quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

As “internacionais” do comunismo: Comintern, Cominform e Foro de S. Paulo - Paulo Roberto de Almeida

 As “internacionais” do comunismo  


Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Nota sobre as diversas associações do movimento comunista internacionais, Comintern, Cominform e Foro de S. Paulo.


  

O Comintern foi criado por Lênin em 1918 para combater as potências imperialistas, fomentar o comunismo mundialmente e defender os interesses nacionais da URSS. Fracassou em vários empreendimentos: na Alemanha, na China, no próprio Brasil.

Stalin fechou-o em 1943, pois precisava do apoio material dos EUA e da Grã-Bretanha contra Hitler. 

Mas criou o Cominform em 1947 para controlar o império soviético e sua esfera de influência na Europa central e oriental, assim como os partidos comunistas ao redor do mundo, inclusive o Partidão, que eram em geral submissos aos interesses da URSS. Seu principal inimigo era Tito, da Iugoslávia, logo depois os chineses, que não aceitavam a hegemonia e a arrogância dos soviéticos. O rompimento entre os dois gigantes do comunismo mundial se deu no final dos anos 1950.

O Cominform desapareceu bem antes da implosão do socialismo nos dez anos que abalaram o mundo, na década de 80.

O desaparecimento da ajuda soviética deixou muitos partidos comunistas desamparados (inclusive o Partidão) e uma ilha miserável totalmente desamparada no Caribe.

Animada pelos companheiros cubanos, o PT e vários outros companheiros na região criaram o Foro de São Paulo em 1990 com o objetivo de ajudar diplomaticamente, mas sobretudo financeiramente uma Cuba miserável (que nos tempos do mensalão soviético ajudava os partidos hermanos da região).

Companheiros latino-americanos que conquistaram o poder pela via eleitoral — pois as guerrilhas apoiadas por Cuba foram todas derrotadas — ajudaram como puderam a ilha-prisão dos irmãos Castro, Hugo Chávez com milhões dos seus petrodólares (e médicos e oficiais de inteligência cubana em retorno), os petistas com um porto em Mariel e o sistema dos médicos explorados.

O Foro de SP não tem nenhuma outra importância senão essa, pois a tentativa de criar um “socialismo do século XXI” foi um fracasso tão retumbante quanto o finado experimento soviético. Mas a direita tem usado o fantasma do comunismo para aliciar apoiadores. Atualmente, nem o PCdoB quer o socialismo: os socialistas só querem viver às custas dos capitalistas. 

O Foro de SP é um tigre de papel, como diria Mao Tsetung.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4285: 6 dezembro 2022, 2 p.


2 comentários:

  1. Paulo, entendo o que você quer dizer. Mas o problema não seria o dano que essas tentativas teimosas e insistentes da esquerda latina causa ao continuar sistematicamente apoiando regimes ditatoriais, insistindo na planificação da economia, insistindo em entreter militantes comunistas que realmente tentam propagar essas ideias. Você não considera que isso configura um efetivo problema real, que atrasa o país? Também vejo um problema na transmutação do comunismo em dialética identitária pós moderna. Isso não está fazendo bem para a sociedade, e vai gerar mais e mais problemas.

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  2. O Foro de S. Paulo não tem muito a ver com desenvolvimento, políticas econômicas ou processos de integração. É apenas um mecanismo para o controle dos partidos de esquerda da AL pelos comunistas cubanos.

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