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domingo, 26 de novembro de 2017

Oliveira Lima: um diplomata pouco... diplomatico - proximo livro - Paulo Roberto de Almeida, Andre Heraclio do Rego

Nosso próximo livro, sobre um colega diplomata de cem anos atrás, pouco diplomático, mas um grande historiador, e pensador, das coisas do Brasil e internacionais:

Manuel de Oliveira Lima
Um historiador das Américas



No Brasil fala-se ou muito bem ou muito mal dos Estados Unidos. Apontam-nos os seus admiradores como o único modelo a seguir... Os seus detratores culpam-nos de todos os crimes, desde a ambição devoradora de terras e de nacionalidades, até a corrupção política e social mais desbragada. […] apenas olhei para os Estados Unidos com olhos de brasileiro, ... buscando o que de aproveitável para nós poderia a meu ver resultar do exame e da confrontação.
Nos Estados Unidos, impressões políticas e sociais (1899)

Ao passo que no vosso país [Estados Unidos], sob tantos aspectos o mais progressivo do globo, [...] permanece premente tal questão [a da segregação], acendendo violências, [...] nós a temos liquidado do modo mais satisfatório, pela fusão.
América Latina e América Inglesa (1913-14)

Desde que, segundo os etnólogos, as raças puras são um erro à luz da história [...] devemos admitir que a solução ibero-americana, isto é, a da fusão das raças, é mais promissora, mais benéfica e especialmente mais humana do que a separação ou a segregação praticada pelos Estados Unidos.
Aspectos da história e da cultura do Brasil (1923)

  
Manuel de Oliveira Lima
25 de dezembro de 1867, Recife, Pernambuco
24 de março de 1928, Washington, D.C., EUA


Sumário: 

Apresentação: O maior historiador diplomático brasileiro
       Paulo Roberto de Almeida, André Heráclio do Rêgo
1. O Barão do Rio Branco e Oliveira Lima: vidas paralelas itinerários divergentes
       Paulo Roberto de Almeida
2. Oliveira Lima, intérprete das Américas
       André Heráclio do Rêgo
3. O império americano em ascensão, visto por Oliveira Lima
       Paulo Roberto de Almeida
Apêndice: O Brasil e os Estados Unidos antes e depois de Joaquim Nabuco
       Paulo Roberto de Almeida

O Itamaraty, ao final do século XIX e início do XX, reunia três grandes nomes diplomáticos e culturais. O primeiro, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o barão do Rio Branco, era, ademais de negociador e chanceler, historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Brasileira de Letras. O segundo, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, também historiador e memorialista, paladino do pan-americanismo e primeiro embaixador em Washington, deixou sua marca na história do Brasil, ao batalhar duramente pela causa abolicionista.
O terceiro, Manuel de Oliveira Lima, não teve consagração em vida, e ainda hoje não alcançou completamente nem a póstuma. Pernambucano como Nabuco, era bem mais jovem que os outros dois. Além da diferença de idades, não compartilhava com eles a formação nos cursos jurídicos de Olinda e de São Paulo. Ao contrário de Nabuco e de Rio Branco, foi republicano na juventude e monarquista na idade madura. Poderia ter sido um êmulo do barão do Rio Branco, o grande chanceler e modelo da diplomacia, se tivesse sido... mais ‘diplomático’.
Foi um ‘diplomata dissidente’, talvez até um ‘rebelde com causa’, que foi a da luta pelo desenvolvimento social, político e econômico e do Brasil, para ele espelhando, ao menos parcialmente, os magníficos progressos dos Estados Unidos, em cuja capital trabalhou como jovem diplomata, mas já totalmente consciente das grandes diferenças que separavam o mundo anglo-saxão do errático universo ibero-americano, que ele soube analisar tão bem numa fase já madura de sua vida.
Este livro, ademais de traçar paralelos entre os itinerários de Rio Branco e de Oliveira Lima, destaca, justamente, sua obra de historiador das Américas, mas também como intérprete da ascensão do grande império econômico e comercial, que ele analisou no momento crucial em que os EUA, já curados das feridas da guerra civil, flexionavam os músculos em suas primeiras aventuras no Caribe e na América Central, e já se preparavam para adentrar no cenário geopolítico mundial. Um texto final analisa um ensaio de Joaquim Nabuco sobre o papel dos Estados Unidos na ‘civilização’ do início do século XX e segue a trajetória de desenvolvimento do Brasil ao longo do século.

Paulo Roberto de Almeida é diplomata de carreira, doutor em ciências sociais e atual Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI-Funag), do Itamaraty. 
André Heráclio do Rego, também diplomata de carreira, é doutor em história social e autor de diversos artigos e livros nessa área, entre os quais Família e coronelismo no Brasil – uma história de poder.

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