externas, como anunciou o presidente, ele precisa começar por fazer o dever de casa, ou seja, resolver os problemas internos em todas essas áreas: meio ambiente, direitos humanos, abertura econômica e liberalização comercial, além de predisposição de superar o tradicional protecionismo de suas elites econômicas para abrir-se aos vizinhos.

 

4) A China, nosso maior parceiro comercial, pode representar tanto uma bênção quanto uma maldição para o Brasil. Há, de um lado, toda a pujança do nosso setor primário, responsável por superávits sucessivos junto ao maior mercado mundial. De outro lado, alguns apontam os riscos (já em curso) de reprimarização da economia brasileira e de competição desleal em setores industriais, do varejo e da alta tecnologia. O que a China representa para o desenvolvimento brasileiro?

 

            PRA: Vamos ser claros: a China não é um problema, nem para o Brasil, nem para o mundo. Ela tem – descartando essa conversa de “nova ordem mundial” – um papel positivo na economia mundial, e não pretende exportar o seu “comunismo” para ninguém; aliás, o slogan de “socialismo com características chinesas” é uma conversa para incautos; o que a China tem é um capitalismo com características chinesas, ou seja, uma economia de mercado muito integrada ao mundo, mais pelo lado do comércio até aqui, mas as demais vertentes financeiras, de investimento, moedas e tecnologia também seguem na sequência. A China é um desafio e um estímulo ao desenvolvimento brasileiro, tanto pelo lado dos desafios e da competição, quanto pelo lado do aprendizado do que deve ser feito para superar os problemas do presente: crescer pela integração aos mercados mundiais, oferecer um ambiente de negócios receptivo e aberto, cuidar da infraestrutura e, sobretudo, cuidar do capital humano, ou seja, ter mão-de-obra de alta qualidade em todos os setores.

            O que não se pode é aderir a essa ideia insana de nova ordem global: a ordem de Bretton Woods, a despeito de reformas que podem ser feitas, ainda é a base inquestionável do funcionamento de uma sólida economia de mercado, multilateral e aberta às inovações.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4390: 8 maio 2023, 3 p.


  

Despite war, Ukraine allows Russian oil and gas to cross its territory - David L. Stern, Sammy Westfall (WP)

The Washington Post, May 25, 2023 

Reflexões sobre uma grande fissura diplomática - Paulo Roberto de Almeida

 Reflexões sobre uma grande fissura diplomática


Paulo Roberto de Almeida


Existe uma visão do mundo, que abrange, incorpora e domina atualmente a diplomacia brasileira, que se funda sobre uma divisão radical e uma ruptura incontornável entre, de um lado, os interesses do chamado Norte Global (inexistente, mas que se considera ser representado pelos velhos colonialistas europeus e pelo hegemon universal desde meados do século XX), sempre imperialistas e opressores, e, de outro lado, os interesses do chamado Sul Global (antigamente chamado de Terceiro Mundo, ou países em desenvolvimento, antes subdesenvolvidos e dominados colonialmente pelos primeiros). Não se sabe exatamente quem representa esse Sul Global, mas Brasil, Índia e alguns outros Estados ex-colônias reivindicam tal liderança.
Segundo essa visão, há uma absoluta necessidade, dada a arrogância do Norte Global, de uma "nova ordem mundial" e de um "novo sistema financeiro internacional", obviamente não baseados na dominação do Sul Global pelos países do Norte, e de sabor distintamente antiocidental, pois que recusando o dólar nos intercâmbios comerciais e financeiros e promovendo moedas locais ou uma moeda comum de países afins (como os Brics, ou os do Mercosul, por exemplo). 
A isso se dá, curiosamente, o nome de "democratização das relações internacionais", ou, no plano instrumental, uma indefinida "multipolaridade". Também se reclama a reforma da Carta da ONU e a ampliação do seu Conselho de Segurança, para acomodar as pretensões dessas novas potências emergentes.
Curiosamente, esses projetos, ruidosamente saudados e apoiados em certas esferas, são liderados explicitamente pelas duas grandes autocracias remanescentes das grandes potências socialistas da era da Guerra Fria. Não há como recusar a orientação claramente antiliberal e antidemocráticas dessas duas grandes potências, uma economicamente ou apenas militarmente.
Mais estranho ainda não existe, nessa nova "ordem global", nenhuma referência a democracia, liberdades individuais ou defesa dos direitos humanos, que são, supostamente, valores e princípios tradicionais da diplomacia brasileira, ademais de todas aquelas cláusulas de relações internacionais que estão inscritas no Art. 4 da Constituição de 1988, muito coincidentes com os grandes princípios da Carta das Nações Unidos e de vários tratados internacionais baseados nos direitos e garantias fundamentais de um Estado de Direito e de acordo a normas elementares do Direito Internacional. 
O Brasil é uma antiga dependência colonial que se desenvolveu lentamente ao abrigo da ordem econômica liberal da belle époque, depois no contexto da ordem econômica mundial de Bretton Woods, ainda hoje dominante, a despeito de crises e reformas.
A adesão da atual diplomacia brasileira a essas duas autocracias, ainda que a pretexto de "neutralidade", pode incorporar o Brasil a uma nova, mais do que possível, Segunda Guerra Fria, desta vez mais de caráter econômica e tecnológica do que a pretexto de recusar a ordem capitalista e substitui-la por um "modo de produção socialista". 
Não tenho certeza de que essa "ordem alternativa" esteja conforme aos interesses materiais do Brasil, e certamente não estaria de acordo a nossos princípios e valores democráticos, de defesa das liberdades individuais e dos direitos humanos.
Temo a deformação, mais uma vez, da diplomacia brasileira num sentido nitidamente antiocidental (como se esse mundo fosse contrário aos interesses nacionais) e em favor de ditadura explícitas ou disfarçadas.
Seria essa a tendência? Desde já manifesto minha inconformidade, sobretudo porque se atribui a guerra de agressão da Rússia à Ucrânia a um suposto "cerco da Otan" à Rússia, desprezando totalmente a vontade soberana de ex-países dominados pelos impérios russo e soviético, que simplesmente buscavam garantias no Ocidente (UE e Otan, justamente) contra o abraço do urso russo, muito conhecido na história trágica de todos esses países nos últimos dois séculos.
Deixo aqui estas minhas reflexões sobre o momento diplomático do Brasil atual.

Paulo Roberto de Almeida
BH, 25/05/2023

Chamada de artigos – Revista do IHG-DF, n. 13

Chamada Pública – Edital de publicação para o N. 13 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal 

(ISSN 2525-6653)

 

Período de submissão: os artigos devem ser enviados ao e-mail ihgdfederal@gmail.com, até o dia 31/07/2023

 

Sobre a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal:

1)    Linha Editorial

A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal aceita para publicação artigos, ensaios, documentos, resenhas bibliográficas e biográficas, entrevistas e atualidades relacionados às áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e linguística, letras e artes, resultantes de estudos teóricos, pesquisas, reflexões sobre práticas atualizadas na área. Os textos em português devem ser inéditos, de autores(as) brasileiros(as) ou estrangeiros(as), conforme padrão da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

 

2)    Periodicidade: 

A Revista do IHGDF tem periodicidade semestral.

 

3)    Diretrizes para Autores

1. Os artigos, de preferência inéditos, terão extensão variável, de 15 a 25 páginas, com aproximadamente 36 a 60 mil caracteres.

2. Cada artigo, com título em ponto 14 e corpo do texto em ponto 12, deve vir acompanhado de resumo em português e abstract em inglês, de aproximadamente 80 palavras, bem como palavras-chave e key words. Ao final do artigo, o autor incluirá um breve currículo de até 10 linhas.

3. Na primeira página, abaixo do nome do autor, deve constar uma informação sintética sobre a formação e vinculação institucional do autor, de até duas linhas.

4. Notas de rodapé (ao pé da página) apenas quando indispensáveis; as referências bibliográficas e citações no corpo do texto devem seguir o modelo (Autor, ano: p.); bibliografia, distinguindo entre fontes e literatura secundária, deve vir em ordem alfabética ao final do artigo, observando as normas da ABNT (6023/2018).

5. Resenhas de livros terão de preferência entre 3 e 10 páginas, começando com a identificação precisa da obra, depois de eventual título fantasia.

6. Encaminhar as colaborações ao e-mail: ihgdfederal@gmail.com.

7. Os membros dos conselhos consultivo e editorial atuarão como pareceristas anônimos; pareceristas externos poderão atuar para temas especializados. 

 

4)    Declaração de Direito Autoral

Ao submeter um artigo à REVISTA do IHGDF e tê-lo aprovado, os autores mantem os direitos de autoria e concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos autorais à REVISTA do IHGDF: os direitos de primeira publicação e permissão para que esta revista redistribua esse artigo e seus dados aos serviços de indexação e referências que seus editores julguem usados.

 

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Ucrânia: derrota para o Grupo Wagner em Bakhmut - Raul Ilargi Meijer (Automatic Earth Blogger)

 War - NATO Beaten By "A Restaurant Owner & A Bunch Of Convicts"?

WEDNESDAY, MAY 24, 2023 - 12:00 AM

Authored by Raul Ilargi Meijer via The Automatic Earth blog,

In Bakhmut/Artyomovsk, all of NATO, all 31 member nations, were defeated by a restaurant owner and a bunch of convicts, is how I saw someone describe it. That of course caricatures the situation somewhat (Wagner is well-organized), but it’s not that far off. And that spells a serious problem for NATO.

All of those 31 members may have lots of control over their media, but in the end you can’t endlessly deny being defeated.

So what will NATO do now? They will double down, and then again. And at the end of the “doubling down road” lie nuclear weapons. Not Russian nukes, because as my friend Wayne wrote the other day, their high-precision hypersonic missiles make nukes look crude and primitive, Middle Ages territory. But NATO/US never developed such weapons. They spent 10+ times as much money on weapons, still do, and -comparatively – ended up with bows and arrows.

Nuclear bombs are good only to create widespread panic and destruction. But that includes your own destruction, because of Mutually Assured Destruction protocols. Which also go back almost as far as the bow and arrow. If you fire a nuclear missile, one very much like it will land on your head a few minutes later. End of story, end of you.

US/NATO, the “collective west”, the hegemon, has lost. And has missed the moment when that occurred. Because hegemon equals hubris. Look at what they’ve all still been saying, and you notice they can’t see, and can’t acknowledge, that -and how- the world has changed. Not just this weekend, and the 9 months before, in Artyomovsk. It’s the entire story of Ukraine: it illustrates how the West “lost it”.

The US plotted a coup and moved NATO’s borders east, and Russia reacted exactly how they said they would. No nukes, no nazis, no NATO. They got the last two, and know they can expect the first too. But still the west maintains Russia’s special operation was entirely unprovoked. Look, they’re not even listening anymore. They would like to negotiate and end all this, but negotiate about what? Putting AZOV back on the borders of the Donbass, so they can kill more Russians there? Not going to happen.

It’s not only about weaponry, though that plays a major role: the hegemon can no longer make its demands based on military might. It’s been surpassed.

Nor can it make demands based on the dollar’s reserve currency status, and it caused that itself. Weaponization of the currency has backfired to the extent that de-dollarization has become a process that can no longer be halted.

The moment that Saudi prince MbS turned his back on “Joe Biden” is a milestone. Because once he did that, it was obvious many would follow. In central Asia, if you are Kazachstan or Uzbekistan, why on earth would you opt to go with G7/US/NATO instead of BRICS? Why go with the power that is waning, and not the one in ascendancy? Russia is your biggest neighbor, strongly connected to China which is building its BRI network in your region, and the nearby Arab states are about to join that network. Why would you link yourself to the G7? When you know all your neighbors do not?

Then there are the voices that say the US will push for a bigger and wider war, perhaps including American troops. First, because NATO is losing, and second, because it could mean American boots on the ground, and presidents don’t lose elections in wartime. I’ve said before, I would expect them to go with Polish troops first, possibly on Polish territory too. But the Polish don’t appear all that eager anymore. And neither would any other European NATO country. German and French and Dutch troops are in no shape for war, and in the US over 70% of potential troops are grossly overweight and/or handicapped in some other way.

Ukraine had perhaps the best boots on the ground force in Europe, financed and trained since 2014 by NATO, and they lost to a caterer and a loose group of hired hands. You’re not going to win that. Your only option is long distance weapons, missiles, planes, you name it. But NATO has no advantage in that over Russia. To put it mildly.

The sole thing that’s in your favor is that Russia doesn’t seek to destroy you. They want to live in peace and trade with you. Same thing for China. NATO equals unipolar. But the world has moved towards multipolar. Ergo, NATO is obsolete. Ukraine will never reconquer its “lost” territories, and Zelensky will move to some property in Italy or Florida, never to be heard from again, unless perhaps in his obituary. The deaths of some 300,000 of his countrymen will be on his conscience.

But also on that of all the “leaders” who have sent their second-hand armory to Kiev. They are just as responsible for all those deaths. The world has changed a lot in the past few years, and ignorance is no excuse if you are a “leader”, or a “Joe Biden”. Not even if you’re “just” a voter or reader. Those deaths will be on your head when you go see St. Peter at the gate.

PS: Don’t be surprised if “Joe Biden” sends US boots on the ground anyway. No hegemon has ever given up power lightly. That part of the road is yours, US and EU voters. You may have to fill up the streets like you’ve never seen. The rest, the majority, of the world will be waiting to see if you do or not. They’re prepared for either of the two options

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...