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domingo, 21 de novembro de 2010
Embaixadas: enquanto alguns abrem, outros fecham...
Pois por razões de economia, o Reino Unido está fechando embaixadas e reduzindo o envio de pessoal a partir da capital, como revela a reportagem abaixo.
O Reino Unido não é um país tão rico quanto o Brasil, que está abrindo embaixadas em ritmo acelerado, nas mais diversas capitais do mundo, e algumas que talvez nem pertençam a este mundo...
Paulo Roberto de Almeida
Reino Unido põe embaixadas à venda
George Parker and Alex Barker | Financial Times
Valor Econômico, 19/11/2010 – p. A11
Novos rumos : Diplomacia britânica vai adotar "mentalidade comercial" e investir em "contratações locais"
O Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido deverá demitir 1 em cada 10 de seus funcionários, vender prédios onde estão embaixadas e intensificar "contratações locais" mais baratas para tornar-se um departamento mais enxuto, centrado em desenvolvimento comercial.
Simon Fraser, o funcionário de carreira de cargo mais alto na hierarquia no ministério, qualifica o corte 10% em seu orçamento como uma "medida dura, porém boa", e diz que os recursos devem ser empregados para atender à prioridade do governo: promover o crescimento. Em entrevista ao "FT", Fraser disse desejar que sua equipe desenvolva uma "mentalidade comercial" e insistiu que o novo foco em comércio e investimento estrangeiro "não é uma moda passageira". O secretário permanente, uma espécie de "vice-chanceler" britânico, disse que os diplomatas têm as habilidades necessárias para enfrentar o novo desafio e minimizando as sugestões de que o país esteja prestes a nomear uma série de empresários para altos cargos em embaixadas.
A nomeação de Fraser para "primeiro mandarim", neste ano, foi um sinal claro de David Cameron, o primeiro-ministro, e de William Hague, o ministro de Relações Exteriores, de que cabe à Chancelaria liderar a iniciativa britânica de crescimento nas exportações.
Sua carreira recente esteve imersa em questões comerciais. Fraser comandou o escritório de Peter Mandelson no período em que o colega trabalhista foi comissário de Comércio da União Europeia. Ele foi então trazido de volta a Londres como secretário permanente no Departamento de Economia.
Fraser disse que a política externa exige "um equilíbrio a ser atingido" e que a negociação de acordos comerciais não significa que o país deva ignorar outras prioridades, como os direitos humanos.
O secretário quer manter a presença mundial do Reino Unido com sua rede de missões no exterior - possivelmente expandindo em mercados em crescimento como Brasil, China e Indonésia -, mas disse que ganhos de eficiência são necessários. "Nós temos uma estratégia que produzirá outros 10% de redução "natural" - por exemplo, aposentadorias e demissões voluntárias - na força de trabalho ao longo dos próximos três ou quatro anos", disse ele.
Poderá haver mais contratação local para o preenchimento de postos de trabalho, em vez do envio mais oneroso de diplomatas britânicos ao exterior. Fraser também está buscando "modernizar" os imóveis diplomáticos, mas disse que "os edifícios emblemáticos", como a espetacular embaixada em Paris, serão mantidos.
Segundo ele, os dois premiês anteriores, Gordon Brown e Tony Blair, ambos trabalhistas, centralizaram a condução da política externa. E que agora os diplomatas têm uma chance, com o conservador Cameron, para mostrar sua liderança na política externa.
Especulou-se muito este ano que Cameron queria ver figuras do mundo empresarial alçados a embaixadores. Fraser diz que algumas vagas para cargos devem ser divulgadas amplamente, mas que os diplomatas são preparados para defender as empresas britânicas. "É necessária uma série de habilidades para ser um diplomata num posição importante", disse. "É importante não subestimar as competências profissionais dos diplomatas de carreira."
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