O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Diplomatizzando: postagens mais visitadas...

As postagens mais acessadas na semana que passou: 

Postagens

A direita reacionária brasileira no abismo de abjeção - Flavio Quintela (Gazeta do Povo)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
206
O PT, que destruiu a Petrobras, finge salva-la de uma privatização que não existe Josias de Souza
Postado por Paulo Roberto de Almeida
169
Bicentenario: revista 200, do Itamaraty, descontinuada
Postado por Paulo Roberto de Almeida
104
5G da Huawei: a luta de retaguarda dos EUA (NYT, The Atlantic, Asia Times)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
79
Lições da Revolução Francesa - John O. McGinnis (Law and Liberty)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
76
A tropa olavista no governo Bolsonaro - BBC Brasil (10/01/2019)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
73
A Conferência de Madri, fracasso ou sucesso? - José Goldemberg (OESP)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
72
‘Les Temps Modernes’: End of an Epoch - The New York Review of Books (2019)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
70
O centro nervoso da política externa do Brasil: finalmente descoberto
Postado por Paulo Roberto de Almeida
68
O Brasil a caminho da decadência - Monica de Bolle
Postado por Paulo Roberto de Almeida
66
O Partido Militar Governa, o Partido Olavo-Bolsonarista faz Baderna - Vinicius Torres Freire (FSP)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
66
Globalismo não é o problema, e sim políticas internas
Postado por Paulo Roberto de Almeida
65
Universidades federais reclamam de Weintraub e de Guedes
Postado por Paulo Roberto de Almeida
64
A guerra cultural no Brasil - Daniel Peres (Public Seminar) 
Postado por Paulo Roberto de Almeida
63
Você não é paranoico, mas está sendo perseguido por um autocrata? Leia Masha Gessen (2016)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
63
Embaixador Nestor Forster: programa de trabalho nos EUA
Postado por Paulo Roberto de Almeida
62
Editorial da FSP castiga a submissão de Bolsonaro a Trump
Postado por Paulo Roberto de Almeida
61
Nestor Forster, o homem de Bolsonaro em Washington - Henrique Gomes Batista (Epoca)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
57
Política externa bolsonarista: impregnada de religião 
Postado por Paulo Roberto de Almeida
55
Maquiavel era maquiavélico? - Livro de Patrick Boucheron (traduzido do francês)
Postado por Paulo Roberto de Almeida
54

Souvenirs de um Carnaval passado... - Paulo Roberto de Almeida

Na proximidade da segunda-feira de Carnaval, recolho algumas postagens de um ano atrás, aproximadamente, quando eu tentava corresponder à minha natureza aberta ao diálogo e ao debate aberto sobre a política externa brasileira e sua respectiva diplomacia.
Parece que alguns não concordaram...
Paulo Roberto de Almeida
Carnaval de 2020


3422. “A política externa brasileira em debate: Ricupero, FHC e Araújo”, Brasília, 4 março 2019, 18 p. Introdução, em 2 p., à transcrição de três textos relativos à política externa do governo Bolsonaro, de Rubens Ricupero (25/02/2019), de Fernando Henrique Cardoso (03/03/2019), e do chanceler Ernesto Araújo (3/03/2019). Postado no blog Diplomatizzando (4/03/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/a-politica-externa-brasileira-em-debate.html); disponibilizado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/70710c9869/a-politica-externa-brasileira-em-debate-ricupero-fhc-e-araujo); disseminado no Facebook (link: https://www.facebook.com/paulobooks/posts/2346416628755107). Novamente disponibilizado através do blog Diplomatizzando (10/03/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/ricupero-fhc-e-ernesto-araujo-em-debate.html). Comentários dos leitores disponibilizados no blog Diplomatizzando (20/03/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/a-politica-externa-brasileira-em-debate_20.html).

3423. “Nota sobre minha exoneração como diretor do IPRI”, Brasília, 4 março 2019, 1 p. Explicando o que se passou. Divulgado no blog Diplomatizzando (4/03/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/nota-sobre-minha-exoneracao-como.html), no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/2347578208638949). “Crônicas do limbo” n. 1.


Revista 200, n. 1 (único), do GT do Bicentenario do MRE (2018): descontinuada

Consegui, finalmente, obter o arquivo digital completo da Revista 200, número 1 e único, mas que pretendia ser o início de uma série para preparar as comemorações do bicentenário da independência do Brasil, sendo que nenhum exemplar foi distribuído formalmente a seus colaboradores e público interessado potencial.
Impressa nos últimos dias de 2018, ela foi trancada, congelada, escondida pela atual administração do Itamaraty, sem que explicações plausíveis fossem oferecidas, o que considero um imenso desrespeito em face do imenso trabalho que tiveram seu editor, o embaixador Carlos Henrique Cardim, e outros diplomatas engajados no trabalho de produzir essa grande realização intelectual, de valor histórico inestimável.
Coloquei o arquivo na plataforma Academia.edu, no link abaixo: 

Revista 200 - GT do Bicentenario da Independencia do MRE (n. 1, 2018, unico)

O sumário da revista segue abaixo: 





sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

IPRI: Percursos Diplomáticos, também descontinuado... - Paulo Roberto de Almeida

Esta série de entrevistas com diplomatas aposentados ou personalidades marcantes da diplomacia brasileira foi instituída por mim, assim que assumi o cargo de diretor do IPRI, em coordenação com o diretor do Instituto Rio Branco, embaixador José Estanislau do Amaral Souza, e se destinava a permitir que experientes diplomatas e ex-chanceleres transmitissem aos alunos do IRBr e aos diplomatas interessados uma avaliação pessoal sobre suas respectivas trajetórias de carreira, num formato aberto e totalmente livre.
Foi inaugurado com a apresentação extremamente concorrida do embaixador Rubens Ricupero, uma unanimidade entre os diplomatas sensatos, só não pelos aloprados. A série foi mantida durante aproximadamente dois anos, numa sequência de uma vez por mês, geralmente as últimas sextas-feiras de cada mês.
Listei abaixo os eventos que pessoalmente organizei, sendo que o primeiro do ano de 2019, previsto por mim e com data marcada, não se realizou, tanto por causa de minha demissão do IPRI, como por outros percalços políticos quando tomou posse a administração atual do Itamaraty, minimalista, por assim dizer, nas suas poucas iniciativas (geralmente antiglobalistas). Esse último convidado por mim teria sido o embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa. 
Depois de minha exoneração, dois ou três outros diplomatas, que também estavam na minha lista foram efetivamente convidados, depois parou, não sei porque. Muitas outras coisas programadas foram interrompidas, descontinuadas, simplesmente eliminadas da agenda, inclusive publicações já comprometidas com seus autores.


Percursos Diplomáticos - IPRI/IRBr
http://www.funag.gov.br/ipri/index.php/percursos-diplomaticos

De março de 2017 a novembro de 2018 
(abaixo em ordem cronológica inversa) 
Relação compilada por Paulo Roberto de Almeida 
Diretor do IPRI de 3/08/2016 a 4/03/2019

Esta série inscreve-se numa programação conjunta do Instituto Rio Branco (IRBr) e do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), destinada a propiciar encontros de personalidades da diplomacia brasileira com estudantes do IRBr, diplomatas e comunidade acadêmica de modo geral, com o objetivo de permitir um debate aberto sobre carreiras e experiências de vida vinculadas à política externa e à diplomacia brasileira, em um ambiente informal.

Abaixo uma relação, na ordem cronológica inversa, dos encontros já realizados nesta série:

23/11/2018: Embaixador Sérgio de Queiroz Duarte https://youtu.be/wDLWLC9GiSU

19/10/2018: Embaixador Osmar Vladimir Chohfi (em preparação)

14/09/2018: Embaixador Jorio Dauster Magalhães e Silva 
https://youtu.be/U-_ppvTfWoE

24/08/2018 Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto https://youtu.be/6gPTjMtlfqE

29/06/2018: Embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues https://youtu.be/pSa3vbOCKHY

25/05/2018: Embaixador Ronaldo M. Sardenberg 
https://youtu.be/AArGLQ1nJts

27/04/2018: Ex-Embaixador Celso Lafer
https://youtu.be/BjOuGIY0o-c

23/02/2018: Embaixador Gelson Fonseca 
https://youtu.be/Eh6j8b5vbQg

24/11/2017: Embaixadora Thereza Quintella 
https://youtu.be/e3U4yIFRM90

20/10/2017: Embaixador Rubens Barbosa
https://youtu.be/LmXsvdbV0xI

06/10/2017: Embaixador Roberto Abdenur
https://youtu.be/CHS6NPO1gm8

21/07/2017: Embaixador José Alfredo Graça Lima
https://youtu.be/MJd5z293JPE

26/05/2017: Embaixador Marcos Azambuja
https://youtu.be/idGaq_vbONE

17/03/2017: Rubens Ricupero
https://www.youtube.com/watch?v=OzrS1Fw-ZAk&feature=youtu.be

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 23/03/2019

Agricultura 5.0: mudanças em curso - Canal Aduaneiro

Recebi do Canal Aduaneiro esta interessante informação sobre as transformações da produção agrícola ao longo do tempo.
Paulo Roberto de Almeida
Cana Aduaneiro: 21 Feb 2020 05:40 AM PST
A Agricultura 4.0 é um conjunto de tecnologias digitais integradas e conectadas por meio de softwares, sistemas e equipamentos.
Essa integração é capaz de otimizar a produção agrícola em todas as suas etapas, significando um melhor monitoramento, gestão e controle da produção agrícola, com redução de custo e desperdícios.
[Estas são as etapas das diversas revoluções agrícolas]
Analisando a história da agricultura no mundo, quando se começou a usar força animal, é que a agricultura se reinventou. 
Porém, foram as máquinas agrícolas trouxeram grande contribuição para aumento da produtividade no campo. Elas também permitiram a produção em larga escala.
Depois, veio a tração baseada no motor à combustão, com tratores e implementos, conhecida como agricultura 2.0. Nos últimos 15-10 anos é que se começou a agricultura de precisão, que consideram as diferenças que existem na área, conhecida como agricultura 3.0. Nos dias atuais, as tecnologias digitais, na chamada agricultura 4.0, estão fazendo a diferença na melhoria da atividade agrícola. Usando as ferramentas adequadas, é possível gerar e analisar uma grande quantidade de dados para o produtor e assim facilitar a operação diária.
Os principais elementos da Agricultura 4.0 são:
  • Gestão, a partir da obtenção e coleta de dados primários e secundários;
  • Produção, a partir de novas ferramentas e técnicas;
  • Sustentabilidade nos processos produtivos, e
  • Profissionalização.
Estas inovações ocorrem a partir de dispositivos conectados e integrados que permitem a automação dos processos visando melhorar a produtividade agrícola, eficiência na utilização de insumos com foco na diminuição dos impactos ambientais, consequentemente reduzindo custos e aumentando a segurança dos trabalhadores do campo.
E na prática, quais são essas ferramentas?
Cada vez mais ouvimos falar sobre drones, veículos autônomos, biotecnologia, big data e outras inovações que vêm sendo incorporadas ao mundo rural.
E isso exige conhecimento da sua propriedade e negócio. Por isso, seja você um pequeno ou grande produtor rural, essas ferramentas digitais podem te auxiliar!
Exemplos:
  • Ferramentas para Agricultura de precisãoPiloto automático, monitor de colheita; drones para coleta de imagens, sensores;
A agricultura 5.0 deve ter início a partir em 2022, em que as máquinas trabalharão com mais autonomia. (EMBRAPA, 2019)
Assim, a informação e autonomia de decisão serão as palavras-chave do agricultor do século 21. E para produzir com mais qualidade e eficiência, a tecnologia será a principal aliada do produtor.
Claro que, primeiramente, a tecnologia precisa ser fácil manuseio, autodidata, e que vise a extração, geração e aplicação dos dados.  Será necessário também investimento público e privado para que por exemplo, as redes de conexão de celulares estejam disponíveis no campo. 
 E um dos requisitos base será a preparação e mudança da mentalidade do produtor rural, no qual será necessária uma ruptura do paradigma de que a tecnologia é uma aliada do campo. Porém o seguinte questionamento surge, com tanta tecnologia disponível ao produtor rural, será que a máquina vai substituir o homem no campo?

Referências:
AGROSMART. Para alimentar o mundo, é preciso trazer inovação para a agricultura. 2016. Disponível em: < https://agrosmart.com.br/blog/alimentar-o-mundo-trazer-inovacao-para-agricultura/> Acesso em: 17.fev. 2020.
CIGANA. C. Agricultura 4.0 é nova fronteira no campo. Zero Hora: Campo e Lavoura. 2016. Disponível em: < https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/campo-e-lavoura/noticia/2016/09/agricultura-4-0-e-nova-fronteira-no-campo-7413654.html> Acesso em: 17.fev. 2020.
EMBRAPA. Agricultura 4.0: ferramentas digitais mostram benefícios das tecnologias. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/43544530/agricultura-40-ferramentas-digitais-mostram-beneficios-das-tecnologias>. Acessado em: 17.fev.2019
ESTADÃO. Falta de conectividade no campo prejudica o setor. Disponível em: <https://especiais.estadao.com.br/canal-agro/entrevistas/falta-de-conectividade-no-campo-prejudica-o-setor/>. Acessado em:  17.fev.2019
MASSRUHÁ, S. M. F. S. Tecnologias da informação e da comunicação: o papel na agricultura. AgroANALYSIS: A Revista do Agronegócio da FGV, São Paulo, v. 35, n. 9, p. 29-31, 2015

A guerra cultural no Brasil - Daniel Peres (Public Seminar)

The Cultural Counter Revolution in Brazil

Fascism’s advance in education

On February 7, The Guardian published a very important Open Letter, signed by more than 2000 artists, intellectuals, and journalists — among then Caetano Veloso, Noam Chomsky, Nancy Fraser, and Julian Schnabel — to denounce the attacks perpetrated by Bolsonaro’s government against Brazilian democracy and freedom of expression. This open letter was ignited by a Facebook live video by Roberto Alvim — at that moment, federal minister of culture — quoting Goebbels and presenting the government’s plan for a “national and heroic art.”
The government is not only restricting our freedom of expression, though. It is more than that. They are attacking our educational system, and thus attacking our common culture. Brazil is a very diverse country, in terms of culture, and unequal, in terms of wealth and opportunities. It is not at all clear, with such diversity, that one can speak of a common culture. Since the end of our dictatorship, we have been struggling for achieve such commonality, in order to support democracy. But on the other hand, we need democracy to build a common culture, a democracy that respects our diversity at the same time that fights against our inequalities. Now, as the title of Petra Costa’s film states, we are at the edge.
The attacks referenced in the open letter have been very effective. The federal government is pushing to transform common sense, and trying to normalize hideous moral views. Bolsonaro goes on Twitter daily and suggests things like that HIV+ people should stop receiving public health treatment, not only because of its a high cost for taxpayers, but also because of the supposedly immoral behavior attached to HIV. He also recently stated that our indigenous people, especially those still living in the Amazon Forest and National Reserves, are not humans. Paulo Guedes, his minister of finance, now trying to enact an administrative reform, attacks public servants as parasites. Ernesto Araújo, minister of international affairs, keeps defending the idea that the military dictatorship we had from the 1960s until the 1980s never existed, that it is at the most a matter of interpretation.
The actions of Abraham Weintraub, the minister of education, have undoubtedly played a most prominent role. In his policies, he is advancing a counter-revolution in everyday Brazilian life. Since the first day he took office, Weintraub made clear that his objective is to tear apart our public education system, from kindergarten to the University. The government views our school public system as captured by Gramsci and The Frankfurt School, and they see themselves as the crusaders that will free Brazil from the plague of cultural-Marxist infidels, restoring Christianity and true family values in our Schools.
No doubt there is much hypocrisy in all this, but hypocritical or not, the policies — or lack of them — is real. Even though our constitution divided the responsibility for the public education system between municipal (K12), state (High-School), and federal (Universities) governments, that fact is that due to regional disparities, the Federal Government has a prominent role in all the system. The executive branch is particularly vital to all this work. In 2006, working together with congress, our executive created a Public Fund, called FUNDEB, that helps municipalities and states to open, maintain, and improve their schools.
FUNDEB is a fund that must be renewed periodically, and that is when the executive and legislative must come together and compromise concerning our educational system and policies. This fund is set to expire, and the federal government has given no sign that it intends to work with the congress to renew it. So we are now facing the real possibility of a total collapse. The reason for the executive branch not to play ball is only one: to force local governments to adopt the only educational program this fascist government has to offer, the militarization of our schools. The program is called Civic-Military School, and it was created by executive decree on September 2019. To imagine that any country will give its educational system to the military is absurd. To propose to a society that not long ago was facing a brutal military dictatorship do it is even more so.
At the other point in our public educational system, we have our public universities, responsible not only for undergraduate courses but almost for all good graduate ones. More than 90% that our scientific research, in all areas, is done by public Universities. Last year we faced serious budget cuts. This is in itself a huge problem, of course. However, there is more, and it may be useful to make a distinction that is not precisely correct but may help to understand where the danger comes from.
The budget for undergraduate courses comes from one source; that money that pays for everything, from electricity to staff salaries, etc. The budget for graduate courses and all research comes mainly from two other sources, CAPES, that is responsible for M.A. and Ph.D. financing, and CNPq, responsible for financing scientific research. The government doesn’t have much latitude to nominally reduce the budget that keeps — at least for now — the University open and working in its undergrad courses, but it can simply shut down all our public graduate system.
In the presidency of CAPES we now have a true believer in creationism. If this was a private matter, no problem at all. However, it is not, since he is committed to giving creationism the same status as evolutionary theory. The government may want to create a Center for the Research of Intelligent Design, the problem is not that. The problem is that they are trying to blur the difference between what is science and what is not, what is a matter of objective knowledge, and what is only a question of simple — no matter how profound — belief, faith. We do not need to start a discussion about the objectivity of knowledge to see how dangerous this is, in particular for the humanities. Though it should not surprise us given that a high government official said that whether or not a dictatorship occurred is a matter of interpretation. No, it is not! It is a historical fact!
The government launched a further attack against our Universities, however. At the very end of 2019, they presented a law that changes the way the Presidents of the Universities are appointed. If this law passes through congress, the government will have an even stronger hold on our academic life and freedom. They will not only appoint the President of the Universities they chose, but they will outright control all the University, even our University Council.
Brazilian democracy is facing another hard year in 2020, but we will keep fighting and resisting. This moment is a harsh lesson we are passing through, but we will learn. Last week some representative members of Congress, from parties that go from right to left, present an appeal to our Supreme Court to remove Abraham Weintraub from office. Fascism is insidious and grows like cancer. But cancer is not undefeatable, and we can defeat our fascists. Resisting the attacks on education is an important starting point.

Daniel Peres is Professor of Philosophy at Federal University of Bahia (UFBA), Brazil.
Related Names:  Abraham WeintraubJair Bolsonaro

Bicentenario: revista 200, do Itamaraty, descontinuada

O Governo Temer criou em 2017, por decreto, uma Comissão Nacional do Bicentenário, que nunca funcionou, não só porque ela era presidida pelo Ministro da Cultura, e pelo menos quatro ministros se sucederam no MinC, sem jamais colocá-la para funcionar, como também porque os demais ministérios engajados na Comissão tampouco atuaram para preparar as comemorações nacionais (talvez internacionais) vinculadas aos primeiros 200 anos de vida do Estado-nação independente.

Preocupado com o fato, de um ponto de vista intelectual, suscitei, enquanto fui diretor do IPRI – Instituto de Pesquisa das Relações Internacionais – de agosto de 2016 a março de 2019, a criação de um Grupo de Trabalho do Bicentenário, no âmbito do Gabinete do Ministro de Estado, que na época era o Senador Aloysio Nunes. O Secretário do GT era o chefe de gabinete do ministro, embaixador Eduardo Saboia, que nos deu todo o apoio, e atuava como Coordenador Adjunto o embaixador Carlos Henrique Cardim.

Foi Cardim – ex-decano de extensão na UnB, quando foi também responsável pela tradução e edição de centenas de obras relevantes do pensamento político internacional – que teve a ideia de fazer uma revista, à qual deu um título muito simples: 
200

Com todo o esforço conjunto de algumas diplomatas engajados na preparação editorial dessa revista, que deveria ser uma publicação periódica, foi montado o primeiro número.

Eis o Expediente da revista: 
Revista 200, ano I, n. 1, outubro-novembro-dezembro 2018; ISSN: 2596-2280
Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independência do Ministério das Relações Exteriores
Ministro Aloysio Nunes; SG Marcos Galvão
Chefe de Gabinete: Eduardo Saboia
Coordenador Adjunto: Carlos Henrique Cardim

O primeiro número ficou pronto justo a tempo de ser lançado ainda no governo Temer, mas pequenos problemas de última hora inviabilizaram a sua distribuição imediata. 

Eis o Sumário do primeiro número da revista, tal como penosamente e carinhosamente preparada pelo Cardim.

Quando algumas centenas de exemplares da revista ficaram prontas na gráfica, já tinha sido eleito o governo atual, e a revista foi, por assim dizer, CONGELADA.

Este talvez seja o termo correto, CONGELADA: não foi distribuída pela nova Administração e não se tem notícia de qualquer decisão quanto a ela.

O que foi feito dela? Confesso que ignoro.
O expediente da Revista 200 indica (ou indicava) que "é uma publicação periódica do Grupo de Trabalho do Bicentenário da Independência do Gabinete do Ministro de Estado

Site: http://www.itamaraty.gov.br/revista200 (mas uma tentativa de acesso foi frustrada)

Erro 404  - Artigo não encontrado - Pedimos desculpas pelo inconveniente, mas a página que você estava tentando acessar não existe neste endereço. Se você está certo que o endereço informado está correto mas está encontrando um erro, por favor entre em contato. Obrigado.

E-mail: 200@itamaraty.gov.br (não devolve, mas deve estar desativado).


Como eu colaborei com a revista, com um artigo sobre Hipólito da Costa, que considero o primeiro estadista da nação, consegui um exemplar, a partir do qual elaborei uma pequena amostra do que é a revista, que coloquei nestes dois links da plataforma Academia.edu:
e

Meu artigo publicado no n. 1, e até aqui ÚNICO, foi este aqui: 

 3317. “Hipólito da Costa: o primeiro estadista do Brasil”, Brasília, 8 agosto 2018, 25 p. Artigo sobre o primeiro jornalista independente do Brasil como homem de Estado, para a revista 200, do projeto Bicentenário, sob editoria do embaixador Carlos Henrique Cardim. Revisto em 27/08/2018; resumido para fins de publicação


“Hipólito da Costa: o primeiro estadista do Brasil”, publicado em versão abreviada na revista 200 (Brasília: MRE, ano I, n. 1, outubro-dezembro de 2018, pp. 186-211). 



Divulgado em versão completa no blog Diplomatizzando (3/010/2018; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2018/10/hipolito-jose-da-costa-o-primeiro.html) e em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/s/23837e7fa3/hipolito-da-costa-o-primeiro-estadista-do-brasil-2018).


O que aconteceu com a revista? 
Não sabemos!
O que se está pensando em fazer para as comemorações do Bicentenário da Independência?
Não sabemos!
Aliás, não existe nem Ministério da Cultura, nem cultura, para sermos mais precisos...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20 de fevereiro de 2020