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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 11 de setembro de 2010

11 de Setembro: um outro aniversario, bem mais feliz...

Neste 11 de setembro comemoramos...?

Já sei, vocês vão dizer rememoramos, pois que comemorar seria indevido, os terríveis ataques terroristas contra os Estados Unidos, em Nova York e Washington, responsáveis pela morte de milhares de pessoas, no dia 11 de Setembro de 2001.

Antes disso, rememorávamos o golpe do general Augusto Pinochet contra o governo constitucional de Salvador Allende, com o apoio ativo do governo dos mesmos Estados Unidos e da ditadura militar do Brasil, também com a morte de milhares de pessoas, a começar do próprio presidente Allende (que tudo indica se suicidou).

Mas, antes, bem antes, e hoje ainda, para nossa informação, comemoramos o lançamento do primeiro número da revista Veja, em 11 de Setembro de 1968, ao preço de NCr$ 1 (um cruzeiro novo). Para quem não se lembra, o cruzeiro novo foi a moeda que substituiu o cruzeiro lançado em 1942 e aposentado por excesso de inflação (com o devido corte de três zeros para o seu relançamento com o novo nome provisório; depois continuamos trocando de moeda e cortando zero, pois a inflação foi se acelerando).

Essa Veja trazia na Capa, vermelha, a foice e o martelo, e correspondia a uma fase em que o comunismo parecia efetivamente espalhar-se pelo mundo, embora com rebeliões em seu próprio seio, como evidenciava a "primavera de Praga" (logo esmagada pelos tanques soviéticos) e a "dissidência" romena (além da já antiga cisão entre os dois grandes, China e URSS).

Não sou especialmente fã da Veja -- pelo fato de ler muitos jornais e revistas estrangeiros, bem mais completos -- e fui um assinante por muito pouco tempo, esporadicamente, pois ela não me acrescenta muita coisa, depois de ler toda a imprensa diária na semana toda. Mas reconheço seu papel inestimável no jornalismo brasileiro, pois seus furos de reportagens, suas matérias de fundo sobre os grandes temas de nossa época, o jornalismo investigativo que a levou a grandes denúncias (até agora), sempre foram características inegáveis dessa revista popular e de amplo alcance.

Meus cumprimentos pelo aniversário, o 42., de sua longa trajetória de sucesso.
Toda ela, aliás, digitalizada (o que me permitiu, justamente, ler o primeiro número publicado).
Vida longa...

Paulo Roberto de Almeida
(11.09.2010)

Um comentário:

Mário Machado disse...

Professor,

Creio que esse post irá lhe trazer muitos comentários raivosos e de humor involuntário.

Abs,