Minha postura em face dos militares brasileiros
Paulo
Roberto de Almeida
Brasília,
19 de abril de 2019
Acredito, sinceramente,
que os militares constituem HOJE, uma das forças mais democráticas e mais devotadas,
de forma coesiva, à causa nacional, dentre todas as demais corporações do
Estado. Podem ter suas deformações e interesses mesquinhos, como é o caso com
TODAS as corporações, mas estão muito acima das demais, inclusive dos
diplomatas, e sobretudo dos magistrados.
Mas isso não é algo
gratuito, dado ou garantido. É apenas o resultado de uma trajetória política
que se confunde com a história do país. Por acaso, eles representam certa
garantia de estabilidade, de funcionamento das instituições, contra o itinerário
de esbórnia e de bandalheira das nossas últimas décadas, com imensa corrupção,
que pode até atingir os militares individualmente, mas não a instituição FFAA, em
face de outras instituições (Congresso, magistratura, corporações da
tecnocracia civil) que podem estar, realmente, contaminadas pelo clima de
defesa egoísta de seus interesses pecuniários mais mesquinhos (e, de certa
forma, antinacionais, pois que levando diretamente ao declínio e decadência).
O grande problema atual
é que os militares, que voltaram a se envolver em política como nunca o fizeram
desde 1985, sabem mais ou menos o que não querem – a volta da corrupção e da
bandalheira nos assuntos de Estado – mas não sabem ainda o que querem, o que
usualmente costuma ser chamado por esse nome fantasia que se identifica com um
fantasmagórico “projeto nacional” (que não existe e nunca existirá,
independentemente de personalidades excepcionais, estadistas com visão de
futuro, ou alguma conjuntura história de transformação, que são as rupturas
políticas, mudanças de regime, guerras civis, revoluções, etc.).
Por enquanto, se trata
algo próximo de uma “maçonaria” militar (ou real, não sei), mas que precisa
evoluir para uma consciência clara de quais são os problemas relevantes do
Brasil – emergenciais, de curto, de médio e longo prazo, em suas diferentes
vertentes, econômica, política, social, ideológica – para a partir daí caminhar
para um diagnóstico preciso de como encaminhar esses problemas e depois um
tratamento operacional às prescrições que se impõem em cada caso. Talvez os
militares não estejam preparados, singularmente ou em aliança com tecnocratas,
para fazer esse diagnóstico e determinar políticas corretivas, e talvez os
ATUAIS militares (ou seja, os que prestam serviços, como indivíduos, ao governo
de plantão) não possuam condições de fazê-lo adequadamente, ou sequer em
associação com elementos da sociedade civil.
O fato é que o Brasil
não possui, atualmente, nenhuma força coesa, esclarecida, preparada
intelectualmente para oferecer uma prescrição e uma solução aos seus inúmeros
problemas, e infelizmente essa situação perdurará até onde a vista alcança. Mas
acredito que os militares, individualmente ou como FFAA, estão entre as
categorias mais qualificadas intelectualmente, e patrioticamente, para
desempenhar esse papel, desde que motivados e organizados para fazê-lo.
Ainda não é o caso, mas
se houver nova deterioração da situação econômica e política do país, creio que
militares, individualmente ou de forma organizada, saberão e poderão responder
aos desafios do Brasil. Fora deles, não vejo NENHUMA OUTRA FORÇA capaz de
enfrentar os problemas atuais e de médio e longo prazo do país.
E isto não é questão de
crença ingênua; é apenas uma constatação do que observo cuidadosamente na
realidade em que vivemos.
Paulo Roberto de Almeida
Excelente texto, nao por acaso o Olavo de Carvalho reiteradamente ataca aos militares, de forma descabida, por terem supostamente deixado o comunismo dominar as Universidades, como se os atuais fossem os mesmos das decadas de 60 e 70. OIavo ataca a Instituicao com o maior prestigio, a ultima linha de defesa do pais em caso de ataques externos e derrubada da ordem interna. Preocupante que ele seja um guru para o Presidente Bolsonaro.
ResponderExcluir