O chanceler acidental apresentou, a contragosto e contra a vontade do "querido chefe", sua carta de demissão no final da tarde do dia 29 de março. Na manhã do dia 30/03 já tinha sido publicada uma portaria da SG-MRE lotando-o na Subsecretaria de Administração, a mais poderosa, depois da própria SG (para a qual ele tentou emular o nome de seu chefe de Gabinete, mas que acabou assumindo, justamente, coincidentemente, a SGAD.
Naquela ocasião eu já postei aqui que eles estavam tentando criar um MREdoB, ou seja, um poder paralelo ao do novo chanceler.
Parece que ainda continuam no empreendimento...
Paulo Roberto de Almeida
Ex-ministro Ernesto Araújo busca manter influência ideológica no Itamaraty
Comentário realizados nas redes sociais procuram 'minar' trabalho de novo chanceler à frente do ministério das Relações Exteriores
Último Segundo, 9/05/2021
O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , publicou nas suas redes sociais uma série de comentários a respeito do trabalho de Carlos França, atual chanceler no comando do Itamaraty. Segundo interlocutores, o posicionamento de Ernesto têm criado constrangimentos no órgão. As informações são do jornal A Folha de S.Paulo.
De acordo com fontes próximas ao governo de Jair Bolsonaro, o posicionamento do ex-ministro revela uma ambição política e impede uma 'guinada' ao pragmatismo que França busca implementar no Ministério.
Em 17 de abril, Ernesto publicou uma série de mensagens se defendendo as acusações de que ele era um empecilho para que o Brasil contratasse uma quantidade maior de vacinas contra a covid-19. Segundo Araújo, o país "não mudou" em relação a este tema desde que saiu do Itamaraty.
"Ou mesmo em alguns casos sofreu adiamentos depois disso. Dificuldades seguem no mundo todo. Minha atuação não foi empecilho para nada", disse Ernesto , após destacar que o Brasil não avançou na tratativa de adquirir novas vacinas desde que ele deixou o cargo. O ex-ministro, inclusive, pede ao presidente Jair Bolsonaro para que seu discurso se radicalize.
Pessoas próximas ao ministério de Relações Exteriores relatam que Carlos França demonstra certo incômodo com a situação, mas que não há condição política ao chanceler de repreender seu antecessor. Isso porque Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidente da República, apoia Ernesto nesta 'queda de braço'.
Entre os diplomatas brasileiros, a avaliação é de que Araújo não deveria se posicionar em relação ao trabalho de França , e o faz porque busca se posicionar para disputar um cargo eletivo no Legislativo brasileiro nas eleições do ano que vem.
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