Sobre a tolerância com o contraditório e a barreira contra comentários insensatos
Paulo Roberto de Almeida
Sou bastante tolerante com expressões políticas e posturas econômicas totalmente opostas às minhas, pois tenho essa atitude voltairiana na compreensão do contraditório como uma forma de preservação de espaços abertos aos debates democráticos.
Este espaço é regulamente assediado por “inimigos” políticos que geralmente são militantes de algumas dessas seitas que pululam por aí, na certeza de que encarnam a luta do bem (de direita) contra o mal (esquerdista ou petista).
São aqueles a quem eu chamo de true believers, os verdadeiros crentes no caráter exclusivamente correto da sua fé. Antes eram os lulopetistas e esquerdistas em geral, mas eles hoje estão em baixa e pouco aparecem no meu quilombo de resistência intelectual. Agora são os direitistas radicais, templários de uma nova cruzada contra os iconoclastas e infieis (entre os quais eu me incluo, obviamente, como anarco-professor que sou).
Quando não são por demais ofensivos ou vulgares, como muito frequentemente são, eu acabo deixando, por serem uma prova viva de como o fanatismo e a ignorância continuam bastante presentes entre nós (um pouco como essas torcidas fanáticas de futebol, que são os novos bárbaros da modernidade).
Outros comentários são apenas incompreensíveis, o que me obriga a deletar sem dó.
Deixo esta nota de alerta como aviso aos true believers dos dois lados, embora a direita agressiva esteja se mostrando em sua verdadeira face: a da intolerância com posturas independentes como acredito ser a minha.
Grato Voltaire! Saudações Isaiah Berlin. Cumprimentos Raymond Aron. Salve mestre Roberto Campos. Salut Sócrates. Obrigado Maquiavel e Tocqueville. Um aceno a Marx e a Max Weber, e um grande abraço em Fernand Braudel.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 16 de março de 2019
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