Por indicação de Walmyr Buzatto, estou lendo o sample deste estupendo livro:
Laurece Bergreen:
Over the Edge of the World: Magellan's Terrifying Circumnavigation of the Globe
(2003 e 2019)
Reproduzo abaixo duas passagens para comprovar, mais uma vez, como as especiarias já foram, mais de 5 séculos atrás, o "petróleo" do mundo, e como os portugueses saíram na frente das navegações e descobertas.
Recomendo também a bela biografia do Fernão de Magalhães por Stefan Zweig, cujo anexo, sobre os custos da expedição de circumnavegação, me induziu a tentar determinar quanto teria custado, aos preços atuais, essa viagem fantástica, equivalente às explorações espaciais atuais.
Leiam a postagem aqui:
https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/01/fernao-de-magalhaes-livros-sobre.html
Um comentário:
É um bom livro mas como um entusiasta no assunto doeu um pouco a parte conectando Constantinopla em 1453 com um fim das rotas de comercio ali... O melhor livro nessa região e período que conheço é O Grande Mar do David Abulafia, não só o comercio com o oriente continuou abastecendo os próprios otomanos e também as cidades rivais de Genova Veneza e outras mais, ele somente foi desbancado pelas rotas do Atlantico um século depois. Portugal iniciara suas expedições no Atlântico meio século antes da conquista otomana e levou outro para chegar no objetivo original a Índia e mais tempo ainda para desbancar as cidades mercantis italianas. Fora do escopo dele mas o argumento mais convincente eu creio é que a breve conquista mongol do interior da Ásia estimulou o comércio trazendo viajantes, armas de fogo, a peste bubônica, dentre outros, e seu colapso motivou a busca por alternativas para chegar nesses lugares e os seus produtos antes mais abundantes então tornados exóticos com basicamente o fim dessa rota.
O livro do Abulafia lida com períodos mais antigos também, é bastante interessante como dinâmicas similares com as do seu post ocorreram antes até da história escrita - o Egito escasso em madeira tinha uma parceria natural com o litoral levantino e suas florestas e acelerou ali o fenômeno da "civilização". O comércio em metais: cobre e estanho os ingredientes do bronze, além de prata e ouro, acelera o fenômeno da "civilização" começando no mediterrâneo oriental e depois no ocidental com os recém civilizados fenícios e gregos criando o ambiente que é conquistado pela república romana, o que acaba causado a intensificação do comércio para muito além de metais com o intercâmbio de pessoas ideias e víveres e a expansão desse fenômeno para as terras do interior "bárbaro".
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