Não deixa de ser, de fato, irônico, se a Venezuela rompesse relações com o Brasil, depois da assinatura do acordo militar Brasil-EUA, sem consulta prévia, cabe recordar, aos sócios do Conselho Sul-Americano de Defesa, um dos avatares da Unasul (ainda não aprovada legalmente pelos países membros e portanto, ainda não funcionando de forma plena, ainda que isto não a impede de se reunir politicamente, e de fazer o que sempre faz: declarações).
O Brasil se limitou a "informar", ao que parece, seus sócios da Unasul e do Conselho, sem provavelmente transmitir o teor do acordo, que só foi assinado recentemente, e não envolve, como se sabe, bases militares americanas no Brasil, mas apenas cooperação logística, treinamento e formação e, mais importante, trocas comerciais e comércio de material bélico.
Uma diplomacia soberana poderia reagir assim a pergunta desse jornalista abusado: "exige resposta de quem, cara pálida?; Brasil é um país soberano, pode fazer acordos de qualquer natureza com qualquer país do mundo, e não tem de prestar contas, nem antes, nem durante, nem depois, a quem quer que seja. Estamos conversados. Ponto."
Seria simples assim.
O problema foi que a diplomacia soberana criou essa coisa chamada Conselho Sul-Americano de Defesa, que teoricamente recomendaria consultas, informação, troca de notas, reuniões de seu órgão pleno, ou seja lá mais o que for, para ser totalmente transparente, cooperativo, politicamente correto.
Foi assim pelo menos que o Brasil agiu quando dos acordos militares da Colombia com os EUA, praticamente exigindo que a Colombia revelasse todo o seu teor e "desse garantias" de que as bases e o acordo não seriam usados contra nenhum país da região.
Foi a partir desse acordo que Chávez rompeu relações com a Colombia e assinou acordos militares com a Rússia, não apenas os de compra de equipamentos, até hoje não revelados ao Conselho.
Curioso que a diplomacia brasileira jamais se pronunciou a esse respeito, embora os casos sejam relativamente similares, ainda que não envolvam, no caso dos acordos militares da Venezuela com a Russia, instalação de bases ou permanência de tropas russas na Venezuela. Mas se trata de compras maciças que, em teoria, desequilibram a relação de forças na região e em relação aos quais as FFAA brasileiras devem estar legitimamente preocupadas.
Talvez elas tenham recebido informações suficientes e completas, seja bilateralmente (e secretamente), seja via seus adidos militares em Caracas.
Mas que se trata de DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS, disso não cabe nenhuma dúvida.
Paulo Roberto de Almeida (14.04.2010)
Acuerdo militar Brasil – EUA: La región exige respuestas
Marcelo Rech
Inforel, 14/04/2010 - 14h45
El año pasado, Brasil ha liderado un grupo de países de la región para exigir garantías de Colombia y Estados Unidos acerca del acuerdo militar que firmaban en Bogotá.
Un acuerdo que permite el uso de siete bases militares colombianas por los 1.800 soldados norteamericanos que actúan en el país.
Hugo Chávez hizo del tema su principal argumento para comprar US$ 5 billones en armamentos de Rusia.
Pese el cuidado del ministerio de Defensa al informar el mes de marzo todos los países miembros de la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur), respecto las negociaciones, el asunto ha generado un tremendo malestar.
Colombia, por ejemplo, quiere saber sí Venezuela pretende congelar las relaciones con Brasil.
Es una ironía inteligente.
Ha sido una tradición que la Venezuela de Chávez rompa relaciones con los países que se animan fortalecer sus relaciones con los Estados Unidos.
¿Porque sería diferente con Brasil?
Hace poco, los departamentos de Defensa y de Estado, de los Estados Unidos han reclamado la falta de transparencia en las negociaciones entre Venezuela y Rusia.
El acuerdo Brasil – Estados Unidos se ha tornado público el momento que las negociaciones ya se habían concluido.
La semana pasada, el principal responsable de la política externa norteamericana para el Hemisferio Occidental, Arturo Valenzuela, realizó una gira por la región.
Desde Ecuador, afirmó que el acuerdo con Brasil era parte de la política ordinaria norteamericana y que el presidente Barack Obama, diferentemente de su antecesor, trabaja por el multilateralismo.
En la práctica, tenemos dos pesos y dos medidas.
El acuerdo que acaba de firmar con los Estados Unidos saca de Brasil cualquier posibilidad de exigir transparencia de sus vecinos.
Fue gestado bajo intereses comerciales.
Puede influir en la compra y venta de equipos militares sin que sepamos los niveles de entendimiento.
También atiende una antigua demanda de los militares brasileños que por buen tiempo quedaron alijados de las escuelas norteamericanas gracias las discordancias ideológicas de los gobiernos.
Cabe apuntar: ¿será que el Senado, tan duro con las políticas de Brasil hacia Irán y Cuba, cobrará explicaciones del señor ministro?
Marcelo Rech es periodista, editor de InfoRel y especialista en Relaciones Internacionales, Estrategias y Políticas de Defensa y Terrorismo y contrainsurgencia.
Correo electrónico: inforel@inforel.org
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