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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Transportadores, burocratas e desperdicio de dinheiro...

Uma obra perfeitamente inútil, dispensável, cara (e ainda vai custar o dobro do que se pensa), que tem a cara das pessoas que ocupam o poder: gastar o máximo possível, com coisas totalmente inúteis...
O governo, as construtoras, os financistas, os sanguessugas de sempre, se empenham no lançamento do edital do trem-bala: querem tornar o projeto irremediável.
Políticos pequenos gostam de grandes obras: é onde se pode superfaturar à vontade, com spill-overs para todos os lados...
Construtoras também gostam desses mega-projetos, pois a despeito de terem de pagar propina aqui e ali, podem superfaturar à vontade, como os primeiros...
São Paulo e Rio não necessitam de um trem-bala, nem Brasília e Goiania, aliás.
Essas cidades necessitam de sistemas urbanos coletivos de transporte, eficientes e abundantes, algo que não será resolvido com a concentração de dinheiro numa obra totalmente megalomaníaca e desnecessária.
Isso também faz parte do desperdício de dinheiro do contribuinte...
Paulo Roberto de Almeida

Consórcios já estão em campo para definir traçado do trem
Samantha Maia, de Brasília
Valor Econômico, 14/07/2010

Infraestrutura: Pelo edital, viagens podem começar apenas em 2017

Com o edital do trem-bala Rio-São Paulo em mãos a partir de hoje, as empresas interessadas no empreendimento partem para a fase de definição da engenharia financeira do seu plano. Apesar de não haver um traçado exato definido, representantes de companhias ouvidos pelo Valor explicam que estão realizando trabalho de campo desde o início das audiências públicas, no ano passado, o que torna o prazo de quatro meses e meio possível para a entrega das propostas. O governo federal divulgou ontem que os consórcios terão até 1º de novembro para pedir esclarecimento, e até dia 29 do mesmo mês para a entrega dos projetos. O edital foi publicado hoje no Diário Oficial da União.

"Claro que, se pudéssemos, preferíamos mais. Mas o período definido pelo governo é adequado, pois já fizemos estudos prévios", diz José Batlles, diretor da Ineco, empresa de engenharia envolvida no consórcio espanhol. Segundo Paulo Benites, coordenador local do grupo coreano, o consórcio começou o trabalho de campo para estudo do traçado do trem em janeiro deste ano. "Precisávamos fazer isso para avaliar o investimento, e não somos só nós. O que mais nos faltava eram as definições sobre as condições de financiamento e o número de estações obrigatórias, para que pudéssemos discutir com os investidores", diz Benites.

Os envelopes serão abertos no dia 16 de dezembro na BM&F Bovespa e a expectativa do governo é que as obras sejam iniciadas no fim de 2011. O edital define também um período máximo de seis anos para a execução das obras, o que significa iniciar a operação até o fim de 2017. "A indicação que tivemos dos investidores é de que é possível construir em 4 a 5 anos. As Olimpíadas em 2016, inclusive, é um incentivo a mais, por ter uma expectativa de movimento", diz Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
(...)

Um comentário:

Everton Moraes disse...

Paulo, utilizei argumentos semelhantes aos seus em uma discussão sobre o TAV num fórum de debates frequentado por 'entusiastas' em arquitetura e urbanismo. O resultado? Fui apedrejado. O pessoal só repete que somos uma potência - afinal só potências possuem trens de alta velocidade - quem não enxerga isso é viúva do FHC, que vai ser ótimo rir dos argentinos pois o TAV deles foi engavetado... E qualquer opinião contrária é motivo de chacota. E são pessoas teoricamente instruídas, que deveriam um pouco mais de senso crítico.
Em seu post abaixo vc. pergunta quando as pessoas passarão a enxergar os gastos inúteis do governo como ruins para toda a população.. Na minha opinião, nunca. A cegueira tá no DNA, não tem escola que dê jeito...