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domingo, 1 de setembro de 2013

Reconstruir o Itamaraty - Dawisson Lopes (FSP)

ANÁLISE POLÍTICA EXTERNA
Luiz Alberto Figueiredo assume no momento em que o ministério é pressionado pela sociedade como nunca
DAWISSON BELÉM LOPES
ESPECIAL PARA A FOLHA, 01/09/2013

Caberá ao diplomata Luiz Alberto Figueiredo reabilitar o Itamaraty de uma de suas mais ruidosas crises.
Novo chefe da Casa de Rio Branco, ele recebeu de Dilma um mandato implícito: distanciar-se da gestão do ex-ministro Patriota.
O Itamaraty abriga em seu seio diversas contradições.
Ministério dos mais antigos, fundado no Império, constituiu-se em celeiro de estrategistas, intelectuais, artistas e burocratas da melhor estirpe e goza de boa reputação no exterior.
Não obstante, a pasta encontra-se pressionada como nunca pela sociedade, ciosa de que a diplomacia possa, enfim, coadunar-se com a gramática política do século 21.
O chanceler deve atentar para a natureza do cargo. Faz algum tempo que a política externa deixou de estar confinada ao Itamaraty.
Os desafios de Figueiredo são também programáticos. Há que retomar a tradição brasileira de ativismo e contestação às desigualdades nos fóruns multilaterais.
O arrefecimento da campanha por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e os insucessos na tentativa de uma ampla reforma das instituições de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial) foram aspectos lamentados pela cúpula governamental na administração anterior do Itamaraty.
Da perspectiva regional, cumprirá ao ministro a tarefa de recompor as relações com La Paz e Assunção, bem como dar novo impulso ao projeto de integração pós-liberal da América do Sul.
A controvérsia sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul serviu de cortina de fumaça para a estagnação de dinâmicas (políticas e econômicas) que são de vital importância para o êxito de nossa diplomacia.
Por fim, Figueiredo deverá levar em conta a necessidade de incluir minorias (mitigando o problema histórico da sub-representação de mulheres e negros no corpo diplomático), combater focos de corrupção e ineficiência, pugnar por maior qualidade na assistência aos brasileiros no exterior e consequentemente aproximar a população do Itamaraty.

DAWISSON BELÉM LOPES é professor de política internacional e comparada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autor de "Política externa e democracia no Brasil" (Ed. Unesp, 2013)

Saboia: o "Snowden" brasileiro [???!!!] - Patricia Campos Mello,jornalista (???)

Modismo? Conjunturalismo? Idiotismo? Falta do que dizer?

A jornalista parece muito mal informada, e totalmente perdida. Sem saber o que dizer, ela inventa que Saboia "era de esquerda", apenas porque trabalhou com Celso Amorim, que era e é de esquerda, tanto que se filou ao PT, caso único na história do Itamaraty.
Não lhe ocorre que diplomatas profissionais exercem suas funções profissionalmente, sem precisar se filiar a qualquer corrente ideológica ou partidária. Menos os "políticos", claro, o que não era o caso de Saboia.
A comparação com Snowden, ou com Assange, é totalmente estapafúrdia, típica de um cérebro desmiolado.
"Queridinho da direita e da oposição", é outra afirmação completamente sem sentido, que ela não imputa a Saboia, mas à oposição, e a essa coisa inexistente no Brasil, que se chama Direita.
Alguém já encontrou a Dona Direita por aí, fazendo campanha?
Se eu quiser falar com a Dona Direita, eu telefono para quem?
Nisso resultam esses cursos de jornalismo e essa reserva de mercado idiota: vários idiotas acabam se tornando jornalistas.
Paulo Roberto de Almeida

O nosso Edward Snowden

Patrícia Campos Mello
Folha de S.Paulo, 28/08/2013

É irônico que Eduardo Saboia vá se transformar em queridinho da direita e da oposição, com direito a loas dos presidenciáveis Aécio Neves e Eduardo Campos.
Na página de apoio a Saboia no Facebook, há uma multidão de pessoas criticando o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e a política externa "comunista" ou "terceiro-mundista" dos presidentes Lula e Dilma.
Saboia era de esquerda. Trabalhou cinco anos como assessor direto do então chanceler Celso Amorim. Era muito próximo do embaixador na Bolívia, Marcel Biato, que foi braço direito de Marco Aurélio Garcia.
Não se trata de ser de oposição ou criticar a política externa brasileira.
As ressalvas de Saboia eram específicas em relação ao tratamento que estava sendo dado a Roger Pinto e à atuação do Brasil com a Bolívia.
"A ideologia do senador não estava em consideração, foi uma ação humanitária, ele estava correndo perigo de vida", disse-me o diplomata, da última vez que conversamos. Ele votou na presidente Dilma.
"Não se trata de um tapa contra a política externa brasileira."
Saboia cometeu, sim, uma insubordinação.
Mas o contexto humanitário justifica essa insubordinação.
O senador não comia há vários dias e estava muito deprimido. O tal grupo de trabalho tinha como função "empurrar com a barriga"uma situação que já durava 15 meses.
A situação do senador era inadmissível. O governo de Evo Morales se recusou a dar salvo-conduto para o senador para que ele pudesse ir para o Brasil em segurança, fato inconcebível. Até ditaduras militares concediam salvo-conduto. Durante meses, Evo usou os torcedores corintianos como moeda de troca (os torcedores, aliás, foram libertados por meio da negociação de Saboia).
Nenhuma realpolitik do governo brasileiro com seus vizinhos e parceiros comerciais do sul justifica essa situação.
Eduardo Saboia é o nosso Edward Snowden. Ele sabia das consequências que sua insubordinação traria, mas mesmo assim seguiu em frente, fazendo a coisa certa.
Por que é que a Unasul foi célere ao condenar a recusa do Reino Unido de dar salvo-conduto a Julian Assange, o fundador do Wikileaks asilado na embaixado do Equador em Londres?
Por que é que o Mercosul afirmou em documento, assinado na cúpula de julho, que os Estados não podem "impedir a implementação" do direito de asilo "por qualquer meio" - referindo-se a Edward Snowden?
Em que Roger Pinto é diferente?
Ele é acusado de crimes comuns, podem dizer.
Ora, Assange também é acusado, inclusive de estupro.
E Snowden também será, por violar confidencialidade.
De mais a mais, há cerca de 100 asilados políticos bolivianos no Brasil, todos políticos de oposição e familiares vindos desde que Evo assumiu --a maioria está cheia de processos e afirma que o governo de Evo usa o judiciário como instrumento de perseguição política.
O fato é que Pinto faz oposição a Evo, e o Brasil não quer "fazer marola" com a Bolívia. A Bolívia que não hesita em fazer marola com o Brasil --vide a revista do avião do ministro Celso Amorim, a expropriação das refinarias da Petrobras na Bolívia em 2006, etc. etc. A lista é longa.
patrícia campos mello
Patrícia Campos Mello é repórter especial da Folha e escreve para o site, às sextas, sobre política e economia internacional. Foi correspondente em Washington durante quatro anos, onde cobriu a eleição do presidente Barack Obama, a crise financeira e a guerra do Afeganistão, acompanhando as tropas americanas. Em Nova York, cobriu os atentados de 11 de Setembro. Formou-se em Jornalismo na Universidade de São Paulo e tem mestrado em Economia e Jornalismo pela New York University. É autora dos livros "O Mundo Tem Medo da China" (Mostarda, 2005) e "Índia - da Miséria à Potência" (Planeta, 2008).

Brasil-Bolivia e politica externa: GloboNews Painel, com Rubens Barbosa, Marco Antonio Villa e Guilherme Casaroes

Neste sábado 31 de Agosto, o GloboNews Painel, dirigido pelo jornalista William Waack recebeu o Embaixador Rubens Antonio Barbosa, o historiador Marco Antonio Villa e o cientista político Guilherme Casarões, para debater a política externa brasileira, à luz dos últimos acontecimentos, entre eles a questão das relações com os vizinhos, sendo a Bolívia o ponto focal, e a queda do chanceler no seguimento desse evento.
Em duas partes, como sempre acontece:



Folha: nao li e nao gostei! Uai, pelo menos dos titulos

Nada posso afirmar sobre o conteúdo, ao qual não tive acesso (ainda; mas se alguém quiser me mandar a matéria, agradeceria), mas a julgar pelos títulos, a matéria é totalmente fora de foco.
Eduardo Saboia como o "nosso Snowden"????
Ou que ele vire o "queridinho da oposição"???
Ou a jornalista não entendeu nada, ou a redação da Folha extrapolou totalmente.
Em todo caso, os títulos desse caderno dominical da FSP são absolutamente inadequados para o caso em questão.
Paulo Roberto de Almeida

31/08/2013 - 04h00
'Folha 10' traz análise sobre diplomata que ajudou na fuga de boliviano

A revista digital "Folha 10" desta semana destaca a análise da repórter especial Patrícia Campos Mello sobre o diplomata Eduardo Saboia, que participou da fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil.
O colunista Vinicius Torres Freire recorda algumas das respostas que o governo deu aos apagões que aconteceram nos últimos anos.
Confira também a análise sobre a fala de Barack Obama em homenagem aos 50 anos da Marcha sobre Washington -- o vídeo com o discurso de Martin Luther King está disponível para os usuários de iPad.

Leia também nesta edição
1 - O nosso Snowden
Patrícia Campos Mello: É irônico que Saboia vire o queridinho da oposição
2 - Surpresas no Itamaraty
Editorial: Dilma substitui Patriota por chanceler que ainda é uma incógnita
3 - Um sonho incompleto
Editorial: Obama enaltece Luther King, mas relembra desigualdade econômica
4 - Um sonho incompleto
Editorial: Obama enaltece Luther King, mas relembra desigualdade econômica
5 - Recordar é viver: apagões
Vinicius Torres Freire: Dada a frequência do problema, o público mereceria explicação
6 - Moda é cultura
Marta Suplicy: Sem famosos, não teremos condição de projetar nossas confecções
7 - Barganha médica
Por economia, 11 cidades decidem trocar profissionais para ficar com os do Mais Médicos
8 - Milhões expostos
Brechas em sites do Bradesco e do Banco do Brasil expõem seus clientes
9 - Piada de mau gosto
Gestora ambiental é barrada em voo para a Indonésia por menção a terrorismo
10- Melhor da semana
Queda de prédio na zona leste de SP foi destaque; veja essa e outras fotos

Fim de festa nos emergentes - Alejandro Rebossio (El Pais)

Se acabó la fiesta de los emergentes
Se acabó la fiesta de los mercados emergentes. Las economías de los países en desarrollo se han ralentizado tras la espectacular recuperación de la crisis mundial de 2008/2009 y ya crecen por debajo de lo previsto a principios de año. Muchas de ellas han sufrido fuertes devaluaciones de sus divisas en los últimos tres meses y sus mercados de valores están cayendo con fuerza.

Menos crecimiento y más inflación no es precisamente la combinación ideal para unos países con unas clases medias aún en proceso de consolidación y en los que la pobreza todavía afecta a centenares de millones de personas. Tampoco son buenas noticias para las empresas españolas, que en los últimos años han cosechado grandes beneficios en América Latina y que ahora verán cómo sus filiales ganan menos euros ante la depreciación de las monedas locales.
Aunque el fin de fiesta no significa necesariamente el inicio de un entierro, el hecho es que el panorama se ha deteriorado. El cercano fin de los estímulos monetarios de EE UU, la desaceleración de China, India y Brasil y un eventual agravamiento de la guerra siria lo han enturbiado todo.
En Latinoamérica, la principal economía y la que más capital extranjero ha atraído en lo que va de siglo, Brasil, ha visto cómo el dólar ha subido un 15% desde principios de año. Una depreciación similar padece el peso argentino en el mercado oficial, que está restringido a exportadores e importadores. Pero en la plaza ilegal, adonde concurren los ahorradores que quieren hacerse con divisas, la moneda norteamericana cuesta hasta un 70% más cara que en la legal.
En Asia, el dólar solo ha caído frente al yuan chino un 1,8%. Pero varios países están sufriendo devaluaciones. La moneda estadounidense se ha apreciado el 22% frente a la rupia india y el 15% ante la rupia indonesia. Las depreciaciones también se extienden a Rusia (el dólar subió el 8,9% frente al rublo), Turquía (14,1% contra la lira) y Sudáfrica (22,5% ante el rand).
Lo que sucede es que los capitales especulativos están saliendo de los mercados emergentes y regresando a EE UU, en concreto a los bonos del Tesoro a 10 años, que han mejorado notablemente su rendimiento. ¿Motivo? La Reserva Federal lleva semanas dando señales de que acabará con su política de relajación monetaria —la llamada flexibilización cuantitativa— porque considera que la economía de EE UU está recuperándose y que se acerca la hora de retirar los estímulos. Incluso podría llegar a subir los tipos de interés a finales de año, con lo que se acabaría el dólar barato de los últimos cinco años.
Las devaluaciones de las divisas han llevado a varios bancos centrales a subir en la última semana sus tipos de interés de referencia, entre ellos, los de Brasil e Indonesia, con lo que también se acaba el ciclo de dinero barato en esos países. La presidenta brasileña, Dilma Rousseff, ha dicho que su país cuenta con “munición” para frenar la depreciación del real, en alusión a los 60.000 millones de dólares de los que dispone el Banco Central para ese fin.
Claro que algunos analistas consideran que la Fed debería pensárselo mejor antes de retirar los estímulos. Solo la insinuación de que está dispuesta a hacerlo ya está afectando a unos mercados emergentes que con el tiempo se han convertido en casi la mitad de la economía mundial y cuyo desempeño también impacta en las exportaciones de EE UU. La era del dinero barato ha impulsado el crecimiento de los países en desarrollo y ha atraído hacia ellos capitales especulativos que huían de los bajos rendimientos en EE UU y buscaban mayores beneficios. Además, Gobiernos y empresas de países emergentes se han financiado durante años a tipos de interés muy bajos y en dólares estadounidenses.
Los ciclos de dólar barato suelen coincidir con los de materias primas caras. Los productos básicos, principales exportaciones de Sudamérica, cotizan en moneda estadounidense y suelen encarecerse cuando esta se abarata. Además, en lo que va de siglo han subido de precio por la creciente demanda de China. Las altas cotizaciones de las materias primas, que batieron marcas históricas en el caso de los minerales y se recuperaron de niveles bajos en el de los alimentos, beneficiaron a Sudamérica, Rusia o Sudáfrica. El cambio de política monetaria de EE UU, que también lleva a que los capitales especulativos abandonen los mercados de productos básicos, pero sobre todo la desaceleración de la economía china, están provocando bajadas de precios. La excepción es el petróleo, cuya cotización ha subido ante la posibilidad de que EE UU ataque Siria y agrave la situación en Oriente Próximo.
En lo que va de 2013 han caído la mayoría de los índices bursátiles del mundo emergente, como los de China (-7,6% en lo que va de 2013), India (-5,3%), Indonesia (-4,9%), Corea del Sur (-4,5%), Rusia (-14,8%), Brasil (-18,1%), Chile (-18,7%) y México (-10,4%). Estos retrocesos reflejan también la salida de capitales de los mercados emergentes por el posible cambio de política monetaria de EE UU. Además, influyen unos crecimientos económicos menores a lo esperado, así como las protestas sociales en Brasil o Turquía.
En Latinoamérica, la economía brasileña ya venía desacelerándose, con una expansión de solo el 0,9% en 2012. En marzo pasado, bancos y consultoras preveían un crecimiento del 3,1% para 2013, pero ahora calculan un 2,2%, según la media que recoge la firma Consensus Economics. De todos modos, Brasil, que se ha desviado un poco de la heterodoxia económica con medidas para bajar el precio de la energía y proteger a la industria, sorprendió con un alza del 2,5% del PIB en el segundo trimestre de este año. En cambio, México, que había vuelto a aparecer en la prensa mundial como modelo económico ortodoxo, decreció en el mismo periodo el 0,7% por una caída de la obra pública. Después de expandirse el 3,8% en 2012, los expertos consultados por Consensus Economics esperan que este año México crezca un 2,5%, pero a finales de agosto el propio Banco Central ha rebajado su expectativa al 1,8%. Algunos analistas destacan que las reformas que impulsa el presidente Enrique Peña Nieto, como la energética y la de telecomunicaciones, explican por qué el peso mexicano se ha depreciado menos que otras monedas, pero otros consideran que este país, a diferencia de Brasil, no había recibido tantos capitales golondrina en los últimos años y por eso ahora tampoco está padeciendo tanto su partida.
Argentina desaceleró su crecimiento el año pasado hasta el 1,9%, según sus polémicas estadísticas gubernamentales, que los analistas privados recortan a la mitad. Para 2013, el mercado prevé una expansión del PIB oficial del 3,3%. Su desafío continúa siendo la inflación, que asciende al 23%, según las agencias provinciales de estadística. Pero más problemas de precios atosigan a Venezuela, que este año devaluó el bolívar y con frecuencia afronta escasez de ciertos productos, como la harina de trigo o los repuestos de motos. La inflación venezolana asciende al 42% y le ha costado el puesto a la anterior gobernadora del Banco Central, Edmée Betancourt, que duró cuatro meses hasta que a mediados de agosto fue reemplazada por Eudomar Tovar.
Colombia, que el año pasado creció el 4%, este año se expandiría un 3,9%, según Consensus Economics. En cambio, otras economías más dependientes del precio de los minerales están desacelerándose en mayor medida. Chile, que en 2012 se expandió el 5,6%, pasaría al 4,2%, mientras que Perú rebajaría del 6,3% al 5,6% de un año al otro. El presidente peruano, Ollanta Humala, que también ha enfrentado manifestaciones callejeras, ha reconocido que la crisis internacional ha llegado a su país y el Banco Central ha reaccionado a la mayor depreciación del sol en dos años con fuertes ventas de reservas en dólares.
En Asia, China, que se desaceleró en 2012 con una expansión del 7,8%, crecería esta vez al 7,5%. Precisamente, en el segundo semestre de 2013 la segunda economía mundial sorprendió con una tasa del 7,5%, que demuestra que las rebajas impositivas a las pequeñas empresas y el plan de infraestructuras están dando resultados a la hora de reorientar el motor del crecimiento del sector exportador, dependiente de EE UU y Europa, al mercado interno.
India, que el año pasado redujo su crecimiento al 5%, en 2013 crecería un 5,5%, según bancos y consultoras. Pero el ministro de Hacienda, Palaniappan Chidambaram, admite que su país debe crecer al 8% para crear los empleos necesarios para los jóvenes que ingresan al mercado laboral cada año.
Otros países asiáticos disminuirán también su ritmo de crecimiento entre 2012 y 2013: Indonesia (del 6,2% al 5,8%), que aparecía como la nueva estrella de los mercados hasta las recientes turbulencias monetarias; Malasia (del 5,6% al 4,8%), Filipinas (del 6,8% al 6,7%) y Tailandia (6,5% al 4,3%). Se trata de economías proveedoras de componentes industriales para las fábricas exportadoras de China. En cambio, dos economías asiáticas productoras de bienes finales de alta tecnología tal vez saquen provecho del giro chino hacia un mayor consumo interno: Corea del Sur, que elevaría su crecimiento del 2% en 2012 al 2,7% en 2013, y Taiwán, del 1,3% al 2,5%.
En otra de las potencias emergentes, el Ministerio de Economía rebajó el pasado lunes sus expectativas de crecimiento para 2013 por segunda vez en el año. Se trata de Rusia, que ahora espera un 1,8%, en lugar del 2,4% anterior, por la debilidad de las exportaciones y el consumo. En el segundo trimestre de 2013, Turquía creció a un ritmo del 3,5%, y Sudáfrica, afectada por huelgas de mineros y operarios de las fábricas de coches, el 3,3%.
“Siempre tuve la visión de que el muy rápido crecimiento de los países emergentes en los últimos años era transitorio e insostenible”, opina Dani Rodrik, economista turco y profesor del Instituto de Estudios Avanzados de Princeton (EE UU). “En muchos casos, estaba basado en el dinero barato y los altos precios de las materias primas, y no en una dinámica interna sólida que apoyase el crecimiento sostenido. Pero igualmente no debemos hacer una sobrecorrección y pensar que los mercados emergentes se van por el sumidero”, aclara Rodrik. En su opinión, Latinoamérica puede mantener un crecimiento de alrededor del 4% y África, del 5%, siempre y cuando continúen manejando su macroeconomía razonablemente bien. “Asia lo puede hacer mejor”, confía Rodrik, que destaca este continente cuando se le pregunta si puede haber excepciones en la turbulencia actual. El economista turco explica que Asia siempre ha crecido más que Latinoamérica porque “aún tiene más espacio para el cambio estructural, es decir, llevar a campesinos pobres a trabajar por salarios mayores a fábricas y servicios”. No obstante, Rodrik alerta de que en la economía china se han cimentado algunos desequilibrios severos que pueden afectar a toda Asia.
Otro economista, el norteamericano Jan Kregel, del Levy Economics Institute de Bard College, recuerda que el periodo del dinero barato trajo capitales a los mercados emergentes, pero también condujo a una excesiva apreciación de sus monedas, como había ocurrido en Brasil, con el consiguiente perjuicio para la competitividad de su industria. De hecho, el ministro de Hacienda colombiano, Mauricio Cárdenas, dio la bienvenida a la depreciación del peso, y lo mismo ha sucedido con el gobernador del Banco Central de Turquía, Erdem Basci, que descartó subir los tipos para apreciar la lira. “Ahora caen el comercio, la inversión, la actividad interna y los precios de las materias primas, suben los tipos y la inflación, pero esto puede tener algo bueno”, opina. “El énfasis en una economía exportadora de productos básicos no es muy beneficioso para el desarrollo a largo plazo porque tienen precios extremadamente volátiles”.
“Si China cambia su modelo de crecimiento, Latinoamérica también tendrá que hacerlo”, advierte Kregel. Si el gigante asiático crece menos y reduce su orientación exportadora, demandará menos minerales. Quizá el consumo de alimentos no se desacelere, pero el profesor estadounidense señala que el régimen de Pekín está liberalizando su sector agrícola para que cooperativas pequeñas sean reemplazadas por grandes empresas, con el fin de elevar la productividad. “No es un proceso que demorará un año, pero China irá reduciendo su necesidad de importar materias primas”, opina Kregel.
En este siglo, las economías latinoamericanas han conseguido divisas con la exportación de productos básicos y así han estimulado el mercado interno. Aunque pocos se atreven a pronosticar el final de los altos precios de las materias primas, y muchos solo hablan de moderación en los valores, Kregel observa que los países sudamericanos deberán adoptar medidas para estimular la inversión y el consumo domésticos. “Las devaluaciones harán más competitivas las manufacturas, ¿pero a quién las venderán? ¿A China? ¿A Europa, que no crece? ¿A EE UU, que no crece más del 2%? El motor del crecimiento deberá cambiar”, insiste Kregel.

Curandeirismo medico cubano importado no Brasil - depoimento de um cubano evadido

A excelência da medicina cubana - O outro lado da história : " Nossa medicina é quase curandeirismo", diz o médico cubano Gilberto Velazco
VEJA ON LINE, 30/08/13

"Nossa medicina é quase de curandeirismo", diz doutor cubano Gilberto Velazco Serrano, de 32 anos, conta por que, em 2006, desertou de uma missão de seu país na Bolívia - na qual os médicos eram vigiados por paramilitares

Aretha YarakO cubano Gilberto Velazco Serrano, de 32 anos, é médico. Na ilha dos irmãos Castro ele aprendeu seu ofício em meio a livros desatualizados e à falta crônica de medicamentos e de equipamentos. Os sonhos de ajudar os desamparados bateu de frente, ainda durante sua formação universitária, com a dura realidade de seu país: falta de infraestrutura, doutrinação política e arbitrariedade por parte do governo. "É triste, mas eu diria que o que se pratica em Cuba é uma medicina quase de curandeirismo”, diz  Velazco

Ao ser enviado à Bolívia em 2006, para o que seria uma ação humanitária, o médico se viu em meio a uma manobra política, que visava pregar a ideologia comunista. “A brigada tinha cerca de 10 paramilitares, que estavam ali para nos dizer o que fazer”. Velazco não suportou a servidão forçada e fugiu. Sua primeira parada foi pedir abrigo político no Brasil, que permitiu sua estada apenas de maneira provisória. Hoje, ele mora com a família em Miami, nos Estados Unidos, onde tem asilo político e estuda para revalidar seu diploma. De lá, ele concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:

Como os médicos são selecionados para as missões?
Eles são obrigados a participar. Em Cuba, se é obrigado a tudo, o governo diz até o que você deve comer e o que estudar. As brigadas médicas são apenas uma extensão disso. Se eles precisam de 100 médicos para uma missão, você precisa estar disponível. Normalmente, eles faziam uma filtragem ideológica, selecionavam pessoas alinhadas ao regime. Mas com tantas colaborações internacionais, acredito que essa filtragem esteja menos rígida ou tenha até acabado.

Como foi sua missão?
Fomos enviados 140 médicos para a Bolívia em 2006. Disseram que íamos ficar no país por três meses para ajudar a população após uma enchente. Quando cheguei lá, fiquei sabendo que não chovia há meses. Era tudo mentira. Os três meses iniciais viraram dois anos. O pior de tudo é que o grupo de 140 pessoas não era formado apenas por médicos - havia pelo menos 10 paramilitares. A chefe da brigada, por exemplo, não era médica. Os paramilitares estavam infiltrados para impedir que a gente fugisse.

Paramilitares?
Vi armas dentro das casas onde eles moravam. Eles andavam com dinheiro e viviam em mansões, enquanto nós éramos obrigados a morar nos hospitais com os pacientes internados. Quando chegamos a Havana para embarcar para a Bolívia, assinamos uma lista para registro. Eram 14 listas com 10 nomes cada. Em uma delas, nenhum dos médicos pode assinar. Essa era a lista que tinha os nomes dos paramilitares.

Como era o trabalho dos paramilitares?
Não me esqueço do que a chefe da brigada disse: “Vocês são guerrilheiros, não médicos. Não viemos à Bolívia tratar doenças parasitárias, vocês são guerrilheiros que vieram ganhar a luta que Che Guevara não pode terminar”. Eles nos diziam o que fazer, como nos comportar e eram os responsáveis por evitar deserções e impedir que fugíssemos. Na Bolívia, ela nos disse que deveríamos estudar a catarata. Estávamos lá, a priori, para a atenção básica – não para operações como catarata. Mas tratar a catarata, uma cirurgia muito simples, tinha um efeito psicológico no paciente e também na família. Todos ficariam agradecidos à brigada cubana.

Você foi obrigado a fazer algo que não quisesse?
Certa vez, eu fui para Santa Cruz para uma reunião, lá me disseram que eu teria de ficar no telefone, para atender informações dos médicos e fazer estatísticas. O objetivo era cadastrar o número de atendimentos feitos naquele dia. Alguns médicos ligavam para passar informações, outros não. Eu precisava falar com todos, do contrário os líderes saíam à caça daquele com quem eu não havia conversado. Quando terminei o relatório, 603 pacientes tinham sido atendidos. Na teoria, estávamos em 140 médicos na Bolívia, mas foi divulgado oficialmente que o grupo seria de 680. Então como poderiam ter sido feitas apenas 603 consultas? Acabei tendo que alterar os dados, já que o estabelecido era um mínimo de 72 atendimentos por médico ao dia. Os dados foram falsificados.

Como é a formação de um médico em Cuba?
Muito ruim. É uma graduação extremamente ideologizada, as aulas são teóricas, os livros são velhos e desatualizados. Alguns tinham até páginas perdidas. Aprendi sobre as doenças na literatura médica, porque não tinha reativo de glicemia para fazer um exame, por exemplo. Não dava para fazer hemograma. A máquina de raio-X só podia ser usada em casos extremos. Os hospitais tinham barata, ratos e, às vezes, faltava até água. Vi diversos pacientes que só foram medicados porque os parentes mandavam remédios dos Estados Unidos. Aspirina, por exemplo, era artigo raro. É triste, mas eu diria que é uma medicina quase de curandeiro. Você fala para o paciente que ele deveria tomar tal remédio. Mas não tem. Aí você acaba tendo que indicar um chá, um suco.

Como era feita essa "graduação extremamente ideologizada" que o senhor menciona?
Tínhamos uma disciplina chamada preparação militar. Ficávamos duas semanas por ano fora da universidade para atender a essa demanda. Segundo o governo cubano, o imperialismo iria atacar a ilha e tínhamos que nos defender. Assim, estudávamos tudo sobre bombas químicas, aprendíamos a atirar com rifle, a fazer maquiagem de guerra e a nos arrastar no chão. Mas isso não é algo exclusivo na faculdade de medicina, são ensinamentos dados até a crianças.

Como é o sistema de saúde de Cuba?
O país está vivendo uma epidemia de cólera. Nas últimas décadas não havia registro dessa doença. Agora, até a capital Havana está em crise. A cólera é uma doença típica da pobreza extrema, ela não é facilmente transmissível. Isso acontece porque o sistema público de saúde está deteriorado. Quase não existem mais médicos em Cuba, em função das missões.

Por que você resolveu fugir da missão na Bolívia?
Nasci em Cuba, estudei em Cuba, passei minha vida na ilha. Minha realidade era: ao me formar médico eu teria um salário de 25 dólares, sem permissão para sair do país, tendo que fazer o que o governo me obrigasse a fazer. Em Cuba, o paramédico é uma propriedade do governo. A Bolívia era um país um pouco mais livre, mas, supostamente, eu tinha sido enviado para trabalhar por apenas três meses. Lá, me avisaram que eu teria de ficar por dois anos. Eu não tinha opção. Eram pagos 5.000 dólares por médico, mas eu recebia apenas 100 dólares: 80 em alimentos que eles me davam e os 20 em dinheiro. A verdade é que eu nunca fui pago corretamente, já que médico cubano não pode ter dinheiro em mãos, se não compra a fuga. Todas essas condições eram insustentáveis.

Você pediu asilo no Brasil?
Pedi que o Brasil me ajudasse no refúgio. Aleguei que faria o Revalida e iria para o Nordeste trabalhar em regiões pobres, mas a Polícia Federal disse que não poderia regularizar minha situação. Consegui um refúgio temporário, válido de 1 de novembro de 2006 a 4 de fevereiro de 2007. Nesse meio tempo, fui à embaixada dos Estados Unidos e fui aprovado.

Após a sua deserção, sua família sofreu algum tipo de punição?
Eles foram penalizados e tiveram de ficar três anos sem poder sair de Cuba. Meus pais nunca receberam um centavo do governo cubano enquanto estive na Bolívia, mas sofreram represálias depois que eu decidi fugir.

Quando você foi enviado à Bolívia era um recém-formado. A primeira leva de cubanos no Brasil é composta por médicos mais experientes...
Pelo o que vivi, sei que isso é tudo uma montagem de doutrinação. Essas pessoas são mais velhas porque os jovens como eu não querem a ditadura. Eu saí de Cuba e não voltei mais. No caso das pessoas mais velhas, talvez eles tenham família, marido, filhos em Cuba. É mais improvável que optem pela fuga e deixem seus familiares para trás. Geralmente, são pessoas que vivem aterrorizadas, que só podem falar com a imprensa quando autorizadas.

Os médicos cubanos que estão no Brasil deveriam fazer o Revalida?

Sim. Em Cuba, os médicos têm de passar por uma revalidação para praticar a medicina dentro do país. Sou favorável que os médicos estrangeiros trabalhem no Brasil, mas eles precisam se adequar à legislação local. Além do mais, a formação médica em Cuba está muito crítica. Eu passei o fim da minha graduação dentro de um programa especial de emergência. A ideia era que eles reduzissem em um ano minha formação, para que eu pudesse ser enviado à Bolívia. O governo cubano está fazendo isso: acelerando a graduação para poder enviar os médicos em missões ao exterior.

sábado, 31 de agosto de 2013

Reinaldo Gonçalves: Governo Dilma, a apoteose da mediocridade economica

O professor da UFRJ, economista Reinaldo Gonçalves, é conhecido crítico da política econômica dos governos petistas, pela esquerda. Ele era um dos integrantes da equipe de conselheiros econômicos, junto com Ricardo Carneiro (da UniCamp), do Assessor Econômico do candidato Lula, Celso Daniel, que foi assassinado em plena campanha eleitoral, como todos sabem. Depois entrou a equipe neoliberal liderada por Antonio Palocci, justamente atacada pelos economistas de esquerda, como ele.
Tem muitos artigos dele circulando pela rede. Os pontos alinhados abaixo foram repassados por um amigo, a partir de um texto maior, que só recebi em arquivo pdf, e não tenho, por enquanto, um link para indicar onde buscar esse material na íntegra.
No seguimento, um artigo dele publicado na FSP.
Paulo Roberto de Almeida

Governo Dilma - Apoteose da mediocridade: Cinco fatos e uma pergunta
(Reinaldo Gonçalves)
30 de agosto de 2013

A divulgação da taxa de crescimento do PIB real no segundo trimestre do ano (1,5% em relação ao trimestre anterior, 3,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado e 2,6% em relação ao primeiro trimestre de 2012) implica cinco fatos e uma pergunta, que são relevantes para a trajetória futura do pais.

Fato No 1: ha convergência e segurança cada vez maiores nas previsões a respeito de taxas anuais de crescimento da economia brasileira de 2,1%-2,2% em 2013-14.

Fato No 2: durante o governo Dilma (2011-14) o crescimento médio anual do PIB brasileiro deve ser aproximadamente 2,0%.

Fato No 3: a taxa media de 2,0% de crescimento do PIB brasileiro e medíocre pelos padrões internacionais atuais.

Fato No 4: a taxa media de 2,0% de crescimento do PIB no governo Dilma também é medíocre pelos padrões históricos brasileiros.

Fato No 5: durante o governo Dilma o desempenho da economia brasileira pode ser visto como a apoteose da mediocridade pelos padrões históricos brasileiros.

Pergunta: tendo em vista os fatos acima, por que Dilma Rousseff ainda é apresentada como candidata a reeleição?
Reinaldo Gonçalves
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31/08/2013 - 03h00

Opinião: Gestão Dilma pode ter 3º pior PIB republicano

REINALDO GONÇALVES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ouvir o texto
Fatos, nada além de fatos. A taxa média anual de crescimento do PIB é 4,5% na era republicana. Nesse período somente dois presidentes são responsáveis por taxas de crescimento do PIB menores do que 2,0%, como média anual do mandato.
Os governos que atingiram a apoteose da mediocridade são: Fernando Collor (-1,3%) e Floriano Peixoto (-7,5%). Neste último o desempenho econômico pode ser explicado, em grande medida, pela ruptura institucional e pela crise política. Já a crise política no governo Collor é explicada, principalmente, pelo desempenho econômico medíocre.
No período 2011-14, as taxas de crescimento do PIB são: 2011 = 2,7% e 2012 = 0,9%. Previsões apontam para crescimento da ordem de 2,0% em 2013 e 2014.
Portanto, a taxa média anual deve oscilar em torno de 2,0%.
O fato é: o governo Dilma pode ter o terceiro pior desempenho da história republicana, com 30 presidentes.
Outro fato evidente: o desempenho da economia brasileira é medíocre pelos padrões internacionais atuais. Vejamos o de crescimento do PIB da economia mundial: 2011 = 3,9%; 2012 = 3,1%; 2013 = 3,1%; e 2014 = 3,8%.
Os dados de 2013-14 são projeções do FMI e significam crescimento médio anual de 3,5% no período 2011-14.
Se considerarmos o grupo dos países em desenvolvimento, o FMI aponta para crescimento médio anual de 5,4% no período 2011-14. Temos, então, dois fatos neste período:
1) em todos os anos a taxa de crescimento do PIB brasileiro é bem menor do que a do PIB mundial e as dos países em desenvolvimento; e 2) dado o crescimento médio anual do PIB brasileiro de 2,0%, é evidente que o Brasil comporta-se como vagão de 3ª classe que fica para trás.
O Brasil fica para trás e isto não se explica pelo que ocorre no mundo. O fracasso brasileiro vem de escolhas erradas feitas pelos grupos dirigentes e setores dominantes. O Brasil embrenha-se em trajetória de desenvolvimento às avessas.
Esta trajetória é marcada, na dimensão econômica, por: fraco desempenho, crescente vulnerabilidade externa estrutural, transformações estruturais que fragilizam e implicam volta ao passado e ausência de mudanças ou de reformas que sejam eixos estruturantes do desenvolvimento de longo prazo.
Fatos, nada além de fatos.
REINALDO GONÇALVES é professor titular de economia da UFRJ e autor do livro "Desenvolvimento às Avessas" (LTC, 2013)

"Esse corrupto que fugiu para o Brasil" - encontro Dilma-Evo em Paramaribo (FSP)

Dilma fala a Evo em 'repúdio completo' por fuga de senador
Pouco antes do encontro na cúpula da Unasul, presidente da Bolívia chama Roger Pinto Molina de 'delinquente'
Chanceler brasileiro diz que permanência do político no país depende de decisão do Conselho Nacional de Refugiados
FABIANO MAISONNAVEENVIADO ESPECIAL A PARAMARIBO
Folha de S.Paulo, 31/08/2013

Em encontro com o colega boliviano Evo Morales na cúpula da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), no Suriname, a presidente Dilma Rousseff manifestou seu "repúdio completo" à fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina com a ajuda de um diplomata brasileiro, mas disse que sua permanência cabe ao Conare (Conselho Nacional de Refugiados).
Já Morales disse que seu país enviará informações sobre os supostos crimes cometidos por Pinto Molina, incluindo o de corrupção, mas classificou o assunto como da esfera da Justiça boliviana e não pediu sua extradição.
O teor da conversa foi relatado pelo novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, que substituiu Antonio Patriota nesta semana justamente por causa da crise gerada pela fuga de Pinto.
Segundo Figueiredo, Dilma explicou a Morales que Pinto Molina solicitou refúgio ao Brasil, cuja análise está a cargo do Conare. Não há prazo para uma decisão.
Em entrevista pouco antes de se encontrar com Dilma, Morales chamou Pinto de "delinquente" e disse: "Que devolvam delinquentes que têm problemas de corrupção", declarou.
Questionado sobre eventuais mudanças no Itamaraty com a sua chegada, Figueiredo disse que "a política externa é a do governo Dilma Rousseff".
Ele afirmou que "há várias coisas sob exame": "O caso da retirada do senador de uma embaixada brasileira e a sua condução sem garantias ao território brasileiro é um fato grave e que está sendo apurado."

MERCOSUL
Por iniciativa de Dilma, os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Paraguai, Horacio Cartes, também se reuniram ontem para discutir a situação do Mercosul.
Em rápida entrevista com jornalistas, Dilma disse que não iria revelar o teor da conversa, que durou meia hora. "Mas, na minha avaliação, foi uma reunião muito positiva, muito construtiva"
Venezuela e Paraguai estão com as relações estremecidas desde o ano passado, quando o então presidente Fernando Lugo, um aliado de Caracas, foi deposto. Os demais membros do Mercosul na época suspenderam Assunção do bloco e, em seguida, promoveram o ingresso da Venezuela, cuja entrada estava bloqueada por causa da falta de aprovação do Senado paraguaio.

Reflexoes ao leu: opcoes morais - Paulo Roberto de Almeida

Em tempos sombrios, como os que vivemos atualmente, quando o fascismo mental e o totalitarismo comportamental ameaçam sufocar qualquer postura independente, autônoma em relação à manada, sempre é bom pararmos um pouco para refletir se o conformismo com o autoritarismo dos que mandam é compatível com velhos valores e elevados princípios que consideramos relevantes na defesa de nossa própria dignidade, quando não com a integridade de certos princípios constitucionais que alguns totalitários insistem em negar. 
Eles não vão recuar, pois estão geneticamente comprometidos com a submissão a essas ditaduras do espírito, de tão triste memória no século 20.
Cabe aos que ainda conservam e preservam laivos de dignidade, no meio do fascismo ambiente, resistir intelectualmente a esses assaltos obscurantistas à razão e à dignidade humana.
Eles sabem do que estou falando. 
Estou falando do quilombo de resistência intelectual, que não é uma Massada do pensamento porque não há renúncia nessa luta e muitos pensam como eu, mesmo dentro da fortaleza do pensamento único, mas que apenas não ousam ou não podem se expressar. 
Em certas horas, porém, é preciso ter coragem de sair em campo aberto e de lutar o bom combate para que o mal, a fraude e a mentira não prevaleçam. 
Sei que não estou sozinho nesse combate e mesmo que eu seja obscurecido pela censura ou temporariamente vencido pelo chicote da repressão, tenho certeza de que a mensagem permanece e de que a verdade prevalecerá.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 31/08/2013

Leitor: voce prefere os companheiros ou fica com Eduardo Saboia? -Reinaldo Azevedo


Eduardo Saboia: o Brasil é melhor com a sua coragem, mas ele corre o risco de ser expulso da diplomacia

Enquanto se realizava a reunião da Unasul, no Suriname, um tal Dino Bouterse era preso (anteontem) no Panamá, acusado de tráfico de drogas e de armas. Dino é filho de Desiré Bouterse, o anfitrião do encontro, um conhecido carniceiro, que comandou uma ditadura feroz no Suriname entre 1980 e 1997. Em 2000, ele foi condenado na Holanda pelo tráfico de imodestos 474 quilos de cocaína. Gente fina. Em 2010, voltou ao poder, aí por intermédio de eleições. O filho mostra que quem sai aos seus não degenera a estirpe de bravos. Foi nesse lugar aprazível, em meio a gente decente e honrada, que a presidente Dilma Rousseff manteve, nesta sexta, um encontro privado com Evo Morales, o índio de araque que governa a Bolívia.
Ela expressou, uma vez mais, o seu repúdio pela operação que resultou na vinda do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. A fuga foi organizada pelo diplomata Eduardo Saboia, que respondia interinamente pela representação brasileira. O governo brasileiro deu início a um trabalho de demonização de Saboia, expressa, uma vez mais, na entrevista coletiva concedida por Luiz Alberto Figueiredo, o novo chanceler: “O caso da retirada do senador de uma embaixada brasileira e a sua condução sem garantias ao território brasileiro é um fato grave e que está sendo apurado.”
Figueiredo começa mal. O Ministério das Relações Exteriores, sob as suas barbas e com o seu consentimento, está sob uma espécie de intervenção. Pela primeira vez na história da diplomacia — que eu saiba, não aconteceu nem durante a ditadura —, uma comissão de sindicância interna é comandada por alguém que não pertence aos quadros do próprio Itamaraty. O objetivo é punir Saboia e dar um copo de sangue ao protoditador bolivariano — que finge indignação para ver se arranca mais algum do Brasil.
O governo brasileiro decidiu que quem vai comandar a sindicância, que selará o destino de Saboia, é um senhor chamado Dionísio Carvalhedo Barbosa. Qual a sua qualificação para o caso? Ora, ele é assessor especial da Controladoria-Geral da União e auditor fiscal da Receita Federal. Logo, como se vê, a resposta é esta: qualificação nenhuma! Mas calma! Cavalhedo Barbosa está acostumado a servir a autoridades maiúsculas, a verdadeiros gigantes morais da política. Era secretário-adjunto de Transparência e Controle do governo do Distrito Federal, sob o comando do petista transparente… Agnelo Queiroz.
Chegou-se a noticiar que os embaixadores Glivânia Maria de Oliveira e Clemente de Lima Baena Soares, chefe do Departamento de América do Sul, integravam a comissão de sindicância, mas eles pediram para sair — ou melhor, para não entrar.
Homem decente
Saboia é um homem decente e unanimemente reconhecido por seus pares como trabalhador e dedicado. Durante a prisão dos torcedores brasileiros na Bolívia, era ele o elo com os familiares dos presos. Neste caso do senador boliviano, há muito ele vinha advertindo seus chefes de que a situação caminhava para o insustentável. Mas o homem ficou lá, mofando, por 15 meses — e talvez outros 15 viriam se não tivesse tomado um atitude. Não serei eu a incentivar a indisciplina, mas chega uma hora em que é preciso indagar se não se está diante da desobediência devida. Saboia sabia que Evo Morales não daria o salvo-conduto. O governo brasileiro não tratava o assunto como prioritário.

Evo Morales está afetando uma indignação que não tem. O governo brasileiro sabe que o próprio presidente boliviano havia proposto uma solução, digamos, extra-curricular, com a fuga “combinada” de Molina. Dilma não topou a parada — e, convenhamos, fez bem nesse particular. Mas é certo que Evo, agora, está valorizando o incidente.
Em entrevista, o presidente boliviano chamou Molina de “delinquente”, mas não entrou com o pedido de extradição. A Folha publica um depoimento do senador. Ali está a face dos regimes bolivarianos. Reproduzo trecho:
(…)
Evo Morales era alguém com quem convivi nos primeiros anos no Congresso. Era um amigo, com quem eu podia jogar futebol. E jogamos várias vezes juntos, tenho fotos.
De maneira contínua ele me convidou para participar desse projeto político, ou parte desse projeto. Tínhamos uma visão diferente. Sempre acreditei que o tema da coca fosse a matéria-prima para o narcotráfico e era preciso atacar isso. Ele defendia a coca. Eu acreditava na liberdade, no direito privado, na propriedade das coisas e consciente de que era necessário reduzir a coca.
Quando chegou ao governo, Evo nos convidou de novo ao palácio, umas três ou quatro vezes. Ele queria que fizéssemos parte do seu governo. Nós achamos que era mais importante ajudá-lo nos temas sociais, da luta contra a miséria, com isso nós nos comprometemos.
Mas logo veio um processo de decomposição e violência do governo que atribuo à presença cubana e ao processo de linchamento político.
Depois que Cuba e Venezuela intervieram de forma direta [formando parcerias com o governo], ele teve outro tipo de política e comportamento muito mais agressivos. Então se estabelece como política de seu governo acabar com a oposição. E começa a perseguir de maneira sistemática todos os ex-presidentes, ex-governadores.
Todos os governos de esquerda querem é chegar, mudar a Constituição, adequá-la a eles, porque têm um objetivo, consolidar-se no governo, não importa como.
(…)
O isolamento na embaixada era insuportável. Em algum momento, disse “bom, por que não termino isso de uma vez?”. Na primeira vez parece estranho, porque sou cristão. Mas à medida que o tempo passa, isso volta à mente, “seria tão simples e amanhã tudo estaria acabado”. Saboia começou a se preocupar. E então ele me disse ter três opções, e a terceira era cumprir os objetivos que havia dito a presidente Dilma [quando da concessão do asilo], que era preservar minha vida.

Retomo
Os sinais de que os processos contra Molina são uma farsa são gigantescos. Acusar os adversários políticos de corrupção é o padrão dos estados bolivarianos. A histeria meio indecorosa de Dilma Rousseff envergonha a diplomacia brasileira, O que pretendia a presidente brasileira? Se comparar o embaixada ao Doi-Codi foi um exagero retórico de Eduardo Saboia, afirmar que a Soberana se prestava ao papel de carcereira de Molina parece bastante apropriado. Dadas as circunstâncias, quem honrou a história da diplomacia brasileira foi Saboia, não Antonio Patriota, que, tudo indica, nem era levado a serio por sua chefe. E não parece que o respeito será conquistado pelo novo chancelar, que estreia no cargo com o Itamaraty sob intervenção.

Eduardo é filho do embaixador Gilberto Saboia, que tem uma história ligada à defesa dos direitos humanos. O Globo ouviu o pai para fazer um perfil do filho, em texto publicado nesta sexta. Gilberto conta uma história do seu passado. Reproduzo trecho:
Um policial em fuga bate à porta da embaixada brasileira na Guatemala, pedindo abrigo. Dizia-se perseguido pelo governo, acusado de ser “comunista”. O diplomata encarregado de Negócios decide abrigá-lo. Durante uma semana, mantém o refugiado em casa (o embaixador havia deixado o país, ameaçado de sequestro), sob o olhar da mulher e dos dois filhos. Entre eles, Eduardo Saboia. O ano era 1975.
(…)
“Não tenho certeza se o Eduardo se lembra disso. O policial apareceu na chancelaria e entregou um revólver, dizendo-se ameaçado de morte. Eu fiquei sem saber o que fazer. Peguei ele, botei no carro e levei para casa. Esse policial ficou lá. Imagina o perigo. E o Itamaraty não me dava instruções. Quando deu, o homem já tinha fugido. Naquele tempo era ditadura aqui e lá. Era improvável que fosse concedido asilo. Mas assim mesmo eu não quis deixar de tentar salvá-lo”, lembra Gilberto Vergne Saboia, pai de Eduardo, admirado com a coincidência dos casos, com desfechos e repercussões distintas.
(…)

Voltei
Atenção, leitor! “Ditadura lá e aqui”. 1975! E nada aconteceu a Gilberto Saboia. Dilma Rousseff, no entanto, em plena democracia, quer a cabeça de um diplomata por ter seguido a longa e saudável tradição da diplomacia brasileira (ver nesta página texto da senadora Kátia Abreu) de conceder proteção a perseguidos políticos. Entendo. É que o governo petista gosta mesmo é de devolver pugilistas desamparados a Fidel Castro e de abrigar terroristas.

Reproduzo mais um trecho do texto do Globo:
Católico fervoroso — entre as reações de fãs nas redes sociais está o pedido por correntes de orações para o diplomata — , Eduardo desenvolveu o fervor da fé já adulto. O pai suspeita que houve alguma influência da mãe. Mas diz que a profundidade do sentimento religioso surgiu já depois de casado. Na entrevista publicada nesta quinta-feira, no “Globo”, o diplomata diz que precisa de “muitas orações”. E, ao explicar a operação de fuga de Roger Molina, afirmou ter “ouvido a voz de Deus”.
A religiosidade teria sido, então, decisiva na resolução de assumir os riscos e planejar a fuga do senador, com quem conviveu por um ano, em situação cada vez mais dramática?
“Pode ter tido influência sim, porque ele tem essa questão espiritual bem forte. Mas ele não agiu assim de forma quixotesca. Antes, advertiu muito o chefe dele (Patriota), que foi também punido. O que espero é que o bom senso prevaleça.”

EncerroO diplomata não ouve vozes, leitores. A “voz de Deus”, no caso, é só a voz que conduz ao bem. O Brasil é melhor com Saboia do que com a covardia dos que pretendem puni-lo.

Brasil: uma politica economica esquizofrenica - Rogerio Werneck, Rodrigo Constantino

Do blog do economista liberal Rodrigo Constantino:


30/08/2013
 às 15:27 \ EconomiaIntervencionismoLiberdade Econômica

O modelo equivocado tem mãe. Ou: O problema vem do andar de cima.

Muita gente torce para alguma indicação mais concreta de que o modelo econômico, visto por quase todos como equivocado, finalmente será alterado. Concessões mais amigáveis aos investidores, fim da contabilidade criativa e maior rigor no combate a inflação. Compram sonhos.
Não só nenhum dos principais nomes envolvidos na concepção do modelo foi rifado apesar dos fracassos, como é preciso constatar que a cabeça da Hidra está um andar acima. Guido Mantega e Luciano Coutinho, por exemplo, exercem sua influência na medíocre gestão da economia, sem dúvida. Só que não basta demiti-los – o que sequer foi feito, pois a crença no nacional-desenvolvimentismo está enraizada em quem dá as cartas.
É o que sustenta Rogério Werneck em sua coluna de hoje no GLOBO, “Um governo em apuros”. Ele diz:
A esta altura, qualquer esforço sério de restauração da credibilidade da política fiscal exigiria mudança da equipe econômica. Algo que o governo obviamente não está disposto a fazer. Não obstante o lamentável desempenho da economia e a extensão do descrédito da política fiscal, a presidente não parece ter intenção de fazer qualquer alteração maior na equipe econômica, seja na Fazenda, seja no Tesouro, seja no BNDES.
Isso sugere que o problema de falta de credibilidade da política econômica é de solução bem mais difícil do que em geral se pensa. É preciso levar mais a sério o que diz a presidente Dilma, quando se dá ao trabalho de esclarecer, com todas as letras, que, na verdade, a central de formulação e condução da política econômica está instalada no terceiro andar do Palácio do Planalto. Só não entende quem não quer.
Exato. Quem determina os rumos das políticas econômicas é a própria presidente. Ela que tem endossado os malabarismos todos, o grau assustador de intervencionismo estatal, o congelamento de preços, os subsídios do BNDES. A visão distorcida acerca do funcionamento da economia não é apenas do segundo escalão, que por lábia aguçada teria persuadido a chefona. É da própria chefe!
E agora, com apenas um dado de crescimento acima do esperado, sendo que todas as previsões já apontam para recuo no próximo trimestre, o governo voltou a vender euforia e ridicularizar os “pessimistas”. Já vimos o fundo do poço, diz Mantega, mais torcedor que qualquer coisa.
Com isso, o equívoco ganha sobrevida. A equipe que vem adotando tantas medidas erradas respira aliviada, aumentando o grau de tensão do mercado. Menos pressão para mudar o rumo. Mais problemas à frente. Tudo devidamente apoiado pela própria presidente Dilma.

Brasil-Bolivia: um Senador discreto, um Advogado mais ainda - Lauro Jardim (blog Veja)

17:03 \ Internacional

Recado dado

Molina: exames médicos
Advogado do senador boliviano Roger Molina, Fernando Tibúrcio vem evitando a todo custo rebater qualquer declaração publicada na imprensa sobre seu cliente. A estratégia do momento tem sido elogios e palavras de agradecimento ao estado brasileiro e até a Dilma Rousseff, que, publicamente, desancou o diplomata Eduardo Saboia, responsável pela missão extraoficial de retirada de Molina de La Paz.
Quando perguntado sobre as declarações de Dilma, que rechaçou a comparação feita por Saboia entre as instalações do DOI-CODI e o quarto em que Molina ficou confinado, Tibúrcio volta a recorrer ao espírito de gratidão, mas esclarece:
- O quarto em que o senador ficou era pequeno, as janelas não abriam e ele divida o banheiro com funcionários da embaixada. Era dentro do prédio da embaixada, não numa casa. Então por isso e pelo fato de ter ficado confinado, sem poder caminhar, transitar é que falou-se do conforto, mas ele sempre foi muito bem tratado por todos na embaixada.
Fernando Tibúrcio admite que Roger Molina vem recebendo uma enxurrada de pedidos de visitas de políticos brasileiros – principalmente da oposição. A turma, óbvio, anda louca para capitalizar o episódio e a crise diplomática com a Bolívia. Tibúrcio, porém, diz não ser o momento.
- Claro que surgiram vários pedidos de oposicionistas e situacionistas, mas não é conveniente politizar o ocorrido.
A propósito, de acordo com Fernando Tibúrcio, Roger Molina não trocou uma palavra com Eduardo Saboia desde que pisou em solo brasileiro. A mais recente visita de Molina foi a uma equipe médica: ontem, se submeteu a um check-up médico e psicológico. O resultado: tudo ok.
Por Lauro Jardim