sábado, 8 de março de 2014

Uma mao lava a outra: companheiros e companheiros banqueiros...

Mais um pouco, vai ter retribuição, mas o STF pode complicar a operação...
Enfim, nada que não possa ser feito através dos -- como era mesmo o nome? -- "recursos não contabilizados"...
Afinal de contas, não existem quadrilhas, nem verdadeiros crimes para essas coisas triviais...
Paulo Roberto de Almeida


Me dá um dinheiro aí
Coluna Carlos Brickmann
(COLUNA EXCLUSIVA PARA A EDIÇÃO DOS JORNAIS DE DOMINGO, 9/ MARÇO/ 2014


No Carnaval, os grandes vencedores, no quesito "Cadê o Meu?", foram mais uma vez os bancos, num grandioso desfile patrocinado pelo Governo Federal. O dinheiro dos nove milhões de aposentados já estava em poder dos bancos na sexta-feira, 28 de fevereiro. O Governo transformou a segunda-feira de Carnaval, dia útil, em mais um feriado, exclusivo para o sistema financeiro. E o pagamento dos aposentados, que deveria começar a sair na segunda, foi liberado apenas a partir do dia 6. Nem vamos fazer as contas: só imagine quanto os bancos puderam faturar no overnight, aplicando o dinheiro que não era deles mas estava em seu poder. Por menor que seja a taxa, multiplicada por nove milhões é dinheiro.

Por que a segunda-feira de Carnaval deixou de ser dia útil? O INSS explicou que o calendário de 2014 foi fechado em 2013. E daí? Daí, nada. Em 2013, como em 2000, como em 1956, a segunda-feira de Carnaval cai na segunda-feira. E, a menos que mude de nome, continuará caindo na segunda todos os anos. Enfim, só há uma explicação: se os bancos podiam ganhar mais algum, por que tirar dos banqueiros, que como se sabe quase não têm lucro, a chance de faturar de novo?

A segunda de Carnaval virou feriado e assim o primeiro dia útil do mês, para recebimento, passou para a quinta, 6. Já as contas que venceram no dia 5 continuaram vencendo no dia 5; os aposentados que paguem juros nos empréstimos consignados, nos cartões, nos financiamentos. Mais uma vez, ganham os bancos. Na guerra do Governo contra a pobreza, a pobreza está perdendo de goleada.

Bandeira branca
Mas, para que não se diga que os bancos faturam apenas graças ao auxílio do Governo, segue uma demonstração de que eles também sabem, sozinhos, descobrir o caminho do bolso dos incautos.

De acordo com levantamento do Idec, Instituto de Defesa do Consumidor, as anuidades de cartões de crédito subiram em um ano, em média, o triplo da inflação. O banco que mais elevou preços atingiu inacreditáveis 85%; houve quem elevasse a anuidade em 50%. Dos seis maiores bancos do país, só dois - ambos estatais, pertencentes ao Governo Federal - não elevaram as anuidades: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

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