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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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domingo, 11 de setembro de 2016

Sobre a idiotice em geral, e sobre Paulo Freire em particular (uma coisa nao exclui a outra) - Paulo Roberto de Almeida, Olavo de Carvalho

De vez em quanto, alguém ainda comenta uma postagem minha de eras geológicas passadas, soterradas abaixo de anos e anos de outras milhares de postagens, como as que faço aqui duas ou três vezes por dia.
Em primeiro lugar, um esclarecimento sobre este blog Diplomatizzando.
Enganam-se aqueles que acham que eu levo muito a sério o que estou postando. Errado! Este blog tem duas funções básicas: por um lado é uma espécie de arquivo, ou biblioteca de caráter geral, onde eu coloco coisas que encontrei por aí, nesse vasto mundo da blogsfera e dos demais veículos de comunicação social, e que me permite guardar, para eventual recuperação e uso posterior (o que quase nunca chega, inclusive porque a função de "pesquisa" parece estar desativada atualmente, e não me perguntem por que), materiais diversos, que me chamaram a atenção, que eu li, e comentei, ou que eu mal tive tempo de ler, mas que posto para voltar a ler na jornada ou um ou dois dias depois, quando verifico a lista de postagens e o que entrou como comentários (agora desativados, sem que eu tampouco saiba porque, mas eles sobrevivem no Google+).
Por outro lado, é um mero lazer, ou passa tempo, aquilo que os franceses chamariam de divertissement. Ou seja, eu me divirto lendo certas coisas, que podem até ser inteligentes e servir para ampliar meu conhecimento -- o que é sempre um prazer intelectual -- ou que podem ser simplesmente idiotas, e que por isso merecem um comentário de rejeição (pois tem muita gente ingênua ou mal informada no mundo, e eu me divirto, ou disso tiro prazer, ensinando outros, com base na minha experiência de vida e nos conhecimentos acumulados), ou ainda, é um simples registro factual, ainda entrando na primeira categoria, mas aqui também com essa função de divertimento no aprendizado: saber como tem certas coisas no mundo que merecem um registro pois podem acabar entrando para a história (a maior parte não fica, mas a gente sempre acha que vivemos tempos históricos).
Em geral, eu tento corresponder ao espírito e aos objetivos do blog: postar coisas inteligentes para pessoas inteligentes, mas por vezes ocorre de eu postar coisas sumamente idiotas, e desde já me desculpo pelo termo, que uso com certa liberalidade, a ponto de chocar certas almas sensíveis.
Idiota, do grego, significa, segundo os dicionários, é um adjetivo e substantivo de dois gêneros cujo signficado é duplo: 1. diz-se de ou pessoa que carece de inteligência, de discernimento; tolo, ignorante, estúpido 2. diz-se de ou pessoa pretensiosa, vaidosa, tola.
Ou seja, nada que não exista em enorme quantidade neste nosso planetinha redondo, como diria alguém que não é idiota, mas que é um profundo ignorante, dotado -- como diria Millor Fernandes -- de uma ignorância enciclopédica, ou seja, abrangendo vastas áreas do (des)conhecimento humano. Mas se trata de alguém que possui uma inteligência instintiva, e que por isso mesmo enganou muita gente neste país durante muito tempo, tanto idiotas, como ignorantes no sentido amplo do termo, mas até pessoas aparentemente bem informadas (PhDs, muitos), que escolheram ser idiotas de um esperto mafioso.

Pois bem, ainda hoje recolhi mais um comentário de alguém que não gostou de uma postagem que eu fiz em 2012, a partir de um artigo de Olavo de Carvalho -- não que eu seja um admirador dele, mas se trata de alguém que também pode dizer coisas inteligentes, no meio de muita paranoia e confusão mental -- sobre aquele que eu classifico, e desculpem pela caixa alta,
O MAIOR IDIOTA DO BRASIL, PAULO FREIRE, o homem que foi entronizado como "patrono da educação brasileira", ou seja, vai continuar idiotizando milhares de pessoas, mesmo falecido há muitos anos.
Um desses leitores ficou indignado com a minha classificação desse nefasto personagem da educação brasileira como IDIOTA, e escreveu dizendo que o citado idiota tinha sido homenageado em vários países, inclusive com doutorados honoris causae (mas nisso ele ele perdeu do mafioso espertinho, que ganhou muitos mais HC de idiotas espalhados pelo mundo, especialmente nas universidades, um dos lugares que tem uma concentração especialmente elevada de idiotas por centimetro quadrado; estou brincando, claro...).
Respondi ao indignado, que me perguntava se todos esses que homenageram Paulo Freire estavam errados, nestes termos:

Sim, todos esses prêmios estão profundamente ERRADOS. Na Europa, os partidos socialistas e comunistas, e todas as variantes do esquerdismo vulgar, estão presentes em todos os países, e em diferentes variações, com ênfase acrescida nas academias e nos parlamentos. São esses que, inclusive ajudados pelo remorso dos conservadores de terem sido imperialistas e colonialistas no passado, que pretendem se redimir honrando esses pretensos heróis terceiro-mundistas, como aliás fazem os daqui. Paulo Freire se enquadra perfeitamente na categoria dos grandes idiotas homenageados por outros idiotas e semi-idiotas.

Para esclarecer devidamente todos os que continuam a achar errado que eu chame Paulo Freire (e vários outros mais) de idiota, reproduzo aqui a íntegra da minha postagem de 2012, onde eu aliás me explico porque uso o termo tão frequentemente (é porque não tenho muita paciência para ficar perdendo o meu tempo com coisas idiotas).
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11 de setembro de 2016

http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2012/05/o-supremo-idiota-da-educacao-brasileira.html

quinta-feira, 24 de maio de 2012


O supremo idiota da educacao brasileira: Paulo Freire

Muitos leitores deste blog, embora eu não possa precisar quantos exatamente, devem ficar chocados quando eu me refiro a certas pessoas como idiotas. Seria um insulto, um exagero meu, um despeito contra quem supostamente ficou famoso, e contra quem eu teria sérias restrições, representando, portanto, alguma inveja minha ou crítica indevida.
Várias vezes referi-me a Paulo Freire, como o supremo idiota da educação brasileira (pior, acho que falei em calamidade educacional que exportamos para o resto do mundo), e tive comentários discordantes, alguns até raivosos. Enfim, todo mundo tem o direito de discordar dos meus posts e, desde que as críticas sejam fundamentadas, não tenho nenhuma objeção a publicar aqui.
E eu tenho o direito de chamar idiotas de idiotas, mas reconheço que também preciso fundamentar minhas "acusações" de idiotice. O problema, eterno, terrível, é que leio muito, mas nem sempre tenho tempo de resumir, sintetizar, explicar tudo o que leio, justificando, portanto, meus julgamentos, geralmente sérios, mas embasados em leituras não reveladas. Concordo, também, em que chamar alguém de idiota, simplesmente, não é muito eficiente, em termos práticos, pois muita gente acha o idiota em questão um grande intelectual, e o interlocutor pode ficar chocado pela minha expressão de desprezo pelo "intelequitual".
Enfim, existem muitos idiotas, no Brasil e no mundo, que mereceriam ser desmascarados, mas eles são muitos, efetivamente, e como o mundo também tem muitos idiotas, sempre tem público para certas idiotices.
O Brasil, como sempre digo, não é tão atrasado materialmente -- já que o progresso é uma fatalidade, como já disse alguém -- como ele é atrasado mentalmente, e nos últimos tempos, os responsáveis políticos e econômicos -- e sobretudo os "educacionais" e pedagógicos -- têm se esforçado para atrasá-lo ainda mais, retrocedendo o Brasil meio século para trás. Talvez até mais, mas isso veremos mais adiante...
Por isso que a atribuição a Paulo Freire do título de patrono da educação brasileira combina com esse atraso. Só atrasados mentais seriam capazes desse crime contra a educação brasileira. Mas existem várias outras idiotices sendo cometidas em outros setores.
Paulo Freire permanece, no entanto, um caso exemplar, e para mim dramático. Ele já influenciou 5o anos de formação de professores e pedagogos, e vai continuar influenciando pelo menos uma geração mais (estou sendo otimista, claro) nos anos à frente. Por isso mesmo sou, como já disse, absolutamente e relativamente pessimista quanto ao futuro da educação brasileira: acho que vamos continuar recuando, mentalmente, do pré-primário à pós-graduação, sem possibilidade de recuperação.
Agradeço à Juliana por esta matéria que retiro de seu blog sobre Paulo Freire, de um "filósofo" que classificam como conservador, e que eu chamaria apenas de polêmico.
Ele tem razão na maior parte do que afirma, só errando quanto à produção científica brasileira que vem sendo citada: ela tem aumentado, não sei se em qualidade, mas pelo menos em quantidade. E conviria também distinguir entre a boa qualidade dos papers que são publicados nas áreas de biológicas, e hard sciences em geral, do lixo que caracteriza, provavelmente, mais da metade do que sai nas chamadas humanidades.
Com essa ressalva, fica o texto de Olavo de Carvalho, que remete a outros autores que poderiam ser pesquisados pelos interessados.
Paulo Roberto de Almeida 

De Olavo de Carvalho:

Viva Paulo Freire!

Vocês conhecem alguém que tenha sido alfabetizado pelo método Paulo Freire? Alguma dessas raras criaturas, se é que existem, chegou a demonstrar competência em qualquer área de atividade técnica, científica, artística ou humanística? Nem precisam responder. Todo mundo já sabe que, pelo critério de “pelos frutos os conhecereis”, o célebre Paulo Freire é um ilustre desconhecido. As técnicas que ele inventou foram aplicadas no Brasil, no Chile, na Guiné-Bissau, em Porto Rico e outros lugares. Não produziram nenhuma redução das taxas de analfabetismo em parte alguma. Produziram, no entanto, um florescimento espetacular de louvores em todos os partidos e movimentos comunistas do mundo. O homem foi celebrado como gênio, santo e profeta. Isso foi no começo. A passagem das décadas trouxe, a despeito de todos os amortecedores publicitários, corporativos e partidários, o choque de realidade. 

Eis algumas das conclusões a que chegaram, por experiência, os colaboradores e admiradores do sr. Freire: “Não há originalidade no que ele diz, é a mesma conversa de sempre. Sua alternativa à perspectiva global é retórica bolorenta. Ele é um teórico político e ideológico, não um educador.” (John Egerton, “Searching for Freire”, Saturday Review of Education, Abril de 1973.) “Ele deixa questões básicas sem resposta. Não poderia a ‘conscientização’ ser um outro modo de anestesiar e manipular as massas? Que novos controles sociais, fora os simples verbalismos, serão usados para implementar sua política social? Como Freire concilia a sua ideologia humanista e libertadora com a conclusão lógica da sua pedagogia, a violência da mudança revolucionária?” (David M. Fetterman, “Review of The Politics of Education”, American Anthropologist, Março 1986.) 

“[No livro de Freire] não chegamos nem perto dos tais oprimidos. Quem são eles? A definição de Freire parece ser ‘qualquer um que não seja um opressor’. Vagueza, redundâncias, tautologias, repetições sem fim provocam o tédio, não a ação.” (Rozanne Knudson, Resenha da Pedagogy of the Oppressed; Library Journal, Abril, 1971.) “A ‘conscientização’ é um projeto de indivíduos de classe alta dirigido à população de classe baixa. Somada a essa arrogância vem a irritação recorrente com ‘aquelas pessoas’ que teimosamente recusam a salvação tão benevolentemente oferecida: ‘Como podem ser tão cegas?’” (Peter L. Berger, Pyramids of Sacrifice, Basic Books, 1974.) “Alguns vêem a ‘conscientização’ quase como uma nova religião e Paulo Freire como o seu sumo sacerdote. Outros a vêem como puro vazio e Paulo Freire como o principal saco de vento.” (David Millwood, “Conscientization and What It's All About”, New Internationalist, Junho de 1974.) “A Pedagogia do Oprimido não ajuda a entender nem as revoluções nem a educação em geral.” (Wayne J. Urban, “Comments on Paulo Freire”, comunicação apresentada à American Educational Studies Associationem Chicago, 23 de Fevereiro de 1972.) “Sua aparente inabilidade de dar um passo atrás e deixar o estudante vivenciar a intuição crítica nos seus próprios termos reduziu Freire ao papel de um guru ideológico flutuando acima da prática.” (Rolland G. Paulston, “Ways of Seeing Education and Social Change in Latin America”, Latin American Research Review. Vol. 27, No. 3, 1992.) 

“Algumas pessoas que trabalharam com Freire estão começando a compreender que os métodos dele tornam possível ser crítico a respeito de tudo, menos desses métodos mesmos.” (Bruce O. Boston, “Paulo Freire”, em Stanley Grabowski, ed., Paulo Freire, Syracuse University Publications in Continuing Education, 1972.) Outros julgamentos do mesmo teor encontram-se na página de John Ohliger, um dos muitos devotos desiludidos (http://www.bmartin.cc/dissent/documents/Facundo/Ohliger1.html#I). Não há ali uma única crítica assinada por direitista ou por pessoa alheia às práticas de Freire. Só julgamentos de quem concedeu anos de vida a seguir os ensinamentos da criatura, e viu com seus própios olhos que a pedagogia do oprimido não passava, no fim das contas, de uma opressão da pedagogia. Não digo isso para criticar a nomeação póstuma desse personagem como “Patrono da Educação Nacional”. 

Ao contrário: aprovo e aplaudo calorosamente a medida. Ninguém melhor que Paulo Freire pode representar o espírito da educação petista, que deu aos nossos estudantes os últimos lugares nos testes internacionais, tirou nossas universidades da lista das melhores do mundo e reduziu para um tiquinho de nada o número de citações de trabalhos acadêmicos brasileiros em revistas científicas internacionais. Quem poderia ser contra uma decisão tão coerente com as tradições pedagógicas do partido que nos governa? Sugiro até que a cerimônia de homenagem seja presidida pelo ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, aquele que escrevia “cabeçário” em vez de “cabeçalho”, e tenha como mestre de cerimônias o principal teórico do Partido dos Trabalhadores, dr. Emir Sader, que escreve “Getúlio” com LH. A não ser que prefiram chamar logo, para alguma dessas funções, a própria presidenta Dilma Roussef, aquela que não conseguia lembrar o título do livro que tanto a havia impressionado na semana anterior, ou o ex-presidente Lula, que não lia livros porque lhe davam dor de cabeça.

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