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domingo, 7 de abril de 2019

Chanceler, chantecler: on est déjà lá? - Paulo Roberto de Almeida

Meu amigo Fabio Pereira Ribeiro, administrador, ex-militar, escritor (dois romances tendo Paris do entre-guerras como cenário, e uma tese em preparação sobre... a Paris dos anos 1920), ex-várias outras coisas mais, costuma chamar o nosso chanceler acidental de "chantecler", esta sendo uma designação que vários diplomatas bem-humorados reservavam, no passado, a um ou outro chanceler mais vistoso, digamos assim. 

Como sabem os amantes da cultura francesa, chantecler é um galo, o dono do galinheiro, com todo o respeito que merece um galinheiro francês, mas no caso específico da tradição historiográfica e literária, trata-se de um personagem de romances medievais com histórias de animais, depois consolidados no famoso Roman de Renart.

Chantecler também é uma famosa peça de teatro de um dos grandes dramaturgos e escritores franceses da belle époque, Edmond de Rostand, publicada e encenada pela primeira vez em 1910. 

Não tenho certeza de que os diplomatas que, antigamente, chamavam certos chanceleres de "chantecler", seriam tentados, hoje, a aplicar a mesma designação ao chanceler acidental atual, que não tem, digamos assim, a pompa de um chefe de galinheiro, com toda a autoridade que tal posição requer.

Ele se parece mais com um galinho garnizé, tentando pateticamente assegurar a sua legitimidade, quando as diretivas, as diretrizes, as recomendações, as instruções, as grandes linhas (se é que elas existem) da "política externa familiar" não lhe permitem tais faculdades gerenciais.

Ele já recebeu diferentes apelidos, da parte de diplomatas da ativa ou de aposentados, assim como outras designações por jornalistas mais abusados. Vamos aguardar para ver qual desses se afirma como o mais adequado, ou qual seria o mais representativo.
No momento, creio que chantecler pode ser de fato um apelido simpático.
Vamos aguardar novas sugestões...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 7 de abril de 2019


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