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sexta-feira, 29 de março de 2024

O acordo Mercosul-UE implodiu; revisitando a implosão da Alca (2003) - Paulo Roberto de Almeida

O acordo Mercosul-UE implodiu; revisitando a implosão da Alca

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 29/03/2024

 Em julho de 2003, já me preparando para deixar o cargo de ministro-conselheiro em Washington, onde me encontrava desde setembro de 1999, eu decidi juntar todas as observações que havia feito nos dois anos anteriores sobre o confuso debate que se processava no Brasil em torno do projeto americano da Área de Livre Comércio das Américas, tão criticado, em determinados meios políticos, quanto o acordo entre o Mercosul e a Alca. 

O artigo vai relembrado abaixo, num momento em que dois presidentes, Emanuel Macron e Lula, acabam de colocar abaixo, em Brasília, no dia 28 de março de 2024, o acalentado (durante mais de 20 anos) acordo entre o Mercosul e a UE, que tido proposto, desde 1995, justamente para se contrapor ao temido acordo da Alca, que Lula dizia, já em 2001, que “não era um acordo de integração e sim de anexação” (da América Latina pelos Estados Unidos, não precisava acrescentar).

Eu não era particularmente a favor da Alca, mas tampouco me intimidava sua eventual existência. O que me irritava especialmente era a discussão irracional que se processava em torno do projeto, feito mais de invectivas e slogans do que de argumentos racionais. Por isso decidi registrar minha opinião num artigo reunindo os diversos questionamentos e respostas que eu vinja coletando nos meses anteriores, daí o longo artigo que resultou dessa assemblagem.

Reparem que a maior parte das perguntas preliminares abaixo alinhadas correspondem às críticas, ou acusações, formuladas pela esquerda, PT em primeiro lugar, contra a Alca, mas num sentido puramente politico, e preventivamente contrárias, sem qualquer análise econômica ponderada.

Registro, por final (pois o artigo é de meados de 2003), que os companheiros, uma vez instalados no poder (desde janeiro de 2003), se empenharam sistematicamente em sabotar as negociações da Alca, um pouco como eles o fizeram em relação ao acordo Mercosul-UE, conseguindo finalmente implodir o projeto americano na cúpula de Mar Del Plata de novembro de 2005, numa ação conjunta de Chávez, Kirchner e Lula. Ironicamente, a ação conjunta para implodir o defensivo acordo Mercosul-UE foi feito agora por Macron e o mesmo Lula, ambos aparentemente satisfeitos com a obra.

Meu artigo pode ser lido, 21 anos depois, nos links seguintes:

https://www.academia.edu/116839725/1087_A_Alca_e_o_interesse_nacional_brasileiro_doze_questões_em_busca_de_um_debate_racional_2003_

http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/35933; pdf: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/35933/751375149960 

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 29 de março de 2024

A ALCA e o interesse nacional brasileiro:

doze questões em busca de um debate racional (2003)

  • Paulo Roberto AlmeidaCentro Universitario de Brasilia - Uniceub
Palavras-chave: Alca, livre comércio, negociações comerciais hemisféricas, EUA

Resumo

Debate com os opositores da Alca, focando as seguintes perguntas: 

1. Da controvérsia passional a um debate tendencialmente “socrático”

2. A Alca, o interesse nacional e a “dominação imperial”: um projeto fatal?

3. Corresponde a Alca a uma “ofensiva imperialista” contra os nossos interesses?

4. Estaria a Alca viciosamente marcada pela disparidade entre os participantes?

5. A Alca trará “desregulação selvagem” e “dependência tecnológica e financeira”?

6. A Alca será assimétrica pelo tamanho dos mercados e pelos níveis de proteção?

7. A Alca provocará uma crise sistêmica em virtude das assimetrias produtivas?

8. A lógica capitalista da Alca representará a ruína das empresas frágeis do Brasil?

9. A inferioridade tecnológica brasileira colocará em risco a soberania nacional?

10. A Alca é um projeto de dominação política que consolida a hegemonia imperial?

11. A Alca produzirá mais pobreza, precarização do emprego, concentração?

12. Devemos buscar uma integração alternativa?; “uma outra América é possível”?

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Biografia do Autor

Paulo Roberto Almeida, Centro Universitario de Brasilia - Uniceub

Doutor em Ciencias Sociais, Mestre em Planejamento Economico, Diplomata de carreira.

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