Parece que voltamos no tempo: em lugar de embarcar numa viagem em direção do futuro, como queria H. G. Wells em Time Machine, recuamos em direção ao passado, com o pior engenheiro que poderiamos ter: um fabricante de mitos, um disseminador de paranoias regressistas. Oliver Stuenkel faz uma análise basicamente correta do que significa esse impulso de irracionalidade que representa Bolsonaro, mas evita as palavras mais contundentes que eu não hesito em utilizar: estamos em face de uma possível catástrofe de governança, que se traduz, em primeiro lugar, por uma grave crise de governança (como já ocorreu em alguns momentos do lulopetismo), mas desta vez a dose de loucura, a carga de irracionalismo, o grau de paranoia pode ser maior, uma vez que os aloprados dizem não ser ideologia o que de fato é a ideologia que professam, sem qualquer conteúdo doutrinal, puro vazio mental feito de invectivas, slogans, instintos primitivos e agressivos.
Se eu fosse religioso, eu diria “Deus tenha piedade do Brasil”. Como não sou, só posso dizer: preparem-se para o pior!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 26 de setembro de 2019
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