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quinta-feira, 21 de março de 2024

Por que as democracias recuam? Por que tantos Estados autoritários? - Augusto de Franco, Paulo Roberto de Almeida

Por que as democracias recuam? Por que tantos Estados autoritários?

Augusto de Franco, Paulo Roberto de Almeida

Não existe uma razão única, uniforme, ou generalizada para explicar o recuo das democracias e o avanço dos Estados autoritários. Devem existir causas singulares, próprias a cada um dos países envolvidos nessa quebra de governanças democráticas – sobretudo no contexto do chamado Sul Global, pois parece que o núcleo das democracias maduras, que já existia antes e era reduzida, parece se manter estável – ou então se poderia explicar por cercos ciclos políticos, também vinculados a desequilíbrios econômicos temporários.

Juan Linz, um grande cientista político, falava de ondas de democratização e de autoritarismo, vinculadas a certos fatores socioeconômicos. Houve uma onde de democratização na Europa meridional em meados dos anos 1970 – Grécia, Espanha, Portugal –, que depois tocou a América Latina, nos anos 1980: Argentina, Brasil, entre outros. 

Podemos estar assistindo agora ao esgotamento desse ciclo, pois até países de cenário da UE parecem terem desabado para o autoritarismo: caso da Hungria, mas também, temporariamente o da Polônia, agora revertido, e até na Itália, com a ascensão de partidos de direita, sempre mais autoritários.

Cabe estudar o fenômeno com atenção, evitar generalizações apressadas e estimular estudos mais abrangentes, por um lado, e específicos, por outro, para verificar as causas do crescimento autoritário (na África parece estar ligado mais ao fenômeno militar, ao passo que na Europa e na AL pode estar ligado ao sucesso de demagogos e populistas usando de forma eficiente as redes sociais e os novos recursos da comunicação digital).

Vamos acompanhar o processo, e lamentar que o Brasil tenha um governo que parece ter parcerias erga omnes, mas aliados entre autocracias agressivas, por acaso o bloco do BRICS+, que só aumentou para ditaduras...

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 21/03/2024


CAINDO NA REAL

Augusto de Franco (19/03/2024) E ainda tem gente na academia dizendo que as interpretações sobre a quebra ou erosão das democracias eram catastrofistas e estavam erradas. As democracias liberais viraram cerca de três dezenas de ilhas num mundo coalhado de ditadores e populistas (que compõem um eixo autocrático em ascensão). O EIXO AUTOCRÁTICO Ditador Ahmed, da Etiópia Ditador (treocrata) Akhundzada, do Afeganistão Ditador Al Khalifa, do Barém Ditador Aliuev, do Azerbaijão Ditador al-Mashat do Iêmen Ditador Al-Sisi, do Egito Ditador Assad, da Síria Ditador Berdimuhamedow, do Turcomenistão Ditador Bin Salman, da Arábia Saudita Ditador Canel, de Cuba Ditador Chính, do Vietnam Ditador Itno, do Chade Ditador Kim, da Coréia do Norte Ditador Lourenço, de Angola Ditador Lukashenko, de Belarus Ditador Maduro, da Venezuela Ditador Mayardit, do Sudão do Sul Ditador Mbasogo, da Guiné Equatorial Ditador Mirziyoyev, do Uzbequistão Ditador Nahyan, dos Emirados Árabes Unidos Ditador Ndayishimiye, de Burundi Ditador Ortega, da Nicarágua, Ditador Putin, da Rússia Ditador Rahmon, do Tajiquistão Ditador Sen, do Camboja Ditador Sisoulith, do Laos Ditador Tokayev, do Cazaquistão Ditador Touadera, da República Centro-Africana Ditador Xi, da China Ditador (teocrata) Khamanei, do Irã POPULISTAS QUE ESTÃO SE ALINHANDO (OU TENDEM A SE ALINHAR) AO EIXO AUTOCRÁTICO Populista Bukele, de El Salvador Populista Erdogan, da Turquia Populista Lula, do Brasil Populista Modi, da Índia Populista Obrador, do México Populista Orbán, da Hungria Populista Petro, da Colômbia Populista Ramaphosa, da África do Sul Populista Subianto, da Indonésia Populista Xiomara, de Honduras Populistas Arce e Evo, da Bolívia Ainda estão faltando os ditadores e/ou populistas de Essuatíni, de Brunei, da Guiné, da Jordânia, do Kuwait, da Líbia, de Mali, do Marrocos, de Myanmar, de Oman, da Palestina (Faixa de Gaza), do Catar, da Somália, do Sudão, da Tailândia; e da Albânia, da Argélia, de Bangladesh, do Benin, de Burkina Faso, de Camarões, do Congo, de Djibouti, da República Democrática do Congo, de Fiji, do Gabão, da Guatemala, da Guiné Bissau, do Iraque, da Costa do Marfim, do Quirguistão, do Líbano, de Madagascar, da Malásia, da Mauritânia, de Moçambique, da Nigéria, de Papua Nova Guiné, do Paquistão, da Palestina (WB), das Filipinas, de Ruanda, da Sérvia, de Singapura, da Somalilândia, da Tanzânia, do Togo, da Tunísia, de Uganda, de Zanzibar, do Zimbabue.

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