Se você, caro estudante de Humanidades de uma das nossas mais famosas universidades públicas, recebeu algum convite para um possível “seminário comemorativo” dos cem anos da gloriosa “Revolução Bolchevique” de outubro/novembro de 1917, talvez seja apresentado a uma ilustração deste tipo, com o camarada Lênin varrendo da face do planeta os reis, os capitalistas, os religiosos...
É menos provável, no entanto, que o seu seminário tenha este outro tipo de imagem, que, bem antes de qualquer fotografia do Holodomor — o terrível genocídio de ucranianos no quadro da coletivização forçada da agricultura em 1929-30, causando mortandade pela fome induzida, objeto do mais recente livro de Anne Applebaum, Red Famine — ou do Gulag concentracionário criado por Stalin — também objeto de um livro precedente da mesma historiadora —que simplesmente ilustra a mortandade produzida pela guerra civil e pela repressão terrível ordenada logo após a cargo da Tcheca, a polícia política do novo regime bolchevique, o que levou mesmo potências capitalistas inimigas do mesmo regime, como os Estados Unidos, a enviarem toneladas de grãos para aliviar a fome e a mortandade criadas nos anos 1920-21.
Segundo o Livro Negro do Comunismo, esse experimento de “engenharia social”, para “criar o Homem Novo”, provocou, à margem das mortes “normais” de conflitos militares, pelo menos 100 milhões de mortos,
Será que vão “comemorar” isso também?
Paulo Roberto de Almeida
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