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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 5 de dezembro de 2015

Panorama visto de Mundorama: Ensaios Irreverentes e Nao Autorizados - livro digital de PRAlmeida (2a. ed.)

Apresento abaixo o sumário e a introdução de um livro que compus a partir dos muitos ensaios publicados no boletim Mundorama, objeto de minha postagem anterior:
http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2015/12/mundorama-uma-publicacao-centenaria-bem.html

A maior parte desses ensaios, mas não todos, foram incorporados a este livro digital, editado por mim e livremente disponível:
 Panorama visto de Mundorama: 
Ensaios Irreverentes e Não Autorizados
(2a. Edição; Brasília: Edição do Autor, 2015; disponível na plataforma Academia.edu, link: https://www.academia.edu/12038814/29_O_Panorama_Visto_em_Mundorama_2015_2a._edicao_).


Índice

Apresentação                        
O mundo visto no diorama de Mundorama, 11


Primeira Parte
Política externa brasileira e diplomacia companheira
1. Fim das utopias na Casa de Rio Branco?, 17
2. A política externa companheira e a diplomacia partidária, 21
3. Continuidade e mudança na política externa brasileira , 31
4. A diplomacia brasileira numa nova conjuntura política , 37
5. O Brasil e a integração regional, da Alalc à Unasul: algum progresso?41

Segunda Parte
Economia política internacional
6. Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo, 55
7. Os Brics na nova conjuntura de crise econômica mundial, 59
8. A Guerra Fria Econômica: um cenário de transição?, 68
9. Desafios da economia brasileira na interdependência global , 74
10. A agenda econômica internacional: o cenário atual, 80
11. Como o Brasil se insere no cenário mundial, agora e no futuro próximo?, 85
12. Como e qual seria uma (ou a) agenda ideal para o Brasil?, 91
13. O que o Brasil deveria fazer para maximizar a “sua” agenda?, 99

Terceira Parte
Globalização, Embromação
14. A globalização e o direito comercial: uma longa evolução , 113
15. Fluxos financeiros internacionais: é racional a proposta de taxação?, 120
16. Fórum Econômico e Fórum Social: dois mundos contraditórios, 129
17. Fórum Social Mundial: uma década de embromação , 138
18. Triste Fim de Policarpo Social Mundial , 149
19. A falência da assistência oficial ao desenvolvimento, 159

Quarta Parte
Política internacional, Questões estratégicas
20. A guerra de 1914-18 e o Brasil: impactos imediatos, efeitos permanentes , 167
21. O mundo sem o Onze de Setembro: explorando hipóteses, 172
22. Wikileaks: verso e reverso, 179
23. Wikileaks-Brasil: qual o impacto real da revelação dos documentos?, 187
24. Digressões contrarianistas sobre o desarmamento nuclear , 197
25. Um congresso de Viena para o século 21?, 203
26. As ilusões perdidas do século 21 , 210

Quinta Parte
Ideias, cultura, livros
27. A ideia do interesse nacional: onde estamos? , 217
28. Imperfeições dos mercados ou “perfeições” dos governos , 223
29. Miséria do Capital no século 21229
30. Reformando o sistema monetário internacional , 233
31. As quatro liberdades e um projeto para o Brasil , 241
32. Algumas recomendações de leituras , 249
33. Estratégia diplomática: relendo Sun Tzu para fins menos belicosos , 255
34. Memória e diplomacia: o verso e o reverso, 264
35. Da democracia à ditadura: uma gradação cheia de rupturas , 269

Sexta Parte
O Brasil e o mundo, de um século a outro
36. A diplomacia dos antigos comparada à dos modernos 277
37. A ordem econômica mundial, do século 19 à Segunda Guerra , 290
38. The world economy, from belle Époque to Bretton Woods , 303
39. Relações Brasil-EUA no início do século 21: desencontros306
40. A falácia dos modelos de desenvolvimento: enterrando um mito sociológico , 327
41. O TransPacific Partnership e seu impacto sobre o Mercosul , 333
42. Quais são as grandes ameaças ao Brasil? , 339
43. Desafios externos ao Brasil no futuro próximo, 347


Apêndices
Relação cronológica dos ensaios publicados em Mundorama, 355
Relação dos artigos publicados anteriormente em RelNet , 363
Livros publicados pelo autor, 367
Nota sobre o autor ,  372

 
Apresentação
O mundo visto no diorama de Mundorama


Al enfrentarme a su concepción... quise utilizar la historia... para reflexionar sobre la perversión de la gran utopía del siglo XX, ese proceso en el que muchos invirtieron sus esperanzas y tantos hemos perdido sueños, años y hasta sangre y vida. (...) En ese dilatado proceso, me resultó imprescindible... el conocimiento, las experiencias y las investigaciones previas... y hasta las incertidumbres sobre una historia las más de las veces sepultada o pervertida por los líderes que durante... años fueron los dueños del poder y, por supuesto, de la Historia.

Leonardo Padura
El Hombre que Amaba los Perros
 (Barcelona: Tusquets, 2009), p. 763-764.

Diorama, segundo as definições e as representações costumeiras, é um modelo, que pode ser construído tanto em miniatura quanto em tamanho natural, representando, num formato tridimensional, algum evento, indivíduos ou integrantes do mundo natural, ou ainda, alguma configuração marcante de uma determinada sociedade, do presente ou do passado, que possua relevância suficiente para justificar sua reprodução de forma realista daquilo que se pretenda oferecer aos visitantes como comemoração histórica, ou antropológica, ou qualquer outra, geralmente fazendo parte de um museu ou construção especialmente construída para tal finalidade. Não chegam ao realismo extremo de certas figurações típicas da história patriótica americana – quando se reencenam, com atores do presente em trajes de época, batalhas ou cenas da formação progressiva do país – mas constituem, ainda assim, representações atrativas, pois se destinam justamente a finalidades didáticas, para o público leigo e infanto-juvenil.
Alguns dioramas são extremamente sofisticados: sempre me lembro do realismo com o qual se recriou a batalha de Waterloo, na cidade belga desse nome, com todos os exércitos alinhados para a derradeira derrota de Napoleão. Os militares apreciam esses figurações, e lhes emprestam o maior realismo possível. Vem-me à mente, igualmente, o excelente Liberty Memorial da Primeira Guerra Mundial, em Kansas City, com um imenso painel relatando a entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1917. Combinando diversas técnicas, é um dos mais completos que me foi dado visitar em torno da Grande Guerra, igualando, provavelmente, o Memorial de Péronne, na França.
Pois bem, o veículo virtual com o qual tenho o privilégio de colaborar, o boletim eletrônico Mundorama, dirigido pelo ativíssimo professor Antonio Carlos Lessa, é uma espécie de diorama sobre o mundo contemporâneo (e do passado também). Trata-se, antes de tudo, de um empreendimento extremamente didático, ainda que bastante leve e diversificado, embora não tridimensional, mas suficientemente rico para atrair todos aqueles – estudantes, pesquisadores, curiosos, “livre atiradores”, como eu – que se interessam muito, pouco, ou mesmo muito pouco, pelas relações internacionais e pela inserção mundial do Brasil. Segundo sua definição editorial, “Mundorama é uma abordagem ágil sobre os temas da agenda internacional e da política externa brasileira” e nele “são publicadas contribuições breves versando sobre os temas da agenda internacional contemporânea.”
Desde que comecei a colaborar, primeiro esporadicamente, agora de forma mais regular, com o boletim, confesso que não tenho sido muito breve, ou sintético. Como poderão constatar os que percorrerem estas páginas, mais uma compilação de meus escritos de uma década inteira, algumas dessas contribuições se estendem por mais de dez páginas, o que destoa das recomendações dos organizadores quanto ao caráter leve dos textos ali recolhidos. Devo, entretanto, à generosidade do professor Lessa o bom acolhimento que tenho encontrado para meus textos de certo modo prolixos, tortuosos, por vezes torturados, em torno de todos os problemas – nacionais ou internacionais – que clamam pela minha atenção na leitura diária de um volume razoável de periódicos e de boletins virtuais. Meus agradecimentos renovados pela compreensão e tolerância.
Não estão aqui compilados todas as contribuições publicadas nas “páginas” de Mundorama, inclusive porque várias delas foram reproduzidas no boletim irmão, um tanto mais formal – quase de terno e gravata – que é o Meridiano 47, já objeto de uma anterior compilação minha, igualmente disponível: Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude (Hartford: Edição do Autor, 2015), livro digital montado a partir de uma seleção de minhas colaborações a esse boletim (e disponível neste link: https://www.academia.edu/11981135/28_Paralelos_com_o_Meridiano_47_ensaios_2015_). Vou ainda aperfeiçoá-lo, graficamente, visualmente, e colocá-lo em minha página.
Em todo caso, a lista das contribuições até agora oferecidas estão listadas no Apêndice, que também relaciona meus escritos no boletim predecessor de Mundorama, em sua primeira encarnação, as Colunas do RelNet, uma iniciativa pioneira dessa tribo de desbravadores do atual IRel-UnB, com a qual colaboro sempre quando me chamam, mas sempre como livre atirador, jamais como representante de qualquer entidade ou escola de pensamento. Ser livre significa escolher em total autonomia todos e cada um dos temas que são aqui submetidos ao meu  bisturi analítico: jamais recebi qualquer encomenda dos editores, ou de quem quer que seja, para tratar deste ou daquele assunto.
Minto: nos anos comemorativos, tanto o professor Lessa quanto os editores ou responsáveis pelo IBRI e pela RBPI, me sugeriam algum escrito recapitulativo, isto é, de cunho histórico, o que eu teria feito voluntariamente de igual modo. Salvo essas poucas “encomendas”, todos os demais temas figuram nos meus cadernos de notas como sendo o resultado de leituras, reflexões, pesquisas e debates, que são mais raros, estes últimos, na medida em que eu prefiro o labor solitário, geralmente com o concurso dos livros e das revistas, em frente à tela de um computador, na consulta virtual de todas as fontes disponíveis, sempre na companhia intelectualmente estimulante de Carmen Lícia, que costuma ter meus péssimos hábitos de leituras e trabalhos noctívagos.
Não creio que eu necessite apresentar qualquer um dos textos aqui reproduzidos, pois acredito que eles falam por eles mesmos. A despeito de algum overlapping entre Mundorama e Meridiano 47, evitei as repetições entre os dois volume de compilações, com uma única exceção, o texto 6: “Mudanças na economia mundial: perspectiva histórica de longo prazo”, uma vez que penso que ele oferece uma boa introdução à problemática que vai discutida na seção dedicada à economia política internacional, como já tinha sido o caso no volume anterior. Aproveitei, tanto quanto possível, as belas imagens que decoravam a edição original de cada um dos escritos em Mundorama, ao qual os curiosos podem recorrer, para uma formatação mais agradável, ou conferir o texto de fato publicado (http://mundorama.net/?s=Paulo+Roberto+de+Almeida).
Este volume está destinado a crescer em tamanho em futuras edições – ainda que não pretenda imitar os verdadeiros dioramas em seu formato tridimensional –, à medida em que novos escritos vierem completar os temas aqui tratados, geralmente de forma mais rápida que os trabalhos mais “pesados”. Mas, como os congêneres de museus, ele se pretende igualmente didático em espírito e em intenção, tanto quanto sintético de realidades sempre complexas e multifacetadas das relações internacionais e da inserção do Brasil nos seus vários ambientes. Não preciso, em absoluto, oferecer qualquer tipo de “disclaimer” quanto ao fato, deveras conhecido de todos que acompanham meus trabalhos, que as ideias e posições aqui expostas correspondem inteiramente ao meu próprio pensamento, não refletindo de nenhuma forma, posturas e políticas de qualquer corporação com a qual eu possa estar envolvido ou servindo.
Ser livre atirador significa assumir inteira responsabilidade pelas tomadas de posição, pelas críticas mais amenas ou mais acerbas que possam estar aqui contidas, como aliás sempre foi minha postura ao longo de minha trajetória intelectual. Simples curiosos, alunos de áreas que são as de minhas leituras e pesquisas, colegas de profissão ou de academia, podem ter certeza de que todas as ideias aqui defendidas são sempre expostas com o mesmo ardor e convicção que desde anos animam os meus estudos.
Vale!

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 21 de abril de 2015
Edição ampliada: Brasília, 2 de dezembro de 2015

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